"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


quarta-feira, agosto 28, 2013

Reflexões Sobre a Velocidade de Dobra Espacial

Velocidade de dobra espacial foi um termo criado pela série Star Trek para designar todo um ecossistema técnico que faria uma nave interestrelar se mover mais rápido que a luz e, com isso, propiciar viagens espaciais aos confins do universo. Como tudo na série, ela tem uma boa base científica, mas apenas base, pois há alguns problemas e paradoxos ainda não resolvidos pelo nosso conhecimento atual. De fato, esse conceito de dobra é objeto de estudo da ciência, dentro da especialidade da propulsão, sendo que muitos cientistas acreditam ser perfeitamente possível.

Antes de começar a fazer as reflexões, que são o verdadeiro objeto desse artigo, vamos entender um pouco os desafios científicos que temos hoje com esse tema. Basicamente, para se conseguir uma velocidade de dobra espacial, algumas coisas precisam ser tratadas, pois a teoria da relatividade indica que, quando um corpo atinge a velocidade da luz, sua massa se torna infinita e, portanto, precisa de energia infinita para se movimentar. Pessoalmente, eu acho que existem enganos em algumas fórmulas que definem a massa, até porque hoje a ciência ainda não consegue nem descrever a própria natureza dela, por isso que existe essa grande ansiedade para a descoberta do Bóson de Higgs, que seria uma partícula que daria significado científico à massa. Outro ponto relevante é que a teoria da relatividade diz que o tempo se dilata conforme o corpo vai atingindo a velocidade da luz, chegando a parar quando a atinge. Além disso, a fórmula que calcula a massa em movimento não consegue determina-la em velocidades superiores a da luz, mais um indício de que temos problemas nessas fórmulas, pois, embora a matemática já consiga formular alguma coisa baseada em números imaginários, não se consegue traduzir isso em termos de viabilidade física, ou seja, levando em consideração as teorias atuais, se temos números imaginários, teríamos que ter uma física imaginária ou uma massa imaginária; plausível, mas muito impalpável. Há outro ponto que também demonstra que ainda temos vários problemas conceituais para afirmar se conseguiríamos viajar em velocidades superiores a da luz, pois para o tempo parar, há que se considerar que a velocidade da luz seja uma constante, o que, segundo diversas experimentações atuais, parece que pode não ser, mas isso é bem controverso. De fato, segundo Einstein, a velocidade da luz seria um limite teórico para qualquer corpo material nesse universo, pois para estar em alguma velocidade superior a da luz, o objeto deveria acelerar até atravessar o ponto onde o tempo cessa, o que é um paradoxo, pois o próprio conceito de movimento depende do tempo, ou seja, se o tempo cessar, o movimento se torna algo inconclusivo. De qualquer forma, isso pode sofrer modificações se velocidade da luz não for constante e também se considerarmos aspectos quânticos nesse processo. Há também as implicações temporais, ou seja, o tempo é impactado fortemente por movimentos próximos a velocidade da luz, então não dá para pensar em viagem em altas velocidades sem levar em consideração que estaríamos viajando pelo tempo. Note que essa última implicação é tratada de forma meio forçada na série Star Trek, pois eles criaram um conceito de bolha temporal que isolaria a nave dos efeitos do espaço-tempo. Plausível, mas não me parece ser o caminho natural óbvio, porém, não deixa de ser lá uma licença poética do autor. De qualquer forma, isso também tem sua base científica, pois para que fossem possíveis viagens nessas velocidades, a teoria atual diz que seria necessário criar um campo de proteção para a nave, ou seja, precisaríamos envolve-la em uma bolha espaço-temporal, ou um campo de força de espaço-tempo, o que faria com que a nave ficasse protegida das bizarrices físicas que ocorreriam nas fronteiras desse campo de força. Só que o fato de proteger a nave para garantir sua integridade física não significa que a tornaria imune aos efeitos das dilatações temporais, afinal, o que está dentro dessa bolha está em altíssima velocidade em relação a outros pontos do universo.

