"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


quinta-feira, fevereiro 28, 2002

Eficiência Interesseira

Nosso congresso está trabalhando! Talvez até como nunca trabalhou antes. Eles conseguiram redigir um texto de emenda constitucional em um dia e estão submetendo à votação extraordinária hoje. Que eficiência! Isso é a prova de que quando eles querem, eles fazem.

Infelizmente, não dá para ficar tão feliz assim, pois eles estão tendo essa eficiência toda em benefício próprio. Estão votando uma emenda para tentar derrubar a decisão do TSE de obrigar os partidos a terem apenas coligações nacionais. O que isso representa? Eles estão combatendo uma decisão casuística com outra pior, além de remendar (ou emporcalhar) a constituição com textos feitos de última hora, que podem conter erros e implicações mal analisadas. Se bem que para eles isso pouco importa, afinal nossa pobre constituição já foi rasgada, explorada, estuprada, remendada e desrespeitada de todas as formas naquela vergonhosa casa de parlamentares. Mais do que isso, desrespeitam o povo brasileiro, que tem que assistir a esses episódios deprimentes, enquanto procura se proteger dos seqüestros e assassinatos sem explicação.

Falando nisso, você ouviu mais alguma coisa sobre o “Plano de Combate à Violência”? A eficiência só interessa se garantir o pleito, afinal, discutir sobre regras eleitorais é mais importante do que salvar vidas.

Que Deus nos ajude!

quarta-feira, fevereiro 27, 2002

Olha a Mutreta Aí, Gente!

Nossos líderes continuam hábeis em mudar as regras no meio do jogo. A última foi do TSE, que está obrigando os partidos a terem apenas coligações nacionais, ou seja, não será possível que eles se aliem de uma determinada forma para a eleição presidencial e de outra para as eleições estaduais.

O Estado de São Paulo publicou matéria onde diz que a “decisão do TSE pode beneficiar Serra e prejudicar Roseana”. Aqui mesmo, nós já tínhamos “cantado essa bola” dizendo que os donos do poder vão criar muitos empecilhos para que Roseana chegasse lá, o que, pessoalmente, não sei se é tão ruim não, tendo em vista a estrutura de forças que ela representa. Note que além da Roseana, eles deram um jeito no Itamar também, que estava costurando uma coligação com o PT.

De qualquer forma, é vergonhosa a armação do governo para “temperar” o candidato sem sal deles, sem considerar o custo disso, pois muitas pessoas devem estar trabalhando duro para conseguir promovê-lo em detrimento de outros projetos mais prementes e importantes para a sociedade brasileira.

É como dizem, em ano de eleição tudo pára nesse país.

Caros Leitores

Gostaria de me desculpar por estar editando poucas matérias nessa coluna nos últimos tempos. Estou tendo algumas dificuldades para manter a regularidade, além de estar planejando uma reformulação no teor das notícias. Nesse ínterim, por favor, continue divulgando esse blog para seus colegas.

Um abraço.

terça-feira, fevereiro 12, 2002

Onde Erramos?

Recentemente, estive conversando com um grupo de chineses com profundo conhecimento filosófico acerca da situação de nosso planeta e do nosso processo evolutivo. Segundo a visão deles, houve um desvio nesse processo que causou uma degradação moral muito grande no ser humano. Houve um grande desenvolvimento da tecnologia, mas a parte moral e filosófica não acompanhou paralelamente esse caminho.

Analisando um pouco a história, podemos perceber que essa degradação se acentua no momento em que a ciência passa a olhar apenas para o plano material, esquecendo-se do espiritual. Mais do que isso, deu-se um crédito fora do normal à ciência materialista em detrimento das filosofias e estudos ocultistas ou, para usar um termo menos polêmico, estudos metafísicos. Mesmo a parapsicologia foi tida como uma matéria menos nobre e muito questionável.

