"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


quinta-feira, abril 10, 2003

Uma Questão de Tempo (parte 3)

Tenho falado muito sobre a velocidade do tempo, propagação do tempo, mas qual realmente é a relação entre movimento e tempo? Para esclarecermos essa questão, teremos que invocar a luz, no sentido físico do termo, afinal, conforme dissemos no artigo anterior, movimento só existe em função do tempo e, segundo Einstein, a luz é uma barreira teórica para o movimento. Em outras palavras, nenhuma força mensurável pode se mover com velocidade igual ou maior que a da luz e isso é um tabu até hoje, pois as experiências ainda não encontraram nenhum vestígio de partículas ou forças que andem nessas velocidades. Note que eu citei tabu, pois o fato de não haver algo mensurável que se movimente nestas condições, não significa que não exista esse algo, mas pode ser que os instrumentos usados para mensurá-lo não sejam os mais adequados, ou seja, mais uma vez podemos estar nos defrontando com o infinito, que não pode ser medido.

Segundo Einstein e a ciência moderna, o andamento do tempo depende da velocidade. Quanto maior a velocidade, mais lentamente o tempo passa. Vamos exemplificar para facilitar a compreensão. Se tomarmos irmãos gêmeos, portanto, com a mesma idade, deixarmos um na Terra e colocarmos o outro em uma espaçonave que fará uma viagem de 6 meses a cerca de 95% da velocidade da luz (algo próximo a 283.000 Km/s), quando essa espaçonave voltar, o gêmeo que ficou na Terra estará alguns anos mais velho do que aquele que viajou na espaçonave. Mas qual tempo que vale aqui, 6 meses ou alguns anos? A resposta é surpreendente: os dois tempos valem. Para a pessoa que viajou na espaçonave terá passado apenas 6 meses, mas para a que ficou na Terra, terá passado alguns anos. Mais surpreendente ainda é que isso não é teoria, isso é uma verdade da ciência materialista, foi experimentado e comprovado na década de 1970. Não que alguma espaçonave tenha chegado a uma velocidade próxima da luz, pois ainda não temos tecnologia para isso, mas aviões carregando relógios atômicos, que medem ínfimas frações de segundo, conseguiram detectar esse efeito fazendo vôos ao redor do planeta Terra.

Voltando ao nosso experimento, se aumentarmos a velocidade da espaçonave acima, aumentará a diferença de idade entre os gêmeos. Contudo, na percepção individual de cada gêmeo, o tempo continua correndo da mesma forma, ou seja, o gêmeo da espaçonave não se sente vivendo como se estivesse em “câmera lenta”, nem o gêmeo da terra se sente se movendo mais rapidinho, para eles tudo está normal. Se a espaçonave viajar a 99,99% da velocidade da luz, o tempo dela praticamente pára e, na percepção do viajante espacial, o tempo continua exatamente igual. Entretanto, durante o tempo dessa viagem, a vida no planeta terra terá se extinguido, pois haveria passado muitas centenas de milhares de anos. Na teoria, se a espaçonave pudesse viajar mais rápido que a luz, o tempo dela retrocederia, de modo que do ponto de vista do gêmeo da Terra, a espaçonave chegaria do outro lado da galáxia antes de ter saído da Terra, ou até mesmo, dependendo da velocidade, antes da Terra ter se criado. Segundo Einstein, quanto mais próximo da velocidade da luz, acima ou abaixo, mais as aberrações temporais ficam pronunciadas. Entretanto, estando exatamente na velocidade da luz, o tempo da espaçonave pára completamente, sendo a velocidade da luz é uma barreira teórica.

De qualquer maneira, na minha interpretação (que pode estar equivocada), esse comportamento do tempo frente à velocidade da luz sugere que o tempo é algo que está em movimento com a velocidade igual a da luz. Se usarmos o exemplo do carro do artigo anterior, é como se o carro do tempo e o carro do gêmeo cosmonauta estivessem andando exatamente na mesma velocidade e lado a lado, ou seja, um está parado em relação ao outro. Sem considerar que, se a matéria puder ser considerada como luz condensada, se chegar à velocidade da luz, ela muito possivelmente deixará o estado de condensação, retornando a condição de luz, ou seja, se desmancha, muito embora, por conta do fenômeno da massa, há algumas outras considerações aqui para se afirmar que a matéria possa ser considerada luz condensada.

Como disse acima, ainda não temos tecnologia para comprovar se esses fenômenos temporais realmente ocorrem, pois para isso teríamos que conseguir viajar em altíssima velocidade. É fato que a imensa maioria de experiências que visavam comprovar as teses propostas por Einstein encontraram poucas ou nenhuma discrepância entre a teoria e a prática, mas, logicamente, essas experiências estão restritas aos ambientes que temos capacidade de criar para os testes. Isso quer dizer que Einstein ainda está certo em suas idéias. De qualquer forma, não podemos saber se há algum efeito desconhecido que ocorreria em alguma situação especial. Por exemplo, o pessoal da ufologia diz que há relatos de contatos de terceiro grau, onde o suposto ET explica um fenômeno que ocorre próximo a 200.000 Km/s. Segundo ele, nesta velocidade há alguma coisa como uma transposição dimensional, onde a nave migraria para um universo paralelo completamente diverso do nosso. Lá, haveria outra civilização vivendo nas mesmas coordenadas, mas em um mundo completamente diferente e sem nenhuma outra possibilidade de contato além desse efeito da transposição dimensional. Bem... Se Einstein que é do nosso tempo é difícil de compreender, não tem nem como supor se e como essa tal transposição ocorreria. Não quero dizer com isso que desacredito dessa versão ufológica, apenas que não tenho dados para acreditar ou deixar de acreditar, portanto, sem julgamentos, apenas existe uma informação de uma linha de pensamento menos convencional e que merece ser considerada.

O mais interessante de tudo isso é que nossa alma não está sujeita a esses fenômenos temporais, pois ela participa de um plano infinito que contém todos os tempos e todos os supostos universos paralelos. Isso pode não se refletir em nossa consciência objetiva, mas está lá, no âmago de nosso ser, no que seria a chamada essência divida, ou eu interior. Perdemos tanto tempo tentando superar os limites desse plano dimensional, que esquecemos de tentar cultivar essa infinita compreensão e nos enterramos cada vez mais nesse plano limitado, confinados no tempo e no espaço. Um paradoxo. Na busca pela liberdade, estamos nos encarcerando. Se buscarmos superar os bloqueios internos que nos impedem de chegar ao eu interior, aí sim, estaremos encontrando a verdadeira liberdade. Um segundo aí equivale a toda eternidade, liberto do tempo e do espaço.

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