"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


quarta-feira, janeiro 12, 2022

Lembranças Reencarnatórias

Justamente por ser bastante falado e aceito hoje em dia, o tema reencarnação está bastante estereotipado e, por conta disso, compreendido de forma bem marginal. Os estereótipos aplicados a ele nem são tão ruins assim, pois esse tipo de divulgação foi necessário para que as pessoas tratassem o tema de forma natural. De fato, é bem sabido que os Mestres vão nos trazendo informações aos poucos, sempre compatíveis com nossa capacidade de entendimento, porém, é necessário que esse entendimento evolua conforme nossa consciência vá progredindo. Outro ponto digno de nota é que há muita vinculação do carma com reencarnação, fazendo com que se tenha aquela visão de que, se você fez algo a alguém, é esperado que você sofra o mesmo para entender o mal que causou. Entretanto, não é bem assim que acontece, é um pouco mais complexo e menos cartesiano, até porque, o universo não é cartesiano, cartesiana é a nossa compreensão do universo e não sua essência. Nesse sentido, há muito mais detalhes a se considerar. 

Porém, não estou aqui hoje para falar de carma, mas sim para trazer um pouco de informação, compartilhando minha limitada experiência acerca de um fenômeno que ocorre ainda sutilmente nesse plano, normalmente, por algum tipo de mérito ou oportunidade de entendimento de determinadas situações. Falarei da memória de vidas passadas. Estamos bem acostumados a esquecer nossas vidas anteriores e isso tem um motivo que, por sua reflexão, talvez fique um pouco mais claro ao final desse texto. Nesse sentido, pousamos aqui nesse planeta e vivenciamos experiências diversas que não temos muita noção para que são, pois não temos referências objetivas para entender suas causas. O que não temos entendimento é que temos sim referências subjetivas, mas não as damos atenção. Primeiramente temos que entender que, nesse plano, damos muita ênfase à racionalidade, pelo menos, nessa fase do nosso processo evolutivo. Com a racionalidade, vem regras e definições. Veja que definir é determinar um fim e, se há um fim, não é infinito, portanto, é limitado. Forma, definição e racionalidade é uma parte da existência cósmica bastante explorada em planos inferiores da consciência, mas não é a causa efetiva das coisas e condições, e sim, seu efeito nesse plano deste universo. Se quisermos encontrar alguma causa e alguma razão de todo esse processo, temos que abandonar um pouco essa parte limitada e seguir para a parte subjetiva e, posteriormente, a parte ilimitada de nosso ser. Aí podemos achar os gatilhos para as memórias de outras vidas, pois elas não estão na parte racional ou na persona (derivando um pouco de Jung, chamo de persona aquilo que acreditamos que somos nesse plano material, nossa identidade e personalidade nesta encarnação). 

Esse ponto é crucial para o entendimento do processo reencarnatório. Veja que a persona morre com o corpo, ou seja, sua personalidade atual, sua forma, seus gostos e tudo mais que está no domínio do plano material do seu ser. O que prevalece é a essência e o caráter, bem como aspectos subjetivos e/ou alinhados com a cosmoética, desenvolvidos durante as vidas materiais. Logicamente, a sensação do Eu, da individualidade também segue (também chamado de personalidade-alma por Spencer Lewis, ou Ego por Annie Besant, ou Verdadeiro Eu no Tao - note que o Ego de Besant é bem diferente do ego de Freud). Tudo o que estiver relacionado com a persona é perecível e está associado com sua experiência reencarnatória atual. Por exemplo, se você precisa experienciar a extroversão e aprender com ela, então, você virá em uma persona extrovertida. Se você precisa experienciar processos de liderança popular, virá em uma persona com essas características. Como as necessidades mudam através das vidas, as características intrínsecas da persona não tendem a atravessar de uma encarnação para uma outra que venha em seguida, senão suas experiências sempre seguiriam por uma mesma vertente de persona, transformando-se muito lentamente. Elas até são conservadas para o caso de você precisar voltar com uma determinada característica em uma outra vida, mas se não houver essa necessidade, elas ficam latentes. Então, fique claro que para cada vida haverá uma personalidade adequada para as experiências necessárias daquela vida, então, seus gostos, preferências, tendências e interesses podem variar bastante de vida para vida, podem até opor-se. Mesmo alguns detalhes do seu caráter podem expressar-se ou não pelas encarnações. Você deve conhecer o ditado: se quiser conhecer o caráter de uma pessoa, dê poder a ela. Um ser pode ser muito bondoso e altruísta em uma vida por não ter sido exposto ao poder, porém, se essa qualidade não estiver bem desenvolvida, na primeira encarnação em que ele for exposto ao poder, pode haver a manifestação de algo grotesco e, nesse caso, aquela encarnação foi colocada para que o ser possa experienciar e depurar aquela qualidade de lidar com o poder. 

As lembranças reencarnatórias não estão na racionalidade e dificilmente podem ser acessadas através desse recurso. Elas estão nos sentimentos, que são o primeiro passo para ascensão da consciência. Mas é importante entender que sentimentos e emoções são coisas diferentes. Para ser simplista e subjetivo, sentimento ocorre no coração e emoção no estômago (essa é para refletir...). Então, ao contrário do que muitos gostariam, não vai ser pelo conhecimento ou pelo racionalismo que seu ser vai elevar-se, vai ser pela lapidação e depuração das suas intenções e sentimentos, qualidades mais ligadas à sabedoria, uma questão muito mais abstrata. Logicamente, o conhecimento é um veículo e uma ferramenta que deve ser utilizada, mas não é o caminho. É a tal da mansidão de coração indicada por um dos Mestres. Só se pode acessar a parte mais profunda do ser pela experimentação dos sentimentos e qualidades sutis não racionais que emergem dos planos superiores da consciência. Essa é a explicação do motivo de se encontrar alguém pela primeira vez e haver o despertar de sentimentos de afinidade ou aversão. Quando há afinidade, atração ou harmonia nesse encontro, certamente as experiências anteriores geraram aproximação dessas almas. Já se o sentimento é contrário, certamente, os encontros anteriores geraram conflitos. Outro ponto importante nesses tempos atuais, onde estamos em processo de ascensão planetária, é que dificilmente o ser vai encontrar pessoas ou situações que sejam novas para ele, o mais comum é estarmos revivendo experiências cármicas com o fim de harmonizá-las e superá-las, um último esforço para atravessarmos o portal da transição planetária. Nesse sentido, não espere encontrar almas novas, você vai estar reencontrando pessoas que já conheceu, quanto mais próximo em termos de sentimento, maior a possibilidade de serem almas íntimas. O mesmo vale para as organizações as quais você participa, ou locais que visita. 

Para acessar essas experiências, você precisa abstrair e sentir. Nem tudo será liberado, pois no estágio atual do nosso desenvolvimento, ainda há muitos pudores que nos causarão desconforto. De fato, seria confuso, pois para as pessoas mais próximas em seus sentimentos, várias já podem ter sido as experiências de relacionamento. Por exemplo, dois seres podem ter interagido como irmãos, pais, cônjuges, amantes, amigos, avós, primos, idades próximas, idades distantes, já podem ter vindo em corpos masculinos e femininos. Imagine se você se lembrar de uma encarnação onde seu irmão já foi seu cônjuge, ou mãe, ou pai, ou mesmo do gênero oposto à sua atual orientação. Dependendo da condição de seus preconceitos, isso será muito perturbador, em especial se você se lembrar de situações de intimidade. E, em se falando de lembranças, há um ponto muito característico e difícil quando nos lembramos de algo relativo a reencarnações: por se tratar de sentimentos e vivências, é muito difícil descompatibilizar as sensações das vidas passadas em relação à vida atual no que tange a uma determinada pessoa, ou seja, como é muito profundo e envolve sentimentos, leva um certo tempo até você desenvolver o entendimento de que você está diante de uma alma conhecida e que a persona que você se lembrou já está morta e enterrada, então, existe uma forte confusão de sentimentos durante algum tempo. Veja que, primeiramente, a lembrança vem em sentimentos, depois, se você conseguir acessar o registro akáshico, talvez você consiga se lembrar de momentos marcantes daquelas encarnações e, até mesmo, situá-las no tempo. De qualquer forma, salvo aos seres mais elevados, essas lembranças serão fragmentadas e bastante alinhadas às experiências atuais, ou seja, situações semelhantes vão disparar a memória reencarntória, assim como acontece com a memória cerebral. Certamente, há um certo desejo de compartilhar essas lembranças com a pessoa que você reconheceu, porém, o mais provável é que ela não tenha tido a mesma oportunidade de se lembrar, então, seu relato será absolutamente pouco crível e muito fácil de ser interpretado de forma inadequada. Saiba que, salvo em raros casos, será uma experiência solitária e que terá algum motivo no seu processo consciencial, mas é algo pessoal, somente seu. 

Muitas pessoas confundem essas memórias com o conceito romântico de almas gêmeas. De fato, poucos sabem qual é realmente o sentido de almas gêmeas encarnarem nesse planeta e, com a mais absoluta certeza, e mesmo correndo o risco de desiludir os românticos, pouquíssimas foram as almas gêmeas que se reencarnaram por aqui. Alma gêmea não vem para ter uma experiência romântica, isso seria um tremendo desperdício de experiência, além de um risco enorme. Elas vêm para uma missão muito importante, disruptiva e impactante, mas não vou explicar muito mais que isso aqui, pois o conceito de alma gêmea necessita de um artigo a parte. Normalmente, quando alguém tem a impressão de ter encontrado sua alma gêmea, de fato, encontrou um ser que se comprometeu a compartilhar sua intimidade durante essa encarnação, ou seja, são prometidos um para o outro. Quanto mais harmônico, mais mérito houve na construção dessa harmonia, muito embora, só se pode ter certeza dessa harmonia depois de algumas décadas, pois amantes de uma noite de verão terão que se provar durante sua experiência nesse plano, onde haverá esforços de desenvolvimento pessoal, desafios conscienciais, compatibilidades, incompatibilidades, tentações, decepções e desilusões, além de invernos e verões durante a jornada reencarnatória. Unir-se é muito bonito, para alguns é um ápice de felicidade, mas manter-se unido por décadas, no seu sentido profundo e romântico, isso é para poucos prometidos e, praticamente, para nenhuma alma gêmea que se encarne nesse planeta, pelo menos por hora. 

Para concluir, cabe uma pergunta: é bom lembrar-se de reencarnações? Eu diria que quem faz essa pergunta ainda é uma alma relativamente jovem (dentro do que ainda pode ser considerado jovem nesse planeta). Todas as capacidades supraconscienciais vão sendo concedidas na medida em que o ser vai alcançando patamares vibracionais e conscienciais que o permita vivenciar essas experiências. Isso vale também para as diversas capacidades parapsíquicas, como clarividência, telepatia, leitura de pensamentos, premonição, etc. Tudo isso é ensinado em algumas escolas de mistérios, mas nem todos os estudantes conseguem realizar, depende da dedicação e da maturidade consciencial. Muitas dessas técnicas só são ensinadas em graus adiantados, pois há a necessidade de preparo e formação cosmoética que, aliás, é muito mais importante do que qualquer capacidade em si. Como toda experiência incomum, tem seu lado atraente e seu lado perturbador. A partir do momento em que seus sentimentos são inundados com situações que conflitam com seus pudores e crenças, você vai ter que lidar com eles e isso não é necessariamente uma tarefa fácil ou agradável, até pode ser, mas fundamentalmente, é uma situação de aprendizado e conhecimento de si mesmo. Porém, indubitavelmente nos ajuda a entender o motivo de algumas experiências e nos dá recursos para superá-las, fazendo com que tenhamos a certeza de que a encarnação é apenas uma viagem de estudo, uma passagem temporária que apenas pode nos deixar lembranças e vivências, além da esperança de desenvolvermos a capacidade de estarmos em harmonia com tudo e com todos. Aproveite sua viagem e seu estudo! 

