Levei um certo tempo para me sentir razoavelmente confortável em escrever sobre o tema de hoje, até porque, é um tema muito hermético e que só alguns buscadores conseguirão entender verdadeiramente. O fato de eu querer torna-lo público é resultado de perguntas que já vi espalhadas na internet sobre o assunto e, como eu tenho alguma informação sobre ele, resolvi compartilhar. Entretanto, é um tema profundo, tem a ver com processos iniciáticos da consciência e não posso afirmar que eu tenha total domínio sobre ele, porém, vou passar minha visão baseada nas experiências que eu já vivi até aqui.
Muitos de vocês já devem ter visto o filme “Cidade dos Anjos”, com Nicolas Cage e Meg Ryan. Não vou aqui analisar ou descrever seu enredo, apenas pegar uma parte dele que me parece estar ligada, ou ter sido inspirada, por um mito estudado nas escolas de mistério, que pode ser chamado de “Noite das Trevas” ou outros nomes similares. De fato, estudos herméticos têm muitos mitos que precisam ser desvendados conforme vamos avançando na senda. Na realidade, os mitos são como mapas simbólicos, baseados em arquétipos que, conforme vamos buscando entender seu significado através da experiência mística, eles vão se revelando e mostrando se estamos ou não no caminho certo. Esses mitos também, por estarem baseados em simbolismos arquetípicos, nos fornecem muitos insights durante as meditações, descortinando mundos vastos de reflexão e experiências interiores que nos fazem avançar mais rapidamente nos caminhos do espírito. Mas voltando ao filme “Cidade dos Anjos”, há um momento que mostra os anjos na praia, de frente para o alvorecer, aguardando a chegada do sol; também é mencionado que eles ouvem uma música inebriante que os eleva espiritualmente, ou seja, como se o contato com o sol lhes causasse um novo alento de vida. Se nos fixarmos especificamente nesta cena, considerando todos os elementos simbólicos que ela contém, por si só já temos um amplo espaço para reflexão, como, por exemplo, a água (representada pelo mar) que tem relação com os sentimentos, o sol que tem relação com a luz divina, ou o próprio Deus de muitos povos e religiões, a música elevando os espíritos, como um fluído divino que nos toca sem vermos, as pessoas voltadas para o alvorecer, esperando pela luz que ilumina o mundo da manifestação, ou seja, sinais de iluminação da consciência. Com essa cena em mente e procurando vivenciá-la, somos levados a pensar que o momento da iluminação deve ser algo parecido com isso, uma sensação de libertação, de paz, de vida, de calma, de pureza.
Mas e antes do alvorecer, o que há? Daí o mito da “Noite Trevosa”, pois antes do dia, há a noite. Esse mito causa uma certa dúvida e inquietação em muitos estudantes, pois, assim como uma profecia, ele nos parece muito assustador até que passemos por ele, sendo que, ele é assustador justamente porque ainda não o vivenciamos e não conseguimos decifrá-lo. Uma profecia é assim, é como um sinal de algo que não temos como saber o que é, nem quando vai acontecer, mas a descrição que ela contém muitas vezes parece assustadora e incompreensível, só sendo desvendada depois que acontece e, mesmo assim, muitos ainda questionam se existe mesmo a profecia ou se seria apenas uma associação de ideias que não tem realmente conexão. Além disso, quando falamos de noite e de trevas, somos evocados a diversas programações mentais, espirituais e até mesmo físicas (memória de DNA), relativas aos perigos e sentimentos contidos em uma noite negra. Veja que nossa experiência com noites bem iluminadas é muito recente, pois toda nossa memória ancestral nos dá conta de noites vividas nas florestas, cidades sem iluminação, ausência de luz elétrica, etc., portanto, em nossa programação mental, o escuro é momento de alerta e autopreservação. Some-se a isso os arquétipos religiosos que associam as trevas aos demônios, seres deformados e canibalescos, cujo objetivo é aprisionar nossas almas e vampirizar nossa vitalidade. Enfim, a “Noite Trevosa” nos causa medo e esse é um dos primeiros simbolismos importantes desse mito.
Apesar de alguns irmãos interessados verdadeiramente em ajudar os outros, procurando dar explicações lógicas, objetivas e até simplistas para os buscadores que ainda não passaram por essa etapa de seu desenvolvimento místico, não há como explicar a experiência da passagem pela “Noite das Trevas” e do resultado que isso vai causar na psique do adepto, pois é uma experiência, não um conhecimento; o máximo que se pode fazer é explicar o processo e oferecer pistas de onde isso vai mexer internamente em cada um. Pode-se também fazer uma reflexão sobre essa etapa e aumentar os benefícios tanto para quem já passou, como para quem está passando, pois cada consciência tem seu plano de desenvolvimento e o que é enfatizado para alguns, passa desapercebido por outros, sendo que a troca de experiências sempre é profícua.
A sugestão que nos é trazida em relação à “Noite Trevosa” é que ela é um período de tribulações e provas. Depois de passar por esse período, eu tenho uma visão um pouco diferente, pois tribulações e provas confundem-se com expiação em algumas doutrinas, com significação de sofrimento, sendo esse termo muito desgastado e mal interpretado por diversas religiões. Falar de sofrimento sempre é complicado, pois muitos mestres já o estudaram a fundo e encontraram seus caminhos para compreendê-lo e superá-lo. Pessoalmente, acho que cada termo tem sua vibração e seu significado intrínseco, mesmo que muitos digam que são sinônimos e querem significar a mesma coisa. Em uma rápida pincelada da minha noção sobre esses termos, expiação está associada ao mito do calvário de Cristo, sendo que, segundo as próprias palavras Dele, Ele é a própria expiação e a libertação que dela resulta, então, tenho minhas dúvidas se é sofrimento. Para mim, sofrimento é uma experiência do ego, relacionado a apegos, perdas e paixões, portanto, não pode ser expiação, pelo menos aquela que é uma experiência libertadora e Crística. Tribulações são obstáculos que nos auxiliam no desenvolvimento consciencial e provas são os pontos de verificação que nós mesmos nos impomos, mesmo que inconscientemente, para avaliar nosso domínio sobre determinado aspecto da vida. Quem generaliza se afasta do discernimento e quanto mais consciência temos, mais discernimento podemos manifestar, ou seja, discernimento e consciência andam de mãos dadas.
Tema profundo... veja que todos os elementos apresentados sempre nos suscitam inquietação. Pegando o que já foi sugerido até aqui e misturando, temos que antes da iluminação haverá um período de expiação, tribulação ou provas que, na opinião do vulgo, é sofrimento; que para se libertar é preciso se crucificar. Cuidado com conclusões rápidas, pois a lógica da alma não tem suas bases alicerçadas na lógica da matéria e do ego. Essa impressão ruim, especialmente para aqueles que ainda não viveram o processo, é justamente o artifício que o ego usa para evitar que você busque o domínio da vida, ou seja, o ego está tentando afastar você disso, pois o ego quer ser o rei e não o filho sentado ao lado do Pai (reflita sobre isso, pois essa é uma das lições mais importantes que o buscador precisa se conscientizar).
Não há resposta fácil antes de se passar pelo processo, cada um tem que vivenciá-lo do seu jeito. Mas, como disse acima, dá para dizer o que se vai enfrentar e porquê, ou seja, é possível acrescentar alguns racionais para auxiliar sua consecução, mas não dá para explicar o que vai acontecer ao seu coração. Antes de prosseguir, quero deixar claro que eu não me considero um mestre iluminado e isso é mais uma pista sobre o processo da “Noite Trevosa”. Passamos por várias noites escuras em nossa vida e, para cada uma delas, nós alcançamos um grau a mais na iluminação da consciência. É lógico que umas são muito mais importantes que outras e muito mais iluminadoras, mas o mito serve para todas elas. Haverá uma derradeira? O mito do calvário de Cristo sugere que sim, assim como muitas narrativas dos verdadeiros Mestres Ascensos. Se essa tese é verdadeira, então, saiba que este que vos escreve está longe de ser um Mestre Ascenso, mas também não acho que é um cego guiando outro, pois já consigo ver algumas coisas e, se você chegou até aqui, imagino o mesmo para você. Posso afirmar que já passei por esse processo no que tange à experiência conduzida pelos meus estudos em escolas de mistério para essa encarnação. Também posso afirmar que já passei por algumas “Noites das Trevas” menores e que, muito provavelmente, ainda vou passar por outras, portanto, o que vou transmitir aqui é o meu entendimento dessa experiência à luz dos ensinamentos das escolas iniciáticas que participo.
Um pequeno parênteses aqui para podermos entender um pouco mais sobre a consciência: se analisarmos nossa consciência da forma como ela está constituída hoje, podemos afirmar que ela é muito limitada. Waldo Vieira associa amplitude da consciência, ou um estado mais ou menos desperto, com a capacidade de interação entre as diversas consciências existentes, independente do seu nível evolutivo, desde as mais básicas até as mais universais, tendo como ponto de partida a nossa própria consciência. Esmiuçando esse conceito um pouco mais, se nos colocarmos na posição de uma entidade com uma consciência muito desenvolvida, poderíamos interagir com a consciência de uma flor, de um inseto, de um animal ou de um ser humano de forma a nos comunicarmos com esses seres diretamente da fonte para o destino, ou seja, saberíamos o que esses seres estão sentindo ou pensando, pois podemos perceber seu interior; poderíamos mesmo incutir uma ideia ou vontade dentro desses seres, uma intuição. Voltando um pouco no exemplo do filme “Cidade dos Anjos”, os anjos podiam “ler” os pensamentos das pessoas, portanto, entende-se que eles tinham a consciência mais desperta para poderem interagir com essas informações, compreendendo o que significavam e sem perderem seu amor. Voltando agora para nossa limitada consciência humana e prosseguindo com esse conceito de Waldo Vieira, quem de nós pode dizer que consegue sequer interagir diretamente com a consciência do seu animal de estimação? Quando digo interagir quero dizer se comunicar integralmente com ele, entendendo o que ele sente e sabendo transmitir para ele a sua vontade. Pois é... nesse mundo devem haver uns poucos que conseguem, muito poucos; e o mais estranho é que, provavelmente, nossos animais de estimação devem nos considerar como anjos para eles. Há pessoas que leem pensamentos e, para mim, isso significa sim que a consciência dessas pessoas é um pouco mais desperta, pois elas já conseguem interagir de uma forma um pouco mais direta com os demais seres, pelo menos, os do mesmo reino.
Voltando ao tema principal, podemos dizer que escuridão evoca sombras e medo. Uma consciência que não consegue enxergar a outra sofre de um tipo de cegueira consciencial. De fato, vivemos em meio às nossas próprias sombras conscienciais, mal conseguindo discernir o que acontece dentro do nosso próprio ser. Temos medo de nós mesmos, temos medo da libertação, temos medo da iluminação. Quando tentamos adentrar nossa própria consciência, encontramos diversas sombras negras. Se ter a consciência desperta significa comunicar-se diretamente com outras consciências, devemos estar em um sono profundo, pois mal conseguimos nos comunicar conosco mesmo. Não seria esse o significado da “Noite Escura”? Se adentrarmos uma floresta à noite, nos sentiremos desamparados, enfrentando as sombras e os perigos de uma floresta escura; isso nos coloca frente a frente com nossos medos. Adentrar a “Noite Trevosa” é adentrar nossa consciência, de frente para esses medos e para os perigos do ego, a floresta escura. Para conseguirmos atravessar essa noite, primeiramente, precisamos acreditar no alvorecer, trazer no âmago a certeza de que em algumas horas a luz vai deflagrar o horizonte e dissipar as trevas. Segundo, precisamos saber que nosso maior inimigo é nosso próprio medo, que faz com que nos isolemos e consideremos todos como inimigos, inclusive nossas próprias sombras. Quem tem medo, não tem amor; reage agressivamente e destrutivamente. Quem tem medo, não acredita que está amparado, não tem fé, não se harmoniza com a “floresta”, não escuta a voz da verdadeira consciência interior. Quem tem medo, foge das suas sombras, de si mesmo. A expiação da “Noite Escura” é o enfrentamento dos seus medos, a luta do seu Eu Interior para iluminar sua consciência. Terceiro, precisamos saber que não estamos sozinhos na noite; assim como no filme onde todos os anjos se reuniam na praia antes do alvorecer, há muitos “anjos” acompanhando você nessa “floresta”; para ouvi-los, você precisa se abrir e aqui vale uma menção a outro filme, “A Profecia Celestina”, onde um dos insights é você se abrir para essa nova realidade. Quarto, você precisa saber qual é a arma mais eficaz para você combater o medo; essa arma é o Amor. Você pode enfrentar todos os “perigos” da “Noite Trevosa” através do Amor e da Fé. Quinto, a “Noite Escura” não é uma prova, uma tribulação ou sofrimento, é um processo de expansão da sua consciência. Quando um esportista treina para superar seus limites, ele vai expor seu corpo a uma carga além de sua capacidade atual para poder melhorar seu desempenho, isso causa dor, algumas lesões, exige esforço, mas o esportista não considera isso sofrimento, ele sabe porque está fazendo isso e qual objetivo quer alcançar; de fato, na minha opinião, esse é o verdadeiro significado de expiação, ou seja, é expor-se a um esforço que parece além de sua capacidade, um verdadeiro sacrifício pessoal, uma entrega por um objetivo claro e divino que será libertador. A expiação de Cristo foi ser o cordeiro de Deus e seu mito foi entregar-se em sacrifício pela salvação da humanidade, a mais trevosa e libertadora de todas as noites.
Não tenha medo da sua experiência de “Noite das Trevas”, pelo contrário, vá em direção a ela. Entregue-se aos seus mistérios. Aceite seus desafios. Viva sua expiação divina. Ao final de toda noite, por mais negra que ela seja, a luz do Grande Sol Central vai colorir o horizonte, a brisa morna do mar vai acariciar sua face, a música doce do vento vai exaltar sua consciência e seu coração vai se abrir, desabrochando a rubra rosa da sua Alma.
Fiquem na Paz Profunda do Pai.
Hugo De Paula F.R.C.
"Periódico com artigos ligados à ciência, filosofia, esoterismo, religião e assuntos relacionados à situação atual do planeta."
"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"
(Mestre El-Morya)
domingo, julho 15, 2012
segunda-feira, abril 02, 2012
A Metáfora do Salto Quântico
Pelos artigos que eu costumo publicar aqui, muitos de vocês já
perceberam que eu faço diversas críticas ao sectarismo, seja ele religioso,
filosófico, teosófico ou científico, pois acredito que tudo isso tem a mesma
natureza e deveria cooperar para o desenvolvimento geral da consciência humana.
Porém, quando vejo pessoas se apropriando de algumas expressões, causando
confusão por conta disso, por vezes eu entendo a rigidez que a ciência impõe ao
método e ao agnosticismo. Isso é bem patente com a física quântica, mais até
que a relatividade de Einstein, pois essa ainda é bem palpável e não se pode
inventar teorias inverossímeis com ela. Ao contrário, a física quântica é tão
bizarra, “esotérica” e inacreditável, que muitos se utilizam dessas
características para tentar dar um ar de científico aos seus devaneios. Apesar
de eu começar o artigo “soltando os cascos”, de fato, a metáfora do salto
quântico utilizada para explicar iniciações ou processos evolutivos da
consciência até que faz sentido, muito embora, quem a usa deveria reforçar que
é uma metáfora e não uma teoria, pois se isso não for feito, a beleza filosófica
que existe acaba virando uma mentira científica.