Mas, meu objetivo aqui não é explicar a física e a matemática de uma suposta tecnologia que nos propiciaria esse tipo de viagem, mas sim explorar nossa limitada visão do universo através de reflexões. Como disse, em qualquer situação de uma viagem nessas velocidades, não podemos ignorar as distorções na nossa percepção de tempo que isso causa. Para entender isso, temos que voltar ao clássico experimento mental de Einstein relativo ao viajante do tempo. Primeiro, vamos entender como funciona o tempo em relação à luz de forma resumida, pois isso foi explicado com mais detalhes na série de artigos “Uma Questão de Tempo” aqui mesmo nesse blog. A teoria (e prática, pois isso já foi experimentalmente provado na década de 1960) diz que o tempo se dilata para corpos que se movem, ficando esse efeito bem marcante em velocidades próximas a da luz, ou seja, se um objeto está a 1% da velocidade da luz e um outro está a 70% da velocidade da luz, o tempo para esse segundo objeto passará mais devagar em relação ao primeiro. Então, o experimento do viajante do tempo diz para tomarmos duas pessoas, uma que fique na Terra e outra que faça uma viagem espacial a uma velocidade muito alta, próxima da velocidade da luz. Nessa situação, quando o viajante espacial voltasse à Terra, pelo fato do tempo dele andar mais devagar, a percepção dele seria que ele teria viajado alguns dias, mas, na Terra, a pessoa que ficou teria percebido o transcorrer de vários anos ao invés de dias. Se o viajante espacial se movesse acima da velocidade da luz, a teoria diz que o tempo retrocederia em relação ao outro que ficou na Terra, então, o viajante voltaria antes de ter saído. Note que essa forma de conceber o tempo sempre está em relação a dois pontos no universo, pois não existe tempo absoluto segundo o conhecimento atual.

A consequência de considerarmos viagens nessas velocidades é que o tempo vai deixar de ser uma prisão e vai passar a ser uma coordenada transitável, ou seja, não se consegue ir de um lugar a outro sem considerar quando e por quanto tempo esse lugar existiu. Viajar em dobras espaciais requer uma sintonização do tempo ao final da viagem. O que eu quero dizer com isso? Considerando a luz como referência, ao invés de dizer que o tempo cessa na velocidade da luz, podemos dizer que nela temos o tempo integral, ou seja, todos os tempos ao mesmo tempo. Digo isso, pois se estivermos a um quilômetro por hora abaixo da velocidade da luz, a velocidade do tempo em todo o universo ao nosso redor seria absurdamente grande, ou seja, um segundo para nós significaria centenas de milhares de milênios no universo e se avançarmos mais esse quilômetro por hora atingindo a velocidade da luz, a velocidade do tempo no universo tenderia ao infinito. Por outro lado, se andarmos a um quilômetro por hora acima da velocidade da luz, o tempo do universo estaria retrocedendo à velocidade de centenas de milhares de milênios em um segundo nosso, portanto, na velocidade da luz o retrocesso no tempo também tenderia ao infinito. Se na velocidade da luz temos ao mesmo instante o tempo do universo avançando e retrocedendo ao infinito, então, todos os tempos do universo estariam contidos nesse instante do movimento. Nesse sentido, regulando a velocidade da nave ao redor da velocidade da luz, mas muito próximo dela, poderíamos colocar essa nave em qualquer instante do tempo deste universo. Em suma, a partir do momento que consigamos nos mover nessas velocidades, precisaremos considerar mais uma coordenada para nossa viagem, pois, como estaremos sujeitos à distorção no tempo que esse tipo de viajem causa, precisaremos além de saber qual a latitude, longitude e profundidade no universo onde queremos ir, teremos que saber quando aquele local/povo existiu, senão não o encontraremos lá, até porque, todas as coisas no universo estão em movimento, então, se quisermos achar um planeta, temos que saber quando ele estava no local que queremos chegar. Por exemplo, se estivermos voltando para Terra e errarmos em um dia que seja o tempo da chegada, estaremos errando em mais de 20 milhões de quilômetros, pois o sistema solar viaja a 240 Km/s, o que até pode não ser muito em termos astronômicos, mas não se pode dizer que não seja uma distância considerável para errar e, certamente, estaremos bem distantes do local onde esperaríamos encontrar a Terra.