Paz e luz para todos.


terça-feira, abril 27, 2021

Carta para o Apocalipse

Não sou um grande estudioso da bíblia, pelo menos não na profundidade dos teólogos. Porém, como está indicado no meu mini currículo ao lado, estudo há décadas temas relativos a isso. Certamente, isso não me faz nenhuma autoridade nesses temas, mas talvez me qualifique para alguns pensamentos sobre eles. E para que esses pensamentos servem? Sei lá, como se diz nas redes sociais, se o objetivo da vida for não entender nada sobre ela, então, estou fazendo um bom trabalho.

Muito se fala sobre o apocalipse e que estaríamos vivendo esse processo exatamente agora. Outros dizem que o apocalipse já aconteceu em meados do século 20. Pessoalmente, acredito na primeira hipótese, pois alguns elementos bem característicos do apocalipse ainda não ocorreram, como o tal do arrebatamento, partindo do pressuposto de que este último será um evento com manifestação no plano físico, que é o que parece sugerir o texto bíblico. Some-se a isso o famoso programa brasileiro Pinga Fogo que entrevistou Chico Xavier na década de 1970. Nele, Chico afirmava que haveria um período de 50 anos, a contar de 1969, onde a humanidade seria testada. Se passássemos no teste, o planeta poderia seguir para o patamar de regeneração, conforme um conceito espírita que identifica classes de planetas em evolução. De fato, esse período de 50 anos se encerrou em 2019 e nós já sabemos o que ocorreu a partir de 2020. Seguindo a tese de Chico, nós passamos no teste, então, estaríamos aptos para adentrar na fase de regeneração. Isso deveria ser bom, não? Certamente é positivo, mas nem por isso fácil e nem tranquilo.

O fato é que eu não conheço nenhuma profecia que diga que a passagem para a era de ouro, período de regeneração ou vinda do reino de Deus para a Terra se dará de forma tranquila, todas elas apontam períodos difíceis e, depois deles, o planeta transitaria para um período pacífico e de elevação espiritual. E olha que tem um monte delas, em várias linhas de pensamento, então, se você se acha um eleito, se prepare, pois os eleitos são os trabalhadores da luz que devem atuar nesse momento para levar o planeta até esse novo período, o que claramente não se mostra ser um trabalho nem fácil e nem agradável. Disso podemos concluir que, se você não está atuando para isso, muito provavelmente você não é um trabalhador da luz, portanto, não é um eleito e está aqui para, com sorte, talvez ser salvo. Se você quer ser salvo, espera-se que você empregue algum esforço que, olhando no apocalipse, não parece ser um esforço pequeno, pois a salvação só virá depois de uma boa dose de sofrimento. Os primeiros arrebatados serão aqueles que já estão convertidos, já entregaram sua alma para Deus e estão a serviço Dele. E o que isso significa? Ninguém sabe, pois as religiões usaram essa passagem a seu favor ao longo dos séculos, então, o real significado disso ficou perdido em meio aos dogmas. Eu tenho minha opinião sobre isso, que colocarei mais adiante. Como é só uma suspeita, é mais provável que eu não seja um eleito, então, julgue você por si só.

Paralelamente às profecias, existem atores muito específicos que devemos estar atentos, os satanistas e os membros da ordem dos illuminati (ou falsos illuminati, como tratado no artigo Illuminati, o Título Usurpado – passarei a chamar esses atores de satillum para facilitar). Apesar de não se tratarem exatamente do mesmo grupo, trabalham bastante juntos e misturados. Muitas das profecias foram estudadas detalhadamente por eles e muitos satillums estão em altas posições de poder no mundo, coordenando os esforços para implementação da chamada nova ordem mundial. Isso não é novidade alguma, muitas pessoas respeitáveis já disseram isso, é que a maioria prefere não acreditar e não quer escutar. O mais engraçado é o paradoxo temporal que isso cria, pois se as profecias foram estórias mitológicas criadas por alguém há milênios, muitas delas se tornaram história justamente por haver seguidores delas, então, a profecia se cumpriu por haver pessoas cuidando do seu cumprimento ou porque quem as escreveu sabia que isso aconteceria? Pessoalmente, eu não acredito em acaso, conheço algumas pessoas que têm sim premonições, sem considerar que a parapsicologia é um estudo bem fundamentado sobre essa capacidade humana, então, independente se foi o ovo ou a galinha que nasceu primeiro, elas existem e são reais em vários aspectos.

Mas já que falei dos satillums, quem são eles? É fácil saber, são aqueles que buscam afastar as pessoas de Deus. Muitos vão atribuir essa característica aos ateus, mas isso é um preconceito. O ateísmo em si é só mais um tipo de crença, a crença no acaso e na negação de Deus. Ateísmo inclusive é uma crença bem pouco difundida entre as maiores mentes que já passaram pelo mundo, ou seja, entre filósofos, escritores, mestres das artes, das ciências e do conhecimento humano, os ateus são em menor número, bem menor, diga-se de passagem. Nada se pode provar tanto em relação à existência, quanto à inexistência de Deus, então, tudo nesse ponto do conhecimento é apenas crença. Um ateu verdadeiro apenas tem o viés de não acreditar em Deus, mas respeita (ou deveria respeitar) a opinião contrária, mesmo sem aceitá-la; nada errado nisso, é uma forma legítima de ver o mundo. Porém, os satillums acreditam na existência de algum tipo de demônio e pelo fato dessa entidade ser supostamente oposta a Deus, então, para eles, a crença em Deus deve ser combatida e, consequentemente, todos os movimentos que possam levar alguém a Deus e a seus emissários devem ser eliminados, por isso eles pensam ser necessário acabar com as religiões, filosofias, escolas de mistério, livre-arbítrio e etc., fazendo com que toda a sociedade se torne fanaticamente ateia e intolerante ao seu oposto. Veja que usei o termo “fanaticamente”, pois o verdadeiro ateu não obrigatoriamente é fanático, então, aquele que não respeita a visão de mundo alheia sofre de algum tipo de fobia social, ou seja, desenvolveu algum tipo de preconceito doentio. Outro ponto interessante é que os satillums não querem que você se torne um deles, mas sim, que você se submeta a eles, dado que sua doutrina está calcada no poder de uma entidade sobre a outra. Se alguém com esse tipo de crença estiver chafurdado no poder, dá para entender os movimentos de nova ordem mundial, de afronta às liberdades individuais, de combate às religiões, de controle social e etc. O pensamento humano é livre, então, para que se possa eliminar “desvios” que não interessam ao establishment, é necessário controle social, destruição do pensamento crítico e a ênfase na formação ideológica. Dessa forma, está claro onde eles estão e nem preciso desenhar, pois para um mal entendedor, mesmo o mais óbvio e claro desenho é insuficiente. Mas se alguém aqui ainda está em dúvidas, procure na doutrinação ideológica e em qualquer lugar onde procurem direcionar seu pensamento para ideias prontas e que não possam ser questionadas. Não quero dizer que todas as pessoas envolvidas na doutrinação ideológica serão satillums, mas certamente estarão a serviço deles, lembrando que o programa deles não é de evolução planetária, mas sim de poder.

E onde essa turma vai nos levar? Está no apocalipse, nas várias passagens lá. Muitos dos supostos teóricos da conspiração (que, para mim, são estudiosos e tem muito a nos ensinar) relatam as questões do controle social através de profiláticos (para evitar censura, usei um termo diferente para aquilo que você sabe o que é), há inclusive filmes falando disso (como Equilibrium, Doador de Memórias, Matrix e outros tantos). Há teorias sobre redução populacional, muito embora, de uma certa forma, isso tudo também está no apocalipse. O conceito de chips em profiláticos é algo muito falado, mas pouco entendido, pois associa-se chips a um conceito eletrônico, mas não é bem isso que está sendo desenvolvido. Chip é informação e informação pode ser colocada em proteínas. Antes dos supostos chips em profiláticos (que não serão como se conhece hoje, mas sim repositórios bioquímicos de informação que guardam uma certa similaridade ao conceito de DNA), virá a doutrinação e treinamento social. Isso que estamos vendo hoje está nos textos das diversas organizações ideológicas que buscam converter o mundo em um ambiente aceitável para as doutrinas da nova ordem mundial, ou seja, a doutrinação ideológica e fomento do medo, fazendo com que, pouco a pouco, as pessoas aceitem as reduções de liberdade e invasões bioquímicas em troca de uma ilusória segurança. Isso culminará em restrições severas na liberdade daqueles que não aceitem o controle social. Não sou eu quem diz isso, procure nas Think Tanks, nas organizações ideológicas e nos estudiosos desses temas, está tudo aí bem documentado para quem quiser ver. Aliás, isso já foi feito no passado em todas as diversas tiranias que tivemos no mundo, apenas que, naquelas épocas, a tecnologia não dava todo o poder que dá hoje para o establishment. O profilático que vai estabelecer a chamada “marca da besta” provavelmente conterá luciferase (nome sugestivo, não?) que, em conjunto com um tipo de “tatuagem” incolor, vai fazer com que se possa identificar uma pessoa por leitura bioquímica, a nova modalidade do que está sendo chamado de chip. Aliás, o chip em si nem deve ser utilizado para algum controle mental específico, pois acredito não termos tecnologia para isso ainda, talvez possa vir a ter algum componente entorpecente no profilático que possa dopar um pouco as pessoas ou interferir na cognição, entretanto, tudo que estiver a sua volta poderá ler sua identidade, portanto, você sempre será encontrado onde quer que esteja. As câmeras que hoje são bastante onipresentes farão o resto, geridas por processamento big data e inteligência artificial. Tudo conceitualmente bem conhecido e muito bem explicado em diversos filmes de ficção, sendo que boa parte daquelas tecnologias fictícias já existem para dar conta do trabalho. Isso já está sendo produzido e, segundo alguns ex-satanistas (se é que isso existe, dado que não se pode remover uma iniciação ministrada a alguém), está programado para iniciar no final de 2023 ou, podemos dizer, depois de 2023, quando um profilático “panacéico” está planejado para ser lançado. Será um profilático que funciona para diversos patógenos que, muitos já sugerem, não são naturais. De qualquer forma, não estou sendo aqui antiprofilático, estou apenas resumindo temas considerados teorias da conspiração que você mesmo pode pesquisar. Pelo que se diz, os profiláticos que temos hoje têm o objetivo de forçar as pessoas a aceitarem sua inoculação para que, quando o produto com luciferase estiver disponível, poucos se recusem a recebe-lo. Mas sei lá, não tenho como saber o que tem nesses produtos, especialmente os que estão testando novas tecnologias. De qualquer forma, a afronta a liberdade está muito clara, basta olhar as diversas incursões das estruturas de poder na criação de leis que ferem todas as conquistas no campo da liberdade e estabelecem instrumentos autoritários para submeter a população, de forma que sejamos obrigados a aceitar isso tudo. Está aí, está acontecendo, e não pensem que o objetivo disso seja algum outro a não ser o controle social, como acontece em ditaduras pelo mundo, bem estabelecidas e conhecidas.

Se você se assustou até aqui, talvez você queira saber o que pode ser feito para que isso seja evitado. Veja que, na prática, a pergunta que você está fazendo é como fazer para evitar o apocalipse. Pessoalmente, não acredito que o apocalipse possa ser evitado. Explicando, pois o que disse parece uma afirmação religiosa, porém, filosófica e misticamente, não faz sentido evitar o apocalipse. O próprio relato de Chico Xavier identifica que haverá tribulações, então, esqueça que qualquer um possa evitar isso. Para se evitar o apocalipse, a consciência da humanidade precisaria estar diferente, já com a moral e as características de comportamento de um planeta de regeneração. Gostaria de estar errado, mas acho que não chegamos nesse patamar ainda, os meios de expressão social parecem mostrar isso. Desta forma, esteja preparado para ver a derrocada das religiões, das escolas de mistérios e filosofias que buscavam elevar a moral e fortalecer as virtudes do ser humano. O que elas podiam fazer, elas já fizeram e quem aproveitou seus ensinamentos, já teve sua oportunidade. O momento agora é de decisão, da decisão individual de cada um em se render ou em confiar. E não pense que vai ser rápido, vai levar ainda vários anos, talvez algumas décadas. Alguns períodos serão ilusoriamente mais fáceis e outros mais difíceis, mas, em algum momento haverá o tal do arrebatamento, que não sabemos bem o que é e nem se vai ocorrer de forma milagrosa no plano material. Como tudo na bíblia, foi escrito há muito tempo e com palavras cujo significado já ficou perdido no passado. Ainda teremos uma sociedade onde as pessoas terão a identidade lida em seus punhos, pela marca da besta, e aqueles que não aceitarem isso não terão as migalhas de liberdades que serão concedidas pelos tiranos. Ainda haverá um governo global que será ocupado pelo anticristo. O texto bíblico indica que virá um salvador, o que está dentro da lógica místico filosófica, pois para toda antítese, sempre haverá uma tese, portanto, o embate dos extremos é condição básica para que se encontre o caminho do meio. Isso é instrução milenar e qualquer místico estuda isso logo no início da jornada: o desafio da dualidade.