Para entender a metáfora, temos que esclarecer o que cientificamente
significa o salto quântico. A explicação a seguir é para leigos, portanto, peço
“licença poética” para usar alguns termos ou exemplos menos precisos, porém
conceitualmente válidos e fáceis de entender, até porque, vou direcionar o
texto para se aproximar da metáfora. Vamos lá, primeiramente, imagino que a
grande maioria de vocês tem na mente aquela imagem tradicional do átomo, onde
vemos um conjunto de bolinhas coloridas no centro, rodeadas por bolinhas
menores orbitando à sua volta, com linhas circulares ou elípticas indicando a
trajetória delas. As bolinhas maiores no meio representam o núcleo e as menores
à sua volta representam os elétrons. De fato, a concepção que se tem do átomo
hoje é muito diferente disso, porém, para nossa explicação, peguemos essa
imagem comum. Cada bolinha dessas é uma partícula do átomo, ou seja, prótons,
nêutrons, elétrons, etc., e é nesse domínio de partículas que acontecem os tais
saltos, ou seja, as bolinhas são “saltitantes” (risos). Vamos agora expandir um
pouco a idéia da trajetória dos elétrons e, para isso, vamos usar o átomo mais
simples, que é o de hidrogênio, composto por um próton no núcleo e um elétron
ao seu redor, cuja trajetória representada no papel corresponde a um círculo.
Agora vamos nos aproximar bem desse círculo desenhado e vamos ver que ele é
composto por um disco de vários círculos concêntricos, como os anéis de
Saturno, sendo que, esses círculos não se tocam, estão separados por um espaço.
De fato, o elétron está aprisionado em apenas um desses círculos, dependendo da
energia contida no átomo. Não se esqueçam que esses círculos são imaginários,
eles não existem realmente, apenas são a representação da trajetória do
elétron. Com essa imagem em mente é fácil entender o salto quântico.
Basicamente, quando o átomo recebe energia, ou luz (fótons, que são o aspecto material
da luz), ele “armazena” essa energia fazendo com que o elétron salte para um
dos círculos mais externos da sua trajetória, sendo que esse salto ocorre de
acordo com a quantidade de fótons que ele recebe, ou seja, pacotes definidos de
energia. Quando o átomo perde energia, ele emite a quantidade de fótons
correspondente e o elétron “decai” para camadas internas da sua trajetória.
Continuando com essa imagem simples, vamos agora introduzir um pouco
da bizarrice quântica. Já aviso que não adianta tentar conjecturar explicações
para essas bizarrices, pois para fazer isso é preciso muita matemática, então,
você simplesmente tem que assumir que o universo é assim e que o que vemos é
uma interpretação de coisas que realmente estão muito distantes da nossa
compreensão. Não estou dizendo para ter fé, pois no caso aqui, isso tudo já foi
objeto de diversos experimentos de laboratório e daí chegou-se a essas
conclusões, ou seja, isso já é teoria na prática e já foi “visto” por várias
pessoas. Primeiramente, elétron não tem trajetória ou, pelo menos, não há como
determinar a trajetória dele, pois quando vemos o elétron como partícula, ele
não tem “movimento”, e quando determinamos o “movimento” dele, ele não é partícula,
é onda; de fato, as partículas têm essa propriedade, são as duas coisas ao
mesmo tempo, onda e partícula. Segundo é que o elétron não passa pelo espaço
que existe entre as trajetórias que representamos na imagem mental do disco
concêntrico, ele simplesmente desaparece de uma delas e “magicamente” aparece
na outra, daí o termo salto. Terceiro, ele só salta se tivermos a quantidade
exata de energia que chega ou sai de uma só vez e, como são fótons, você pode
contar a quantidade deles, porém, se pensarmos que fótons em movimento é uma
onda luminosa, praticamente podemos dizer que estamos “contando” a luz. Essa
quantidade exata de energia é chamada de quantum, daí o termo “quântico.”
Bem... chega de bizarrice, senão a imagem mental que formamos vai para o
espaço... se bem que ela já está no espaço, o espaço atômico (risos).
Com a explanação acima, podemos entender então que o salto quântico
é o desaparecimento do elétron de uma camada de energia (trajetória) e
aparecimento imediato em outra camada, como resultado da absorção ou emissão de
quanta (plural de quantum), ou energia, ou luz, ou fóton (que é tudo mais ou
menos a mesma coisa). Cientistas, por favor, respeitem minha “licença poética!”
Mas como isso se tornou metáfora? Aqui vamos ter que estudar mais algumas
coisinhas relacionadas com os processos de elevação da consciência, saindo da
ciência formal e indo para filosofia e teosofia. Há duas coisas que precisamos
tratar aqui e vamos começar com os insights, que é algo que a maioria de vocês
já deve ter experimentado. Insight é diferente de intuição, pois intuição
basicamente é um sentimento, uma tendência sem explicação racional para seguir
uma determinada idéia ou opinião. Insight é mais completo, ele aparece na mente
como uma idéia integral, racional, emocional e espiritual; é como se abrissem a
nossa cabeça e implantassem uma imagem de forma atemporal, ou seja, simplesmente
em um instante imensurável, a idéia que não estava lá aparece completamente,
uma descoberta, uma lâmpada que acende sobre sua cabeça, como se você tivesse
recebido alguns quanta de energia cognitiva. De fato, o que algumas tradições
esotéricas tentam fazer com as magníficas encenações místicas, chamadas de
iniciações, é justamente gerar um insight relacionado com a nova situação
consciencional representada pelo grau de estudo que o buscador está adentrando.
Aí começamos a entender a metáfora do salto quântico, uma iniciação mística
tenta produzir um salto quântico consciencional no discípulo, ou seja, tenta
fazer com que a consciência dele salte de um plano de compreensão para um outro
plano um pouco mais elevado, através de uma “carga energética” (quantum) ou uma
experiência espiritual ou mística, que se manifesta com um insight (um salto),
e que produz uma expansão da consciência (trajetória mais externa do elétron).
Mas não é só em relação à consciência individual que essa expressão
tem sido usada, mas também para a experiência de santificação do planeta que
várias tradições filosóficas têm trazido à baila atualmente para explicar o
estamos passando em termos de transformação planetária, sendo este o segundo
ponto a tratar que eu mencionei acima. Entenda por santificação o conhecido
apocalipse ou dia do juízo final. Mas por que eu chamo isso de santificação?
Porque várias tradições místicas identificam o processo que precede a ascensão
da consciência, ou ressurreição, ou santificação mesmo, como um processo
penoso, de martírio, de expiação e enfrentamento dos nossos medos e tentações.
Muitas delas a chamam inclusive de noite trevosa ou similar. Se estudarmos as
histórias dos messias (Mestres Ascensos), ou mesmo dos santos, vemos que antes
de se tornarem iluminados, eles foram martirizados de uma forma ou de outra. E
se o planeta estiver a caminho de ascensionar? Seguindo essas tradições, a
consciência planetária deveria passar por um processo de martírio planetário,
ou apocalipse, sendo que, após esse evento, o planeta estaria em uma nova “camada
energética” consciencional, ou seja, terá dado um salto quântico em sua
consciência e de todos aqueles que aqui habitam. Já vi algumas escolas usarem
também a expressão: “mudar a oitava vibratória”, usando aqui uma metáfora
musical, pois em música, uma oitava acima é a multiplicação por dois da
freqüência original da nota, portanto, a mesma nota com mais energia. Segundo
as profecias e tradições místicas, assim como o salto quântico, essa mudança na
consciência do planeta ocorre de uma vez, sem transitar por consciências
intermediárias, e o novo patamar de consciência é mais energético que o
anterior, o que sugere que pode haver alguma alteração na manifestação material,
DNA ou algo parecido; no mínimo, mais luz, dado que houve a “absorção de quanta”,
ou de energia, seja ela espiritual ou de qualquer natureza conhecida ou
desconhecida.
Pessoalmente, eu não me sinto confortável em usar a metáfora do
salto quântico para explicar esses processos ascensionais e o motivo é muito
simples: veja o tanto que eu tive que escrever para tentar explicar para alguém
que não conhece física quântica o que isso significa, e eu mal pude tocar no
mais importante, que são os assuntos da ascensão planetária, iniciações
místicas, martírio, etc. Além disso, um salto quântico não significa apenas aumento
de energia, pode ser diminuição, ou seja, se colocarmos na metáfora, seria involução.
Eu penso que as coisas têm que ser simples, fáceis de serem explicadas e
entendidas e, honestamente, usar conceitos avançados da ciência formal para
tentar explicar alguma coisa é, na realidade, tentar ocultar a verdade e não
torná-la acessível. Até serve para quem conhece física quântica, mas para quem
está tentando entender as vicissitudes da sua própria consciência, mais
complica do que ajuda.
Falemos de luz, vida e amor! Falemos de virtudes, bênçãos e
felicidade! A ascensão é um processo abençoado. Para nós que ainda estamos
viciados na matéria, pode parecer um sofrimento, mas é, na verdade, uma
libertação. Quanto mais próximos da essência original, mas simples e infinitas
são as coisas, mais compreensão e conforto teremos em nosso ser, mais poder
realizador manifestaremos. Ascender é uma poesia, uma arte, tanto que há
escolas de mistérios que se referem aos seus estudos com o a Arte Real.
Sejamos então os artistas reais da libertação planetária!
quinta-feira, março 08, 2012
Ashtar Sheran e a Transição Planetária
Há um certo tempo, recebi uma pergunta suscitada por uma mensagem de Ashtar Sheran, que falava sobre a preparação para os desencarnes e temas relacionados ao processo de transição pelo qual o planeta está passando. Apesar de parecer estranho eu falar sobre anjos ou seres supostamente “intergaláticos” aqui neste espaço, acho pertinente que haja esclarecimentos sobre quem são esses seres e qual a situação que estamos passando nesse momento. Então, segue uma matéria baseada na resposta que eu enviei:
Vamos separar o tema em duas partes, até porque, é extenso. Primeiramente, vale explicar quem supostamente seria Ashtar Sheran e o que dizem dele. Em seguida, vamos falar um pouco sobre a situação atual do planeta.
Há várias histórias (ou estórias, como queiram) que falam sobre Ashtar Sheran. A mais comum é a do “O Comando Ashtar”, que foi um livro (ou livreto) veiculado na década de 1980 e que falava sobre um suposto comando estrelar que estaria apoiando o desenvolvimento do planeta terra, cujo comandante seria Ashtar Sheran. Nesse livro, e nos que se seguiram, havia menções da terra ser um grande laboratório de formas de vida, do qual nós fazemos parte da experiência. Essa idéia é reforçada por algumas outras teorias bem interessantes e contundentes, seja da turma da ufologia tradicional, seja da turma dos estudos teosóficos, sendo que eu chego a acreditar que tem um fundo de verdade nisso tudo (entendam bem, não estou dizendo que acredito em tudo, mas que tem fogo gerando essa fumaça, para mim tem). Especificamente sobre “O Comando Ashtar”, esse livro diz que os seres extraterrestres nos ajudarão a passar por essa fase de transição e que poderá haver um grande resgate de formas de vida (semelhante à Arca de Noé) caso os impactos dessa transição atinjam proporções muito grandes em termos de catástrofes naturais, ou mesmo de guerras atômicas, ou similares. É uma história curiosa e envolvente, mas bastante fantástica também. Se é verdade ou não, só o tempo vai dizer.
Apenas um parêntese para conhecimento de todos: é fartamente divulgado por diversas linhas de pensamento que o processo de transição de eras se iniciou definitivamente entre 2006 e 2007. De fato, fica bem definido que a era de Peixes se encerrou em 21 de março de 2006 e a era de Aquário iniciou em 21 de março de 2007. O ano de 2006 é considerado um tipo de intermezzo, similar ao que acontece entre 21h e 23h no dia do ano novo Chinês. Tendo a aceitar essa proposição como verdadeira.
Na minha opinião, eu não tenho dúvidas que haja seres de Luz nos apoiando o tempo todo. Se eles são extraterrestres, isso pouco importa, até porque, quem pode nos garantir que a raça humana é verdadeiramente terráquea? Há linhas de pensamento que dizem que esses seres não são daqui, há outras que dizem que são terráqueos e que eram conhecidos antigamente como os deuses do Olimpo (ou de outras mitologias). Há ainda aqueles que dizem que são os conhecidos anjos que nos acompanham no processo de evolução. O que eu acredito é que existem seres com um padrão de consciência diferente do nosso, provavelmente com uma forma corpórea mais sutil, que fazem parte de uma Hierarquia (etimologicamente, hierarquia é o governo do aqui – arquia=governo e hier=aqui; mas para mim, isso não faz sentido e penso que uma tradução melhor seria Governo do Sagrado – arquia=governo e hieros=sagrado). Algumas “lendas” afirmam que, em algum momento, esses seres tiveram que ficar anônimos ou ocultos para que pudéssemos seguir nosso processo de desenvolvimento consciencional. De qualquer forma, há controvérsias sobre quem é Ashtar Sheran e como ele atua, mas há pouca controvérsia quanto à sua existência, ao menos nos meios esotéricos (obviamente, a ciência formal ignora isso tudo). O que eu sei de Ashtar Sheram é que ele é um desses seres de Luz, seja como comandante da “divisão estrelar” que cuida do nosso planeta, seja como um anjo, ou ainda simplesmente como apoiador do nosso processo evolutivo. Ele trabalha ao lado do Arcanjo Miguel e do Mestre El Morya que, segundo a Teosofia, são responsáveis pela sustentação do raio do poder no planeta Terra (chamado de raio azul, ou primeiro raio).
Vamos agora à segunda parte da resposta. A mensagem distribuída com o título “Preparo para os desencarnes” parece estar relacionada com esse pessoal que veiculou as histórias do comando Ashtar e/ou sustenta essa linha de pensamento até hoje. O teor da mensagem é muito similar às mensagens que estão sendo veiculadas por vários grupos espiritualistas ou religiosos nesse exato momento. Definitivamente, entramos na região do tempo onde as grandes transformações se processarão e o que estamos vendo em termos de catástrofes é só o começo, bem tenro começo. Acredite: alguma catástrofe vai derrubar a sua casa e arrasar todas aquelas ilusões que você adora cultuar, portanto, prepare-se para isso. Se você tiver a missão de continuar vivo, certamente a maioria dos seus familiares não terá a mesma sorte (ou azar). Algumas linhas afirmam que pode não sobrar um ser humano para contar a história. Outras afirmam que sobrarão de 1 a 2 bilhões de pessoas, ou seja, na melhor das hipóteses, para cada humano que sobrará vivo, haverá dois cadáveres para ele enterrar, sendo que, essa tragédia anunciada se processará nos próximos anos, durante um período bem curto da nossa história. Alguns dizem que é 2012, outros 2016, 2019 ou mesmo 2036. Eu acho que será um período, não um marco, cujo início foi em 2007 e se estenderá por 3 a 4 décadas de penúria, o que é muito pouco em relação à história do mundo.
Certamente, essa é uma mensagem inquietante e deixa muitos alarmados. Não deveria ser, pois isso está sendo anunciado há séculos em alguns livros sagrados, por profetas e, mais recentemente, pela ciência e grupos ecologistas. Entendo que a forma mais certa de lidar com isso tudo é agradecer a Deus, visto que é uma grande benção estarmos encarnados nesse período de grande aprendizagem espiritual, uma oportunidade ímpar que demora muito para acontecer no ciclo de desenvolvimento planetário. Você foi escolhido para estar aqui, fortalecer seu espírito e aprender a amar, portanto, agradeça todos os dias, mesmo que você esteja em pânico, com medo de desencarnar e com a tragédia batendo à sua porta.
Assim como há as profecias apocalípticas, há também as profecias do mundo de paz e harmonia que se seguirá. Há também a velha história do planeta “chupão”, que levará as almas despreparadas para esse novo mundo, realizando a famosa separação do joio e do trigo. Então, tudo isso que está para acontecer nada mais é do que um expurgo, uma recriação do mundo, um verdadeiro processo de cura da nossa humanidade.