Outro ponto interessante a se considerar é que já temos conhecimento suficiente para teorizar cientificamente sobre uma viagem em dobra espacial e já há pesquisas tentando desenvolver isso, o que, mais cedo ou mais tarde vai nos levar a conseguir realizar a proeza, ou seja, isso é possível, apenas ainda não sabemos como. Se isso é possível, em algum momento do tempo futuro a humanidade já terá conseguido realizar isso e, portanto, terá a capacidade de voltar no tempo. A implicação disso é óbvia, significa que hoje mesmo nós podemos estar sendo visitados por nossos descendentes do futuro, o que, aliás, é uma das teorias sobre os fenômenos OVNI, ou seja, não só podem ser seres extraterrestres, como podem ser seres terrestres, bem humanos, só que estão vários anos no futuro.

É possível fazer várias conexões entre esse tipo de especulação e os diversos livros filosóficos e teosóficos que falam sobre a gênese humana, ou sobre termos sido exilados aqui por conta de nossos desequilíbrios espirituais. Nesse caso, colocar-nos aqui na via láctea, sistema solar, planeta Terra, cerca de 13,73 bilhões de anos do último big bang pode significar que estejamos em um lugar no tempo-espaço ermo, sem possibilidade de contato fácil com nenhuma outra civilização que tenha algum tipo de manifestação material, até porque, ao que parece, nenhum dos planetas desse sistema solar possui vida material inteligente neste período de tempo. No passado, isso foi feito com muitas prisões terrestres, ou seja, elas eram colocadas em ilhas ou lugares de difícil acesso para que qualquer preso não tivesse como ir muito longe com a tecnologia que ele tinha se conseguisse fugir de alguma forma. Seríamos então prisioneiros universais, como sugere o livro “Exilados de Capela”? Mas o que significa realmente isso em um universo cujo tempo é apenas mais uma coordenada? Pode significar que nossa pena é temporária e que chegará ao fim quando dominarmos essa tecnologia. Alguns podem dizer “se” dominarmos, pois podemos nos destruir antes disso, considerando que nosso domínio de forças destrutivas está muito avançado em relação do domínio da velocidade de dobra espacial. Pessoalmente, acho mais possível nossa destruição por algum evento cósmico, como asteroides ou planetas negros, do que por nós mesmos; se tivéssemos que fazer isso, já o teríamos feito, pois esse domínio de forças destrutivas capazes de destruir a humanidade já existe há quase três quartos de século. De fato, muito desse domínio é mais retórico que prático e está sob rígido controle do establishment.

Viagens pelo tempo nos causam muitas estranhas sensações mentais, pois carregam muitas consequências fantásticas junto. Poderíamos encontrar a nós mesmos mais jovens ou mais velhos e, com isso, alterar nosso destino de alguma forma. De fato, há teorias sobre o tema indicando possíveis pontos de separação de universos, ou linhas existenciais, causados por nossas decisões. Há teorias relacionadas aos OVNI afirmando que nossos descendentes estariam vindo aqui justamente para corrigir alguma coisa, fazendo com que a sociedade futura fosse melhor. Acho que deveríamos refletir sobre essas possibilidades e encará-las de forma mais natural, abrindo a mente, pois estar preso ao tempo já é muito limitado, então, estar com o pensamento preso a ele é mais limitante ainda. No passado, quando a humanidade desenvolveu o senso da perspectiva, muitas coisas mudaram no mundo e no pensamento humano. Que tal dar mais um passo agora rumo ao tempo integral? É através da evolução de nosso pensamento, nos libertando das amarras mentais, que vamos alcançando a liberdade espiritual. Em vez de fugir da ilha prisional, podemos sair livres pela porta da frente tendo um barco nos esperando para voltarmos à civilização universal.

Paz e Luz para todos

Um comentário:

Anônimo disse...

Hugo, prazer em o conhecer.
Interessante todo o seu comentário de principio ao fim, gostaria de conversar mais sobre esse e outros conteúdos...

Paulo Lobo
ct2gnh@hotmail.com