Uma vez que o apocalipse não pode ser evitado, a instrução milenar de várias linhas de pensamento está na sua confiança nos desígnios divinos. Confiança, de uma certa forma, é contrária ao medo ou, pelo menos, dá coragem para enfrentar os medos. O que você pode fazer é fortalecer sua confiança em Deus e, para isso, você vai precisar ser teísta (desculpem-me os ateístas). Qual Deus estou falando? O Deus do seu coração, ou seja, o Deus que você acredite que exista, qualquer que seja ele, em qualquer crença e, mesmo para os ateístas, na própria natureza, dado que muitos ateístas acreditam no poder da natureza. Confiar em Deus não é algo que você possa fazer sem algum esforço, portanto, não é só quando você tiver desligado sua TV. É algo que você precisa fazer todas as vezes que você se sentir desalentado por tudo aquilo que você está vendo. É por exercícios diários de ligação com ele, através de meditações ou orações. É se colocar a Sua disposição para fazer o que for necessário e pedir para que Ele lhe dê forças. Sua confiança será testada em meio às tribulações, então, prepare-se. Lembre-se sempre, confiança é a sua chave e a sua força.

Esta era a carta que escrevo no princípio do apocalipse e que queria deixar para quem tiver a oportunidade e a paciência de ler. Não sei por quanto tempo estas linhas estarão por aqui, pois tudo tenderá a ser controlado daqui por diante, sendo que esse texto já é considerado subversivo para muitas das grandes ditaduras existentes hoje, então, ele e quem o escreveu poderá ser perseguido em algum momento. Talvez eu seja considerado insano por quem estiver lendo, ou muito distante da realidade. Está tudo certo para mim, sem problemas, fique tranquilo para pensar o que quiser. O que importa é que, durante os tempos que se seguirão, que este texto seja lembrado por quem leu e que possa dar um norte para a superação dos desafios que estão pela frente. E se eu estiver fora da realidade, melhor, não deixa de ser uma esperança para que tudo melhore e caminhe para o bom senso; honestamente, espero estar completamente fora da realidade. É aquela máxima do esperar o melhor e se preparar para o pior.

Que a confiança na Luz inunde seu coração!


sexta-feira, abril 03, 2020

O Novo Normal

Fazia um tempo que eu não escrevia aqui para o Blog. Talvez porque esse tipo de mídia perdeu seu glamour e o novo normal são os Vlogs, então, eu deveria tentar me atualizar. De qualquer forma, eu nunca tive muitos seguidores mesmo, então, no fundo, tanto faz. Meus textos são longos e, hoje em dia, isso é considerado chato, pois a preferência é por conteúdos mastigados e rasos, os fast reads. Será que isso vai continuar assim? Será que as pessoas terão mais tempo agora para ler um pouco mais, dado que estão infurnadas em casa por conta de uma epidemia? Mas tudo bem, vou escrever para os dois leitores que esse blog talvez tenha.

Essas linhas foram traçadas em abril de 2020, em plena vigência do isolamento social causado pelo novo coronavírus, quando, de uma hora para outra, em um daqueles momentos de ruptura que aparecem nos filmes, mas que raramente ocorrem em uma sociedade planetária, fomos obrigados a nos recolher em nossa insignificância e nos defrontar com o medo mais visceral que temos, o medo da morte. Aliás, eventos planetários dessa natureza até que foram relativamente comuns nos últimos 100 anos, mas antes disso, por mais que fossem eventos importantes e em larga escala, não tinham essa abrangência planetária como estamos vendo. Aliás, isso que estamos vendo agora seria novidade desde a suposta Atlântida, mas, mesmo assim, ainda não atingiu um ápice comparável ao daquele povo. O mais interessante é que tudo isso ocorreu em 3 meses e no ano seguinte da suposta Data Limite informada por Chico Xavier em um programa de televisão de 1971. Tem gente que vai dizer que é apenas coincidência.

Porém, mais do que tentar explicar o que está acontecendo, que ninguém sabe o que é realmente, meu objetivo é especular, filosofar e imaginar um cenário interessante que me ocorreu por esses dias. De fato, há uma dispersão entre as informações que recebemos de vários médicos e o que está sendo apresentado pelos governos e autoridades de saúde (nem falo do jornalismo, pois seria perda de tempo, dado que não existe mais jornalismo hoje; infelizmente, nessa área existe algumas pessoas querendo interferir no comportamento social através de manipulação de informações). De qualquer forma, uma informação que parece mais ou menos disseminada é que esse vírus não ataca efetivamente as pessoas, mas ataca diretamente os sistemas de saúde, dada a quantidade de enfermos que são produzidos em pouquíssimo tempo, gerando sobrecarga. Porém, impressiona a quantidade de mortos e a potência da enfermidade quando ela se manifesta em alguém. Há quem diga que não é tão inócua quanto algumas pessoas querem crer, uma vez que, quando há complicações, infelizmente, elas parecem pedir internação hospitalar, além de causar bastante mal estar, então, o negócio assusta.

Novamente, meu objetivo aqui é filosofar sobre o desenrolar do cenário. O que estou vendo por conta das minhas atividades é que as pessoas e instituições estão tendo que rever a forma como fazem as coisas. Muitas empresas estão descobrindo forçadamente os benefícios e dificuldades do teletrabalho (home office). O próprio planeta está reagindo magnificamente à toda essa desaceleração no que tange a sua natureza. A economia está tendo que se adaptar a uma queda acentuada e repentina da atividade e, principalmente, a questão de que cidades remotas estão menos sujeitas ao problema do que os grandes centros apresenta uma nova realidade que nunca teve a devida atenção antes. A criação rápida de recursos destinados a uma atividade específica (insumos de saúde, maquinários e hospitais de campanha) é também uma realidade que estava esquecida por quase um século. Mais do que uma novidade local, é uma novidade mundial e, de forma muito curiosa e nem tão esperada, está causando uma mudança de consciência e da organização social, algumas empresas já estão se movimentando para que, quando sairmos dessa situação, a forma de relacionamento profissional e de organização de locais de trabalho seja muito diferente do que é hoje, pois viram que há muitas vantagens econômicas no teletrabalho. Logicamente, não estão olhando as dificuldades de que muitos têm para trabalhar em casa, pois os filhos também estão lá e isso não representa nenhuma facilidade para quem está tentando trabalhar.

Ingenuamente, muitos estão partindo do pressuposto de que, em algum momento, a vida vai voltar ao “normal”, como se o que tínhamos antes fosse normal. O fato é que, depois de uma situação como essa, não vai haver voltar ao que era antes, pois a consciência planetária não será mais como era antes. Entretanto, não sei se estão imaginando cenários onde a epidemia não se resolva, então, vamos imaginar. Veja que todos esperam que a vacina resolverá o problema e, de acordo com os prognósticos, essa vacina deveria estar disponível em, pelo menos, um ano, muito embora, há notícias de países que estariam muito próximos dela. Partindo do pressuposto de que a vacina estará pronta apenas em 2021, temos um ano inteiro pela frente para tentar lidar com as consequências de uma imunização natural, através da disseminação supostamente controlada do vírus. Durante esse ano, muitos governos esvaziarão seus caixas para dar conta do enfrentamento ao vírus, muitos negócios considerados não essenciais vão falir e muita gente terá se movido para a margem do sistema econômico vigente. Aliás, isso já começa a acontecer com apenas um mês de crise. Na distorção da existência de um “normal”, ou seja, na situação antes considerada normal, muita coisa poderia existir, mas no novo normal, elas deixam de fazer sentido. Vamos pensar, por exemplo, em algumas empresas bastante disruptivas no antigo normal, como Uber e Airbnb. Veja que, em um mundo onde a mobilidade é líquida, esse tipo de negócio é muito necessário, mas quando a mobilidade é reduzida, como é que essas empresas vão ficar e, principalmente, como é que as pessoas que prestavam serviços através dessas empresas vão ficar? Onde moro vejo pessoas com dificuldades para ligar seus veículos, pois estão parados por muito tempo, gente com dois ou mais veículos na garagem. Qual a necessidade e função desses veículos parados hoje? Uma outra coisa até mais morbidamente curiosa, como será que estão vivendo os assaltantes hoje? Por incrível que pareça, tem gente que acha que isso é profissão. De qualquer forma, os “clientes” deles desapareceram das ruas. Isso só para citar alguns exemplos, há inúmeros outros, mas não vou me estender aqui, vou deixar isso para sua imaginação.

E se esse vírus começar a sofrer mutações tão rápidas quanto a sua capacidade de disseminação? Ou até, nem tão drástico, se ele sofrer mutações na mesma velocidade que o influenza? Isso significa que a vacina tem que mudar todos os anos e que, a partir de agora, sempre estaremos vivendo sob a sombra dessa sobrecarga no sistema de saúde. Nesse caso, a mobilidade e interação social vai ficar prejudicada por anos e anos e vamos ter que remodelar muitas coisas em termos de aglomerações de pessoas, serviços de abastecimento, lazer, higiene, uso de meios de comunicação, só para citar alguns setores. O que aconteceria com a economia nesse caso? Além disso, a expectativa de vida vai mudar drasticamente, especialmente para aqueles que têm comorbidades, ou seja, a perspectiva de uma empresa farmacêutica em escravizar as pessoas através de medicamentos que viciam teria que mudar para que a humanidade pudesse continuar tendo uma vida minimamente normal, afinal, eles precisariam criar medicamentos que curam e agir de forma preventiva, o que vai mudar seu negócio. Teríamos impacto também nos sistemas de previdência, dado que a expectativa de vida começaria a cair em vez de subir. Também haveria impactos no mercado de seguros de vida.

O fato é que, em um ano apenas, se a vacina resolver, teremos uma mudança significativa em toda consciência social mundial, pois o desastre econômico já é inevitável, mas se essa condição for o novo normal, ou seja, se, por alguma condição natural não prevista, o que estamos vivendo se estender por, por exemplo, cinco anos ou até uma década, o mundo terá que mudar drasticamente para que o modelo socioeconômico possa ser viável, de forma a garantir a existência equilibrada e pacífica desta frágil humanidade. De alguma forma, a desigualdade e a inserção dos indivíduos no sistema terá que sofrer uma enorme mudança, sem isso, haverá convulsão social e desordem civil, pois as pessoas precisarão comer e vão tentar retornar ao seu antigo normal, o que não será mais possível.