Mais um adendo aqui, pois muitos tenderão a dizer que o problema é ecológico e não espiritual. Na minha opinião, essa questão de ecologia está com viés inadequado, ou seja, não é bem assim como estão dizendo; não no sentido de que a ação do homem não estaria estragando o planeta, mas sim na forma como essa ação é exercida. A ecologia parte do pressuposto de que é a ação do homem no plano material que causa os problemas, mas, de fato, não é a ação física, e sim a ação mental. Pensar que o homem poderia causar problemas em uma natureza tão poderosa é o supra-sumo do egocentrismo. O sistema terrestre é uma estrutura poderosa, regido por uma consciência planetária, ou seja, é vivo e com todas as capacidades pertinentes a um sistema vivo, da qual fazem parte diversos grupos de seres em diversos planos de manifestação, do mais sutil e invisível até nós, os mais densos no plano material. Como mencionei acima, há seres mais desenvolvidos que nós e com muito mais controle do ambiente terrestre que nós. De fato, o que estamos fazendo é reagir ao processo de evolução da consciência humana que está sendo impulsionado por essa consciência planetária e, com isso, nosso pensamento e a energia que ele irradia está em conflito com os influxos desse desenvolvimento. Nesse sentido, a consciência planetária tem que mover o que for necessário para que o processo se realize, então, esse conflito sai do âmbito energético e passa para o plano físico, com sintomas como se o planeta estivesse doente (febre, reações “imunológicas”, etc.), lembrando que os sintomas das doenças nada mais são que o desejo e o esforço do corpo para se reequilibrar e se curar e não um castigo divino.
Infelizmente, a humanidade não está procedendo às mudanças na velocidade necessária. As diversas reuniões dos governos dos países mais fortes tem sido uma demonstração clara de que ninguém quer mudar nada realmente. E não falo apenas das elites e líderes, pois eles são apenas a representação da nossa própria vontade, mas sim de que nós mesmos queremos que o mundo continue do jeito que está, ou seja, nós não estamos preocupados com a miséria que nos rodeia, desde que nós possamos continuar seguindo nossas vidas do jeito que gostamos. Nós não queremos mudar nosso pensamento e não queremos seguir os exemplos dos Mestres que já estiveram por aqui (Jesus, Buda, Chico Xavier, Lao Tzé, Maomé, Moisés, etc.). Quando falo em seguir o exemplo, falo em nos tornar como Eles, pois é para isso que serve um Exemplo. Considerando isso, o que podemos esperar do futuro é que tenhamos dificuldades nesse processo de transição de eras, que é mais ou menos o que tantas correntes de pensamento insistentemente têm dito.
O que as linhas de pensamento que eu tenho estudado dizem é que o tempo que tínhamos já acabou. Parte do que podia ser feito para evitar as catástrofes já não conseguirá mais mudar algumas coisas que estavam previstas, então, a transição não será lá tão pacífica. Ainda há tempo para que possamos evitar situações extremas, mas quanto mais demorarmos, mais veremos a aceleração das catástrofes naturais ou outras tragédias que já estamos vendo acontecer. Como disse, ainda há tempo para amenizar o conflito da transição de eras e, para isso, nós temos que olhar para dentro de nós e começar a mudar as coisas lá. Nada está fora, tudo o que precisa ser feito está dentro (é por isso que eu disse que a ecologia está com viés inadequado). A natureza muda se nós mudarmos, pois cessará a causa, que é o conflito entre nossos desejos como humanidade e os desígnios da consciência planetária.
Como podemos descobrir o que precisa ser mudado? Uma forma fácil de fazer isso é olhar seu reflexo. Tudo que vemos nos outros que nos incomoda e, principalmente, que nos causa indignação ou qualquer outra manifestação de raiva é exatamente o que precisa ser modificado em nós, ou seja, está em nós, mesmo que não acreditemos nisso. Essa é uma das verdades que Freud compilou e que está muito alinhada com os ditames de diversas filosofias e teosofias, ou seja, esse é um dos grandes acertos de Freud (e olha que eu não sou Freudiano). Quando você olha para um político achando que ele é desonesto e isso lhe causa repulsa, pode procurar a desonestidade em você, mesmo que em menor grau (já pensou em subornar um guarda ou alguma instituição para resolver um problema seu? Dar um “jeitinho” porque isso não prejudicaria ninguém? Já pensou em matar um político ou algo semelhante? Faça as perguntas que as respostas aparecem...). O segredo é esse, assumir sua parte da responsabilidade por qualquer coisa que você veja como sendo de outra pessoa, que você ache que está fora de você; foi assim que os Mestres fizeram. Assumir a responsabilidade é o mesmo que arrepender-se dos seus pecados. A partir daí, você deve pedir perdão ao Deus do seu coração e não deve se culpar, apenas tenha o firme propósito de se retificar. Esqueça a doutrina do Carma, pois o momento é do agora e não do passado ou do futuro, e siga os ensinamentos dos Mestres. Cada um tem que estar disposto a fazer pelos outros apenas em nome do amor; de novo, foi assim que os Mestres fizeram. Mesmo que Deus e todas as falanges divinas nos ajudem, é fato que esse procedimento não é lá muito fácil, mas é mais fácil se você fizer isso em grupo, por isso, é muito importante que as pessoas se voltem imediatamente e assiduamente para as filosofias e teosofias, pois, apesar de ser um trabalho individual, melhor ser feito em grupo; essa é a tônica da nova era, o trabalho em grupo. Em suma, a mensagem é: você gostaria que o mundo fosse diferente, não é mesmo? Então comece a fazer esse mundo novo mudando a si mesmo. Não ache que as respostas estão fora ou que os outros estão errados, você é quem precisa mudar-se e corrigir-se.
No fundo, o que todos nós fazemos é clamar por amor, pois sentimos falta de amor, então, o que precisamos fazer é entender como podemos amar mais e como podemos manifestar esse amor. Não só Deus, mas todos os outros “anjos” ou mensageiros da luz estão aí para ajudar, então, podemos pedir ajuda para eles para que possamos fazer nossa parte. De novo, não faz diferença o que vemos fora, pois se mudarmos dentro de nós, o lado externo muda, a natureza muda, o mundo muda. Logicamente, se apenas um Mestre estiver fazendo isso, ele vai sofrer muito, mas se nós resolvermos ajudá-lo e muitos “mestres” menores aparecerem, vai ficar mais fácil, então, precisamos querer ser mestres menores, seguindo os Exemplos dos Grandes Mestres. Esse é o trabalho e é assim que vamos conseguir passar pela transição planetária sem continuarmos vendo tantas catástrofes e sofrimentos.
Ajude. Faça sua mudança. Ame e crie uma vida melhor para você e para todos.
Vamos separar o tema em duas partes, até porque, é extenso. Primeiramente, vale explicar quem supostamente seria Ashtar Sheran e o que dizem dele. Em seguida, vamos falar um pouco sobre a situação atual do planeta.
Há várias histórias (ou estórias, como queiram) que falam sobre Ashtar Sheran. A mais comum é a do “O Comando Ashtar”, que foi um livro (ou livreto) veiculado na década de 1980 e que falava sobre um suposto comando estrelar que estaria apoiando o desenvolvimento do planeta terra, cujo comandante seria Ashtar Sheran. Nesse livro, e nos que se seguiram, havia menções da terra ser um grande laboratório de formas de vida, do qual nós fazemos parte da experiência. Essa idéia é reforçada por algumas outras teorias bem interessantes e contundentes, seja da turma da ufologia tradicional, seja da turma dos estudos teosóficos, sendo que eu chego a acreditar que tem um fundo de verdade nisso tudo (entendam bem, não estou dizendo que acredito em tudo, mas que tem fogo gerando essa fumaça, para mim tem). Especificamente sobre “O Comando Ashtar”, esse livro diz que os seres extraterrestres nos ajudarão a passar por essa fase de transição e que poderá haver um grande resgate de formas de vida (semelhante à Arca de Noé) caso os impactos dessa transição atinjam proporções muito grandes em termos de catástrofes naturais, ou mesmo de guerras atômicas, ou similares. É uma história curiosa e envolvente, mas bastante fantástica também. Se é verdade ou não, só o tempo vai dizer.
Apenas um parêntese para conhecimento de todos: é fartamente divulgado por diversas linhas de pensamento que o processo de transição de eras se iniciou definitivamente entre 2006 e 2007. De fato, fica bem definido que a era de Peixes se encerrou em 21 de março de 2006 e a era de Aquário iniciou em 21 de março de 2007. O ano de 2006 é considerado um tipo de intermezzo, similar ao que acontece entre 21h e 23h no dia do ano novo Chinês. Tendo a aceitar essa proposição como verdadeira.
Na minha opinião, eu não tenho dúvidas que haja seres de Luz nos apoiando o tempo todo. Se eles são extraterrestres, isso pouco importa, até porque, quem pode nos garantir que a raça humana é verdadeiramente terráquea? Há linhas de pensamento que dizem que esses seres não são daqui, há outras que dizem que são terráqueos e que eram conhecidos antigamente como os deuses do Olimpo (ou de outras mitologias). Há ainda aqueles que dizem que são os conhecidos anjos que nos acompanham no processo de evolução. O que eu acredito é que existem seres com um padrão de consciência diferente do nosso, provavelmente com uma forma corpórea mais sutil, que fazem parte de uma Hierarquia (etimologicamente, hierarquia é o governo do aqui – arquia=governo e hier=aqui; mas para mim, isso não faz sentido e penso que uma tradução melhor seria Governo do Sagrado – arquia=governo e hieros=sagrado). Algumas “lendas” afirmam que, em algum momento, esses seres tiveram que ficar anônimos ou ocultos para que pudéssemos seguir nosso processo de desenvolvimento consciencional. De qualquer forma, há controvérsias sobre quem é Ashtar Sheran e como ele atua, mas há pouca controvérsia quanto à sua existência, ao menos nos meios esotéricos (obviamente, a ciência formal ignora isso tudo). O que eu sei de Ashtar Sheram é que ele é um desses seres de Luz, seja como comandante da “divisão estrelar” que cuida do nosso planeta, seja como um anjo, ou ainda simplesmente como apoiador do nosso processo evolutivo. Ele trabalha ao lado do Arcanjo Miguel e do Mestre El Morya que, segundo a Teosofia, são responsáveis pela sustentação do raio do poder no planeta Terra (chamado de raio azul, ou primeiro raio).
Vamos agora à segunda parte da resposta. A mensagem distribuída com o título “Preparo para os desencarnes” parece estar relacionada com esse pessoal que veiculou as histórias do comando Ashtar e/ou sustenta essa linha de pensamento até hoje. O teor da mensagem é muito similar às mensagens que estão sendo veiculadas por vários grupos espiritualistas ou religiosos nesse exato momento. Definitivamente, entramos na região do tempo onde as grandes transformações se processarão e o que estamos vendo em termos de catástrofes é só o começo, bem tenro começo. Acredite: alguma catástrofe vai derrubar a sua casa e arrasar todas aquelas ilusões que você adora cultuar, portanto, prepare-se para isso. Se você tiver a missão de continuar vivo, certamente a maioria dos seus familiares não terá a mesma sorte (ou azar). Algumas linhas afirmam que pode não sobrar um ser humano para contar a história. Outras afirmam que sobrarão de 1 a 2 bilhões de pessoas, ou seja, na melhor das hipóteses, para cada humano que sobrará vivo, haverá dois cadáveres para ele enterrar, sendo que, essa tragédia anunciada se processará nos próximos anos, durante um período bem curto da nossa história. Alguns dizem que é 2012, outros 2016, 2019 ou mesmo 2036. Eu acho que será um período, não um marco, cujo início foi em 2007 e se estenderá por 3 a 4 décadas de penúria, o que é muito pouco em relação à história do mundo.
Certamente, essa é uma mensagem inquietante e deixa muitos alarmados. Não deveria ser, pois isso está sendo anunciado há séculos em alguns livros sagrados, por profetas e, mais recentemente, pela ciência e grupos ecologistas. Entendo que a forma mais certa de lidar com isso tudo é agradecer a Deus, visto que é uma grande benção estarmos encarnados nesse período de grande aprendizagem espiritual, uma oportunidade ímpar que demora muito para acontecer no ciclo de desenvolvimento planetário. Você foi escolhido para estar aqui, fortalecer seu espírito e aprender a amar, portanto, agradeça todos os dias, mesmo que você esteja em pânico, com medo de desencarnar e com a tragédia batendo à sua porta.
Assim como há as profecias apocalípticas, há também as profecias do mundo de paz e harmonia que se seguirá. Há também a velha história do planeta “chupão”, que levará as almas despreparadas para esse novo mundo, realizando a famosa separação do joio e do trigo. Então, tudo isso que está para acontecer nada mais é do que um expurgo, uma recriação do mundo, um verdadeiro processo de cura da nossa humanidade.
Mais um adendo aqui, pois muitos tenderão a dizer que o problema é ecológico e não espiritual. Na minha opinião, essa questão de ecologia está com viés inadequado, ou seja, não é bem assim como estão dizendo; não no sentido de que a ação do homem não estaria estragando o planeta, mas sim na forma como essa ação é exercida. A ecologia parte do pressuposto de que é a ação do homem no plano material que causa os problemas, mas, de fato, não é a ação física, e sim a ação mental. Pensar que o homem poderia causar problemas em uma natureza tão poderosa é o supra-sumo do egocentrismo. O sistema terrestre é uma estrutura poderosa, regido por uma consciência planetária, ou seja, é vivo e com todas as capacidades pertinentes a um sistema vivo, da qual fazem parte diversos grupos de seres em diversos planos de manifestação, do mais sutil e invisível até nós, os mais densos no plano material. Como mencionei acima, há seres mais desenvolvidos que nós e com muito mais controle do ambiente terrestre que nós. De fato, o que estamos fazendo é reagir ao processo de evolução da consciência humana que está sendo impulsionado por essa consciência planetária e, com isso, nosso pensamento e a energia que ele irradia está em conflito com os influxos desse desenvolvimento. Nesse sentido, a consciência planetária tem que mover o que for necessário para que o processo se realize, então, esse conflito sai do âmbito energético e passa para o plano físico, com sintomas como se o planeta estivesse doente (febre, reações “imunológicas”, etc.), lembrando que os sintomas das doenças nada mais são que o desejo e o esforço do corpo para se reequilibrar e se curar e não um castigo divino.
Infelizmente, a humanidade não está procedendo às mudanças na velocidade necessária. As diversas reuniões dos governos dos países mais fortes tem sido uma demonstração clara de que ninguém quer mudar nada realmente. E não falo apenas das elites e líderes, pois eles são apenas a representação da nossa própria vontade, mas sim de que nós mesmos queremos que o mundo continue do jeito que está, ou seja, nós não estamos preocupados com a miséria que nos rodeia, desde que nós possamos continuar seguindo nossas vidas do jeito que gostamos. Nós não queremos mudar nosso pensamento e não queremos seguir os exemplos dos Mestres que já estiveram por aqui (Jesus, Buda, Chico Xavier, Lao Tzé, Maomé, Moisés, etc.). Quando falo em seguir o exemplo, falo em nos tornar como Eles, pois é para isso que serve um Exemplo. Considerando isso, o que podemos esperar do futuro é que tenhamos dificuldades nesse processo de transição de eras, que é mais ou menos o que tantas correntes de pensamento insistentemente têm dito.
O que as linhas de pensamento que eu tenho estudado dizem é que o tempo que tínhamos já acabou. Parte do que podia ser feito para evitar as catástrofes já não conseguirá mais mudar algumas coisas que estavam previstas, então, a transição não será lá tão pacífica. Ainda há tempo para que possamos evitar situações extremas, mas quanto mais demorarmos, mais veremos a aceleração das catástrofes naturais ou outras tragédias que já estamos vendo acontecer. Como disse, ainda há tempo para amenizar o conflito da transição de eras e, para isso, nós temos que olhar para dentro de nós e começar a mudar as coisas lá. Nada está fora, tudo o que precisa ser feito está dentro (é por isso que eu disse que a ecologia está com viés inadequado). A natureza muda se nós mudarmos, pois cessará a causa, que é o conflito entre nossos desejos como humanidade e os desígnios da consciência planetária.
