"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


sexta-feira, fevereiro 28, 2003

O Ano da Reflexão

Nos meios esotéricos, cada ano carrega uma mensagem que envolve algum tipo de esforço no sentido do aperfeiçoamento espiritual. Alguns dos temas são extraídos de análises astrológicas, numerológicas ou outros estudos similares. Outras são recebidas em grupos de trabalho espiritual por algum mestre ou através da canalização mediúnica. Mesmo que você não acredite em nada disso, não significa que você não possa ter benefícios em receber a mensagem e pensar sobre ela, portanto, as informações abaixo podem conter bons temas para reflexão.

Segundo alguns grupos que participo, o ano que se encerrou (ou está se encerrando dependendo da forma de contagem do tempo) foi o ano da decisão, que se manifestou tanto no microcosmo quanto no macrocosmo, ou seja, tanto a nível individual, quanto coletivo. Individualmente, esta decisão pode ter ocorrido de forma consciente ou inconsciente, dependendo da facilidade com que a pessoa tenha ou não acesso à fase infinita do próprio ser (podemos dizer, acesso à consciência da alma, do eu interior, da essência divina, etc.). Já no macrocosmo, ela teria ocorrido apenas em termos de inconsciente coletivo.

Mas qual foi essa decisão? Muito se fala sobre o fim do mundo, dia do juízo, separação do joio e do trigo, nova era, etc., mas não se sabe exatamente quando e como isso aconteceria. Muitas linhas apontam o momento atual como sendo o da transformação para o mundo de luz e algumas dizem que o ser humano teria o livre arbítrio para decidir sobre essa transformação, porém essa decisão não é um mero transformar ou continuar como está. O universo tem seus próprios ciclos e à terra foi dada a opção de se transformar ou ser destruída, não há como continuar como está dentro do processo de evolução espiritual. Em tese, neste ano que passou, o ser humano deveria escolher qual o caminho que deseja seguir e estar preparado para as responsabilidades e conseqüências dessa escolha. A decisão coletiva seria tomada considerando a força gerada pelas decisões individuais dirigidas para a transformação, mas não é uma conta de 50% mais 1, e sim uma questão energética, em outras palavras, o movimento energético gerado pelas decisões no sentido da transformação deveria ser suficientemente forte para manter a sociedade do novo mundo e isso não tem nada a ver com quantidade de almas, mas com a força dessas almas. O resultado dessa força poderia influenciar outras pessoas menos despertas para o mundo espiritual de forma que, algumas delas teriam se sentido compelidas a mudar suas vidas sem saber bem porquê.

Não sei dizer qual decisão foi tomada, mas minha intuição me diz que o ser humano optou pela transformação e agora temos que iniciar esse movimento que será dramático, pois haverá mudanças de todo o tipo e ninguém estará imune, ao menos considerando o aspecto ético e moral, pois a consciência deve ser redirecionada para a luz. De qualquer forma, já ouvi de mais de uma fonte que esse ano será o ano da reflexão, onde cada qual deve voltar-se para o âmago de seu ser e encontrar o que deve fazer para promover essa transformação, mas não no aspecto exterior, pois a transformação tem que ser interna, ou seja, buscar como se tornar um ser melhor, com sentimentos e pensamentos mais sutis, com intenções mais puras, evitando reações extremadas, enfim, tomar como exemplo os grandes mestres da humanidade, como Krishna, Maria, Sakyamuni, Rowena, Jesus Cristo, Lao Tsé, Morya, Kamakura, Maomé, Moisés e muitos outros. Esforçar-se não para ser perfeito, mas para ser melhor a cada dia.

As transformações não necessariamente deverão ocorrer através da guerra, cataclismos ou hecatombes. Isso não importa, não faz diferença e não precisa acontecer. Todos têm que acreditar nisso. A guerra apregoada pelos EUA é apenas uma reação à mudança tão necessária para consciência daquele e de outros povos. É como alguém que inicia uma terapia psicológica. No início fica bastante irritadiço e perturbado, pois tem que mexer em conteúdos escondidos na memória e não muito fáceis de serem lembrados. A guerra é um risco, mas não precisa acontecer, pense fortemente dessa forma. E para contribuir para a paz, faça a sua parte, que não é exterior, é interior. Elimine de si mesmo a sua parcela de culpa que está ajudando a gerar a guerra. Procure sua falta de boas intenções, sua falta de amor e misericórdia, sua falta de compreensão, sua falta de fraternidade. Faça um esforço para tirar a “falta de” disso tudo, transformando em boas intenções, amor, misericórdia, compreensão, fraternidade e tudo aquilo que promova a paz interior. Conseqüentemente, as bases para a paz mundial estarão lançadas.

