"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


quinta-feira, janeiro 24, 2002

A Ciência Preterida

Recentemente, adquiri um livro de um renomado físico nuclear indiano, Amit Goswami, onde ele relata estudos e experimentos que começam a comprovar cientificamente a existência de Deus na sua acepção mais filosófica, que é aquela que diversas pessoas tidas como mestres ou diversas ordens esotéricas já urgem há tempos. Os estudos estão baseados na atualíssima física quântica e, em termos simples, indicam que as forças universais que compõe a matéria e tudo aquilo que conhecemos têm uma “intenção construtiva”. Essa intenção intervem e afeta o resultado de processos naturais. Sem essa intenção, não é possível explicar diversos desvios de comportamento das partículas subatômicas. O mais interessante é que essa teoria está sendo razoavelmente bem aceita no meio científico por estar suportada com diversas experimentações em laboratório. Mais ainda, ela também fala sobre uma mente comum a todos os seres, como se todos nós fizéssemos parte de uma única mente que reúne todos os seres vivos do universo.

Todos os grandes mestres já falam isso há séculos, mas somente no limiar do terceiro milênio é possível assistir tal façanha da ciência moderna, que certamente no futuro rumará, como no passado distante, lado a lado com as religiões e filosofias. Mas o importante é meditar sobre o impacto disso na humanidade. Pense que se você prejudicar alguém, você apenas estará prejudicando a si mesmo (pois somos todos parte de uma só mente), atrasando o plano de evolução do planeta. Sendo uma célula de um corpo divino, se não formos construtivos, seremos um câncer ou uma bactéria maléfica para esse corpo.

É compreensível que a maioria das pessoas desconheça essas teorias, muito embora Goswami tenha estado recentemente em um programa na TV Cultura. Contudo, é desalentador notar que as pessoas não conhecem (e não se interessam por) teorias em voga há quase um século. Eistein já havia mudado toda a nossa compreensão do mundo quando afirmou que a gravidade é uma distorção do tempo, ou seja, o tempo passa mais lentamente em nossos pés do que em nossa cabeça, mais lentamente ao nível do mar do que no topo de uma montanha. É o arrasto que esse tempo mais lento causa que nos faz sentir o efeito da gravidade, em suma, que nos faz cair. Surpreendente? Não deveria ser, isso já foi postulado há quase 80 anos e provado há quase 50 pela Nasa. Está em livros vendidos em qualquer livraria. Surpreendente é a maioria das pessoas não saber, pior, não acreditar.

Assim como essa, muitas outras teorias que mudam completamente nossa forma de ver o mundo estão por aí esquecidas. Notamos que as pessoas estão mais preocupadas com a vida alheia ou como explorar o seu semelhante, e mantém um nível de consciência mais rarefeito que daqueles que preferiram Barrabás a Jesus. Assim fica difícil fazer um mundo melhor.

Aceite minha modesta sugestão: leia sobre ciência, metafísica, ocultismo, etc. Ao menos, leia mais de um jornal ou revista. Você não precisa acreditar em tudo, mas sim formar alguma opinião própria, pois você pode estar infestado de idéias podres que alguém enfiou em sua cabeça.

domingo, janeiro 20, 2002

Jeitinho Brasileiro

Em nota publicada hoje, o respeitado jornal Opinião da cidade de Araras afirmou que o presidente “FHC não desistiu do terceiro mandato”. Segundo a reportagem, FHC acha “que ele é o único nome nacional que conseguiria unir, hoje, PFL, PSDB e PMDB e se eleger com muita facilidade”. Além disso, ele “encomendou, de seleto e discreto grupo de renomados juristas, um estudo sobre a hipótese de que, caso ele renunciasse, poderia ou não se candidatar de novo, ou seja, ao terceiro mandato, sonho que jamais tirou de seu travesseiro.” Quem assina a notícia é Gilberto Di Pierro (www.gibaum.com.br).

É impressionante a capacidade de não seguir as regras que nossos políticos têm. Mais assustador ainda é ficarmos em dúvida se eles subestimam a capacidade de compreensão política do povo, ou se o povo realmente não tem essa qualidade. Infelizmente, tendo a acreditar na segunda hipótese.

Como seria um terceiro mandato de FHC? Será que ele conseguiria adiar por mais 4 anos a reforma fiscal? Considerando a política de arrecadação atual, certamente, ao final do próximo mandato, teríamos o governo mais rico e o povo mais pobre do planeta.