Como podemos descobrir o que precisa ser mudado? Uma forma fácil de fazer isso é olhar seu reflexo. Tudo que vemos nos outros que nos incomoda e, principalmente, que nos causa indignação ou qualquer outra manifestação de raiva é exatamente o que precisa ser modificado em nós, ou seja, está em nós, mesmo que não acreditemos nisso. Essa é uma das verdades que Freud compilou e que está muito alinhada com os ditames de diversas filosofias e teosofias, ou seja, esse é um dos grandes acertos de Freud (e olha que eu não sou Freudiano). Quando você olha para um político achando que ele é desonesto e isso lhe causa repulsa, pode procurar a desonestidade em você, mesmo que em menor grau (já pensou em subornar um guarda ou alguma instituição para resolver um problema seu? Dar um “jeitinho” porque isso não prejudicaria ninguém? Já pensou em matar um político ou algo semelhante? Faça as perguntas que as respostas aparecem...). O segredo é esse, assumir sua parte da responsabilidade por qualquer coisa que você veja como sendo de outra pessoa, que você ache que está fora de você; foi assim que os Mestres fizeram. Assumir a responsabilidade é o mesmo que arrepender-se dos seus pecados. A partir daí, você deve pedir perdão ao Deus do seu coração e não deve se culpar, apenas tenha o firme propósito de se retificar. Esqueça a doutrina do Carma, pois o momento é do agora e não do passado ou do futuro, e siga os ensinamentos dos Mestres. Cada um tem que estar disposto a fazer pelos outros apenas em nome do amor; de novo, foi assim que os Mestres fizeram. Mesmo que Deus e todas as falanges divinas nos ajudem, é fato que esse procedimento não é lá muito fácil, mas é mais fácil se você fizer isso em grupo, por isso, é muito importante que as pessoas se voltem imediatamente e assiduamente para as filosofias e teosofias, pois, apesar de ser um trabalho individual, melhor ser feito em grupo; essa é a tônica da nova era, o trabalho em grupo. Em suma, a mensagem é: você gostaria que o mundo fosse diferente, não é mesmo? Então comece a fazer esse mundo novo mudando a si mesmo. Não ache que as respostas estão fora ou que os outros estão errados, você é quem precisa mudar-se e corrigir-se.
No fundo, o que todos nós fazemos é clamar por amor, pois sentimos falta de amor, então, o que precisamos fazer é entender como podemos amar mais e como podemos manifestar esse amor. Não só Deus, mas todos os outros “anjos” ou mensageiros da luz estão aí para ajudar, então, podemos pedir ajuda para eles para que possamos fazer nossa parte. De novo, não faz diferença o que vemos fora, pois se mudarmos dentro de nós, o lado externo muda, a natureza muda, o mundo muda. Logicamente, se apenas um Mestre estiver fazendo isso, ele vai sofrer muito, mas se nós resolvermos ajudá-lo e muitos “mestres” menores aparecerem, vai ficar mais fácil, então, precisamos querer ser mestres menores, seguindo os Exemplos dos Grandes Mestres. Esse é o trabalho e é assim que vamos conseguir passar pela transição planetária sem continuarmos vendo tantas catástrofes e sofrimentos.
Ajude. Faça sua mudança. Ame e crie uma vida melhor para você e para todos.
segunda-feira, janeiro 30, 2012
CO2, Vilão ou Bode Expiatório?
CO2, ou dióxido de carbono, é o famoso gás tão citado sempre que se fala em aquecimento global hoje em dia. Mas será que ele realmente tem a ver com esse aquecimento? O que as pesquisas mostram é que ele até tem a ver, mas não como causador e sim como conseqüência. Isso pode parecer estranho, pois somos bombardeados diariamente com informações distorcidas sobre sua relação com o efeito estufa, mas o fato é que há muitos interesses ocultos por trás dessa questão. Para proteger-se dessa desinformação, o primeiro ponto para se atentar é em quem está veiculando esse tipo de informação e a forma como está sendo veiculada. Note que há um grande número de políticos e pessoas ligadas ao poder e à economia falando sobre isso, palestras muito bem ensaiadas, com pessoas muito bem vestidas, com boa retórica, mas cadê os cientistas? Pois é, esses não estão verdadeiramente sendo ouvidos, até porque, suas conclusões não são interessantes para o establishment. O fato é que esse mesmo establishment tem comprado algumas pesquisas tendenciosas, descaracterizado outras, manipulando reportagens, para poder criar um falso embasamento às suas “causas” nocivas.
Vamos começar estudando um pouco as bases dessa questão, mas antes de tudo, entendam que eu não quero dizer aqui que não há aquecimento global e que ele não tem conseqüências, nem que não devemos lutar pela preservação da natureza, pois a destruição de florestas, que são zonas que geram umidade nas áreas continentais, é muito preocupante. O ponto é que o CO2 é colocado como vilão, mas a representatividade dele na questão ambiental é baixa, porém, na questão econômica, aí sim ele é determinante. Primeiramente, vamos olhar a atmosfera e entender um pouco a dinâmica dela. A composição da atmosfera terrestre é (fonte Wikipedia):
- 78,1%, Nitrogênio
- 20,9%, Oxigênio
- 0,9%, Argônio
- 0,04%, Dióxido de Carbono
- 0,06%, Diversos outros componentes, como Hélio, Metano, Hidrogênio, Ozônio, etc., incluindo outros gases do efeito estufa.
Não está computado aí o vapor de água, que varia de 1% a 4% próximo da superfície terrestre, portanto, teríamos que reduzir um pouco o percentual de todos os componentes acima para dar espaço para o vapor.
Também é interessante analisarmos a atmosfera de Vênus, o segundo planeta do sistema solar, que é aquele com o maior efeito estufa que temos conhecimento e acesso a dados (fonte Wikipedia):
- 96,5%, Dióxido de Carbono
- 3,5%, Nitrogênio
- Menor que 0,001%, Diversos outros componentes, incluindo outros gases do efeito estufa, ou seja, a “estufa” de Vênus e praticamente mantida apenas pelo CO2.
Um detalhe interessante é que, apesar da atmosfera de Vênus ter apenas 3,5% de Nitrogênio, a quantidade desse elemento nela é 4 vezes maior que na Terra. Isso acontece porque a atmosfera lá é muito maior e mais densa. Não vou nem fazer o cálculo da quantidade de CO2, pois já olhando os números crus, percebemos que é absurdamente maior lá do que aqui. A composição percentual da atmosfera de Vênus é bem parecida com a de Marte, o quarto planeta do nosso sistema, muito embora, em termos de pressão e densidade, a diferença entre os 3 planetas é imensa. A pressão atmosférica da Terra é 1 atm, a de Marte é 0,006 atm e a de Vênus é 90,9 atm. Além disso, tanto Marte quanto Vênus têm atmosferas maiores que a da Terra. Em termos de temperatura média na superfície, Vênus é 22,2 vezes mais quente que a terra, já Marte é 3,6 vezes mais frio.
Mas por que todos esses números? Porque, da forma como a mídia coloca, parece que o CO2 é o principal gás do efeito estufa, mas, olhando para os dados acima, não dá para afirmar isso; essa relação é muito estranha quando comparamos os 3 planetas, com suas atmosferas e distâncias em relação ao sol. De fato, não se consegue estabelecer nenhuma proporção entre a quantidade de CO2 e a temperatura, mas também, não podemos dizer que temos um conhecimento científico suficiente para entender como o CO2 funciona nesses planetas. Avaliando os dados acima como leigo, eu diria que a distância em relação ao sol e/ou a densidade da atmosfera parecem ter mais representatividade. De qualquer forma, tenho que admitir que a explanação acima tem o propósito de desprogramar sua mente da lavagem cerebral que fizeram em você com alguns argumentos que têm lógica e, realmente, expressam minha opinião. As pesquisas virão mais adiante. Aliás, até para melhorar um pouco essa “desprogramação”, vamos associar a experiência do seu dia-a-dia nessa conversa. Quando eu falo de dias frios, em que você pensa? Em um dia ensolarado? Óbvio que não. A imagem que vêm à sua mente é de um dia nublado; essa é sua experiência. Vivo em São José dos Campos e estou escrevendo esse artigo em 2012. O verão desse ano aqui foi bem ameno, com muitos dias nublados, chuvas e temperaturas baixas. O verão de 2011 foi o contrário, teve menos dias nublados, muito sol e foi um verão quente. Já 2010 foi pior ainda em termos de calor e estio. O interessante disso é que o vapor de água (nuvens e umidade) participa com 1% a 4% da atmosfera próximo da superfície e o CO2 compõe-se de 0,04% da atmosfera toda; mais ainda, se somarmos todos os demais gases do efeito estufa com exceção do vapor, eles não chegam a 0,1%, portanto, não lhe parece mais óbvio que a água exerça um papel muito mais significativo na temperatura da terra do que o CO2? Detalhe importante: o vapor de água é um dos gases do efeito estufa, aliás, muitos cientistas o consideram o mais importante gás para esse efeito. Ainda resgatando sua experiência quotidiana, sabe qual é o princípio dos climatizadores de ar? Não falo de ar-condicionado, mas dos equipamentos que são um pouco mais que ventiladores e que usam vapor de água para produzir uma redução bem razoável na temperatura do ambiente. Veja que em algumas praias do Brasil, usa-se a vaporização de água em alguns totens de propaganda para refrescar os banhistas através do mesmo princípio. Indo um pouco para os oceanos, aqui na América do Sul, é comum ouvirmos falar do efeito el niño ou la niña, que é uma alteração da temperatura no oceano pacífico que causa um grande impacto no clima da região. Além disso, temos a tese das correntes oceânicas profundas, que eu sugiro você procurar na internet para não me estender muito nesse artigo. Em suma, um pouco de pesquisa básica e vemos que a água é determinante em termos de impacto na temperatura.
Agora vamos para as pesquisas científicas. Basicamente, os fatos adiante foram tirados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Instituto Americano de Oceanografia, NASA e alguns outros institutos particulares. Segundo eles, a temperatura média do planeta nos últimos 10.000 anos é maior do que a que temos hoje. De fato, estamos nos recuperando de uma queda acentuada da temperatura da Terra ocorrida na idade média, chamada de pequena era glacial, cuja denominação se deve por ter sido a época de temperatura média mais baixa de todo período mencionado acima. Além disso, há cerca de 7.000 anos atrás, e por um período de 3.500 anos, o planeta viveu uma era com temperatura média bem mais alta do que hoje. Um período similar, mas menos acentuado e com menor duração, ocorreu durante os 1.200 anos que precederam a pequena era glacial mencionada. Outro fato interessante é que a temperatura média subiu ao longo do século vinte até a década de 1940 e, durante o boom econômico ocorrido no pós-guerra, quando houve uma intensa emissão de CO2, a temperatura sofreu um declínio constante por quase quatro décadas. O que esses dados revelam é que a variação da temperatura média é um fenômeno absolutamente natural e o aumento dela é algo esperado, dado que ainda estamos saindo de um período onde ela esteve em uma média bem abaixo do normal. No que tange ao CO2, outros dados apóiam que, durante a história, não se consegue estabelecer uma relação direta entre aumento de emissão de CO2 e aumento da temperatura como conseqüência, muito embora, os estudos mostram que ao longo dos últimos 650.000 anos, a temperatura e o CO2 estiveram relacionados, mas o aumento do CO2 vem depois do aumento da temperatura e não antes como está sendo veiculado, ou seja, o aumento da emissão de CO2 é uma conseqüência do aumento da temperatura e não o contrário. Isso pode ser observado quando se analisa os dados no detalhe e não em um gráfico espremido como o que foi mostrado no filme do Al Gore (Uma Verdade Inconveniente). De fato, o que ele fez foi mostrar a informação de uma forma distorcida, para que pudesse corroborar com os seus interesses. Se olharmos os dados com um intervalo menor, vemos que o CO2 sofre um atraso de pelo menos 200 anos para acompanhar a curva de aumento e decréscimo da temperatura, chegando até 800 anos em alguns casos. A tese científica para esse fenômeno é que, com o aumento da temperatura, há mais atividade biológica no planeta, portanto, há uma maior produção de CO2 pelas criaturas vivas. Note também que mesmo hoje em dia, os vulcões ativos do mundo produzem muito mais CO2 que toda atividade humana somada. O mesmo acontece com o CO2 produzido pelos animais terrestres e bactérias, ou seja, só essa atividade produz pelo menos 20 vezes mais CO2 que toda atividade humana somada. Dentre os produtores de CO2 ainda temos toda deterioração vegetal, além das plantas que não fazem fotossíntese. Outro “organismo” de muito maior importância na absorção e emissão de CO2 são os oceanos que, além de ocuparem dois terços da superfície planetária, quando se aquecem, emitem CO2 e quando se resfriam, fazem o inverso. Enfim, toda atividade humana somada não representa alguns poucos pontos percentuais de toda emissão de CO2 do planeta. De fato, o que os estudos científicos apontam com base na análise dos últimos 400 anos é que a temperatura do planeta está diretamente relacionada com a atividade solar que, de uma forma específica, tem relação com a formação de vapor de água na atmosfera. Também para não me estender mais em um assunto vasto, sugiro você pesquisar sobre raios cósmicos, atividade solar e formação de nuvens para entender melhor como isso funciona.
Quais são então os interesses do establishment em divulgar que as emissões de CO2 são causadoras do aquecimento global? Não faço, nem quero fazer parte do establishment, portanto, apenas posso supor quais são as péssimas intenções dessa gente nefasta. Veja que emissões de CO2 estão diretamente relacionadas com processos de industrialização, energia e desenvolvimento econômico dos países, sendo que os povos “desenvolvidos” estão em um processo de saturação econômica, com ênfase no endividamento e não na produção local de bens e serviços. Já os países supostamente em desenvolvimento estão em uma fase de florescência industrial, esforçando-se para desenvolver suas economias, donde podemos concluir que espalhar uma fobia de emissão de CO2 na população é muito conveniente para interferir na atividade política e controlar ou retardar o avanço desenvolvimentista dos países. Mas, como disse, isso é uma suposição, baseada em algumas opiniões que tive contato; talvez até seja óbvia ou ingênua, mas faz sentido, muito embora, é realmente complicado tentar entender mentes doentes e gananciosas, imaginando o que engendram, especialmente quando meu esforço é justamente para purificar os pensamentos e sentimentos.
Eu entendo que seja um pouco difícil para o leitor assimilar as informações apresentadas nesse artigo, mas não precisa aceitar, rechaçar ou formar uma opinião por conta dele; apenas leve em consideração que você pode estar sendo enganado e que precisa procurar mais informações sobre o assunto. Quando eu tive contato pela primeira vez com esses dados, também foi difícil aceitar que eu tinha me deixado levar por toda essa propaganda veiculada na mídia sem nem desconfiar que poderiam estar querendo programar minhas opiniões. O fato é que quanto mais eu procuro me informar, ir à fonte e fazer as análises por mim mesmo em vez de assimilar os dados mastigados da mídia em geral, mais eu percebo que eles são distorcidos, tendenciosos, mentirosos e com objetivo de direcionar a opinião pública. Aliás, essa é a opinião dominante daqueles que procuram se informar por si só. Minha sugestão para o leitor é: cuidado com a opinião mostrada pelo establishment, veiculada pela mídia de forma aparentemente unânime, capitaneada por políticos ou representantes de poderes econômicos, pois eles querem que você se comporte como gado no pasto.
Reitero mais uma vez que o fato das informações sobre o CO2 serem um instrumento de manipulação política não faz com que a proteção ambiental, sustentabilidade tanto ambiental quanto sócio-econômica, consumo consciente, preservação dos recursos naturais e outras iniciativas de preservação da natureza deixem de ser fundamentais para a continuidade da nossa existência nesse planeta e devem ser esforços constantes em nossas vidas.
