"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


quinta-feira, dezembro 13, 2001

ALCA - Área de Livre Comércio para os Americanos

O tal do Fast Track dos americanos está causando uma certa reação em nossos líderes políticos. Pelas notícias que chegaram por aqui, parece mesmo uma manobra para a criação de uma área de livre comércio que só atende aos interesses americanos. Pode-se dizer que a história mais uma vez se repete, pois no passado, as antigas potências também faziam manobras antiéticas ou ilícitas para se manter no poder. Isso também acontece em menor escala nas classes sociais mais abastadas ou empresas poderosas. É a velha história do microcosmo e macrocosmo. Cada célula do todo é um exemplo em miniatura do todo.

O que tem sido uma grata surpresa é o comportamento dos nossos líderes da área de comércio exterior. Mesmo antes da maravilhosa (e óbvia também) conclusão do governo de “exportar ou morrer”, nossa postura no comércio externo tem sido razoavelmente agressiva, de forma a exigir um espaço no mundo. Da história que eu conheço, nunca tinha visto esse tipo de atuação antes. Mesmo na época do “Exportar é o que Importa”, nossa política não era tão brigadora.

Isso pode ser conseqüência da alteração na estrutura de poder que parece estar acontecendo meio que veladamente em nosso país. Hoje, a bolsa de valores parece estar atrelada ao movimento das empresas de telecomunicações, cujo controle atual é eminentemente europeu. Além disso, nosso setor bancário também parece invadido pelo velho mundo. Se isso vai ser bom ou ruim, só o futuro poderá mostrar, mas se remontarmos o passado, a Europa não pode ser considerada um exemplo de bons samaritanos e também tem muitas reservas contra produtos estrangeiros, especialmente os do terceiro mundo.

De qualquer forma, o Brasil é a pérola da América do Sul e qualquer negociação comercial nesta região só interessa se incluir o Brasil. O que temos que conseguir é que esses exploradores deixem de pensar que nós continuamos sendo uma colônia disfarçada. Se nossos líderes forem espertos, poderemos nos aproveitar desse embate de interesses entre União Européia e Estados Unidos.

Nosso problema é que ano que vem é ano de eleição. O passado mostra que o superávit prévio às eleições tem sido consumido para garantir a permanência no poder. Como não temos muito mais o que privatizar, esse ímpeto às exportações pode ter sido uma das alternativas para reforçar o caixa que conduzirá o pleito. Depois de conquistados os objetivos, voltaremos a ser uma colônia regida pelas vontades dos colonizadores.

Tudo bem, tudo bem. Desta vez vou fazer um esforço para acreditar na boa intenção do governo. Afinal, nossa política comercial externa parece ser a única que faz sentido nesse mundo de aparências, ou seja, nesse caso o governo parece estar trabalhando direitinho.

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