Ironias à parte, é difícil avaliar quais os planos dos donos do poder. O fato é que a morte de Mário Covas deve ter sido um duro golpe para o stabilishment, uma vez que ele era o candidato natural e em preparação para o continuísmo político. De qualquer forma, posso dizer que o governo está mal de nomes, pois não haver ninguém capaz de substituir Covas é no mínimo uma falta de planejamento político. Se bem que não dá para atestar a capacidade de planejar em um governo que patrocinou o apagão.

Você vai dizer que tem a Roseana. Entretanto, ela representa uma força política que não é bem aceita na estrutura de poder atual, sem contar o problema do preconceito por ela ser mulher, o que já lhe rendeu piadinhas sujas e sem graça de outros políticos. Os próprios patrocinadores dela já estão afirmando que ela é uma “viagem”, em outras palavras, um acidente de percurso. Infelizmente, nosso povo é tão limitado em termos políticos que acredita em qualquer possibilidade milagrosa de redenção. Foi assim com Collor, está sendo assim com Roseana. Os donos do poder não vão deixar a Roseana chegar lá, só estão pensando como fazer isso sem perder os benefícios que a propaganda dela alcançou.

Na falta de opções, apela-se para o famoso jeitinho brasileiro: FHC 2002! O retorno do retorno! Quem sabe, com Roseana como vice.

quarta-feira, janeiro 09, 2002

A Saúde Informal

Muito se fala na reforma fiscal, mas pouco se entende quanto sua real necessidade. Muitos até dizem que ela já está sendo feita com todas as modificações tributárias dos últimos tempos, mas isso não é verdade, o que foi feito até o momento é uma reforma da arrecadação.

A diferença é que na reforma fiscal, deveria haver uma modificação na estrutura de impostos de forma a favorecer o crescimento da economia e, conseqüentemente, aumentar a arrecadação. Além disso, deve ser facilitada a redução da informalidade, beneficiando os pequenos, pois são eles que realmente movimentam a economia e geram empregos. O que o governo está fazendo é aumentar a arrecadação através da criação de novos impostos, ou alteração de alíquotas, para compensar as perdas causadas pelo não crescimento real da economia em função de uma política recessiva que ele mesmo criou, o que sõ aumenta essa mesma recessão. Em outras palavras, é a teoria do câncer, que enfraquece o organismo para se alimentar, até o momento em que o organismo morre e aí o câncer morre junto. É estúpido fazer isso, nosso vizinho mostrou o que políticas semelhantes podem causar.

Isso quer dizer que estamos indo para o buraco? Pode ser, mas nós temos um sistema imunológico forte, cujo nome é economia informal. Inclusive, acredito que o governo age constantemente para fortalecê-lo. Quanto mais são aumentados os impostos, mais os pequenos não têm como se defender a não ser aumentar a parcela informal dos seus empreendimentos, alimentando toda uma estrutura de contravenção. Se bem que eu não considero a essência da economia informal como contravenção, mas apenas o meio que a sociedade encontrou para tentar criar uma estrutura tributária mais justa, já que o governo não tem competência para fazer isso sozinho. É patente, basta olhar para o lado para ver que a informalidade é institucionalizada. Se sairmos dos grandes centros, uns 50 ou 100 quilômetros, a coisa é descarada, pois nota fiscal é uma entidade quase espiritual.

Para mim, isso tem um lado positivo, pois a sociedade, a seu modo, está se manifestando. Estamos em um limite tributário, onde o arcaico e o exagero abrem amplas possibilidades de sonegação. Assim como o câncer, uma hora o governo não vai mais conseguir aumentar a arrecadação, mas a economia terá sua saúde informal. Quando isso acontecer, não haverá outra opção a não ser fazer o óbvio.

terça-feira, janeiro 08, 2002

Efeito Pirotécnico

O governo realmente está fazendo um longo show pirotécnico. Começou antes do final do ano e não parou até agora. Trocando em miúdos, eles fizeram um certo alarde na elaboração do projeto de correção da tabela do IR, mas era tudo fogo de artifício. Ao vetar o projeto, eles deram mais uma lição de como funciona a Demonarquia.

Das duas, duas: ou o governo fez um acordo com o congresso, ou foi malicioso quando não apontou as tais incorreções no texto antes da votação. Aliás, dizer isso é no mínimo atestar a incompetência dos legisladores, que são pagos para fazer as leis, mas que, segundo o governo, não sabem escrever direito. Talvez eles não saibam mesmo, afinal aprenderam com o governo, especialmente nesse caso, onde o texto foi escrito por ambos. Se os congressistas não estão fazendo barulho em serem chamados de incompetentes, é porque eles estão coniventes com isso. Deve ter sido o preço pago para evitar o desgaste do governo com o excesso de votações polêmicas que ocorreram ao mesmo tempo no final do ano passado.

