"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


quinta-feira, dezembro 06, 2001

E eles ainda dizem que eles que vão ter prejuízo...

Ontem, nosso valoroso presidente afirmou que aceita discutir a correção da tabela do IR, mas desde que o governo não tenha prejuízo. Ele veio com uma proposta absurda de reajustar somente metade dos 35,3% e ainda de parcelar a restituição.

Comentar esse tema chega a ser dispensável, tamanha a falta de sensibilidade, mas o desrespeito vem mesmo com a palavra “prejuízo”, normalmente utilizada para empresas com fins lucrativos. Por acaso o governo é uma empresa com fins lucrativos? Para mim, isso foi uma traição do subconsciente do presidente, que entre os seus acessores deve tratar o governo como tal.

Se pensarmos assim, não somos contribuintes e sim clientes, no nosso caso, clientes compulsórios. Clientes do que? Antes do governo vender seu patrimônio, éramos clientes das empresas de telecomunicações, energia elétrica, estradas, serviços sociais, etc. Mas éramos clientes burros, pois além de pagarmos uma fábula em impostos, ainda pagávamos tarifas de luz, pedágios, comprávamos linha telefônica (o bem mais estranho e esotérico que eu já vi), planos de saúde, etc. Pensando bem, devia ser verdade, pois agora que tudo foi vendido, pagamos muito mais por tudo isso. Talvez pagamos menos na telefonia. Será? Quanto você gasta com celulares hoje, mesmo em sua conta de telefone fixo? Qual o país que teve o maior crescimento no parque de celulares? De qualquer forma, a antiga Telebrás era tão lucrativa, que mesmo depois das suas componentes baixarem as tarifas, ainda pagamos quase o dobro que nos países desenvolvidos.

Bem... tem os serviços sociais, como saúde, previdência, segurança e educação. Deixe-me pensar... Saúde: acho melhor não comentar sobre isso. Previdência: não é importante, nem penso em me aposentar. Segurança: não tem problema, é só não andar com cheques, carros novos ou cartões de banco. Educação: só porque fomos um dos últimos colocados no teste internacional, isso não quer dizer que a coisa está tão ruim. Basta conseguirmos acabar com a repetência, segundo nosso inteligentíssimo ministro da educação.

Pensando bem, continuo sendo um cliente burro. Acho que vou mudar de fornecedor. Alguém conhece algum governo bom para que eu possa contratar?

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