"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


sexta-feira, dezembro 28, 2001

Como Acabar com Duas Moedas ao Mesmo Tempo

Pode parecer estranho, pois as moedas são supostamente fortes, mas o fato é que a Argentina conseguiu acabar com duas delas ao mesmo tempo no seu país. Isso não significa que as moedas perderam seu valor por causa da inflação, que não existiu. Porém, significa que sua existência se tornou inviável na Argentina, pois eles conseguiram provar da pior maneira que não adianta ter duas moedas fortes em um país de economia débil. O maior sinal disso são as dezenas de moedas que já foram criadas pelas províncias desde o aprofundamento da crise por lá. O que as províncias fizeram foi tentar resgatar sua relativa soberania através de um esforço torto de controlar o câmbio, imprimindo um instrumento de troca local para não ficarem mais inadimplentes do que já estavam.

A questão é que não existe mais solução inócua. É como um câncer que quando é extirpado no início, pode ser curado sem muito trauma. Se o deixarmos crescer, só é possível retirá-lo com extensas cirurgias e mesmo assim, muitas vezes não dá mais para curar. A Argentina alimentou seu câncer acabando com sua soberania cambial. Sujeitou-se às decisões cambiais de um país que não está acostumado a solucionar seus problemas de forma parcimoniosa e astuta, mas sim com força bruta e uma montoeira de dinheiro, ou seja, os EUA. Quem trabalha em uma multinacional americana sabe o quanto se gasta de recursos para resolver um problema simples que nós brasileiros resolveríamos com barbante e lata usada (os Russos também, veja o último parágrafo com título “Simples” do Estadão de 3 de dezembro clicando aqui). Não estou dizendo que é certo agirmos assim, mas certamente é mais artístico e econômico. Se usássemos bem nosso dinheiro, teríamos uma tecnologia invejável.

Agora, como toda massa falida, los ermanos estão à mercê dos oportunistas e aproveitadores, sejam eles os próprios políticos locais ou os países interessados em “ajudar” (mui amigos). A coisa é tão absurda, que ninguém quis assumir o governo, só aquele que nunca esperaria ser presidente e que deve estar achando tudo uma brincadeira divertidíssima. Resolveram criar uma moeda populista para levantar o moral do povo e fazê-lo acreditar que ainda é o povo mais europeu da América do Sul, afinal, a única coisa que a Argentina ainda tem é seu status hipócrita. Enquanto isso, as reais forças políticas se organizam e aproveitam o espólio para alavancar seus planos.

Na minha opinião, a solução para a Argentina é deixar de acreditar que é um país europeu e se lembrar que está na parte fraca das Américas. Como todo fraco, tem que encontrar pares em condições parecidas para reivindicar sua posição no mundo. O difícil vai ser superar o tradicional orgulho argentino.

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