O difícil é acreditar nas explicações, cada dia menos consistentes por causa dos vícios de um sistema que já está muito tempo em voga. É como o caso do marido traidor que sempre dá desculpas para a esposa quando chega tarde. Com o tempo, não há mais boas justificativas e ele não convence mais ninguém. Como tem esposa que aceita passivamente essa situação, então o canalha se torna cara-de-pau, apresentando qualquer desculpa sem-vergonha. Na nossa realidade, a esposa é o povo.

Resta saber se o congresso vai ter a decência de derrubar o veto, coisa que eu duvido. Mesmo que isso aconteça, ainda vai haver a questão da falta de clareza do texto, ou seja, não tem muito o que fazer.

Como diz Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!”.

sexta-feira, janeiro 04, 2002

Democracia – O Regime Utópico

As mudanças das últimas semanas ocorridas na Argentina são o indício mais interessante de que democracia é apenas uma fachada bonita para a mesma estrutura de poder que já conhecemos a séculos. Após muitas idas e vindas, o próprio poder decidiu quem deve ficar no poder. Os analistas vão dizer que essa foi a solução possível e que assim a soberania e a ordem não foram afetadas. Mas o fato é que as regras estabelecidas (constituição) pelos representantes do povo não foram utilizadas nesse momento de crise, usando a própria crise como desculpa.

Na prática, para se fazer uma eleição “legítima”, as estruturas de poder tem que estar bem equilibradas para que o povo possa ser manipulado adequadamente. Como equilíbrio é tudo que a Argentina não tem hoje, fazer uma eleição agora pode ser muito arriscado, pois a democracia verdadeira pode realmente ocorrer e alguém fora do esquema poderia assumir o poder, digo, o cargo, pois para assumir o poder, não basta ganhar a eleição.

A impressão que tenho é que essa confusão que aconteceu foi causada por desentendimentos entre os próprios peronistas, uma vez que eles não estavam encontrando quem eles deveriam “fritar” para que pudessem reassumir o poder. O certo seria “fritar” o causador dessa meleca toda, mas esse cara é um peronista. Por conta disso, se a “fritura” não fosse bem feita, o próprio peronismo sairia chamuscado. Levou um bom tempo para que as negociações fossem concluídas e os “fritantes” fossem identificados, antigos peronistas que já estão meio arranhados e que agora foram para o buraco de vez. Após tudo isso, o discurso óbvio é ululado: a Argentina está quebrada, precisa desvalorizar o Peso e proteger sua indústria nacional, o Mercosul é a tábua de salvação (desde que o Brasil compre produtos argentinos, claro), moratória, etc.

A única coisa que não está fechando para mim é onde ficaram os EUA nessa história. Esse novo discurso é muito mais focado para o mercado europeu do que para o mercado americano. De novo, me vem a mente que pode estar havendo uma mudança importante na estrutura de poder na América Latina, onde a Europa voltaria a ter um papel primordial, até porque, hoje eles estão com toda estrutura necessária para se tornarem mais fortes que os EUA em pouco tempo. Que conseqüências isso vai trazer só o tempo mostrará, mas prefiro ser otimista, afinal o mundo precisa de um pouco de concorrência, mesmo sabendo que a história mostra que esse tipo de briga costuma acabar em guerras devastadoras.

De Nostradamus: “Ah, se Deus não mandar paz à Terra!”.

quinta-feira, janeiro 03, 2002

Atenção! Você Pode Ser um Ignorante

Talvez você se sinta ofendido com essa matéria, mas não é esse o objetivo. O importante é você se conscientizar e formar uma opinião com relação à questão.

Primeiramente, o termo ignorante deve ser entendido na sua essência, ou seja, alguém que ignora ou desconhece alguma coisa. Não é o mesmo que burro, que é o contrário de inteligente. Nesse aspecto, todos nós temos algum tipo de ignorância, pois desconhecemos muita coisa que acontece em nossa sociedade, muitas vezes por recebermos informações erradas ou ilusórias. Parte dessa ignorância é causada por nós mesmos quando decidimos não procurar saber como as coisas funcionam ou ao menos nos certificar da procedência da informação. Além disso, somos agentes multiplicadores da ignorância quando transmitimos uma informação sem questioná-la ou validá-la. É o que acontece quando acreditamos em apenas uma fonte de informação, como uma agência de notícias, um único noticiário de TV, etc.