Em geral, eu procuro terminar meus textos com uma mensagem positiva, mas vou preferir terminar esse com essa mensagem de alerta e conscientização.
Acautele-se contra a alienação e a ignorância, pois elas são destruidoras da Luz.
sexta-feira, janeiro 20, 2012
Illuminati, O Título Usurpado
Assim como quando olhamos no espelho encontramos um reflexo da realidade, nesse plano da existência, maia ou matéria, o plano da ilusão, é comum encontrarmos diversos tipos de imagens refletidas em espelhos adulterados, tentando usurpar o verdadeiro lugar daqueles que são guiados pela Fonte de toda a vida e de todo o amor. Assim é com os falsos illuminati, que usurparam um termo antigo atribuído àqueles que são as luzes que guiam os passos da humanidade, adulterando a imagem dos verdadeiros portadores da sabedoria, instituindo organizações corruptas e tentando manter a estrutura ditatorial e controladora constituída há milênios.
O termo illuminati (illuminatus no singular) é, de fato, um título secreto concedido por algumas escolas de mistério reconhecidas pela Grande Fraternidade Branca a alguns poucos e dedicados irmãos de luz que conseguiram atingir um determinado grau de conexão com a Fonte Primordial, Deus, fazendo com que eles consigam manifestar um pouco da sabedoria divina, mesmo que essa conexão ainda não esteja muito madura ou estável. Há dois níveis de consecução deste grau, o da iniciação material, onde o iluminatus ainda é um noviço, e o da iniciação verdadeira, que é realizada em planos superiores da existência (planos = campos de manifestação da consciência), onde se estabelece a iluminação propriamente dita, com efeitos verificáveis nos corpos sutis e físicos do ser. Podemos dizer que o título concedido em cerimoniais na matéria é apenas como uma “autorização” que habilita o discípulo a ser iniciado por Sanat Kumara, o Senhor do Mundo, mas somente Ele pode declarar o discípulo como um illuminatus e somente o discípulo, ou seres que tenham atingido a percepção conciencional de planos mais elevados, podem saber quem verdadeiramente é ou não um illuminatus; por isso esse termo é velado, até porque, um illuminatus tem humildade suficiente para não se declarar como illuminatus na frente de irmãos que não tenham capacidade consciencional suficiente para identificá-lo e, para os que têm, há menos importância ainda se identificar como tal. Etimologicamente, é um termo latino, que significa “iluminados”, cujo plural é illuminati, ou seja, é um estado de sabedoria, abrangendo algumas etapas do caminho consciencional.
Infelizmente, como disse acima, esse termo foi usurpado e, alguns irmãos que certamente atingiram o nível do estudo onde receberam a iniciação material, mas não atingiram a verdadeira iluminação, acabaram por criar sociedades secretas que, em vez do verdadeiro motivo do amor e união, quiseram continuar a segregar as pessoas com base em princípios preconceituosos e sectários, com o objetivo de manter as estruturas fascistas e despóticas que ainda temos montadas em nosso mundo. Podemos dizer que a maioria das iniciativas que visam fortalecer a segregação e elitização social, dividindo o mundo entre pessoas que têm direito a regalias e outras não, tem a semente em alguma articulação conduzida pelos falsos illuminati, mesmo que o executor não tenha noção disso.
A origem dos falsos illuminati não está clara, nem é possível encontrar referências muito coerentes quanto à sua existência como uma organização operacional e infiltrada nas estruturas de poder, mas isso é proposital e tem como objetivo confundir a opinião pública para que esta possa questionar sua existência e desacreditar de suas ações e intenções. Alguns pesquisadores afirmam que ela estaria ligada a uma sociedade secreta fundada em 1776, durante o iluminismo, mas que teria sido perseguida anos mais tarde pelo risco que suas idéias representavam para o establishment da época, o que é contraditório, pois se os falsos illuminati estão ligados ao poder, como eles poderiam ser uma ameaça ao poder? Alguns atribuem a Maçonaria como instrumento dos falsos illuminati, assim como outras escolas de mistério também o seriam, como a Rosacruz, mas para mim, isso é “cortina de fumaça” para ocultar sua existência, até porque, o termo illuminati pode ser utilizado por essas escolas, conforme eu mencionei acima, como título de consecução mística, o que é conveniente para os falsos illuminati, pois em um caso de revolta popular ou algo parecido, eles podem culpar os verdadeiros illuminati e colocá-los na “cova dos leões”, como já fizeram diversas vezes no passado. O fato é que, partindo do pressuposto de que há uma articulação global para a manutenção do establishment, certamente membros ou agentes desse establishment deveriam estar infiltrados em todas as estruturas de poder e de disseminação do conhecimento para controlar qualquer ameaça que possa aparecer. Por mais que isso pareça a tal da teoria da conspiração, convenhamos que as agências de inteligência das nações dominantes são extremamente hábeis nesse tipo de controle e estão sim infiltradas de forma a controlar tudo que possa abalar a ordem estabelecida.
A informação da existência dos falsos illuminati como organização estruturada e operante é veiculada por dissidentes dessa ordem, bem como por algumas pessoas que estiveram muito próximas de seus membros e suas ações, mesmo não participando da organização e suas idéias. Essas pessoas, muitas vezes, têm sua reputação aviltada e suas atividades abafadas, também para confundir a opinião pública. Outras são ignoradas, pois nunca atingem uma massa crítica de seguidores que as façam ser consideradas ameaça, além do que, ajudam a manter a confusão e a desinformação.
Em termos místicos, os falsos illuminati têm um “calcanhar de Aquiles”, que é a sua incapacidade para atingir campos consciencionais elevados, portanto, eles só conseguem atuar e interferir na vida das pessoas através dos planos inferiores, como a consciência objetiva, a sugestão, alguma parte inferior do inconsciente coletivo e através de emoções inferiores, como as causadas pelo medo, que é sua principal arma. Eles sabem que o medo é a maior barreira para o estabelecimento da conexão com a Fonte Primordial, então, eles criam e disseminam a cultura do medo através do incentivo ao terrorismo, à criminalidade, insegurança, individualidade, competitividade, guerras, idéias dualísticas como céu e inferno, noções religiosas de um Deus punitivo, umbral e similares, Carma como punição, enfim, qualquer atividade ou informação que faça as pessoas se sentirem amedrontadas, separadas da Fonte Primordial e, conseqüentemente, desamparadas, culpadas e sem esperança. Veja que eles controlam a mídia, portanto, é fácil perceber porque há poucas notícias verdadeiramente boas nos veículos de massa. Mesmo a internet é vigiada e eu posso apostar que essa proposta SOPA do congresso americano está sendo articulada por eles, pois um ambiente livre e sem controle permite que idéias ameaçadoras ao establishment tomem corpo e produzam resultados contrários aos interesses deles.
Pelo fato do medo ser o principal meio de controle utilizado pelos falsos illuminati, a forma de afastar sua influência nefasta é nos livrarmos do medo. Isso não significa que precisamos usar a coragem, pois coragem não significa ausência de medo, mas sim é apenas um meio para reagirmos e lidarmos com ele; o verdadeiro subjugador do medo é o amor. Quem tem amor, se entrega e se abre, portanto, esquece-se do medo. É fácil entender isso dependendo da forma como você visualiza. Imagine que a pessoa que você mais ama na vida está sendo ameaçada de morte, qual seria sua ação frente a isso? Certamente, você se colocaria em defesa dessa pessoa sem se preocupar com o que possa acontecer a você mesmo; você se prepara para tudo nesse instante, até para morrer se for necessário, não dando a mínima para o medo. Se expandirmos isso a um nível divino, começamos a entender palidamente a passagem de Cristo no planeta, sendo que Sua entrega foi em defesa da libertação da humanidade, ou seja, Ele não se preocupou com o que aconteceria com Ele, pois Ele amava tanto que queria salvar a todos. É lógico que atingir esse nível de amor é um trabalho longo para nossa consciência ainda frágil, mas reconhecer o medo como agente de separação da Fonte Primordial é o primeiro passo para que possamos nos libertar do jugo dos falsos illuminati e para que possamos começar a trazer o reino de Deus para terra. Nesse sentido, sempre que você sentir medo, adote a prática de refletir sobre qual a semente que o está afastando de Deus. Não adianta brigar contra o medo, é necessário compreender sua natureza, qual a programação mental feita pelos falsos illuminati está ativada em sua consciência (e até no seu DNA) naquele momento; lembrando que grande parte da sua consciência inferior foi programada de forma a potencializar o medo, através da perpetuação de costumes trazidos inconscientemente pelos seus pais, herança genética e de todo o sistema de educação que temos, que causa insegurança ao invés de desenvolver potenciais. Reflita sobre o medo, mas não foque nele, apenas procure o sentimento amoroso complementar àquela situação e procure potencializá-lo. Você vai encontrar esse sentimento no seu coração, como um calor e um conforto que aparece no lugar do aperto no estômago. Sim, é perto assim, o medo fica no estômago, mas o amor está no peito e ligado à Fonte Primordial, que ampara a todos, que provê a vida e fortalece aquele que está com Ele.
Por hora, paro por aqui para não me estender mais, mas voltarei ao assunto futuramente.
Que o Deus do seu coração alimente Seu Amor em seu ser!
quarta-feira, dezembro 07, 2011
A Física Quântica e a Derrocada do Realismo Materialista (final)
Recentemente, li um artigo que falava sobre experimentos que estão sendo feitos no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear e no laboratório subterrâneo Gran Sasso, visando detectar partículas que teriam velocidade superior à da luz, os neutrinos. Detectar esse tipo de partícula com a tecnologia baseada no nosso espaço-tempo é realmente um desafio, pois, em tese, o instante em que se pode encontrar tais objetos é tão ínfimo que o mínimo deslize na medição poderia invalidar o experimento e, aliás, é isso mesmo que a comunidade científica está questionando, ou seja, não aceitaram os resultados obtidos até agora por conta dos parâmetros das medidas. Mas o ponto que me chamou a atenção foi a forma como o artigo foi apresentado, pois dizia que a Teoria da Relatividade de Einstein seria derrubada por conta dessa descoberta, em suma, uma tremenda bobagem. Infelizmente, a ânsia em vender jornais e notícias tem sido muito maior que o compromisso com a informação. No artigo anterior, eu mencionei que Einstein foi um dos últimos expoentes da escola mecanicista, porém, de uma certa forma, ele até mesmo começa a desmontar essa escola com a inserção do observador no processo de medição. Partindo desse pressuposto, e como a base dele é mecanicista, ele desenvolveu seus postulados sobre um conjunto de axiomas limitados e que, em pouco tempo, se tornariam obsoletos, até mesmo por conta de suas teorias. Porém, conforme o princípio da correspondência da Física Quântica, o que foi criado durante o período do Realismo Materialista é incorporado e expandido pela Física Quântica, portanto, o fato dos postulados terem se tornados obsoletos não invalida de forma alguma as teorias einsteinianas, apenas alguns aspectos delas estarão limitadas a uma estrutura específica de conhecimento, hoje obsoleta. Kepler não “desautorizou” Copérnico, apenas o expandiu, ou seja, as teorias de Einstein precisarão ser expandidas a luz dessa nova descoberta. O simples interesse pelo conhecimento básico dos estudos nem tão atuais da Física pela agência jornalística que divulgou a notícia seria suficiente para não dizer aquela insensatez. Pelo que eu estudei de Einstein, ele nunca disse que não poderiam haver objetos em velocidade superior a da luz, mas sim que, para objetos que acelerassem dentro da nossa dimensão espaço-temporal, a velocidade da luz seria uma barreira teórica, pois no momento em que se atingisse essa velocidade, o tempo para aquele objeto pararia e sua velocidade relativa seria estagnada, além de acabar o processo de aceleração, pois aceleração acontece em relação ao espaço-tempo. Ele inclusive chega a mencionar a dificuldade em se conseguir alguma detecção de objetos que estariam acima da velocidade da luz e que, por conseguinte, estariam voltando no tempo. Apesar de utópica, minha intenção com esse blog é justamente tentar trazer um pouco de instrução científica, filosófica e mística, de uma forma mais ou menos palatável, para ver se esse tipo de bobagem difundida pela mídia diminua um pouquinho que seja.
Mas vamos continuar a desenvolver um pouco mais o assunto dessa série de artigos. Comecei com Einstein, pois, como disse acima, ele praticamente deflagrou o processo de desmantelamento do realismo materialista. Antes de Einstein, tempo era considerado um elemento absoluto e muito importante para tudo que se relacionava à cosmologia e física. Einstein dá o primeiro golpe quando afirma que o tempo não é absoluto, muito embora, ele ainda tentou procurar alguma coisa absoluta e essa coisa era a velocidade da luz no espaço-tempo, sendo que, o tempo estaria subjugado ao momentum dos objetos, ou seja, estava relacionado ao movimento e a massa deles. O segundo golpe é dado quando ele relaciona matéria e energia, uma podendo ser transformada na outra, ou seja, acabou com a solidez do átomo proposta havia séculos pelos gregos. O terceiro golpe, derivado da teoria da relatividade, vem junto com o tal do observador, cuja posição e movimento interferem no resultado das medições, impactando drasticamente no método científico da época. Além dos golpes no materialismo, ele também cria constrangimento no clero quando trata da criação do universo e do big bang. Definitivamente, deveria ter muita gente que considerava o gênio como um grandessíssimo chato, incomodando muitas coisas tão bem estabelecidas. Porém, a contribuição mais intrigante para a mente comum é o fato do espaço e do tempo serem elementos variáveis e plásticos, ou seja, podem ser moldados, muito embora isso fosse constrangedor para ciência também, pois o que se utilizava para medir as coisas e gerar conhecimento científico até então era justamente uma régua (espaço) e um relógio (tempo). Ainda sobre o artigo que mencionei no início, Einstein viveu em um tempo onde a Física Quântica estava nascendo, portanto, o mundo dele ainda estava constituído por elementos analógicos, ou seja, aqueles que, para irem de um estado a outro, precisavam passar por todas as etapas intermediárias, sem rupturas, portanto, superar a velocidade da luz era sim uma barreira e, de certo modo, mesmo ele tinha dificuldades para imaginar que isso seria possível. Há experiências com luz feitas nas últimas décadas que comprovam essa possibilidade e, além disso, o princípio da incerteza de Heisemberg insere a ruptura no mundo analógico, mostrando que as partículas vão de um estado a outro sem passar por estados intermediários, ou seja, a luz deixa de ser uma barreira, pois a partícula pode sim sair de, por exemplo, 280.000 Km/s e aparecer a 350.000 Km/s sem passar pelos 300.000 Km/s (velocidade da luz), a tal barreira teórica formulada por Einstein. O bizarro disso é que essa mesma partícula vai sair do movimento temporal que vai do passado para o futuro e, instantaneamente, vai ter seu movimento indo do futuro para o passado. Isso tudo é ciência, meus amigos, não é loucura de uma mente perturbada... bizarro mesmo é nosso ego, que tem mania de acreditar naquilo que vê com os olhos. A ciência atual faz São Tomé parecer o apostolo com a fé mais cega de todos, pois se ele precisava ver para crer, então, ele era o que mais acreditava em ilusões.
