"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


quarta-feira, dezembro 12, 2001

Demonarquia

Estou tentando me lembrar quanto tempo faz desde a última derrota importante de uma proposta do governo no Congresso Nacional. Honestamente, não me lembro. O máximo que consigo lembrar são situações onde o governo estava em desvantagem, mas logo em seguida, fez alguma manobra para atrasar as votações e, como que por encanto, na segunda tentativa a proposta do governo foi aprovada. Isso sem considerar a “ajuda divina” que provoca falhas nos painéis de votação, catástrofes naturais, ou mesmo acidentes que provocam comoção nacional e desviam a atenção do público para assuntos editorial e comercialmente mais interessantes.

Democracia interessante essa a nossa, não é verdade? Vota-se para representantes que usualmente acatam as decisões do governo, com alguma discussão, é fato, mas com uma boa dose de complacência. Esse deve ser o estilo brasileiro de democracia, que poderíamos chamar também de demonarquia, sem nenhuma perda de significado.

Mas talvez eu esteja sendo injusto, afinal, nossos governantes podem ser excelentes administradores e/ou estadistas. Devemos mesmo acreditar que uma pessoa pode viver com R$ 200,00 por mês, ou mesmo que houve apenas 17,5% de inflação nos últimos 6 anos. Aliás, deve ter sido menos, pois o governo vai ter prejuízo atualizando a tabela do IR. José Simão pode ter exagerado quando disse que a nova lei trabalhista seria a revogação da Lei Áurea.

O que mais me intriga é quanto o governo gasta com a manutenção dessa demonarquia. Quanto será que custa para o país todo esse jogo de influências. Jogo talvez não seja a melhor palavra. Que tal tráfico? Muito forte, pode ser taxado de acusação sem provas. Pior, acusação sem inquérito, que dificilmente acontecerá para os casos em que o governo esteja vencendo e o Congresso ganhando.

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