Podemos rotular o ignorante típico como sendo aquela pessoa completamente manipulável pelos donos do poder, a chamada “massa de manobra”, que na grande maioria das vezes é o povo. Ainda podemos subdividir o ignorante típico em ignorante feliz, ignorante rebelde, ignorante iludido, etc., mas todos têm características em comum que é não fazer nada de concreto para mudar a sua situação e a do próximo, preferindo deixar que alguém o leve para o destino que bem entender. Além disso, ele tenta obter vantagens em detrimento de outras pessoas em vez de tentar se unir a elas para formar uma massa mais consciente e menos fraca. O fato é que um ignorante típico não acredita que tenha capacidade para deixar sua condição e mudar alguma coisa, então ele tenta se defender como pode. Contudo, qualquer pessoa realmente tem essa capacidade, precisa apenas querer.

Tudo isso faz parte de uma estrutura de poder muito bem montada, onde cada qual tem sua função, em geral ignorada pelos ignorantes. Há, por exemplo, um tipo de pessoa que faz o que for necessário para aparecer. Essa pessoa não sabe fazer nada muito bem a não ser o marketing pessoal. Esse tipo normalmente é bem de vida e está sempre próximo da elite monetária, senão inserido nela. Além disso, ele aparece muito no meio social ao qual pertence, muitas vezes com grande projeção na mídia, mas na verdade nunca mandam em nada, sempre são instrumentos dos donos do poder, até porque, gastam muito tempo tentando se aparecer, de forma que a função do poder precisa ser exercida por outro tipo de pessoa. Muitos políticos de peso, artistas e músicos populares fazem parte da classe dos “aparecidos”. Aliás, muito músico popular sequer compõe sua música, compra de outro tipo de pessoa, aquela que gosta de fazer. Esses são os que fazem alguma coisa muito bem, mas não sabem ou não gostam de fazer marketing pessoal e são explorados por isso. Os “fazedores” são os verdadeiros criadores da nossa sociedade, com seus benefícios ou malefícios. Em geral, não têm muito dinheiro ou poder, gostam do que fazem, mas não conseguem subir de vida, pois algum “aparecido” sempre o descobre e se aproveita das suas qualidades em benefício próprio. Eles sempre fazem a parte mais difícil e pesada do trabalho e quando os frutos começam a brotar, algum oportunista vem e os colhe no seu lugar.

Dentre outros tipos interessantes (que vou deixar para você encontrá-los para não me estender muito mais nesse artigo), há aquele que controla tudo isso, manipulando os “aparecidos”, “fazedores” e ignorantes para atingir seus objetivos megalomaníacos. Esse é o dono do poder, ou o “poderoso”. Ele nunca aparece ou faz, mas comanda e decide o futuro de todos. Não tem nenhum escrúpulo para controlar tudo em sua volta, destruindo aquele que estiver em seu caminho e usando os recursos de todos os outros para alimentar a sua insaciável tirania. Normalmente, é um tipo pernicioso, que prefere usar seu poder para gerar sofrimento e alienação, seja ela social, cultural ou econômica, ao invés de se sujeitar a encontrar alguém que possa ser mais capaz de criar uma sociedade boa para todos.

É uma luta desigual, pois pouquíssimos ignorantes conseguem deixar sua condição, entendendo essa estrutura sórdida e conseguindo fazer algo para transformar isso. Esses tipos deixam a ignorância para se tornarem mártires, dedicando sua vida para mostrar aos ignorantes que ninguém é realmente ignorante e que todos podem fazer a sua parte, mudando sua condição e unindo-se na luta para a realização do ideal humano. Infelizmente, poucas vezes eles conseguem deixar herdeiros. De fato, são pessoas extraordinárias que conseguem perturbar as estruturas do poder. Em geral, conseguem unir muitos ignorantes e alguns idealistas, mas quando começam realmente a mudar algo, são assassinados pelos poderosos e grande parte de sua luta morre junto com eles. Ghandi é um exemplo espetacular de alguém que conseguiu combater a tirania com a paz, mas ele não precisaria ter sofrido tanto se todos nós tivéssemos entendido de início sua mensagem de união e responsabilidade individual.

Mudar alguma coisa está em suas mãos. Faça alguma coisa, procure seu caminho. Participe de sua entidade de classe, seu condomínio, sua associação de bairro, seja um voluntário, manifeste-se de alguma forma. Se você não está satisfeito com o que está aí, FAÇA ALGUMA COISA! Mas faça espelhando-se em um mártir (não precisa ser um deles, basta apenas se espelhar em algumas das qualidades deles). Ou você prefere estar classificado em algum subgrupo de ignorante? Se for isso, agora que você leu esse artigo, você se tornou um ignorante assumido.

P.S.: Esse blog está a disposição para que você se manifeste. Escreva um artigo e envie para cá. Se você não gosta de escrever, mas gosta deste blog, DIVULGUE-O, pois isso já ajudará muito.