Os constrangimentos continuaram de vento em popa com o desenvolvimento dos postulados da Física Quântica, agora não mais por Einstein. As implicações são muitas, especialmente no mundo das nossas crenças, sejam elas místicas, filosóficas ou religiosas. Dentre os mais significativos está a questão da consciência ser precursora da matéria e o fato dela interferir na forma como a matéria se manifesta. A primeira e antiqüíssima pergunta que fazemos aqui é: o que é a consciência? Para um materialista, ela era o resultado de fenômenos materiais, mas essa tese já caiu por terra, dado que o princípio da complementaridade aponta exatamente para o contrário. Se o materialista está errado, então a consciência não é material e aquilo que não é material é o quê? A ciência atual não tem resposta para isso; ela simplesmente não sabe o que é a consciência, portanto, a partir deste instante, qualquer estudo tem que transcender a ciência formal para buscar respostas. Diversas linhas de pensamento esotérico e filosófico definem de alguma forma a consciência, sendo que a grande maioria delas sugere a ligação intrínseca da consciência com Deus, fazendo com que ela tenha uma essência unificada, identificando essa unicidade com alguma denominação específica. As que não fazem isso associam alguma outra “entidade” presente em nossa psique com Deus, ou seja, podem estar dando outro nome para a mesma consciência, o que não faz a menor diferença no fundo. Verdadeiro Eu, Divina Essência, Mônada, Mestre Interior, Deus do Meu Coração, Cristo, Cristo Cósmico, etc., são os diversos nomes associados a esse conceito de unicidade, filiação divina ou consciência universal. Basicamente, o conceito diz que a mesma consciência essencial que habita em mim, habita em você, no mendigo da esquina, no corrupto, no santo, no ladrão, no bom samaritano, em Jesus Cristo, no deficiente mental, no louco, no homossexual, no negro, no branco, no oriental, no lindo, no feio, isso para falar de seres humanos, pois, muitas linhas de pensamento também dizem que habita no animal, no inseto, no peixe, na vaca, na planta, nas pedras, etc. Para qualquer um que não for ateu, esse conceito é até bem difundido. Para os ateus, eles têm um problema existencial agora, pois, se Deus não existe e a consciência não vem da matéria, o que é consciência então? Essa discussão existe também nas teorias quânticas, tem até um paradoxo chamado de “Gato de Schrödinger”. Prefiro não detalhar esse paradoxo aqui, até porque, ele pode facilmente ser encontrado na internet. A tese diz que se a consciência determina a forma como a matéria se apresenta, se, por exemplo, a minha consciência quer que o gato morra envenenado e a sua não quer, então, o gato se apresentaria 50% morto e 50% vivo, dado que haveria um “conflito de vontades conciencionais”. Além disso parecer absurdo, pois acredito que a grande maioria que está lendo isso nunca viu um ser qualquer 50% morto e 50% vivo, também não é observado nos experimentos de laboratório, ou seja, sem comprovação científica, mesmo nas mais bizonhas teorias quânticas. Sabem como muitos físicos resolvem esse paradoxo em termos de pensamento científico? Eles dizem que: se a consciência for uma entidade unificada, nunca haverá um gato 50% morto e 50% vivo, pois a decisão da consciência seria única, sem conflitos, dado que é uma só consciência. Não posso deixar de dizer que eu fiquei emocionado quando estudei isso pela primeira vez e, de certa forma, fico até hoje, pois é fantástico como teorias filosóficas tão antigas encontram forte ressonância nos mais modernos pensamentos científicos. Isso para mim é obra do divino.
Ainda não dá para dizer que a ciência encontrou Deus, até porque, enquanto a ciência tiver um forte comprometimento com medições feitas no mundo limitado do espaço-tempo, não vai ser possível encontrar o que está no mundo ilimitado do absoluto. Também não acho que esse seja o papel dela. Para mim, a ciência é precursora de tecnologia, portanto, preocupar-se com encontrar Deus não deveria ser objeto do seu estudo, mas sim da filosofia ou teosofia, mais até para a última. Mas a era que estamos entrando será uma das mais frutíferas de todos os tempos se a ciência aceitar a existência de Deus e de influências absolutamente não conhecidas ou controláveis para desenvolver seus estudos, sem preconceitos de não se submeter ao método científico. Se alguém foca sua atenção através de um tubo para um único lugar, a possibilidade de realmente descobrir o que é e como usar os recursos daquele lugar de forma construtiva fica bem limitada. Precisamos tirar nossas observações dos tubos e olhar ao redor, entregando-se às possibilidades desse derredor. Não digo que devamos abandonar os métodos, mas não é conveniente fazer dos métodos os novos dogmas. As coisas podem funcionar como os dogmas ditam, mas também como os dogmas sequer sonham que funcionam; se não houver experimentação, não há como saber. Toda intenção construtiva e boa vai gerar um resultado construtivo, mesmo que seja para nos mostrar que é melhor não ir por aquele caminho; é a chamada sincronicidade, que também encontra eco nas teorias quânticas. Nossa mente, por hora, está limitada a impressão de que existe tempo e que o tempo vai em uma determinada direção, porém, os estudos sugerem que podem haver seres no futuro construindo nosso passado, portanto, até o passado pode ser moldável, ao contrário do que o senso comum diz. Isso não é bizarro nem assustador, é surpreendente.
Todos os esforços de pensamento empreendidos até hoje são construtivos, deveriam ser respeitados e não criticados. Se em vez de haver embate entre ciência, filosofia, misticismo e religião houvesse bom senso e cooperação, mente aberta e verdadeiro interesse na busca da verdade, nosso mundo já estaria muito mais avançado não só no âmbito tecnológico, mas também no âmbito moral, social e político. O primeiro dogma de um pesquisador deveria ser: todas as formas de pensamento, idéias, teorias devem ser respeitadas, por mais estranhas e improváveis que sejam. Pode-se até não querer empreender pesquisas sobre um determinado tema em um determinado momento, mas se ele não puder ser validado positiva ou negativamente, então ele deveria ser arquivado até que houvesse elementos novos que pudessem resgatá-lo para uma nova avaliação. Os véus do conhecimento vão sendo rasgados aos poucos e, por vezes, o rasgar de um véu oferece um pequeno lampejo de um outro conhecimento ainda oculto por idéias imaturas ou veladas. Tudo tem seu tempo certo para se manifestar; aceitar isso é o dilema do ego, tão ansioso pelo amor de Deus, mas sem aceitar a presença Dele no seu coração. Se a consciência é realmente unificada, nós somos os corpos dessa consciência e ela dispõe desses corpos de acordo com suas escolhas. Essa até parece uma frase com um certo tom científico, mas se a mudarmos um pouco, veremos que é profundamente mística: se Deus é o criador único, nós somos seus filhos e servos, e ele dispõe de nós de acordo com sua vontade.
Sua consciência é a mesma de Deus, portanto, não fuja Dele. Deus é conosco.
segunda-feira, novembro 14, 2011
A Física Quântica e a Derrocada do Realismo Materialista (parte 3)
Em um dos artigos anteriores aqui deste site, eu mencionei que o infinito contém o finito. É uma afirmação lógica, afinal, o finito tem limites e o infinito não, portanto, pela lógica, o infinito contém tanto aquilo que tem limites quanto o que não tem, senão não seria infinito, pois estaria limitado pelo finito. A física quântica parece reforçar essa tese, pois, pelo princípio da correspondência, não se nega o que já é ciência, apenas incorpora os conhecimentos dentro de uma abordagem mais ampla. Usando esse mesmo conceito, podemos dizer que o realismo materialista não está errado em si, mas sim, é uma visão particular de alguns aspectos da criação; um ponto de vista específico e limitado da verdade universal. Aqueles que se apóiam no realismo materialista para determinar uma verdade absoluta precisariam refletir um pouco sobre a virtude “humildade” para entender que não existe verdade absoluta que possa ser resumida em conceitos quaisquer, sejam eles científicos, filosóficos ou religiosos, pois isso limitaria algo que seria perfeito e infinito em si em alguma definição limitada, ou seja, finita, portanto, menor que alguma coisa infinita que a contém. Isso vale também para os ateus, pois ateísmo não passa de um conceito e um tipo de religião que, em vez de afirmar a existência de alguma coisa maior, simplesmente nega. Interessante é que o realismo materialista não consegue nem mesmo sustentar uma simples formulação filosófica básica, derivada de seus próprios princípios: se tudo provém da matéria, o infinito também seria resultado da matéria mesmo a matéria sendo finita? Lembrando que o conceito de infinito é parte dos estudos matemáticos e tem neles sustentação acadêmica teórica. De qualquer forma, o interessante desse tipo de pensamento aberto proposto pelos físicos é que, ainda usando o princípio da correspondência, não considero haver nada de essencialmente errado nos pontos de vista científicos, filosóficos e religiosos, aliás, acredito mesmo que todos devem ser estimulados e são muito válidos, só precisam ser colocados no lugar que realmente estão, ou seja, são visões parciais, baseadas em definições e que são instrumentos excelentes para buscar e desenvolver o conhecimento, mas apenas isso, não podem ser confundidos com uma experiência de verdade absoluta infinita, pois esta não pode ser descrita por meios limitados. Racionalismo é só uma parte, não o todo, parte importante, porém, limitada.
Voltando ao nosso tema, vamos ver agora como a física quântica absorveu o realismo materialista e expandiu os horizontes do conhecimento científico, criando novos desafios à nossa consciência. Comparando os postulados da física quântica com os do realismo materialista, vemos que esses últimos perdem sustentação teórica por conta da oposição contundente dos primeiros. Vamos lá:
1- Princípio da Objetividade Forte: se os objetos materiais são realmente separados da mente ou consciência, como podemos determinar, através de nossa consciência e seguindo o princípio da complementaridade, a forma como uma partícula se apresentará no mundo físico? De fato, o princípio da complementaridade é frontalmente oposto ao da objetividade forte e, não fosse as provas experimentais de que a complementaridade é real, hoje estaríamos em uma discussão científica sem fim.
2- Princípio do Determinismo Causal: também claramente oposto ao princípio da incerteza de Heisenberg, não só postulado matematicamente, como também experimentalmente provado. Não temos como determinar a velocidade e posição iniciais de uma partícula, portanto, não conseguimos prever com precisão onde ela estará no próximo instante, portanto, o universo quântico é estatístico e não determinístico.
3- Princípio da Localidade: um aspecto interessante que eu não detalhei muito nos artigos anteriores, relativo ao princípio da incerteza de Heisenberg, é uma característica da partícula de se espalhar por enormes distâncias e se colapsar quando sofre medições. As fórmulas que regem esse princípio determinam que uma partícula que não está sendo observada está espalhada por distâncias inimagináveis, se é que podemos usar o termo distância. Há também outro fenômeno identificado nas experimentações chamado de “entrelaçamento quântico”, onde, de alguma forma, uma partícula permanece ligada a outra independentemente do tempo e do espaço, ou seja, ao se perturbar uma partícula, a outra que está entrelaçada reage da mesma forma, absolutamente no exato instante, independentemente da distância que estiverem separadas. As experimentações constataram o fenômeno mesmo estando as minúsculas partículas subatômicas separadas por centenas de quilômetros. Esse fenômeno derruba o princípio da localidade, pois não existe nada que materialmente possa justificar essa influência remota, mesmo que teoricamente formulado, ou seja, só a física quântica explica.
4- Princípio do Monismo Materialista: se todas as coisas são feitas de matéria, seria então a consciência um produto da matéria? Se for, temos que nos pautar que a matéria vem antes da consciência e que, portanto, a matéria determinaria os comportamentos da consciência. Se, pelo princípio da complementaridade, nossa decisão que determina a forma como a matéria se apresenta para nós, então é exatamente o contrário que acontece, ou seja, é a consciência quem determina os comportamentos da matéria, ou seja, a consciência teria então precedência sobre a matéria. De fato, não há estrutura de conhecimento no realismo materialista que explique esse fenômeno, ao contrário do que foi constatado pelos estudos quânticos, portanto, esse princípio também foi derrubado.
5- Princípio do Epifenomenalismo: esse princípio tenta reforçar a tese de que a consciência vem depois da matéria, mas, como vimos acima, pelos mesmos experimentos ficou demonstrado que é exatamente o contrário. De fato, esse princípio caiu junto com o do monismo materialista, pois, de certa forma, um estava ligado ao outro.
Se o realismo materialista não tem mais sustentação axiomática e falha na explicação dos objetos quânticos, como ficam todas as filosofias, crenças e teses baseadas nessa estrutura de conhecimento? Pelo princípio da correspondência, a física quântica não nega sua manifestação, porém, fica claro que precisarão sofrer uma reavaliação importante em seus princípios, pois há sim uma crise de credibilidade que muitos parecem querer ocultar. Mais que isso, podemos até mesmo dizer que os conceitos quânticos parecem meio que “sobrenaturais” a ponto de reforçar conceitos teosóficos ou místicos, ou seja, não só criou-se um problema estrutural nas teorias materialistas, como também apareceu uma estrutura de sustentação para todos os estudos não materialistas, antes relegados a devaneios de pessoas crédulas ou que precisam de algum tipo de conforto sentimental para suportarem o mundo material. De fato, para mim, todas essas discussões não passam de efeitos de uma lei simples: ação e reação ou, em outras palavras, Kharma. O clero, que abusou e vilipendiou os estudos científicos, agora é vítima de sua própria atrocidade; por sorte, a consciência hoje é mais evoluída, então, aqueles que aceitam as ciências ocultas ou atuam junto às religiões não foram mortos pelos realistas materialistas (pelo menos, não que eu saiba...).
Olhando um pouco para o futuro, não seria muito melhor e mais incentivador projetarmos um mundo onde a ciência, a filosofia e a religião voltassem a se unir para estudar profundamente a existência em todos os seus aspectos? Essa proposta está sendo defendida por diversos pesquisadores e, de fato, já temos algumas organizações trabalhando nesse sentido, mesmo que ainda consideradas “alternativas”, ou seja, arrumaram um termo para identificar estudos não ortodoxos que não podem mais ser sufocados por conta do “politicamente correto” e do respeito à diversidade. Logicamente, há muita resistência, mas a obviedade acachapante dos resultados das pesquisas cosmológicas e microcosmológicas não deixam dúvidas de que todos esses esforços do pensamento humano estão se dirigindo para um ambiente de cooperação, uma mesma estrada de conhecimento com diversas faixas paralelas, dado que, inquestionavelmente, parecem falar as mesmas coisas, apenas com métodos e palavras diferentes. Não fossem os interesses de estruturas de poder tão bem instaladas hoje na nossa sociedade, já estaríamos construindo um mundo de harmonia e respeito mútuo; porém, como a história demonstra, os administradores e executivos têm seu pensamento sempre algumas centenas de anos atrás dos artistas, filósofos e cientistas. Mas o tempo segue seu curso dentro da nossa consciência material, os séculos passam, e os pensamentos são difundidos aos poucos como conhecimento escolar na nossa humanidade. É um processo longo, envolve gerações, mas acontece, seja por bem ou por mal, através da conseqüência de nossos atos. É por isso que temos que plantar cada semente com zelo e amor, acreditando no futuro e vibrando positivamente.
Com esse artigo, o tema parece ter se encerrado, porém, fechei apenas a parte formal e científica. No próximo, falarei um pouco das possibilidades que essa nova visão encerra, sem preocupação de ser “cientificamente provado...”