segunda-feira, fevereiro 17, 2003

Meditação, Reflexão, Contemplação e Similares

Termos difíceis estes. Muitas vezes são confundidos entre si, sem contar os qualificadores que os deixam mais obscuros, como “meditação ativa”, “meditação passiva”, “contemplação interior”, “reflexão objetiva”, etc. Dizem que as palavras usadas para descrever as emoções são subjetivas, mas as ligadas ao conhecimento do mundo infinito estão além do subjetivo. É muito simples entender porquê. Nossa mente foi preparada pela sociedade para reconhecer, executar e seguir métodos, não para ir além deles. Os métodos são baseados na lógica da matéria, causa e efeito, faça isso e obtenha aquilo.

Talvez você esteja esperando que eu lhe dê algum método para meditar. Não sei se pode ser considerado um método, mas vou repetir as palavras de um mestre indiano radicado nos EUA: “vá dentro de você”. Não é pensamento, não é sentimento, é dentro do seu ser. Posso repetir também a célebre frase “conhece-te a ti mesmo”. Como conseguir isso? Estude os ensinamentos dos grandes iluminados, estando eles encarnados ou desencarnados. Você não precisa se prender em apenas a um deles, tente vários. Nada que eu falar sobre esse tema vai acrescentar o que já foi dito por eles, até porque, não sou um iluminado. Estou certo disso, pois se já tivesse recebido a iluminação, eu saberia, como eu não sei, então não posso ter recebido a iluminação. Mas se eu não posso acrescentar nada, porque estou falando sobre isso? Porque eu pratico e é bom, faz bem para o corpo e para alma. Não sei se faço certo, mas sei que consigo bons resultados e quanto mais pratico, melhores são os resultados, como intuição, equilíbrio, paz interior, serenidade, alegria, sensibilidade, emoções agradáveis, compreensão e outras sensações similares. Meditar, refletir, contemplar, etc. está ligado ao estudo da sua alma, do seu ser, de Deus e do infinito. É por isso que é difícil de entender, pois ora os termos representam a mesma coisa, ora representam coisas diferentes.

Quanto tempo você se dedica em sua vida para conhecer o infinito? A maioria dedica pouco ou nenhum tempo e é por isso que não o conhecem. Buscar o infinito exige algum compromisso. Nós passamos a maior parte de nossa vida tentando entender e interagir com o que está a nossa volta, mas não conseguimos interagir conosco mesmo. Se nós queremos transcender essa limitação, a busca do infinito deve ser uma atividade diária, pelo menos 30 minutos por dia. Muitos vão dizer aqui que não têm esse tempo e eu vou dizer que é lógico, você fica limitado ao tempo toda vez que está preso ao mundo finito. Se você quer ter tempo, deve ir ao infinito, pois lá não há os limites do tempo, um segundo que você consiga viver o infinito vale mais do que todo o tempo da sua vida. Alguns podem dizer que já tentaram, mas não conseguiram. De fato, se você ficou anos da sua vida tentando viver no mundo finito, vai levar um bom tempo para você voltar a se acostumar com o infinito. Outros vão dizer que não conseguem parar de pensar. Viver o infinito não tem nada a ver com pensar ou se emocionar, está além disso. O pensamento está aí para pensar, não se preocupe com ele, pois vai ficar pensando mesmo. Deixe ele pra lá, não se preocupe em parar de pensar ou parar de sentir emoções, apenas “vá dentro de você”, além da mente e do coração, lá no fundo mesmo. Tenha certeza que você consegue, pois você também é feito de infinito. Deus estará lá esperando com seu infinito amor. “Vá dentro de você”, dê um abraço em seu infinito e encontre a Deus.

quinta-feira, fevereiro 06, 2003

Ciência, A Religião do Mundo Material

Temos visto no último século e meio a dois séculos um grande desenvolvimento da ciência e do método científico. Muitos dos dogmas que nossa sociedade segue estão baseados em verdades científicas, sendo que as provas matemáticas e experimentais são tão inquestionáveis quanto os preceitos divinos das igrejas do passado. Uns dizem: “isso é cientificamente provado pela instituição X” e os outros abaixam a cabeça como em uma reverência aos santos e papas. Mas essas provas são tão confiáveis assim?