Estamos diante de um evento impressionante para a humanidade e ele está acontecendo enquanto todo o conhecimento produzido no mundo é capaz de dobrar a cada 12 horas, segundo alguns pesquisadores. A sociedade que teremos ao final desta década será absurdamente diferente do que temos hoje e não temos a menor ideia de como ela vai seguir. É um evento único e um privilégio estar vivo para ajudar nesta mudança. O que você pretende fazer frente a isso? Qual o seu papel neste mundo? Mais do que fazer a sua parte é hora de você refletir para buscar qual será realmente a sua parte nesse novo normal. Boa viagem para todos nós, vagando por esse espaço infinito nesse insignificante planetinha, junto a sua não menos insignificante humanidade!

terça-feira, março 22, 2016

Consciências Múltiplas Autônomas Integradas

Falar sobre consciência é sempre muito complexo, pois é um tema muito falado, mas pouco conhecido da humanidade, mesmo considerando os séculos de estudo já percorridos até aqui. O fato de haver vastos volumes de informação sobre o tema, não significa que estejamos próximos de alguma conclusão acerca de sua natureza essencial. De fato, o que vemos acontecer é que, a cada nova incursão da ciência, seja a área que for, novas nuances sobre a consciência vão sendo descortinadas. Várias áreas tratam da consciência, desde a filosofia até a física, passando pela medicina e teosofia. Eu diria que o conceito de consciência hoje se mistura com o do cósmico, de tão vastas as possibilidades que estamos alcançando. Como é difícil tentar entender porque eu me sinto eu mesmo e você se sente você mesmo, um verdadeiro assunto sem fim. Mais do que isso, trata-se de algo absolutamente impalpável, mas que interage e cria tudo o que se pode ver à nossa volta, que sob certos aspectos pode ser localizada e sob outros não pode e, mesmo quando pode, não pode ser medida. É o próprio paradoxo da criação. É por isso que comecei esse artigo de uma forma um tanto poética, mas, de fato, meu objetivo aqui é um pouco menos subjetivo, vou expor um conceito não muito explicado, mas muito implicitamente citado em estudos teosóficos ou parapsíquicos sempre que se fala sobre projeção astral, eu interior, personalidade alma, corpos psíquicos, estado alterado de consciência, etc., que é o fenômeno das Consciências Múltiplas Autônomas Integradas.

Alguns autores colocam a consciência como um atributo da mente, mas quando tentam explicar a mente, recorrem a uma mistura de consciência com cérebro e acabam dando voltas no mesmo lugar. Normalmente, são aqueles que querem dar um perfil epifenomenalístico para consciência, mas a física quântica já colocou faz tempo esse princípio em cheque, tendo como uma das suas principais teses o fato da consciência poder causar a materialização das partículas quânticas, ou seja, a consciência seria precursora da matéria e, de uma certa forma, a teria criado, ao invés da consciência ser resultado do funcionamento do cérebro. Eu prefiro a vertente mais filosófica, onde a consciência seria um atributo do Ser, pois é possível tratar do Ser sem haver mistura direta com a própria consciência. O Ser até seria o precursor da consciência e esta estaria certamente indelevelmente ligada ao Ser, mas quando se coloca a consciência como atributo, ela se torna um instrumento de atuação do Ser. Em outras palavras, um instrumento é um dispositivo utilizado por alguém para atuar em alguma coisa, claramente destacável do Ser como sendo algo que Ele se utiliza para algum fim.

A definição corrente da consciência, independente das discussões sobre sua etimologia, basicamente nos leva a entendê-la como uma condição de estar ciente de algo, independentemente de como essa ciência se produza, seja por estudo, seja por percepção, seja por experiência, seja por intuição. Já o termo ciente significa saber, conhecer, estar informado. Porém, a consciência como entendemos é mais do que isso, pois ela também tem a capacidade de atuar em alguma coisa, ou seja, com base no seu saber, ela toma decisões e, com isso, atua sobre algo. Note que há uma sutileza bastante interessante na interpretação humana sobre consciência, pois decidir e atuar são verbos, pressupõe movimento e também um encaminhamento entre eles, ou seja, a decisão ocorre antes da atuação, portanto, está implícita aí a existência do tempo. E o que é o tempo senão um imenso paradoxo de consciência? De fato, todos acham que sabem o que é o tempo, pois todos nós temos a vivência de estarmos indo do passado para o futuro, mas quem realmente vai do passado para o futuro senão a própria consciência? Já tentou definir o que seria verdadeiramente o presente? Procure no dicionário e você vai ver como as definições são divertidas e inconclusivas. Quem cria o tempo como conhecemos e experienciamos é a própria consciência, que dá ao presente toda a atenção possível, mas o presente é algo tão imensurável e indefinível que parece uma brincadeira que nos impingimos a nós mesmos. Afora esta interpretação humana, há teses místicas sobre a existência de um lugar onde a consciência pode ser absoluta e, nesse caso, independe do tempo, dado que no plano absoluto o tempo é integral, ou seja, colapsado, tudo estando no presente. Isso pode parecer muito difícil de se imaginar e certamente o é para nós que estamos aprisionados na percepção de apenas um presente mutável, que parece se deslocar do passado para o futuro, mas tente imaginar o tempo como uma dimensão do espaço, a largura, por exemplo. Quando você coloca o foco da sua percepção da largura da sala em que está nesse momento, você perceberá toda a largura de uma vez só, e não estará transitando por ela milímetro a milímetro para conseguir percebê-la por completo. Uma consciência que puder perceber o tempo integral da mesma forma que percebemos o espaço, certamente terá uma visão absoluta do tempo. Nós temos apenas uma visão unidimensional dele, segundo a segundo que, de uma certa forma, é um paralelo da percepção milímetro a milímetro de uma linha ou plano.

Veja que, nos exemplos acima, tangemos dois tipos de consciências, aquela que está aprisionada em uma dimensão do tempo e aquela que consegue experienciar o tempo absoluto. As teses místicas indicam que vários desses tipos atuam no nosso ser e o próprio conceito do Monismo Idealista da física quântica aponta para a existência de uma consciência única, que poderíamos associar à consciência absoluta. Se nos debruçarmos em Freud, vamos ver que os conceitos de ego, superego e id nada mais são que tipos de consciências autônomas e integradas, sendo que uma influencia na outra. O sistema nervoso simpático tem um tipo de consciência vital que independe de certa forma do ego, mas influencia e é influenciado por ele. Veja que, os exemplos citados são bastante palpáveis e materialistas. Entretanto, as filosofias ocultistas fazem menção a consciências bem menos palpáveis, como por exemplo, a alma, o espírito, os corpos sutis, etc. Conforme compilado pela Teosofia, a natureza do homem é setenária, possuindo ele sete corpos (veículos) para manifestar-se nos diversos planos existenciais. E o que seriam esses planos? Eu os associo com focos de consciência, onde um elemento consciencial vai absorver experiências e percepções de um determinado plano, vai tomar decisões e atuar nele, fazendo isso de forma autônoma, porém integrada, dado que a experiência do ser é holística por princípio. Porém, como cada plano tem suas características e vivências, cada consciência tem uma faixa de percepção, similar ao que acontece no plano físico, a saber, podemos ouvir uma faixa de frequências, observar uma faixa de vibrações luminosas e assim por diante. Quanto mais elevado for o foco da consciência, mais próximo da consciência absoluta estará, portanto, maior será o campo de “visão”, ou seja, maior será sua faixa de percepções e compreensão do todo. Isso faz com que os focos de consciência superiores do ser possam compreender o que acontece nos focos inferiores, mas não o contrário, pois um foco inferior é mais limitado em relação às percepções e experiências. Isso é facilmente compreensível analisando o exemplo usado acima quanto à percepção do tempo. A consciência física (egóica), não consegue compreender uma consciência que perceba o tempo absoluto, onde tudo é presente, apenas pode tentar imaginar, mas mesmo assim, se depara com dualidades comuns, como destino e livre arbítrio, ou seja, se tudo acontece ao mesmo tempo, o futuro não estaria determinado? Nesse caso, como fica o livre arbítrio? Para responder isso, tem que abstrair, concebendo um presente integral mutável, que parece ilógico aos nossos olhos, aprisionados às relações de causa e efeito, tão evidentes no plano temporal. Esse tipo de hipótese está sendo analisado no meio científico como o fenômeno dos universos paralelos, muito embora, esse fenômeno esteja mais focado nas consciências físicas, onde as vivências temporais dependem de decisões que representam bifurcações desses universos ao longo da existência, então, se referem à mesma pessoa que tem vidas diferentes em universos paralelos, pois houve decisões diferentes em cada um desses universos e o número de universos é tão grande quanto as decisões que cada um de nós tomou. De qualquer forma, cada plano de consciência, ou foco, tem suas percepções, necessidades, experiências, decisões e atuações. Em geral, os planos superiores guiam os planos inferiores para que o planejamento existencial integral, ou holístico, seja cumprido. Desta forma, o chamado eu interior ou personalidade-alma, tem um planejamento para o foco de existência físico, ou ego, que, por limitações diversas do seu foco, não consegue compreender, muito embora, tudo faz parte do mesmo ser, dado que nosso ego é apenas um foco da nossa consciência integral, estando ele subordinado à nossa personalidade-alma, um outro foco da consciência integral. É importante notar que, do ponto de vista do ego, somos um corpo que tem uma alma, mas, na verdade, somos uma alma encarnada e vivendo uma experiência material, ou seja, considerando que a matéria é um tipo de faixa vibratória de manifestação (algo bastante citado nas filosofias místicas), ela não é diferente do espírito, apenas uma zona de vibrações, portanto, é tudo a mesma coisa, todos os corpos são formados essencialmente pela mesma energia, então, é tudo espírito, não existindo corpo e alma, mas fases de ressonância da consciência integral.

Em termos de informação, até agora eu não trouxe nenhuma novidade, apenas em termos de enfoque. Nossa tendência egóica é separar tudo e tentar explicar tudo do ponto de vista material, então, nossa alma nos parece algo destacável de nós, algo que nos abandona depois da morte. Porém, de fato, somos nós que abandonamos o plano egóico depois da morte, após concluídos os trabalhos do ego nesse plano de manifestação da consciência integral, que é o físico. O ego não consegue saber o que ele tem que fazer aqui, mas os nossos focos de consciência superiores sabem, por isso que são referenciados como mestres interiores em diversas filosofias. Para aquele que vê a linha milímetro a milímetro, ou o tempo segundo a segundo, não há como entender o que é a largura da sala, pois não consegue ver a largura, apenas o milímetro, que seria o presente. Se nosso foco de consciência superior nos diz para ir um pouco mais para a direita para evitar esbarrar em um armário, o pobre do ego não tem sequer como saber que há um armário. De qualquer forma, todos os focos de consciência operam juntos, pois aquele ego está lá como instrumento de um foco de consciência superior, mas cada um desses focos de consciência tem sua própria vivência e experiência, porém, têm limites para transmitir seu saber para os planos inferiores pelas limitações que esses planos encerram. De qualquer forma, todas elas funcionam integradas, portanto, cada um de nós é um conjunto de consciências atuando em diversos planos de forma independente, porém intimamente integradas, compondo um único ser que se esparrama por todos esses planos, sendo todos guiados pela consciência cuja visão é a mais ampla e que tem total compreensão do nosso propósito existencial. Para melhorar nossa compreensão com uma analogia, podemos ver esse processo de forma similar no nosso corpo biológico. Cara célula do nosso corpo atua de uma forma independente, porém, totalmente integrada ao todo corporal. Cada célula tem seu quinhão de consciência, cumprindo sua função, porém, todas são comandadas materialmente pelo sistema nervoso central e seus meios de interação, sejam eles elétricos, químicos ou mais exotéricos, sendo que nosso sistema nervoso central está subordinado às nossas consciências múltiplas autônomas integradas.

E será que podemos acessar nossas consciências superiores? Os mestres e gurus dizem que sim, mas não conseguem explicar como e o motivo é muito óbvio, dado que, certamente, acessar essas consciências traz uma compreensão que não é possível de se traduzir por meio das estruturas de linguagem que temos, uma vez que a imensa maioria delas é baseada na nossa percepção física, ou seja, nossa comunicação se baseia em um conjunto de signos fortemente baseados nas experiências que temos nesse plano material, portanto, sempre que tentamos explicar algo que foge a essa objetividade, precisamos escrever artigos como esse e, mesmo assim, a compreensão de quem lê é bem particular, até porque, para cada um entender, vai recorrer às experiências que teve e o entendimento que tem das palavras que foram usadas. Se a experiência é corriqueira e objetiva, como uma cadeira, por exemplo, todos que já usaram uma cadeira saberão o que é, mas se a experiência for muito particular, como a que os mestres têm durante uma iluminação, como fazer para transmitir esse conhecimento? Em tese, da mesma forma como nós fazemos para alguém entender o que é uma cadeira, nós simplesmente tentamos levar a pessoa até uma e a fazemos sentar nela. Portanto, é isso que um mestre iluminado tenta fazer quando ajuda seus discípulos a atingir a compreensão dessa vivência das consciências superiores.