Deus nos acompanhe nessa nova era do pensamento!
sábado, outubro 15, 2011
A Física Quântica e a Derrocada do Realismo Materialista (parte 2)
Apesar de Einstein ter contribuído largamente para a física do século 20, suas teorias estavam alicerçadas na mecânica clássica. Isso não é, de forma alguma, um problema para seu legado, até porque, mesmo naquilo que ele achou que era um erro teórico para o conceito de expansão do universo, na realidade, hoje já foi demonstrado que era um tremendo acerto. Eu diria que aqui temos uma questão de maturação de idéias; Einstein foi um dos últimos expoentes da mecânica clássica, portanto, estava lapidando as últimas arestas de um tema já bem maduro. Na mesma época, havia pesquisadores, como Niels Born, Max Bohr, De Broglie, Heisenberg e outros, que estavam desbravando uma floresta desconhecida, desbastando uma pedra mais bruta e postulando novidades muito polêmicas. Mesmo assim, Einstein não deixou de considerar as idéias deles, tecendo o seguinte comentário aos estudos de De Broglie: “A tese pode parecer loucura, mas é realmente lógica”. De fato, as fórmulas matemáticas da mecânica quântica têm variáveis bizarras, do tipo, o produto entre as “incertezas de posição de um elétron” e o “momentum” dele é maior ou igual à “constante de Planck”. O “momentum” tem relação com a famosa fórmula de Einstein, a “constante de Planck” todos nós estudamos no colégio e já era algo estranho por si só, dado que dizia que uma partícula “pulava” de um estado a outro sem passar pelas fases intermediárias, mas as “incertezas de posição de um elétron” é um tanto controverso para o determinístico e previsível universo mecânico dos primórdios da física. De qualquer forma, o fato é que as fórmulas da mecânica clássica funcionam para todos os objetos não quânticos, mas falham para os quânticos, sendo que as fórmulas da mecânica quântica funcionam tanto para explicar o habitat quântico, como todos os demais fenômenos da mecânica clássica, até com mais precisão, ou seja, são mais abrangentes que as primeiras. Para entender isso, podemos fazer uma analogia com relógios: por exemplo, se você tiver dois relógios, um mecânico, baseado em engrenagens e molas, e outro eletrônico, baseado em cristal de quarts, qual você acha que é mais preciso? Tecnicamente falando, um eletrônico de boa qualidade vai ser mais preciso que um mecânico também de boa qualidade, sendo que ambos são relógios e servem para marcar as horas. Além disso, normalmente o eletrônico terá cronômetro e outros quitutes não disponíveis no mecânico. Outro detalhe relevante é que, assim como muitos fenômenos estranhos derivados da teoria da relatividade, que foram testados e validados em experimentos na década de 1960 com o advento dos relógios atômicos, fenômenos verdadeiramente bisonhos foram testados e validados em experimentos quânticos alguns anos mais tarde. Mesmo assim, ou até mesmo por conta disso, alguns pesquisadores muito afinados com a mecânica clássica acabaram virando as costas para essas teorias e continuaram defendendo o universo mecânico, mesmo que seus discursos já estivessem notadamente vazios e frágeis.
Os postulados da física quântica são bastante desconcertantes. Mais que isso, eles criam paradoxos que podem ser resolvidos adotando modelos teosóficos; aliás, chego a acreditar que podemos encontrar integração entre os conceitos teosóficos e os conceitos quânticos, como se um precisasse do outro para se afirmar e sustentar. Por conta disso, muitos pensadores de áreas tão distintas quanto se possa imaginar tentam incorporar esses conceitos em suas teorias (falo de psicólogos, parapsicólogos, filósofos, médicos, homeopatas, terapeutas florais, etc.), muitas vezes de formas tão bizarras quanto as próprias teorias quânticas. Usar a palavra “quântico” acabou virando estratégia de marketing, criando um certo descrédito por conta de alguns charlatões, além da banalização do termo, o que gerou desconfiança das pessoas e as afastou de informações que seriam muito relevantes para suas reflexões existenciais. Em meio a essa enxurrada de idéias “viajantes”, várias pesquisas promissoras estão despontando e, mesmo que empiricamente, acabam por demonstrar resultados importantes. É engraçado que essa reação das pessoas se assemelha a reação que eu citei acima dos físicos clássicos, levando-me a pensar que esse tema gera esse tipo de resposta, ou seja, ou você vai fundo nele, ou você finge que ele não existe e que não faz parte da sua vida. Porém, a participação que ele tem na sua vida é integral, dado que há pesquisas que indicam que existem fenômenos quânticos determinantes no funcionamento de seus nervos, ou seja, suspeita-se que a simples percepção de que você tocou em algo quente pode acontecer por conta de um fenômeno chamado de “entrelaçamento quântico.”
Mas no que se baseia essa tal de física quântica? Estamos já no segundo artigo e vocês podem dizer que, até agora, só estou rodeando o assunto. Como disse no primeiro artigo, é um assunto vasto, e lá eu apresentei os postulados do realismo materialista. Nesse artigo, vou apresentar os postulados da física quântica, assim teremos um conhecimento básico para analisar as conseqüências do segundo sobre o primeiro em um próximo artigo. De novo, estou usando como referência o livro “O Universo Autoconsciente” de Amit Goswami, por ser uma obra que resume tudo isso de forma bem concisa na primeira parte para que ele possa desenvolver sua conceituação de universo na segunda. Não pretendo apresentar as proposições de Goswami nesta série, até porque, para quem se interessar, basta procurar o livro nas boas casas do ramo, como diria a máxima da propaganda tradicional.
Postulados da Mecânica Quântica:
1- Princípio do Salto Quântico: esse princípio teve como origem a discrepância entre a medição de emissões de luz de objetos incandescentes e as fórmulas que descreviam o fenômeno. Para solucionar essa diferença, Planck corajosamente afirmou que “os elétrons emitem ou absorvem energia apenas em certas quantidades específicas, descontinuamente separadas” (excerto do livro acima). O significado disso é que, para conseguir fazer essa absorção ou emissão de energia em lotes, o elétron tem que se posicionar no universo aos saltos, indo de uma camada à outra sem passar por nenhuma posição intermediária, ou seja, ele simplesmente desaparece de um lugar e “magicamente” aparece em outro. A primeira conseqüência dessa afirmação é a destruição do mundo analógico da mecânica clássica, onde não haveria descontinuidade no universo e tudo que vai de um ponto a outro, passaria obrigatoriamente por infinitas posições intermediárias. Isso vale para os macro-objetos que conhecemos, mas não para as partículas quânticas.
2- Princípio da Complementaridade: como conseqüência dos estudos de Bohr e De Broglie, podemos dizer de uma forma simplista que “as partículas materiais são simultaneamente onda e partícula, e a forma (onda ou partícula) como elas se mostram para nós é determinada pela nossa decisão de como medi-las.” Veja que estou falando de ciência formal, estruturada em fórmulas matemáticas e experimentações de laboratório. Esse interessante postulado insere na ciência a nossa consciência inteligente, não só como o observador passivo proposto por Einstein, mas uma entidade com poder de decisão sobre a forma como o universo se apresenta. De fato, esse princípio enuncia que o elétron não é nem onda, nem partícula, pois a sua verdadeira natureza é transcendente e ambas as características se mostram complementares entre elas, além do que, nós temos poder sobre sua apresentação material. Como diz Goswami, poderíamos chamar o elétron de “ondícula.”
3- Princípio da Incerteza de Heisenberg: esse princípio é formulado através da matemática e, para não dar explicações complicadas aqui, vou tentar traduzir essa fórmula em termos mais palatáveis para quem não tem fluência com os números. Basicamente, ela diz que “não podemos simultaneamente determinar, com certeza, a posição e a velocidade (ou momentum) de um elétron” (excerto do livro acima), com isso, não temos como determinar a trajetória dele e, por conseguinte, não conseguimos prever precisamente a posição dele. Trocando em miúdos, só conseguimos dizer que existe uma possibilidade maior ou menor de encontrar um elétron em um determinado lugar e, quando o achamos, não sabemos para onde ele vai; é como se ele fosse um “fantasma” que até pode ser achado em um lugar assombrado, por exemplo, um cemitério, mas nunca conseguimos saber se ele vai aparecer na nossa frente, ao nosso lado, lá no canto do muro, mas é muito mais provável achar um fantasma no cemitério do que na principal avenida da sua cidade. Detalhe: estamos falando de possibilidades, então, isso não significa que o fantasma tem que ficar no cemitério, aliás, a fórmula diz que é provável que ele esteja lá, mas que se não sabemos onde ele está, então, ele está em toda a parte ao mesmo tempo (isso mesmo, no mesmo instante em mais de um lugar), espalhado por todos os lugares e potencialmente pode se manifestar em qualquer lugar do planeta, incluindo a avenida da sua cidade. Por mais bizarro que isso possa parecer, foi com base nesse princípio que cientistas japoneses já conseguiram fazer há alguns poucos anos um experimento de teletransporte de partículas, o precursor do teletransporte do filme Jornada nas Estrelas.
4- Princípio da Correspondência: esse postulado é muito interessante e eu diria que ele tem um certo apelo diplomático, pois, ao mesmo tempo em que a física quântica derruba os axiomas do realismo materialista, ela não joga fora os conceitos formulados através deles, apenas expande as possibilidades para um mundo que, até então, era desconhecido. Esse postulado diz que “no domínio da física clássica, as deduções da mecânica quântica relativas ao movimento de objetos correspondem claramente às que são feitas usando a matemática newtoniana, como se fossem clássicos os corpos que estamos lidando” (excerto do livro citado acima). De fato, se olharmos para a história das descobertas científicas, isso é o que normalmente acontece; a cada passo da humanidade, nós temos um novo descortinar de possibilidades que apenas aumentam nosso conhecimento do universo, sem descartar as conquistas que as grandes mentes já fizeram. A física clássica construiu o mundo que conhecemos hoje, portanto, em sua época ela estava adequada. O mundo que vem pela frente é mais profundo, então, precisávamos de uma linguagem física também mais profunda.
Gosto muito da reflexão que esse tema nos apresenta. Apenas lendo os axiomas, o mundo já parece dar uma longa e surpreendente volta. Com quatro princípios, já nos encontramos inseridos em vários paradoxos que nos suscitam as reflexões de filósofos modernos, como Bertrand Russell, que dizia que nós não podíamos confiar no que nossos olhos vêem; aliás, essa declaração já seria uma afronta à ciência formal que se baseia, de certa forma, no que os olhos vêem. De fato, pelo último postulado, podemos dizer que o que nossos olhos vêem realmente está lá, pode ser calculado como existente, mas a mecânica quântica também diz que é muito mais do que está lá, ou seja, o que vemos é apenas uma pequena parte da verdade universal.
Até a próxima parte do tema e fiquem na Paz de Deus.
segunda-feira, setembro 19, 2011
A Física Quântica e a Derrocada do Realismo Materialista (parte 1)
Quantas vezes você já ouviu: “isso é cientificamente comprovado”? Muitos usam essa frase para tentar validar uma crença pessoal, se utilizando de alguma coisa que alguém disse que reproduziu em laboratório. Por outro lado, há também os que dizem: “isso é a palavra de Deus”, sendo que usam essa frase da mesma forma que a turma do “cientificamente comprovado”. Agora eu pergunto: qual é a diferença? Não estou perguntando qual é a diferença entre ciência e religião (ainda), estou perguntando qual é a diferença de intenção e pensamento entre as duas afirmativas. Muito do que se acredita ser cientificamente comprovado é apenas a reprodução de um determinado comportamento de estruturas materiais mensuráveis dentro de laboratórios que estão na crosta terrestre ou, mais recentemente, em um espaço nem tão sideral assim, que está apenas há algumas centenas de quilômetros acima da crosta. Dito isso, cabe aqui mais uma pergunta: quem garante que o que acontece nos laboratórios da terra funciona da mesma forma em laboratórios de um planeta que gire em torno da estrela Sirius? Ou, até mesmo, em Júpiter? De fato, só se pode garantir que o “cientificamente comprovado” funcione aqui na terra, com os elementos da terra, com a psicosfera da terra e tudo mais. Portanto, o “cientificamente comprovado” não passa de um tipo de crença não muito diferente do que é a “palavra de Deus”, talvez apenas um trate do finito e o outro do infinito. Aliás, quando vamos mais a fundo nas bases da ciência formal, vemos que ela não consegue comprovar muitas de suas teorias, apenas formula idéias baseadas em um método científico e espera poder fazer alguma experiência em ambiente controlado para conseguir medir alguma coisa que possa dar validade à tese inicial.
Mas por que eu comecei um artigo que vai falar de física com um discurso que mais parece uma afronta ao método científico? Não é uma afronta, é uma reflexão. Ciência e religião estiveram juntas por muitos milênios e só se separaram no ocidente porque alguém queria direcionar e limitar o pensamento filosófico e científico por conta do seu poderio político. Porém, como esclarece muito bem Eliphas Lévi no clássico “Dogma e Ritual da Alta Magia”, ciência, filosofia e religião formam um tripé indissolúvel para a compreensão da existência em todos os níveis. Até se pode separá-las politicamente, como são separados os poderes de uma república, mas inexoravelmente elas se encontrarão em algum ponto do tempo-espaço, pois são feitas essencialmente da mesma “matéria”. De fato, para ser um tripé, precisam estar unidas no vértice, sendo que, há um grupo de ciências que trabalham com esses três elementos; são as chamadas Ciências Ocultas. E onde as ciências ocultas entram nisso? Apesar de muitos religiosos e cientistas bradarem contra elas, ou dizendo que são artes do demônio, ou que não tem embasamento científico, essas ciências se estruturam conservando a harmonia entre as três hastes do tripé e, certamente por serem conciliadoras, incomodam aqueles que querem manter o poder sobre o conhecimento ou sobre algum aspecto da existência político-social das massas.
A boa notícia é que a física quântica colocou a ciência formal em uma tremenda “saia justa”, pois está chegando à conclusões desconcertantes, que fazem a ciência se aproximar de diversos conceitos filosóficos e religiosos. Amit Goswami, eminente físico indiano, chega até a propor em seu livro “O Universo Autoconsciente” que, depois das proposições da física quântica, a ciência se encontra em um momento de ruptura de antigos paradigmas, que não tem mais como sustentar os postulados materialistas e que só pode encontrar soluções para seus dogmatismos se aceitar que a grande maioria dos preceitos filosóficos e esotéricos estão bem fundamentados. De fato, isso já é praticado pelas ciências ocultas e as escolas de mistério há milênios, portanto, eu não vou dizer que tendo a concordar com Amit porque eu já concordo com ele desde que iniciei meus estudos esotéricos e científicos na década de 1980.
Um detalhe que não posso deixar de informar é que não dá para discorrer sobre um assunto tão polêmico em um único artigo, portanto, da mesma forma que a série de artigos “Uma Questão de Tempo”, esse assunto vai ser quebrado em alguns posts. Vamos começar pelo básico e nesse primeiro artigo vou apresentar os postulados do Realismo Materialista. De fato, as bases da física antiga se deram por diversos pensadores, notadamente os gregos e depois os europeus, fazendo com que todos esses conhecimentos acabassem reforçando os fundamentos do período chamado de Iluminismo, sendo que, um nome em especial formulou os princípios do método científico ocidental. Essa personalidade, René Descartes, propôs a filosofia dualista, onde a parte subjetiva mental seria domínio da religião e a parte objetiva material seria domínio da ciência. Veja que a humanidade estava saindo das trevas da idade média e dos tribunais da inquisição, com suas atrocidades aplicadas a vários cientistas, tidos como servidores do demônio, portanto, era natural que, em um momento de retomada da racionalidade filosófica, os pensadores buscassem um meio político para acabar com o conflito entre eles e a igreja, de forma a poderem desenvolver suas teorias sem que tivessem que se exilar ou se contradizer para não serem mortos ou presos. Entretanto, essa noção de que a separação era mais diplomática que real se perdeu com o tempo e ambas as partes continuaram em conflito, menos sangrento, é fato, mas que propiciou que o tal do método científico virasse um tipo de lei para os cientistas da atualidade. Não posso deixar de perguntar aqui por que o método científico seria melhor ou mais verdadeiro que o método religioso? Não há fundamentação imparcial que possa afirmar que algum dos dois métodos seja melhor. Quando falo imparcial, quero dizer que não dá para usar nenhuma das formulações feitas em um desses métodos para julgar o outro, simplesmente porque essas formulações são feitas para reforçar seu próprio método original, portanto, extremamente parciais. Eliphas Lévi afirma que a filosofia seria a ponte para a conciliação entre ciência e religião, porém, cabe aqui lembrar que Eliphas era um taumaturgo, ou seja, um cientista das artes ocultas, então, precisamos nos questionar que tipo de filosofia ele estava falando, considerando suas práticas, sua formação e a época em que produziu seus escritos. Na minha opinião, ele falava das ciências ocultas e esotéricas e não da filosofia clássica ensinada nas nossas universidades, pois, no mundo ocidental, elas já estão por demais contaminadas pelo método científico.