Para mim é exatamente aí que está o erro. A nossa ciência ignorou milênios de história da humanidade e postulou um axioma básico de que o homem é formado por corpo, pois corpos podem ser medidos, observados e explicados (pelo menos em parte, visto que até hoje não existe explicação para o fenômeno da vida). Eliphas Levi, ainda no século 18, já dizia que ciência sem filosofia pura e fé (religiosa) era um grande desequilíbrio. Na visão dele, essa trindade formava um triângulo equilátero com a ponta voltada para cima, cujos vértices da base continham de um lado a ciência e do outro a fé, e no vértice superior havia a filosofia, representando que a ciência e a religião nunca poderiam andar separadas, mas deveriam ser integradas pela filosofia. Além disso, ciência e fé eram a base e o objeto de estudo para a filosofia. Muito sábia essa afirmação de Eliphas que era corroborada por muitos outros estudiosos da época.

Na realidade, a ciência foi muito covarde e presunçosa quando assumiu que o homem não tinha alma. Fez isso apenas por não poder explicá-la. Teria sido um desafio maravilhoso e muito mais enriquecedor ter tido a coragem de adotar como axioma básico que “o homem é formado por corpo e alma”, pois a alma teria que ser estudada tanto quanto o corpo. Nossa sociedade e tecnologia seriam completamente diferentes hoje se conhecêssemos nossa alma e tivéssemos desenvolvido uma ciência que a contemplasse com todos os seus atributos. Muitos dos polêmicos dogmas da religião poderiam ter sido esclarecidos, como reencarnação, Carma, vida após a morte, etc., o que poderia ter dirimido, ou pelo menos reduzido, algumas diferenças religiosas. Certamente, nossa sociedade teria uma outra consciência e poderíamos ter melhorado muito nossa condição em termos de qualidade de vida e justiça social. Posso apostar que teríamos evitado as guerras mundiais e o uso da bomba atômica.

Mas não foi assim e o que vemos é uma total inversão de valores, onde o culto à violência, ao dinheiro, ao preconceito moral e religioso, etc. é a tônica da nossa sociedade pobre de espírito, que pinta seu futuro com tintas escuras e tristes.

Nunca é tarde para se arrepender, caros cientistas. Talvez ainda haja tempo de mudar isso tudo e construir uma sociedade de Luz.

sexta-feira, fevereiro 08, 2002

Cuidado com o Vício do Trabalho

Em um artigo recente na Veja, Stephen Kanitz divulgou sua opinião quanto a férias e folgas em finais de semana. Dentre outros absurdos, ele diz que não faz sentido pagar para uma pessoa ficar em casa descansando, ou seja, ele acha que férias deveriam ser uma opção pessoal de cada um e que ninguém deveria receber por isso. Pessoalmente, acho que o intuito dele deve ter sido aparecer na mídia com uma opinião polêmica, ou então não soube se explicar.

De qualquer forma, esse tipo de opinião é bem característico do tipo de vida que estamos vivendo. As pessoas são induzidas a pensar como empresários, dedicando sua vida ao trabalho árduo de gerar dinheiro para alguém, esquecendo-se do bem estar geral de outrem. Em geral, essas pessoas esquecem-se da própria família também, gerando filhos deixados à sorte das drogas e outros vícios. Pior, tem gente que acha isso certo.

Trabalho também pode ser um vício e a maioria das empresas hoje patrocina esse tipo de disfunção social. Muitas tentam impingir aqui a cultura viciosa de outros lugares, onde as pessoas vivem para o trabalho e não trabalham para viver. Para os donos do poder, realmente férias e folgas são perigosas, pois o funcionário pode ter tempo para pensar e ver o quanto está sendo explorado, portanto, é melhor tratá-lo como um traficante trata seus viciados, ou seja, não perdê-lo de vista e alimentá-lo diuturnamente com um pouco da substância maléfica.

Não estou fazendo apologia ao não trabalho, mas apenas colocando as coisas nos devidos lugares. Se houvesse uma distribuição justa de renda e dos benefícios criados por nossa tecnologia, ninguém precisaria trabalhar tanto quanto alguns poucos trabalham, não haveria tanto desemprego e muitos outros benefícios poderiam ser criados, afinal as pessoas teriam tempo para o melhor do ser humano, que é pensar e criar. Muitas das grandes criações do passado nasceram de um pensamento criativo e diletante. Criar é uma arte, qualquer que seja a seu objeto. Arte não se cria sob pressão, mas sob divagações.

O rendimento da maioria dos sistemas criados pelo homem está abaixo dos 50%. Querer que o ser humano trabalhe tanto quanto uma máquina é desperdiçar o que essa máquina faz de melhor.