Poucos de nós tem acesso a mestres iluminados, então, o que podemos fazer é trocar ideias entre nós, cada um tentando, através do seu laboratório mental, refletir, meditar e experienciar o que seriam essas interações com nossas consciências superiores, que são partes de nós mesmos. Uma das formas é imaginar como seria o tempo integral, os outros planos de manifestação da consciência, as próprias consciências superiores, a matéria como energia e tudo mais. Também podemos ler os escritos deixados pelos sábios da humanidade, ou seus discípulos, e desejar fortemente nos aventurarmos pelas terras inexploradas do nosso ser. Pelo menos é isso que nossas consciências superiores parecem nos dizer para fazer.

Paz a Luz para todos.

terça-feira, dezembro 03, 2013

Linguagem Matemática e a Ética

Já citei em um de meus blogs que matemática não passa de uma linguagem e, como toda linguagem, está sujeita a interpretações. Muitos querem atribuir uma capacidade quase divina a ela, seja no que tange a comprovações de “verdades científicas”, seja no que tange a tradução de expressões de Deus, mas, de fato, ela não passa de um instrumento sujeito às incongruências humanas. Como linguagem, essencialmente, a matemática é um instrumento de expressão, mais comumente usada para sustentar a lógica e as ciências, mas, no fundo, ela pode sustentar ilusões, preconceitos, poesia, beleza, etc. O problema começa quando se passa a considerar que a matemática determina verdades inquestionáveis. De fato, quem faz as interpretações é a mente do homem, ou seja, na prática é o homem quem continua sempre determinando as “verdades.” Aliás, o conceito de verdade é resultado de uma elucubração da mente humana. Muitos atribuem à matemática toda a base da nossa tecnologia, pois a consideram como sendo a única ciência pura que sustenta as demais ciências que desenvolvem essa tecnologia. De novo, quem cria é a mente, portanto, a base de toda nossa tecnologia é uma ciência que não recebe o devido reconhecimento, a ciência da criação. Não é reconhecida por ser uma ciência transcendente, ou seja, não tem método, é infinita.

Certa vez, Waldo Vieira comentou que a matemática sem moral é um desastre. Essa afirmação pode parecer estranha em uma primeira passada, mas todo filósofo exige de nós uma certa reflexão para ser entendido. Se mudarmos o texto e dissermos que “linguagem sem moral é um desastre” fica mais fácil de entender. Veja que, intrinsecamente, o que muda nessas duas afirmações é nossa compreensão acerca de matemática e linguagem. Nós entendemos que linguagem é um instrumento de expressão de ideias, então, quando dizemos que a linguagem não tem moral, imaginamos a expressão da imoralidade através da linguagem. Fazendo uma simples substituição de palavras na sentença acima, podemos aos poucos desenvolver nosso entendimento do que seria a matemática imoral: quando dizemos que a matemática não tem moral, imaginamos a expressão da imoralidade através da matemática. Lembre-se que tanto a matemática como a linguagem são apenas instrumentos de expressão. Uma matemática imoral pode ser a base para toda uma cadeia de manifestações imorais na nossa sociedade, uma engenharia imoral, uma ciência imoral, uma economia imoral, uma tecnologia imoral, etc. Se nós não temos a compreensão do que seria realmente a matemática imoral, talvez não tenhamos como identificar nenhuma das consequências imorais de sua aplicação. Não seria a bomba atômica uma consequência da aplicação da matemática imoral? Posso citar outros exemplos como as máquinas de guerra (tanques, aviões bélicos, artilharia), a economia capitalista selvagem, sistemas de informação intrusivos, dentre outros. É lógico que, como essa dissertação tem o foco na matemática, pode parecer que a matemática poderia ser a origem de todas as nossas mazelas, mas não é isso, ela é apenas mais um instrumento que foi conspurcado pela doença moral da humanidade. O fato é que a moral e a ética são muito mais abstratas e sutis, sendo que, se elas permeassem todas as disciplinas da mente humana, é provável que nosso mundo fosse bem diferente, ou seja, não é a matemática, mas o uso que o ser humano faz de qualquer instrumento que chega até as suas mãos.

Não vou me ater a definições formais aqui, pois, para mim, matemática é a linguagem das relações entre grandezas, sejam elas definidas ou abstratas. Entendamos como grandezas algo que possa, mais cedo ou mais tarde, ser traduzido em um número de qualquer dos conjuntos aceitos (reais, irracionais, naturais, imaginários, etc.), ou seja, algo que de alguma forma tenha os pés bem calcados no mundo finito. Isso significa que a linguagem matemática não pode “conversar” sobre o mundo infinito? Pode, mas não é um bom instrumento para ele, pois é limitada, é fruto do esforço consciencial humano de entender o mundo finito em que vivemos e não o infinito no qual existimos. Poderia ser desenvolvida para entender o infinito? Depende do homem e de suas interpretações, desde que não se prenda a preconceitos platônicos do tipo “Deus geometriza.” Não estou aqui querendo desdenhar Platão, apenas estou apontando que o pensamento de Platão fazia muito sentido na época dele e durante muito tempo que se seguiu, mas pensamentos e teorias não podem ser considerados verdades absolutas apenas por serem proferidos por grandes mentes e serem lúcidos durante séculos; se fizermos isso estaremos criando dogmas e limitando o desenvolvimento futuro do nosso conhecimento. Por mais pleonástico que possa parecer, verdades são verdades apenas enquanto possam ser consideradas verdades. Nosso universo é impermanente e ilusório, pois a matéria é fugaz, portanto, não existem verdades absolutas no nosso universo, apenas verdades parciais, fato cada vez mais evidente em todos os estudos científicos desde o século passado.

Mas vamos ser um pouco menos abstratos e demonstrar como a interpretação muda todo o significado de uma teoria. Vamos pegar a tese utilizada para explicar o que é sofisma. Para quem não conhece, a palavra sofisma vem do grego, significando: fazer raciocínios capciosos, ou raciocínios aparentemente válidos, mas incorretos. Essa tese usa a matemática para provar que 0=1. Vamos lá:

Tomemos uma série infinita: 1-1+1-1+1-1+1-1+1... ao infinito, denominada S;

Agrupemos S da seguinte forma: S=(1-1)+(1-1)+(1-1)+(1-1)+..., denominando esse agrupamento como A1 (note que o agrupamento não altera S, apenas o vê de uma forma diferente);

Resolvendo os valores entre parênteses, temos que S=A1=0+0+0+0+..., ou seja, todas somam 0, portanto, podemos concluir que S=A1=0;

Agora, agrupemos S da seguinte forma: 1+(-1+1) +(-1+1) +(-1+1) +(-1+1)+..., denominando como A2 (da mesma forma, S não é alterado, apenas visto de outra forma matematicamente aceita);

Da mesma forma, se resolvermos os valores entre parênteses, temos que S=A2=1+0+0+0+0+..., porém, o resultado final desse agrupamento é S=A2=1;

Se, como visto no primeiro agrupamento, S=A1 e, no segundo, S=A2, então, temos que A1=A2, ou seja, 0=1.

Mas o que deu errado? Usamos as regras da matemática, não usamos? A questão é que, afora algum preciosismo matemático, não tem nada errado, é tudo uma questão de interpretação, a forma de enxergar o fenômeno. Dentro do modo de entender da ciência materialista, o resultado não é válido, é uma mentira, uma demonstração sofista. Santa arrogância humana! Não conseguimos nem perceber a maravilhosa proposta que essa demonstração nos oferece. Existe uma sutileza espetacular nessa demonstração, que está na primeira sentença: “Tomemos uma série INFINITA.” A palavra infinita altera tudo. O que vemos aí não é verdadeiramente um paradoxo matemático, ou um sofisma, é uma manifestação da infinitude de uma expressão que encerra nela o próprio infinito. O que quero dizer com isso? Tire o infinito da demonstração acima e você vai ver que não se consegue mais demonstrar que 0=1. Você vai conseguir demonstrar que 0=0 e 1=1, mas nunca que 0=1; sem o infinito isso não é possível. Veja bem o que eu disse: sem o infinito, isso não é possível, mas e com o infinito, isso seria possível? Ou seja, 0 pode ser igual a 1 no infinito? Se é infinito, por que não poderia? Intrinsecamente, infinito não tem fim, não tem limites, não tem regras, o infinito tudo comporta e tudo abraça. De certo modo, o infinito se confunde com alguns conceitos filosóficos de Deus. Por que, apenas pelo fato do atual estágio da consciência humana não conseguir interpretar o que isso significa, 1 não pode ser igual a 0 no infinito? O mais interessante é que a matemática, mesmo que limitada, deu a resposta, mas o ser humano não conseguiu compreender, então, resolveu atribuir um conceito de valor, ou um preconceito, dizendo que a demonstração é uma fraude. Não duvido que, se essa demonstração fosse feita em determinados períodos da história, seu demonstrador poderia estar sujeito à prisão por bruxaria, ou coisa pior. Se juntarmos isso com a citação sobre moralidade na matemática que fiz acima, podemos entender um pouco mais como o uso de instrumentos sem manter em mente aspectos éticos pode ser um verdadeiro desastre, como disse Waldo Vieira.

Para ilustrar um pouco mais, vamos analisar rapidamente a Equação de Drake, cujo propósito foi estimar o número de civilizações em nossa galáxia com as quais poderíamos ter alguma chance de estabelecer algum tipo de comunicação:

N=R x Fp x Ne x Fl x Fi x Fc x L onde:

N -> número de civilizações que poderíamos nos comunicar;
R -> taxa de formação de estrelas na nossa galáxia;
Fp -> fração de estrelas que possuem planetas;
Ne -> número médio de planetas que podem sustentar a vida;
Fl -> fração desses planetas que consigam desenvolver a vida;
Fi -> fração desses planetas que desenvolvem vida inteligente;
Fc -> fração desses que tem o desejo e a tecnologia para se comunicar;
L -> tempo esperado de vida dessa civilização, levando em consideração que ela pode se autodestruir ou ser extinta por fenômenos cósmicos.

Essa equação é absolutamente viável matematicamente, mas o que ela realmente expressa? Uma possibilidade material da existência de ETs? É só uma equação, não dá para dizer se existem ETs com ela, entretanto, a quantidade e o nível de discussões que ela gerou quando foi formulada em 1961 não deixa dúvidas que o objetivo era expressar uma ideia complexa e controversa, aliás, muito tenebrosa, especialmente se observarmos o último elemento dela, o L. Uma matemática moral pode ser determinante para aumentar o tempo esperado de vida de uma civilização e a capacidade desta sobreviver a fenômenos cósmicos, tudo depende em que direção essa civilização dirige seus esforços. Ah! Um detalhe irrelevante, mas curioso: segundo Drake, só em nossa galáxia poderíamos conseguir nos comunicar com 2,31 civilizações, porém, os mais materialistas dizem que isso é tudo conjectura sem significado.

Por mais que o homem queira acreditar no contrário, ainda estamos muitíssimo longe de sequer tocar qualquer coisa que possa ter alguma relação com nosso conceito de verdade. Aliás, acho que esse conceito vai cair por terra quanto nos aproximarmos do entendimento da origem de nossa existência, ou seja, vamos descobrir que não existe uma verdade, existem sim interpretações derivadas de um processo criativo. As verdades de hoje são conjecturas humanas. A ciência de hoje é apenas um compêndio de teorias que já consegue, é fato, manipular e dirigir algumas forças universais, através da análise dos seus efeitos observáveis nos laboratórios desse planeta, mas não pode absolutamente confirmar que elas funcionem da mesma forma em qualquer outra parte do universo, pois não temos muitos laboratórios fora da Terra para testá-las. De fato, a verdade da humanidade se resume ao que podemos fazer nesse mísero planetinha. E mesmo assim, em vez de nos direcionarmos a expandir o conhecimento para que possamos nos elevar na compreensão da nossa existência e propósito, ainda temos que lutar para desenvolver o básico, a moral e a ética. Será que teremos tempo suficiente para demonstrar a Equação de Drake?

