"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"

(Mestre El-Morya)


quinta-feira, janeiro 03, 2002

Atenção! Você Pode Ser um Ignorante

Talvez você se sinta ofendido com essa matéria, mas não é esse o objetivo. O importante é você se conscientizar e formar uma opinião com relação à questão.

Primeiramente, o termo ignorante deve ser entendido na sua essência, ou seja, alguém que ignora ou desconhece alguma coisa. Não é o mesmo que burro, que é o contrário de inteligente. Nesse aspecto, todos nós temos algum tipo de ignorância, pois desconhecemos muita coisa que acontece em nossa sociedade, muitas vezes por recebermos informações erradas ou ilusórias. Parte dessa ignorância é causada por nós mesmos quando decidimos não procurar saber como as coisas funcionam ou ao menos nos certificar da procedência da informação. Além disso, somos agentes multiplicadores da ignorância quando transmitimos uma informação sem questioná-la ou validá-la. É o que acontece quando acreditamos em apenas uma fonte de informação, como uma agência de notícias, um único noticiário de TV, etc.

Podemos rotular o ignorante típico como sendo aquela pessoa completamente manipulável pelos donos do poder, a chamada “massa de manobra”, que na grande maioria das vezes é o povo. Ainda podemos subdividir o ignorante típico em ignorante feliz, ignorante rebelde, ignorante iludido, etc., mas todos têm características em comum que é não fazer nada de concreto para mudar a sua situação e a do próximo, preferindo deixar que alguém o leve para o destino que bem entender. Além disso, ele tenta obter vantagens em detrimento de outras pessoas em vez de tentar se unir a elas para formar uma massa mais consciente e menos fraca. O fato é que um ignorante típico não acredita que tenha capacidade para deixar sua condição e mudar alguma coisa, então ele tenta se defender como pode. Contudo, qualquer pessoa realmente tem essa capacidade, precisa apenas querer.

Tudo isso faz parte de uma estrutura de poder muito bem montada, onde cada qual tem sua função, em geral ignorada pelos ignorantes. Há, por exemplo, um tipo de pessoa que faz o que for necessário para aparecer. Essa pessoa não sabe fazer nada muito bem a não ser o marketing pessoal. Esse tipo normalmente é bem de vida e está sempre próximo da elite monetária, senão inserido nela. Além disso, ele aparece muito no meio social ao qual pertence, muitas vezes com grande projeção na mídia, mas na verdade nunca mandam em nada, sempre são instrumentos dos donos do poder, até porque, gastam muito tempo tentando se aparecer, de forma que a função do poder precisa ser exercida por outro tipo de pessoa. Muitos políticos de peso, artistas e músicos populares fazem parte da classe dos “aparecidos”. Aliás, muito músico popular sequer compõe sua música, compra de outro tipo de pessoa, aquela que gosta de fazer. Esses são os que fazem alguma coisa muito bem, mas não sabem ou não gostam de fazer marketing pessoal e são explorados por isso. Os “fazedores” são os verdadeiros criadores da nossa sociedade, com seus benefícios ou malefícios. Em geral, não têm muito dinheiro ou poder, gostam do que fazem, mas não conseguem subir de vida, pois algum “aparecido” sempre o descobre e se aproveita das suas qualidades em benefício próprio. Eles sempre fazem a parte mais difícil e pesada do trabalho e quando os frutos começam a brotar, algum oportunista vem e os colhe no seu lugar.

Dentre outros tipos interessantes (que vou deixar para você encontrá-los para não me estender muito mais nesse artigo), há aquele que controla tudo isso, manipulando os “aparecidos”, “fazedores” e ignorantes para atingir seus objetivos megalomaníacos. Esse é o dono do poder, ou o “poderoso”. Ele nunca aparece ou faz, mas comanda e decide o futuro de todos. Não tem nenhum escrúpulo para controlar tudo em sua volta, destruindo aquele que estiver em seu caminho e usando os recursos de todos os outros para alimentar a sua insaciável tirania. Normalmente, é um tipo pernicioso, que prefere usar seu poder para gerar sofrimento e alienação, seja ela social, cultural ou econômica, ao invés de se sujeitar a encontrar alguém que possa ser mais capaz de criar uma sociedade boa para todos.

É uma luta desigual, pois pouquíssimos ignorantes conseguem deixar sua condição, entendendo essa estrutura sórdida e conseguindo fazer algo para transformar isso. Esses tipos deixam a ignorância para se tornarem mártires, dedicando sua vida para mostrar aos ignorantes que ninguém é realmente ignorante e que todos podem fazer a sua parte, mudando sua condição e unindo-se na luta para a realização do ideal humano. Infelizmente, poucas vezes eles conseguem deixar herdeiros. De fato, são pessoas extraordinárias que conseguem perturbar as estruturas do poder. Em geral, conseguem unir muitos ignorantes e alguns idealistas, mas quando começam realmente a mudar algo, são assassinados pelos poderosos e grande parte de sua luta morre junto com eles. Ghandi é um exemplo espetacular de alguém que conseguiu combater a tirania com a paz, mas ele não precisaria ter sofrido tanto se todos nós tivéssemos entendido de início sua mensagem de união e responsabilidade individual.

Mudar alguma coisa está em suas mãos. Faça alguma coisa, procure seu caminho. Participe de sua entidade de classe, seu condomínio, sua associação de bairro, seja um voluntário, manifeste-se de alguma forma. Se você não está satisfeito com o que está aí, FAÇA ALGUMA COISA! Mas faça espelhando-se em um mártir (não precisa ser um deles, basta apenas se espelhar em algumas das qualidades deles). Ou você prefere estar classificado em algum subgrupo de ignorante? Se for isso, agora que você leu esse artigo, você se tornou um ignorante assumido.

P.S.: Esse blog está a disposição para que você se manifeste. Escreva um artigo e envie para cá. Se você não gosta de escrever, mas gosta deste blog, DIVULGUE-O, pois isso já ajudará muito.

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