"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


terça-feira, fevereiro 12, 2002

Onde Erramos?

Recentemente, estive conversando com um grupo de chineses com profundo conhecimento filosófico acerca da situação de nosso planeta e do nosso processo evolutivo. Segundo a visão deles, houve um desvio nesse processo que causou uma degradação moral muito grande no ser humano. Houve um grande desenvolvimento da tecnologia, mas a parte moral e filosófica não acompanhou paralelamente esse caminho.

Analisando um pouco a história, podemos perceber que essa degradação se acentua no momento em que a ciência passa a olhar apenas para o plano material, esquecendo-se do espiritual. Mais do que isso, deu-se um crédito fora do normal à ciência materialista em detrimento das filosofias e estudos ocultistas ou, para usar um termo menos polêmico, estudos metafísicos. Mesmo a parapsicologia foi tida como uma matéria menos nobre e muito questionável.

Para mim é exatamente aí que está o erro. A nossa ciência ignorou milênios de história da humanidade e postulou um axioma básico de que o homem é formado por corpo, pois corpos podem ser medidos, observados e explicados (pelo menos em parte, visto que até hoje não existe explicação para o fenômeno da vida). Eliphas Levi, ainda no século 18, já dizia que ciência sem filosofia pura e fé (religiosa) era um grande desequilíbrio. Na visão dele, essa trindade formava um triângulo equilátero com a ponta voltada para cima, cujos vértices da base continham de um lado a ciência e do outro a fé, e no vértice superior havia a filosofia, representando que a ciência e a religião nunca poderiam andar separadas, mas deveriam ser integradas pela filosofia. Além disso, ciência e fé eram a base e o objeto de estudo para a filosofia. Muito sábia essa afirmação de Eliphas que era corroborada por muitos outros estudiosos da época.

Na realidade, a ciência foi muito covarde e presunçosa quando assumiu que o homem não tinha alma. Fez isso apenas por não poder explicá-la. Teria sido um desafio maravilhoso e muito mais enriquecedor ter tido a coragem de adotar como axioma básico que “o homem é formado por corpo e alma”, pois a alma teria que ser estudada tanto quanto o corpo. Nossa sociedade e tecnologia seriam completamente diferentes hoje se conhecêssemos nossa alma e tivéssemos desenvolvido uma ciência que a contemplasse com todos os seus atributos. Muitos dos polêmicos dogmas da religião poderiam ter sido esclarecidos, como reencarnação, Carma, vida após a morte, etc., o que poderia ter dirimido, ou pelo menos reduzido, algumas diferenças religiosas. Certamente, nossa sociedade teria uma outra consciência e poderíamos ter melhorado muito nossa condição em termos de qualidade de vida e justiça social. Posso apostar que teríamos evitado as guerras mundiais e o uso da bomba atômica.

Mas não foi assim e o que vemos é uma total inversão de valores, onde o culto à violência, ao dinheiro, ao preconceito moral e religioso, etc. é a tônica da nossa sociedade pobre de espírito, que pinta seu futuro com tintas escuras e tristes.

Nunca é tarde para se arrepender, caros cientistas. Talvez ainda haja tempo de mudar isso tudo e construir uma sociedade de Luz.

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