Paz e Luz para todos!

terça-feira, outubro 22, 2013

Especismo e Vegetarianismo

Levei um bom tempo para decidir escrever um artigo com esse tema. Aliás, eu já comecei alguns, mas depois desisti. Esse tema é tão ingrato e as pessoas têm seu pensamento tão limitado e preconceituoso quanto a ele, que só sendo grosseiro para tentar derrubá-las do seu pedestal de ignorância, o que é muito desagradável e desalentador. Quase posso apostar que um homossexual é mais bem aceito hoje na sociedade do que um vegano, só que ser vegano nem deveria ser considerado uma opção, não só pelo fato de um vegano geralmente ser muito mais preocupado com o respeito à vida, mas principalmente, pelo fato do veganismo ser uma forma de combater um preconceito totalmente arraigado e incrustrado em nossa sociedade, o especismo. Para quem não sabe, especismo é um tipo de discriminação com o mesmo teor que o racismo ou sexismo, onde se atribui um valor menor à vida ou à consciência somente pelo fato daquele ser vivo ser considerado um animal inferior, ou seja, da mesma forma que tem gente que acha que negros e mulheres são inferiores, o senso comum atribui inferioridade a todos os demais animais não humanos.

A consequência de qualquer discriminação é a escravidão, em maior ou menor grau, seja ela evidente ou velada, esta segunda, aliás, na maior parte das vezes. Eu qualifico a discriminação em geral como um vício, pois ela está presente na nossa existência de uma forma praticamente compulsiva, seja por conta do medo, seja por conta da vaidade. Existe um maldito impulso no ser humano em querer se destacar e, com isso, poder ser qualificado como melhor que outros, sendo que, ser melhor em geral significa poder ser servido por outros seres considerados inferiores de alguma forma. Esse instinto é tão incivilizado e selvagem que inúmeras filosofias pregam a humildade e o serviço como caminho para se atingir a iluminação, até porque, a única forma de se ter um mundo verdadeiramente equilibrado é cada um se preocupar em prestar um serviço ao seu próximo e não o contrário. Isso é tão óbvio, mas precisaram vir inúmeros mestres nesse planeta para repetir a mesma coisa, pois ninguém parece querer ouvir; essa sim é “uma verdade inconveniente.” Mesmo sabendo que o resultado previsível do vício da discriminação é algum tipo de escravidão, flagelo ou injustiça, nós cedemos a ele e nossa história continua absolutamente repleta exemplos disso, mesmo assim, continuamos a repeti-los, perpetuando-os ao longo dos séculos.

De fato, ainda somos muito incivilizados. Se pensarmos que a escravidão só foi objeto de questionamento na sociedade há pouco mais de 150 anos, vemos o quanto isso está perto de nós. Note que estou dizendo “objeto de questionamento”, pois escravidão ainda é um fato em diversos locais em pleno século XXI. Mais triste ainda é ter que dizer que ela só foi questionada pelo fato de ser economicamente pior do que o modelo de trabalho assalariado que a sucedeu, ou seja, uma completa vergonha para a consciência humana, abolir uma condição execrável somente por conta dos metais. Podemos ir menos longe ainda se considerarmos a discriminação de gênero, onde a mulher é considerada inferior. Mesmo no ocidente, a valorização real da mulher é uma coisa que tem algumas poucas décadas e, mesmo assim, ainda há diversos exemplos onde essa condição é muito mais um ato de tolerar do que reconhecer a igualdade. Avançando para o especismo, aí então ninguém nem sabe o que é e nem que é frontalmente responsável por ele a cada filezinho que ingere. Quando falamos no tema, as pessoas tentam se justificar dizendo que a natureza funciona desta forma. De fato, não funciona; não há matadouros na natureza, não há depósitos de animais em condições deploráveis, não há desrespeito à vida na natureza. Nela os seres caçam, não escravizam, e mesmo assim, nem todos, muitos deles fazem parte do processo de cooperação entre as espécies, havendo diversos tipos de dietas, sendo a maioria delas cooperativa, ou seja, o processo alimentar de muitas espécies está relacionado à dispersão de sementes e ao fortalecimento do habitat natural, ou biomas. Mesmo a predação natural pode, em algum nível, ser considerada uma forma de cooperação, como um tipo de controle populacional ou controle da melhor genética; processo violento e selvagem, é lógico, mas muito menos selvagem do que escravizar e expor a uma condição degradante como acontece nos matadouros e pesqueiros. Mas seguindo nessa linha, se for para sermos “naturais”, então deveríamos matar, ou deixar ao deus dará, os membros da espécie humana mais fracos, como os portadores de necessidades especiais e crianças doentias, além de nos tornarmos caçadores do nosso próprio alimento, aí sim, podemos fazer esse paralelo. Eu acredito, porém, que nós já conseguimos avançar um pouco nos princípios de respeito à vida e dignidade.

Vamos seguir um pouco mais nessa noção de “natural”. Você já teve a oportunidade de analisar a anatomia humana? Eu já e, pelo que vi, nós temos uma anatomia que se aproxima muito mais dos herbívoros do que qualquer outra. Nem aos frugívoros nós estamos tão perto, ficamos mais para herbívoros mesmo. Aí tem gente que vai perguntar: mas não somos onívoros? Hábitos alimentares e anatomia são coisas diferentes. O fato de termos hábitos alimentares onívoros não implica necessariamente que nossa anatomia também o seja. É fato observável que nossa anatomia está mais preparada para uma alimentação baseada em plantas. E quanto à fisiologia? Neste quesito, há interpretações. Nossa flora intestinal parece ter sido adaptada a uma alimentação que contenha carnes, mas é uma adaptação, não funciona do mesmo jeito que os animais com anatomia carnívora completa. Por exemplo, temos baixíssima tolerância à putrefação da carne em comparação com eles, além de dificuldades no consumo in natura, por isso que temos que cozinhar esse tipo de alimento, ao contrário das plantas que podem ser comidas cruas com facilidade. Note que cozinhar alguma coisa absolutamente não é natural, não conheço nenhuma espécie que faz isso além do ser humano. Uma das formas de enxergar esse aspecto é entender que, após milênios de alimentação carnívora, o organismo já teria produzido alterações para que pudéssemos assimilar a dieta forçada. Mas essas alterações foram suficientes para que isso se tornasse natural? A medicina sugere que não. Os estudos mais modernos apontam para diversas consequências no consumo de carnes, a grande maioria impactando no sistema orgânico como um todo (não vou detalhar aqui, mas tem muita coisa que pode ser pesquisada por aí). Isso até já aparece na grande mídia, mesmo que ela não seja lá uma boa referência. Porém, há um outro problema aqui, bastante complexo: pelo fato de estarmos mantendo essa dieta por longo tempo, o organismo começou a “viciar” em determinadas substâncias, deixando de produzir outras (veja como isso funciona no artigo Inércia Orgânica neste mesmo blog) e, como diz a máxima popular, o que não se usa, atrofia, ou seja, o organismo está perdendo a capacidade de produzir determinadas substâncias e isso está criando problemas, pois estabelece dependência de reposição de determinados nutrientes que antes o organismo não necessitava. Reverter isso é lento e, dependendo da idade ou da estirpe, não é nem viável em uma única geração.

Se adentrarmos no aspecto ecológico, o consumo industrial de carnes é notadamente insustentável, altamente nocivo ao meio ambiente (há um bom resumo disso na Wikipédia). Vamos transitar por alguns dos problemas que essa prática causa. Primeiramente, temos a pecuária que precisa cada vez mais de grandes pastos para sustentar a crescente demanda dos rebanhos. Para criar pastos, é necessário avançar sobre plantações ou derrubar florestas. Além disso, é necessário também ração e essa ração é obtida com grandes áreas de monocultura. Para plantar monoculturas, precisa derrubar florestas. Hoje mais de 40% do que é plantado em grãos no mundo é para sustentar a produção de carnes. Em alguns países isso é muito maior, mais de 80% (há uma boa pesquisa da Unicamp sobre isso, veja aqui; ou, se preferir, um resumo aqui). Veja que desperdício de energia, você derruba uma floresta, gasta imensamente com uma monocultura para gerar ração, sendo que, essa ração é apenas parte absorvida pelo rebanho (note que o processo digestivo é muito seletivo e de rendimento baixo, ou seja, uma boa parte do que é consumido vira dejetos). Além disso, apenas parte do que é absorvido pelos animais vira alimento para o ser humano, muita coisa é descartada. Fazendo as contas, se a humanidade se tornasse vegetariana hoje, da noite para o dia, seria possível alimentar com folga cerca de 11 bilhões de pessoas, considerando a produção direta de alimentos, ou seja, pegando tudo o que se planta hoje e entregando diretamente para a população (dependendo da fonte, esse número varia, mas é sempre superior à população mundial). Considerando o que temos hoje, há um déficit de, pelo menos, 2,5 bilhões de pessoas, que passam fome, ou seja, o rendimento do modelo alimentar atual é cerca de 45% do que poderia ser se a dieta fosse vegana, sem falar nos impactos em termos de poluição ambiental que isso tudo gera.

Vamos agora tangenciar um pouco o aspecto psíquico do tema e, se você já tentou questionar de todas as formas os aspectos científicos apresentados acima, duvido até que vá querer ler sobre os aspectos metafísicos; mas aí, sou obrigado a dizer que você gosta de ser cego, fazer o quê. Nada contra os cegos, mas eu tenho absoluta certeza de que, apesar de qualquer cego poder ser uma pessoa completamente capaz, ele adoraria também poder usufruir da capacidade da visão. É interessante observar como as pessoas gostam de acreditar que “aquilo que os olhos não veem, o coração não sente.” Essa afirmação é de uma ingenuidade imensa. Os grandes sábios da humanidade há muito já dizem que tudo está interligado e que o bater das asas de uma borboleta afeta uma estrela do outro lado do universo. A física quântica já demonstra isso. Infelizmente, nós sofremos todas as consequências psíquicas de tudo que acontece nos matadouros e pesqueiros. Lacan e Young já formularam há um certo tempo o conceito do inconsciente coletivo, ou psicossoma planetário. Aliás, Bertrand Russel trata de ideias similares no livro “Fundamentos de Filosofia”, relatando a experiência dos macacos que aprendiam entre si, mesmo sem ter contado direto por estarem separados em ilhas distantes (veja que eu nem estou citando referências menos aceitas pela comunidade científica, mas há inúmeras, até mais profundas e concisas). Tudo que o ser humano faz ou não de bom vai para o psicossoma planetário e atua diretamente na psique humana de cada um de nós. Isso também é ciência e há diversos experimentos que buscam demonstrar esse fato. Desta forma, tudo o que acontece nos matadouros e pesqueiros acaba contaminando sua psique com culpa e medo. Não pense que você está imune somente pelo fato do animal já estar esquartejado quando você vai ao açougue, você patrocina e é responsável por isso com cada centavo que você deixa lá. Mais que isso, dinheiro é uma forma de energia, portanto, você é responsável por conspurcar essa energia cada vez que você patrocina essas práticas ingerindo seu filezinho. Isso vai voltar à sua mente e à sua vida. Muito do que vemos na sociedade em termos de degradação, corrupção e violência tem a ver com isso. Perguntemos para as pessoas se elas seriam capazes de matar um animal, ou mesmo presenciar seu assassinato em um matadouro, para depois comer sua carne e vamos ver que, hoje em dia, a maioria vai torcer o nariz e se sentir mal ou enojada. Esteja certo que essa culpa é reforçada na sua psique a cada naco de carne que você ingere, não tem jeito, é causa e efeito, uma lei absolutamente natural.