Voltando aos postulados do Realismo Materialista, segue abaixo uma explicação simplória de cada um deles para referência. Estes 5 conceitos foram retirados do livro “O Universo Autoconsciente” de Amit Goswami. Não vou detalhar muito, pois mais informações podem ser obtidas na internet.
Postulados do Realismo Materialista:
1- Princípio da Objetividade Forte: segundo Goswami, Descartes teria se baseado em Aristóteles para formular esse conceito, mas, para mim, parece-me claro que era um postulado muito conveniente para o tácito “acordo político” entre os cientistas e o clero. Basicamente, esse axioma propõe que os “objetos são independentes e separados da mente (ou consciência)” - excerto do livro citado acima.
2- Princípio do Determinismo Causal: também do livro citado acima, temos o excerto que explica esse princípio como sendo “a idéia de que todo movimento pode ser exatamente previsto, dadas as leis do movimento e as condições iniciais em que se encontravam os objetos (onde estão e com que velocidade se deslocam).” Esse conceito, proposto inicialmente por Newton, está calcado na mecânica clássica, onde o mundo seria uma máquina composta por sistemas mecânicos que interagem entre si.
3- Princípio da Localidade: derivado da teoria da relatividade de Einstein, que formulou o conceito do espaço-tempo e o limite da velocidade da luz, esse postulado diz que “todas as influências entre objetos materiais que se fazem sentir no espaço-tempo devem ser locais: eles têm que viajar através do espaço um pouco de cada vez, com uma velocidade finita” - excerto do livro citado acima.
4- Princípio do Monismo Materialista: como resultado do esforço dos cientistas em gerar tecnologia através da ciência, ou seja, de conseguir controlar e prever efeitos materiais, a ciência materialista adquiriu aos poucos uma força política que a permitiu ir a forra da religião e novamente questioná-la, agora sem medo do cárcere ou da fogueira dos bruxos. Neste momento, eles questionaram o dualismo proposto por Descartes e postularam que “todas as coisas são feitas de matéria (e de generalizações da matéria, como energia e campos de força). Nosso mundo é material, de cima a baixo” - outro excerto do livro de Goswami.
5- Princípio do Epifenomenalismo: esse conceito já me parece uma “viagem na maionese” científica, pois, como não se sabe como conseguir usar a matéria para gerar consciência, então, para reforçar os propósitos da ciência materialista, era necessário seguir um norte (mesmo que seja para o sul) para direcionar as pesquisas e conseguir os recursos para tal. Esse princípio diz que “todos os fenômenos mentais podem ser explicados como sendo epifenômenos, ou seja, fenômenos secundários, da matéria, através de uma redução apropriada a condições físicas prévias. A idéia básica é que o que denominamos de consciência constitui simplesmente uma propriedade (ou grupo de propriedades) do cérebro” - por hora, último excerto do nosso amigo Goswami. Veja que esse princípio contradiz o primeiro, uma vez que ele não separa mais a consciência da matéria.
É notável que nossa educação esteja tão impregnada de Realismo Materialista que todos os cinco princípios acima nos pareçam muito familiares e lógicos. Certamente, muitos de vocês devem ter questionado meus comentários por vezes irônicos sobre eles. De fato, sou irônico em relação à idéia de que há alguma coisa mais certa que outra. Eu entendo a programação mental que nos faz achá-los familiares; foi feita com nossos pais, avós e praticamente todos os que nos ensinaram desde o jardim da infância, então, é lógico que se tornaram crenças que nem sabemos direito de onde vêm. Porém, são exatamente isso, apenas crenças. Digo isso, pois vamos ver mais adiante, nos próximos artigos, como a física quântica “detonou” cada um desses princípios, postulando outros que voltam a aproximar ciência da religião de forma irreversível, deixando os cientistas materialistas sem argumentos para sustentar suas teses. O curioso disso tudo é que esses mesmos cientistas que afrontaram a religião se viram tão perplexos que sua defesa à mecânica clássica ficou mais parecendo uma homilia eclesiástica impregnada de crenças, que agora são fundamentadas unicamente na história ocidental da ciência e não mais no resultado das experimentações laboratoriais, que hoje apontam para uma reconciliação filosófica entre ciência e religião. Por sorte, os maiores cientistas da história tinham grande fé em Deus e Sua criação, sendo que a quase totalidade deles foram integrados aos quadros das escolas de mistério e fraternidades secretas, mesmo que muitos teóricos da atualidade queiram obscurecer essa particularidade da vida das grandes mentes. Entretanto, várias citações desses grandes cientistas revelam sua devoção pelo Deus de seus corações, desta forma, gostaria de encerrar esse primeiro artigo com uma frase de Albert Einsten, muito pertinente ao tema em questão:
“Ciência sem religião é manca. Religião sem ciência é cega.”
Deus abençoe a todos!
Quantas vezes você já ouviu: “isso é cientificamente comprovado”? Muitos usam essa frase para tentar validar uma crença pessoal, se utilizando de alguma coisa que alguém disse que reproduziu em laboratório. Por outro lado, há também os que dizem: “isso é a palavra de Deus”, sendo que usam essa frase da mesma forma que a turma do “cientificamente comprovado”. Agora eu pergunto: qual é a diferença? Não estou perguntando qual é a diferença entre ciência e religião (ainda), estou perguntando qual é a diferença de intenção e pensamento entre as duas afirmativas. Muito do que se acredita ser cientificamente comprovado é apenas a reprodução de um determinado comportamento de estruturas materiais mensuráveis dentro de laboratórios que estão na crosta terrestre ou, mais recentemente, em um espaço nem tão sideral assim, que está apenas há algumas centenas de quilômetros acima da crosta. Dito isso, cabe aqui mais uma pergunta: quem garante que o que acontece nos laboratórios da terra funciona da mesma forma em laboratórios de um planeta que gire em torno da estrela Sirius? Ou, até mesmo, em Júpiter? De fato, só se pode garantir que o “cientificamente comprovado” funcione aqui na terra, com os elementos da terra, com a psicosfera da terra e tudo mais. Portanto, o “cientificamente comprovado” não passa de um tipo de crença não muito diferente do que é a “palavra de Deus”, talvez apenas um trate do finito e o outro do infinito. Aliás, quando vamos mais a fundo nas bases da ciência formal, vemos que ela não consegue comprovar muitas de suas teorias, apenas formula idéias baseadas em um método científico e espera poder fazer alguma experiência em ambiente controlado para conseguir medir alguma coisa que possa dar validade à tese inicial.
Mas por que eu comecei um artigo que vai falar de física com um discurso que mais parece uma afronta ao método científico? Não é uma afronta, é uma reflexão. Ciência e religião estiveram juntas por muitos milênios e só se separaram no ocidente porque alguém queria direcionar e limitar o pensamento filosófico e científico por conta do seu poderio político. Porém, como esclarece muito bem Eliphas Lévi no clássico “Dogma e Ritual da Alta Magia”, ciência, filosofia e religião formam um tripé indissolúvel para a compreensão da existência em todos os níveis. Até se pode separá-las politicamente, como são separados os poderes de uma república, mas inexoravelmente elas se encontrarão em algum ponto do tempo-espaço, pois são feitas essencialmente da mesma “matéria”. De fato, para ser um tripé, precisam estar unidas no vértice, sendo que, há um grupo de ciências que trabalham com esses três elementos; são as chamadas Ciências Ocultas. E onde as ciências ocultas entram nisso? Apesar de muitos religiosos e cientistas bradarem contra elas, ou dizendo que são artes do demônio, ou que não tem embasamento científico, essas ciências se estruturam conservando a harmonia entre as três hastes do tripé e, certamente por serem conciliadoras, incomodam aqueles que querem manter o poder sobre o conhecimento ou sobre algum aspecto da existência político-social das massas.
A boa notícia é que a física quântica colocou a ciência formal em uma tremenda “saia justa”, pois está chegando à conclusões desconcertantes, que fazem a ciência se aproximar de diversos conceitos filosóficos e religiosos. Amit Goswami, eminente físico indiano, chega até a propor em seu livro “O Universo Autoconsciente” que, depois das proposições da física quântica, a ciência se encontra em um momento de ruptura de antigos paradigmas, que não tem mais como sustentar os postulados materialistas e que só pode encontrar soluções para seus dogmatismos se aceitar que a grande maioria dos preceitos filosóficos e esotéricos estão bem fundamentados. De fato, isso já é praticado pelas ciências ocultas e as escolas de mistério há milênios, portanto, eu não vou dizer que tendo a concordar com Amit porque eu já concordo com ele desde que iniciei meus estudos esotéricos e científicos na década de 1980.
Um detalhe que não posso deixar de informar é que não dá para discorrer sobre um assunto tão polêmico em um único artigo, portanto, da mesma forma que a série de artigos “Uma Questão de Tempo”, esse assunto vai ser quebrado em alguns posts. Vamos começar pelo básico e nesse primeiro artigo vou apresentar os postulados do Realismo Materialista. De fato, as bases da física antiga se deram por diversos pensadores, notadamente os gregos e depois os europeus, fazendo com que todos esses conhecimentos acabassem reforçando os fundamentos do período chamado de Iluminismo, sendo que, um nome em especial formulou os princípios do método científico ocidental. Essa personalidade, René Descartes, propôs a filosofia dualista, onde a parte subjetiva mental seria domínio da religião e a parte objetiva material seria domínio da ciência. Veja que a humanidade estava saindo das trevas da idade média e dos tribunais da inquisição, com suas atrocidades aplicadas a vários cientistas, tidos como servidores do demônio, portanto, era natural que, em um momento de retomada da racionalidade filosófica, os pensadores buscassem um meio político para acabar com o conflito entre eles e a igreja, de forma a poderem desenvolver suas teorias sem que tivessem que se exilar ou se contradizer para não serem mortos ou presos. Entretanto, essa noção de que a separação era mais diplomática que real se perdeu com o tempo e ambas as partes continuaram em conflito, menos sangrento, é fato, mas que propiciou que o tal do método científico virasse um tipo de lei para os cientistas da atualidade. Não posso deixar de perguntar aqui por que o método científico seria melhor ou mais verdadeiro que o método religioso? Não há fundamentação imparcial que possa afirmar que algum dos dois métodos seja melhor. Quando falo imparcial, quero dizer que não dá para usar nenhuma das formulações feitas em um desses métodos para julgar o outro, simplesmente porque essas formulações são feitas para reforçar seu próprio método original, portanto, extremamente parciais. Eliphas Lévi afirma que a filosofia seria a ponte para a conciliação entre ciência e religião, porém, cabe aqui lembrar que Eliphas era um taumaturgo, ou seja, um cientista das artes ocultas, então, precisamos nos questionar que tipo de filosofia ele estava falando, considerando suas práticas, sua formação e a época em que produziu seus escritos. Na minha opinião, ele falava das ciências ocultas e esotéricas e não da filosofia clássica ensinada nas nossas universidades, pois, no mundo ocidental, elas já estão por demais contaminadas pelo método científico.
Voltando aos postulados do Realismo Materialista, segue abaixo uma explicação simplória de cada um deles para referência. Estes 5 conceitos foram retirados do livro “O Universo Autoconsciente” de Amit Goswami. Não vou detalhar muito, pois mais informações podem ser obtidas na internet.
Postulados do Realismo Materialista:
1- Princípio da Objetividade Forte: segundo Goswami, Descartes teria se baseado em Aristóteles para formular esse conceito, mas, para mim, parece-me claro que era um postulado muito conveniente para o tácito “acordo político” entre os cientistas e o clero. Basicamente, esse axioma propõe que os “objetos são independentes e separados da mente (ou consciência)” - excerto do livro citado acima.
2- Princípio do Determinismo Causal: também do livro citado acima, temos o excerto que explica esse princípio como sendo “a idéia de que todo movimento pode ser exatamente previsto, dadas as leis do movimento e as condições iniciais em que se encontravam os objetos (onde estão e com que velocidade se deslocam).” Esse conceito, proposto inicialmente por Newton, está calcado na mecânica clássica, onde o mundo seria uma máquina composta por sistemas mecânicos que interagem entre si.
3- Princípio da Localidade: derivado da teoria da relatividade de Einstein, que formulou o conceito do espaço-tempo e o limite da velocidade da luz, esse postulado diz que “todas as influências entre objetos materiais que se fazem sentir no espaço-tempo devem ser locais: eles têm que viajar através do espaço um pouco de cada vez, com uma velocidade finita” - excerto do livro citado acima.
4- Princípio do Monismo Materialista: como resultado do esforço dos cientistas em gerar tecnologia através da ciência, ou seja, de conseguir controlar e prever efeitos materiais, a ciência materialista adquiriu aos poucos uma força política que a permitiu ir a forra da religião e novamente questioná-la, agora sem medo do cárcere ou da fogueira dos bruxos. Neste momento, eles questionaram o dualismo proposto por Descartes e postularam que “todas as coisas são feitas de matéria (e de generalizações da matéria, como energia e campos de força). Nosso mundo é material, de cima a baixo” - outro excerto do livro de Goswami.
5- Princípio do Epifenomenalismo: esse conceito já me parece uma “viagem na maionese” científica, pois, como não se sabe como conseguir usar a matéria para gerar consciência, então, para reforçar os propósitos da ciência materialista, era necessário seguir um norte (mesmo que seja para o sul) para direcionar as pesquisas e conseguir os recursos para tal. Esse princípio diz que “todos os fenômenos mentais podem ser explicados como sendo epifenômenos, ou seja, fenômenos secundários, da matéria, através de uma redução apropriada a condições físicas prévias. A idéia básica é que o que denominamos de consciência constitui simplesmente uma propriedade (ou grupo de propriedades) do cérebro” - por hora, último excerto do nosso amigo Goswami. Veja que esse princípio contradiz o primeiro, uma vez que ele não separa mais a consciência da matéria.
É notável que nossa educação esteja tão impregnada de Realismo Materialista que todos os cinco princípios acima nos pareçam muito familiares e lógicos. Certamente, muitos de vocês devem ter questionado meus comentários por vezes irônicos sobre eles. De fato, sou irônico em relação à idéia de que há alguma coisa mais certa que outra. Eu entendo a programação mental que nos faz achá-los familiares; foi feita com nossos pais, avós e praticamente todos os que nos ensinaram desde o jardim da infância, então, é lógico que se tornaram crenças que nem sabemos direito de onde vêm. Porém, são exatamente isso, apenas crenças. Digo isso, pois vamos ver mais adiante, nos próximos artigos, como a física quântica “detonou” cada um desses princípios, postulando outros que voltam a aproximar ciência da religião de forma irreversível, deixando os cientistas materialistas sem argumentos para sustentar suas teses. O curioso disso tudo é que esses mesmos cientistas que afrontaram a religião se viram tão perplexos que sua defesa à mecânica clássica ficou mais parecendo uma homilia eclesiástica impregnada de crenças, que agora são fundamentadas unicamente na história ocidental da ciência e não mais no resultado das experimentações laboratoriais, que hoje apontam para uma reconciliação filosófica entre ciência e religião. Por sorte, os maiores cientistas da história tinham grande fé em Deus e Sua criação, sendo que a quase totalidade deles foram integrados aos quadros das escolas de mistério e fraternidades secretas, mesmo que muitos teóricos da atualidade queiram obscurecer essa particularidade da vida das grandes mentes. Entretanto, várias citações desses grandes cientistas revelam sua devoção pelo Deus de seus corações, desta forma, gostaria de encerrar esse primeiro artigo com uma frase de Albert Einsten, muito pertinente ao tema em questão:
“Ciência sem religião é manca. Religião sem ciência é cega.”
Deus abençoe a todos!
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