Não estou querendo desmerecer o conhecimento adquirido pela ciência, mas apenas colocar alguns pontos de ponderação. A questão aqui é desmistificar essa onipotência científica que parece ter se transformado em religião. Acredito que as coisas não são excludentes, mas sim complementares e acumulativas, ou seja, pode-se conciliar os conhecimentos filosóficos, científicos e religiosos, deste que haja boa vontade e bom senso.

À luz dessas alternativas, vamos olhar um pouco amiúde em que se baseou a ciência materialista que conhecemos hoje e encontrar seus limites. Primeiramente, essa ciência baseia-se em fatos que poderão ser experimentados e medidos em algum instante no presente ou no futuro. Muitas vezes, esses fatos estão nos domínios da matéria e se algo pode ser medido, é finito, portanto, limitado. A filosofia já sabia disso há muito tempo e sempre falou de dois reinos, o finito e o infinito. A ciência trata do finito, daquilo que se pode controlar, contudo o infinito não pode ser medido e muitas vezes nem experimentado pelas vias científicas, pois é ilimitado. Esse é um ponto importante, pois muitos consideram a parapsicologia, cosmologia e similares como ciências do infinito, mas não é verdade, pois elas tentam colocar o infinito no âmbito das coisas experimentáveis e explicáveis. Não há como explicar o infinito, mas pode-se analisar seus atributos e talvez o estudo do Tao, da filosofia pura, da metafísica e outros assuntos denegridos pela ciência sejam as melhores experiências dos seres humanos na busca da compreensão do infinito. A cosmologia até chega perto, pois aceita algumas possibilidades do infinito e do eterno, mas ainda é limitada em sua abrangência. Infinito é infinito e deve ser estudado com recursos infinitos, portanto, com recursos transcendentes à matéria e é isso que a ciência não aceita. Outro conceito importante é que apesar da filosofia considerar dois reinos, um está incluso no outro, pois o finito é uma parte do infinito, ou seja, não é o todo e, portanto, não é o mais importante.

Outro alicerce da ciência é o axioma. Quanto mais se busca a origem de um fenômeno, mais rarefeitos são os fatos experimentáveis. Como a ciência necessita de um princípio por ser finita, deve formular esse princípio, geralmente, através do raciocínio indutivo (para ser simplista, no raciocínio indutivo analisa-se os efeitos e tenta-se inferir qual a causa, exatamente o contrário do dedutivo, donde se parte das causas e deduz-se o efeito). Nesse ponto, começam a acontecer algumas distorções, pois são necessárias interpretações dos fenômenos. Assim foi na religião, assim é na ciência. Assim como interpretou-se de forma parcial as escrituras, muitas teorias introduzem interpretações pessoais como sendo axiomas, apenas porque através delas é mais cômodo justificar os interesses das partes envolvidas. Apesar de produzirem efeitos elogiáveis, infelizmente, algumas bases da ciência moderna são especulações irrealistas, algumas vezes até mesmo corruptas.

Através da ciência, muitas coisas boas puderam ser criadas para o homem, entretanto, assim como nas religiões, muitos outros benefícios também foram ocultados para manutenção das estruturas de poder. A ciência acredita no que pode manipular, mas tem medo de aceitar o que não pode. Dizer que o homem é só matéria é uma postura limitada, o mais cauteloso e honesto seria admitir que um dos componentes do homem é o corpo e que não se sabe o que há além disso, mas que algumas correntes de pensamento afirmam existir algo chamado alma e que seria um esforço saudável estudar a alma. Sem essa visão ponderada, a ciência acaba se tornando mais uma religião, cujos dogmas são criados nos laboratórios.

Muitos dos maiores nomes da ciência tinham essa visão ponderada e por isso puderam criar as grandes transformações de pensamento. A grande maioria deles, senão a totalidade, acreditava em uma mente universal que chamavam de Deus. Na época deles, isso em geral era desejável, aliás, em muitas destas épocas, isso fazia parte da ciência. É por isso que da próxima vez que você ouvir “isso é cientificamente comprovado”, eu sugiro que você vá mais além, mude em sua mente a frase para “essa é a visão da ciência”. E qual será a visão da filosofia, metafísica e religião? O que pode ser conciliado e faz sentido finito e infinito? Tire as conclusões por você mesmo, mas faça isso embasado, ou seja, estude as diversas linhas de pensamento. Formule suas teses e esteja aberto para questioná-las e levá-las à evolução. Compartilhe e aceite as divergências como itens que precisam de mais estudo no sentido da conciliação e harmonia. Sim, harmonia, essa é a chave para encontrar a grande verdade universal.