Que mundo você gostaria de viver? Um mundo pacífico? Caso afirmativo, como você contribui para essa pacificação do mundo? Voltemos ao contato psíquico com a natureza: imagine que você vive em uma floresta, o que você acha mais pacífico, uma tribo que cultiva seus alimentos na terra, ou uma tribo que caça? Imagine-se agora como sendo a caça, você tendo que fugir e se esconder para poder sobreviver. Imagine-se sendo capturado por canibais e sendo levado para ser seu jantar. Para os canibais isso é natural. Como você se sente? Imagine-se como sendo um bovino em uma fazenda, vivendo em estábulos apertados e fétidos. Imagine-se frente a frente com seu algoz. Você tem vocação para Cristo? Pois é, Cristo fez isso, se colocou como um cordeiro no matadouro. Você acha que um animal no matadouro se sente melhor do que Cristo se sentiu? Qual o lugar que você se sentiria mais feliz, em um pomar ou em um matadouro? Qual tem o melhor cheiro? Que mundo você quer para você e para seus descendentes? É disso que eu estou falando, não é de comer ou não carnes. Tudo que fazemos ressoa no universo. Nosso mundo ressoa morte, desamor, desrespeito, discriminação, etc. Não é esse mundo que eu quero para meus descendentes, então, eu faço o que posso para cumprir a minha parte, com todas as dificuldades e limitações que ela representa para mim. Especismo é sim uma discriminação tão odiosa quanto a escravidão. Representa o desprezo à vida.

Reflita sobre isso, já vai ser um grande passo.

Paz e Luz para todos!

quarta-feira, agosto 28, 2013

Reflexões Sobre a Velocidade de Dobra Espacial

Velocidade de dobra espacial foi um termo criado pela série Star Trek para designar todo um ecossistema técnico que faria uma nave interestrelar se mover mais rápido que a luz e, com isso, propiciar viagens espaciais aos confins do universo. Como tudo na série, ela tem uma boa base científica, mas apenas base, pois há alguns problemas e paradoxos ainda não resolvidos pelo nosso conhecimento atual. De fato, esse conceito de dobra é objeto de estudo da ciência, dentro da especialidade da propulsão, sendo que muitos cientistas acreditam ser perfeitamente possível.

Antes de começar a fazer as reflexões, que são o verdadeiro objeto desse artigo, vamos entender um pouco os desafios científicos que temos hoje com esse tema. Basicamente, para se conseguir uma velocidade de dobra espacial, algumas coisas precisam ser tratadas, pois a teoria da relatividade indica que, quando um corpo atinge a velocidade da luz, sua massa se torna infinita e, portanto, precisa de energia infinita para se movimentar. Pessoalmente, eu acho que existem enganos em algumas fórmulas que definem a massa, até porque hoje a ciência ainda não consegue nem descrever a própria natureza dela, por isso que existe essa grande ansiedade para a descoberta do Bóson de Higgs, que seria uma partícula que daria significado científico à massa. Outro ponto relevante é que a teoria da relatividade diz que o tempo se dilata conforme o corpo vai atingindo a velocidade da luz, chegando a parar quando a atinge. Além disso, a fórmula que calcula a massa em movimento não consegue determina-la em velocidades superiores a da luz, mais um indício de que temos problemas nessas fórmulas, pois, embora a matemática já consiga formular alguma coisa baseada em números imaginários, não se consegue traduzir isso em termos de viabilidade física, ou seja, levando em consideração as teorias atuais, se temos números imaginários, teríamos que ter uma física imaginária ou uma massa imaginária; plausível, mas muito impalpável. Há outro ponto que também demonstra que ainda temos vários problemas conceituais para afirmar se conseguiríamos viajar em velocidades superiores a da luz, pois para o tempo parar, há que se considerar que a velocidade da luz seja uma constante, o que, segundo diversas experimentações atuais, parece que pode não ser, mas isso é bem controverso. De fato, segundo Einstein, a velocidade da luz seria um limite teórico para qualquer corpo material nesse universo, pois para estar em alguma velocidade superior a da luz, o objeto deveria acelerar até atravessar o ponto onde o tempo cessa, o que é um paradoxo, pois o próprio conceito de movimento depende do tempo, ou seja, se o tempo cessar, o movimento se torna algo inconclusivo. De qualquer forma, isso pode sofrer modificações se velocidade da luz não for constante e também se considerarmos aspectos quânticos nesse processo. Há também as implicações temporais, ou seja, o tempo é impactado fortemente por movimentos próximos a velocidade da luz, então não dá para pensar em viagem em altas velocidades sem levar em consideração que estaríamos viajando pelo tempo. Note que essa última implicação é tratada de forma meio forçada na série Star Trek, pois eles criaram um conceito de bolha temporal que isolaria a nave dos efeitos do espaço-tempo. Plausível, mas não me parece ser o caminho natural óbvio, porém, não deixa de ser lá uma licença poética do autor. De qualquer forma, isso também tem sua base científica, pois para que fossem possíveis viagens nessas velocidades, a teoria atual diz que seria necessário criar um campo de proteção para a nave, ou seja, precisaríamos envolve-la em uma bolha espaço-temporal, ou um campo de força de espaço-tempo, o que faria com que a nave ficasse protegida das bizarrices físicas que ocorreriam nas fronteiras desse campo de força. Só que o fato de proteger a nave para garantir sua integridade física não significa que a tornaria imune aos efeitos das dilatações temporais, afinal, o que está dentro dessa bolha está em altíssima velocidade em relação a outros pontos do universo.

Mas, meu objetivo aqui não é explicar a física e a matemática de uma suposta tecnologia que nos propiciaria esse tipo de viagem, mas sim explorar nossa limitada visão do universo através de reflexões. Como disse, em qualquer situação de uma viagem nessas velocidades, não podemos ignorar as distorções na nossa percepção de tempo que isso causa. Para entender isso, temos que voltar ao clássico experimento mental de Einstein relativo ao viajante do tempo. Primeiro, vamos entender como funciona o tempo em relação à luz de forma resumida, pois isso foi explicado com mais detalhes na série de artigos “Uma Questão de Tempo” aqui mesmo nesse blog. A teoria (e prática, pois isso já foi experimentalmente provado na década de 1960) diz que o tempo se dilata para corpos que se movem, ficando esse efeito bem marcante em velocidades próximas a da luz, ou seja, se um objeto está a 1% da velocidade da luz e um outro está a 70% da velocidade da luz, o tempo para esse segundo objeto passará mais devagar em relação ao primeiro. Então, o experimento do viajante do tempo diz para tomarmos duas pessoas, uma que fique na Terra e outra que faça uma viagem espacial a uma velocidade muito alta, próxima da velocidade da luz. Nessa situação, quando o viajante espacial voltasse à Terra, pelo fato do tempo dele andar mais devagar, a percepção dele seria que ele teria viajado alguns dias, mas, na Terra, a pessoa que ficou teria percebido o transcorrer de vários anos ao invés de dias. Se o viajante espacial se movesse acima da velocidade da luz, a teoria diz que o tempo retrocederia em relação ao outro que ficou na Terra, então, o viajante voltaria antes de ter saído. Note que essa forma de conceber o tempo sempre está em relação a dois pontos no universo, pois não existe tempo absoluto segundo o conhecimento atual.

A consequência de considerarmos viagens nessas velocidades é que o tempo vai deixar de ser uma prisão e vai passar a ser uma coordenada transitável, ou seja, não se consegue ir de um lugar a outro sem considerar quando e por quanto tempo esse lugar existiu. Viajar em dobras espaciais requer uma sintonização do tempo ao final da viagem. O que eu quero dizer com isso? Considerando a luz como referência, ao invés de dizer que o tempo cessa na velocidade da luz, podemos dizer que nela temos o tempo integral, ou seja, todos os tempos ao mesmo tempo. Digo isso, pois se estivermos a um quilômetro por hora abaixo da velocidade da luz, a velocidade do tempo em todo o universo ao nosso redor seria absurdamente grande, ou seja, um segundo para nós significaria centenas de milhares de milênios no universo e se avançarmos mais esse quilômetro por hora atingindo a velocidade da luz, a velocidade do tempo no universo tenderia ao infinito. Por outro lado, se andarmos a um quilômetro por hora acima da velocidade da luz, o tempo do universo estaria retrocedendo à velocidade de centenas de milhares de milênios em um segundo nosso, portanto, na velocidade da luz o retrocesso no tempo também tenderia ao infinito. Se na velocidade da luz temos ao mesmo instante o tempo do universo avançando e retrocedendo ao infinito, então, todos os tempos do universo estariam contidos nesse instante do movimento. Nesse sentido, regulando a velocidade da nave ao redor da velocidade da luz, mas muito próximo dela, poderíamos colocar essa nave em qualquer instante do tempo deste universo. Em suma, a partir do momento que consigamos nos mover nessas velocidades, precisaremos considerar mais uma coordenada para nossa viagem, pois, como estaremos sujeitos à distorção no tempo que esse tipo de viajem causa, precisaremos além de saber qual a latitude, longitude e profundidade no universo onde queremos ir, teremos que saber quando aquele local/povo existiu, senão não o encontraremos lá, até porque, todas as coisas no universo estão em movimento, então, se quisermos achar um planeta, temos que saber quando ele estava no local que queremos chegar. Por exemplo, se estivermos voltando para Terra e errarmos em um dia que seja o tempo da chegada, estaremos errando em mais de 20 milhões de quilômetros, pois o sistema solar viaja a 240 Km/s, o que até pode não ser muito em termos astronômicos, mas não se pode dizer que não seja uma distância considerável para errar e, certamente, estaremos bem distantes do local onde esperaríamos encontrar a Terra.

Outro ponto interessante a se considerar é que já temos conhecimento suficiente para teorizar cientificamente sobre uma viagem em dobra espacial e já há pesquisas tentando desenvolver isso, o que, mais cedo ou mais tarde vai nos levar a conseguir realizar a proeza, ou seja, isso é possível, apenas ainda não sabemos como. Se isso é possível, em algum momento do tempo futuro a humanidade já terá conseguido realizar isso e, portanto, terá a capacidade de voltar no tempo. A implicação disso é óbvia, significa que hoje mesmo nós podemos estar sendo visitados por nossos descendentes do futuro, o que, aliás, é uma das teorias sobre os fenômenos OVNI, ou seja, não só podem ser seres extraterrestres, como podem ser seres terrestres, bem humanos, só que estão vários anos no futuro.

É possível fazer várias conexões entre esse tipo de especulação e os diversos livros filosóficos e teosóficos que falam sobre a gênese humana, ou sobre termos sido exilados aqui por conta de nossos desequilíbrios espirituais. Nesse caso, colocar-nos aqui na via láctea, sistema solar, planeta Terra, cerca de 13,73 bilhões de anos do último big bang pode significar que estejamos em um lugar no tempo-espaço ermo, sem possibilidade de contato fácil com nenhuma outra civilização que tenha algum tipo de manifestação material, até porque, ao que parece, nenhum dos planetas desse sistema solar possui vida material inteligente neste período de tempo. No passado, isso foi feito com muitas prisões terrestres, ou seja, elas eram colocadas em ilhas ou lugares de difícil acesso para que qualquer preso não tivesse como ir muito longe com a tecnologia que ele tinha se conseguisse fugir de alguma forma. Seríamos então prisioneiros universais, como sugere o livro “Exilados de Capela”? Mas o que significa realmente isso em um universo cujo tempo é apenas mais uma coordenada? Pode significar que nossa pena é temporária e que chegará ao fim quando dominarmos essa tecnologia. Alguns podem dizer “se” dominarmos, pois podemos nos destruir antes disso, considerando que nosso domínio de forças destrutivas está muito avançado em relação do domínio da velocidade de dobra espacial. Pessoalmente, acho mais possível nossa destruição por algum evento cósmico, como asteroides ou planetas negros, do que por nós mesmos; se tivéssemos que fazer isso, já o teríamos feito, pois esse domínio de forças destrutivas capazes de destruir a humanidade já existe há quase três quartos de século. De fato, muito desse domínio é mais retórico que prático e está sob rígido controle do establishment.

Viagens pelo tempo nos causam muitas estranhas sensações mentais, pois carregam muitas consequências fantásticas junto. Poderíamos encontrar a nós mesmos mais jovens ou mais velhos e, com isso, alterar nosso destino de alguma forma. De fato, há teorias sobre o tema indicando possíveis pontos de separação de universos, ou linhas existenciais, causados por nossas decisões. Há teorias relacionadas aos OVNI afirmando que nossos descendentes estariam vindo aqui justamente para corrigir alguma coisa, fazendo com que a sociedade futura fosse melhor. Acho que deveríamos refletir sobre essas possibilidades e encará-las de forma mais natural, abrindo a mente, pois estar preso ao tempo já é muito limitado, então, estar com o pensamento preso a ele é mais limitante ainda. No passado, quando a humanidade desenvolveu o senso da perspectiva, muitas coisas mudaram no mundo e no pensamento humano. Que tal dar mais um passo agora rumo ao tempo integral? É através da evolução de nosso pensamento, nos libertando das amarras mentais, que vamos alcançando a liberdade espiritual. Em vez de fugir da ilha prisional, podemos sair livres pela porta da frente tendo um barco nos esperando para voltarmos à civilização universal.

Paz e Luz para todos

terça-feira, julho 23, 2013

A Teoria da Terra Oca

Essa questão da Terra oca é um tema intrigante e, mesmo que tenha muitos opositores pela comunidade científica, eu diria que o tem pelo fato de não haver interesse em pesquisar mais amiúde sobre essa possibilidade, ou mais provavelmente, por haver interesse em que esse fato fique obscurecido. Existem diversas lendas sobre a existência de seres intraterrestres ou mesmo de cidades intraterrestres, algumas delas baseadas em relatos de exploradores que, pelo fato de serem muito fantásticos, foram considerados fantasias em sua época. Podemos dizer que hoje é razoavelmente bem aceito que nem tudo que a ciência nega pode ser considerado inexistente ou impossível. Filósofos e cientistas contemporâneos já têm bem consciente que a ciência trabalha com base nos conhecimentos que adquiriu ao longo do tempo, então, a construção científica é baseada no passado e naquilo que já se conseguiu formular, sendo que as postulações estão sujeitas a evolução, negação e questionamentos. Se faltam dados prévios suficientes para demonstrar alguma coisa que pode estar muito adiante do conhecimento científico, a ciência não tem muito o que fazer, precisa dos filósofos para conceber possibilidades menos evidentes. De fato, minha visão sobre o tema é um pouco diferente e, considerando o conhecimento físico e cosmológico desenvolvido nos últimos anos, hoje já temos mais condições de conceber um modelo onde poderíamos explicar esse fenômeno da Terra oca, que não seria verdadeiramente oca, mas sim teria um avesso. A ideia da Terra ser oca seria uma interpretação feita pela forma como nossa consciência percebe o mundo.

Para capturar os conceitos desse artigo, você vai precisar entender como nossa percepção interpreta as dimensões físicas e isso está explicado no artigo anterior: “Qual a Dimensão do Carma?”, portanto, recomendo sua leitura. No artigo, eu menciono que, de acordo com a visão científica atual das dimensões, elas podem ser tão pequenas que não conseguimos detectá-las; mas essa é só uma teoria, e se não for assim ou e se houver algum detalhe não identificado ou não formulado por ela? Isso significaria que poderíamos estar isolados de algumas das dimensões, sendo que alguns cientistas também propõe isso, ou seja, poderíamos sim estar vivendo em um ambiente apenas tetradimensional, mas haveria as outras dimensões que, por algum motivo, não teríamos acesso ou, cujo acesso não seria tão óbvio. Na minha visão, nem uma coisa, nem outra; é fato que nós percebemos apenas quatro dimensões, mas estamos imersos em um universo de onze, ou seja, basicamente é uma questão de percepção. Se considerarmos que é apenas uma questão de percepção, isso significa que podemos transitar por esses ambientes multidimensionais sem entender ou perceber exatamente o que está acontecendo. É exatamente aí que começa minha concepção de Terra oca.

Primeiramente, vamos mudar esse termo, pois ele está conceitualmente errado, ele é fruto de nossa percepção limitada. A Terra não é oca e a física tem meios de demonstrar isso, mas o fato de não ser oca não significa que não tenha avesso. A questão aqui é que esse avesso não é dentro do planeta como preconiza a teoria, mas ele se distribui por essas outras dimensões que nossa consciência ainda não consegue entender. A melhor forma de compreender essa questão das dimensões é simular o conceito através de projeções em planos com menos dimensões. Então, vamos imaginar um papel onde possamos desenhar mentalmente. Faça esse papel flutuar e imagine uma esfera que o atravessa e vamos imaginar que ela seja a Terra. Agora projete a imagem dessa esfera nesse papel e veremos um círculo, sendo que, se projetarmos isso dos dois lados, teremos dois círculos semelhantes, um de cada lado, exatamente alinhados. Para inserir a consciência nesse modelo, imaginemos seres cuja consciência interpreta mundo de forma tridimensional, ou seja, um mundo onde há duas dimensões espaciais mais o tempo, portanto, esses seres interpretam o universo como sendo um plano, onde eles podem se deslocar voluntariamente por apenas duas dimensões, ou seja, eles podem andar pela largura e o comprimento, mas não podem andar pela altura, mesmo que essa altura exista, afinal, a folha de papel tem espessura, mesmo que esses seres não consigam entender o que isso significa. Agora, peguemos um furador de papel e façamos um pequeno furo em um ponto no limite da circunferência desse círculo, que poderíamos chamar de polo, assim como temos os polos norte e sul da Terra. Agora vamos colocar o ser que vive no plano caminhando em direção desse furo e que, sem perceber ele atravessa de um lado para outro da folha através dele. Lembre-se que esse ser tem uma compreensão do mundo como sendo um plano, ou seja, ele não consegue conceber o que significa atravessar o plano, pois tudo para ele é plano e esse movimento que ele fez foi apenas seguir um plano que se curvou de alguma forma que ele simplesmente não conseguiu perceber, dado que sua consciência não tem recursos para interpretar essa condição dimensional. Com isso em mente, qual seria a impressão consciencial desse ser? Ele está nesse momento do outro lado da folha, no avesso do papel, mas não tem a menor consciência disso, sendo que, nesse local ele vai encontrar um outro planeta, que poderá ter outra geografia e, possivelmente, outros povos, sendo que, se ele encontrar o caminho de volta, ele contará histórias fantásticas para aqueles que não conseguirão entender a jornada desse “explorador”. Ele tentaria explicar e interpretar sua experiência e poderia dizer que a Terra seria oca, mas, na realidade, ele acessou uma passagem no plano que o levou para o avesso da Terra, a outra face dimensional, não para dentro. Se transportarmos isso para uma consciência que entende o espaço como tridimensional, se ela achasse uma passagem para o avesso do espaço, o outro lado do planeta seria tão esférico quanto, deveria ter outra geografia e outros povos, em suma, essa consciência vai ver um outro planeta exatamente da forma como vemos o nosso deste lado e não vai entender o que está acontecendo.

De acordo com Dean Dominic de Lucia, um pesquisador do tema, aparentemente, todos os planetas possuem em seus polos “aberturas” para sua parte oca ou, na minha visão, a ligação entre as faces tridimensionais opostas dos planetas. Alguns possuiriam também aberturas pequenas em outras partes, mas nos polos é certeza. Se isso parece ser uma possível regra, então, podemos dizer que a formação dos planetas encerra algum tipo de torção dimensional que os fazem se desenvolver como esferas ao longo de algum tipo de eixo diametral que os atravessa pelos polos, sendo que esse eixo poderia interligar as faces tridimensionais opostas. É interessante que as pesquisas demonstram que os buracos negros possuem áreas de ejeções de matéria ou energia em seu eixo diametral de rotação (procure na internet por buraco negro e veja as fotos onde isso é mostrado ou artisticamente concebido). Buraco negro ainda é uma “entidade” muito misteriosa no universo e identifica situações muito bizarras em termos de espaço-tempo, sendo que, ninguém sabe ao certo o que ocorre dentro de um deles. Já ouvi uma teoria de que todo planeta teria em seu interior um pequeno buraco negro que seria responsável pela aglutinação da matéria ao seu redor. Associar as duas ideias não é muito difícil e, mesmo que não haja um buraco negro no interior dos planetas, a pista da ejeção de matéria pelos seus polos pode nos dizer alguma coisa sobre alguma característica existente em polos de corpos esféricos em rotação.

Mas qual a consequência de termos um avesso tridimensional e, se o temos, porque isso não é conhecido ou estudado? Por que nenhum povo do outro lado nos contatou até agora? Primeiramente, não podemos afirmar que não seja conhecido ou estudado pelas autoridades ou agências, podemos apenas dizer que elas não divulgam nada sobre o assunto e temos apenas os relatos dos exploradores ridicularizados pela história. Pelo mesmo motivo, não podemos afirmar que ninguém do outro lado não tenha nos contatado. Outro ponto digno de nota é que os polos são lugares tão inóspitos hoje que a exploração deles só começou verdadeiramente há pouco mais de 100 anos. Aparentemente, o outro lado é tão inóspito quanto, então, se os povos de lá tiverem um desenvolvimento científico similar, estaremos todos na mesma situação. É muito provável que sejam seres humanos iguais a nós, até porque, no passado algum povo primitivo pode ter conseguido transitar por essa passagem em uma era de intenso degelo. Um detalhe interessante é que os exploradores relatam que do outro lado há um sol similar ao nosso e isso é fácil de conceber, basta voltarmos ao exemplo do papel, estendendo-o infinitamente e projetando a esfera solar nesse plano da mesma forma como fizemos com a Terra. Nessa situação, o sol que o explorador viu é o avesso do sol que vemos, ou seja, o mesmo sol. Já em termos científicos temos um bom desafio aqui, que são as fórmulas que descrevem a massa. Se imaginarmos que o planeta tem um avesso, então, a primeira suposição é que a massa seria dobrada, o que derrubaria a tese considerando a experimentação científica atual. De fato, não dá para afirmar isso sobre a massa dessa forma, pois nossa ciência hoje não conhece a natureza da massa (estude um pouco sobre o bóson de Higgs e você vai ver que a massa ainda é um mistério). Outro ponto é que os cálculos de massa que temos hoje já podem considerar essa massa dobrada, ou seja, se partirmos do pressuposto de que o avesso também pode existir nas partículas, então os cálculos ignoram que a massa poderia se dividir pelos avessos. De fato, seria necessário formular uma teoria de como a massa se esparramaria por esses avessos, dividindo-se, e não o contrário, em outras palavras as fórmulas vão funcionar mesmo que ignoremos a existência do avesso, dado que elas considerariam a massa integral de ambos os lados. Mais um detalhe, da mesma forma que eu mencionei acima sobre o avesso do sol, todos os orbes teriam avessos visíveis dos dois lados, senão precisaríamos inferir a existência de uma dimensão não conectada à nossa, o que contraria o conhecimento do universo de onze dimensões que temos hoje.

Por fim, é fácil entender porque as autoridades fariam o possível para deixar o tema obscurecido. Imagine um mundo do mesmo tamanho e potencial que o nosso, que tenha se desenvolvido isoladamente, com seus modelos políticos, sociais, industriais e econômicos, com seus reis e suas guerras, com sua ONU e tudo mais, e que esse mundo possui uma ínfima passagem para um outro muito similar, como todas suas estruturas de poder já montadas. A pergunta óbvia é: como lidar com a existência disso sem provocar um tremendo desequilíbrio nas estruturas de poder, nos planos de governo e tudo mais, de ambos os lados? Se o lado de lá é similar ao de cá (e acredito que seja), tenho absoluta certeza de que há um acordo tácito entre as partes para deixar tudo ocultado até que se arrume algum meio de lidar com isso, de pleno acordo de todas as estruturas de poder existentes em ambos os lados, o que absolutamente não deve ser nada fácil. Eu acredito que sejam sociedades similares porque se um dos lados fosse bem mais forte ou desenvolvido tecnologicamente, já haveria um movimento de dominação por parte desse lado, pois nós conhecemos muito bem a índole humana.

Como vimos, com um pouco de boa vontade é perfeitamente possível conciliar lendas com ciência, basta elucubrar um pouco e avaliar as possibilidades. Sou da opinião que não devemos ignorar ou rechaçar nenhuma lenda ou história contada pela nossa “mitologia.” Elas não são mentiras ou fantasias, apenas são interpretações limitadas de fatos existenciais cuja compreensão não era possível na época que foram relatadas. Como dizia Adhemar Ramos: “Não acredite em nada que eu disser, mas não duvide de nada que eu disser.”

Paz e Luz para todos.