Eficiência Interesseira
Nosso congresso está trabalhando! Talvez até como nunca trabalhou antes. Eles conseguiram redigir um texto de emenda constitucional em um dia e estão submetendo à votação extraordinária hoje. Que eficiência! Isso é a prova de que quando eles querem, eles fazem.
Infelizmente, não dá para ficar tão feliz assim, pois eles estão tendo essa eficiência toda em benefício próprio. Estão votando uma emenda para tentar derrubar a decisão do TSE de obrigar os partidos a terem apenas coligações nacionais. O que isso representa? Eles estão combatendo uma decisão casuística com outra pior, além de remendar (ou emporcalhar) a constituição com textos feitos de última hora, que podem conter erros e implicações mal analisadas. Se bem que para eles isso pouco importa, afinal nossa pobre constituição já foi rasgada, explorada, estuprada, remendada e desrespeitada de todas as formas naquela vergonhosa casa de parlamentares. Mais do que isso, desrespeitam o povo brasileiro, que tem que assistir a esses episódios deprimentes, enquanto procura se proteger dos seqüestros e assassinatos sem explicação.
Falando nisso, você ouviu mais alguma coisa sobre o “Plano de Combate à Violência”? A eficiência só interessa se garantir o pleito, afinal, discutir sobre regras eleitorais é mais importante do que salvar vidas.
Que Deus nos ajude!
"Periódico com artigos ligados à ciência, filosofia, esoterismo, religião e assuntos relacionados à situação atual do planeta."
"É preciso preparar-se para mais elevados conhecimentos, só neste pensamento pode a nova consciência aproximar-se da humanidade"
(Mestre El-Morya)
quinta-feira, fevereiro 28, 2002
quarta-feira, fevereiro 27, 2002
Olha a Mutreta Aí, Gente!
Nossos líderes continuam hábeis em mudar as regras no meio do jogo. A última foi do TSE, que está obrigando os partidos a terem apenas coligações nacionais, ou seja, não será possível que eles se aliem de uma determinada forma para a eleição presidencial e de outra para as eleições estaduais.
O Estado de São Paulo publicou matéria onde diz que a “decisão do TSE pode beneficiar Serra e prejudicar Roseana”. Aqui mesmo, nós já tínhamos “cantado essa bola” dizendo que os donos do poder vão criar muitos empecilhos para que Roseana chegasse lá, o que, pessoalmente, não sei se é tão ruim não, tendo em vista a estrutura de forças que ela representa. Note que além da Roseana, eles deram um jeito no Itamar também, que estava costurando uma coligação com o PT.
De qualquer forma, é vergonhosa a armação do governo para “temperar” o candidato sem sal deles, sem considerar o custo disso, pois muitas pessoas devem estar trabalhando duro para conseguir promovê-lo em detrimento de outros projetos mais prementes e importantes para a sociedade brasileira.
É como dizem, em ano de eleição tudo pára nesse país.
Nossos líderes continuam hábeis em mudar as regras no meio do jogo. A última foi do TSE, que está obrigando os partidos a terem apenas coligações nacionais, ou seja, não será possível que eles se aliem de uma determinada forma para a eleição presidencial e de outra para as eleições estaduais.
O Estado de São Paulo publicou matéria onde diz que a “decisão do TSE pode beneficiar Serra e prejudicar Roseana”. Aqui mesmo, nós já tínhamos “cantado essa bola” dizendo que os donos do poder vão criar muitos empecilhos para que Roseana chegasse lá, o que, pessoalmente, não sei se é tão ruim não, tendo em vista a estrutura de forças que ela representa. Note que além da Roseana, eles deram um jeito no Itamar também, que estava costurando uma coligação com o PT.
De qualquer forma, é vergonhosa a armação do governo para “temperar” o candidato sem sal deles, sem considerar o custo disso, pois muitas pessoas devem estar trabalhando duro para conseguir promovê-lo em detrimento de outros projetos mais prementes e importantes para a sociedade brasileira.
É como dizem, em ano de eleição tudo pára nesse país.
Caros Leitores
Gostaria de me desculpar por estar editando poucas matérias nessa coluna nos últimos tempos. Estou tendo algumas dificuldades para manter a regularidade, além de estar planejando uma reformulação no teor das notícias. Nesse ínterim, por favor, continue divulgando esse blog para seus colegas.
Um abraço.
Gostaria de me desculpar por estar editando poucas matérias nessa coluna nos últimos tempos. Estou tendo algumas dificuldades para manter a regularidade, além de estar planejando uma reformulação no teor das notícias. Nesse ínterim, por favor, continue divulgando esse blog para seus colegas.
Um abraço.
terça-feira, fevereiro 12, 2002
Onde Erramos?
Recentemente, estive conversando com um grupo de chineses com profundo conhecimento filosófico acerca da situação de nosso planeta e do nosso processo evolutivo. Segundo a visão deles, houve um desvio nesse processo que causou uma degradação moral muito grande no ser humano. Houve um grande desenvolvimento da tecnologia, mas a parte moral e filosófica não acompanhou paralelamente esse caminho.
Analisando um pouco a história, podemos perceber que essa degradação se acentua no momento em que a ciência passa a olhar apenas para o plano material, esquecendo-se do espiritual. Mais do que isso, deu-se um crédito fora do normal à ciência materialista em detrimento das filosofias e estudos ocultistas ou, para usar um termo menos polêmico, estudos metafísicos. Mesmo a parapsicologia foi tida como uma matéria menos nobre e muito questionável.
Para mim é exatamente aí que está o erro. A nossa ciência ignorou milênios de história da humanidade e postulou um axioma básico de que o homem é formado por corpo, pois corpos podem ser medidos, observados e explicados (pelo menos em parte, visto que até hoje não existe explicação para o fenômeno da vida). Eliphas Levi, ainda no século 18, já dizia que ciência sem filosofia pura e fé (religiosa) era um grande desequilíbrio. Na visão dele, essa trindade formava um triângulo equilátero com a ponta voltada para cima, cujos vértices da base continham de um lado a ciência e do outro a fé, e no vértice superior havia a filosofia, representando que a ciência e a religião nunca poderiam andar separadas, mas deveriam ser integradas pela filosofia. Além disso, ciência e fé eram a base e o objeto de estudo para a filosofia. Muito sábia essa afirmação de Eliphas que era corroborada por muitos outros estudiosos da época.
Na realidade, a ciência foi muito covarde e presunçosa quando assumiu que o homem não tinha alma. Fez isso apenas por não poder explicá-la. Teria sido um desafio maravilhoso e muito mais enriquecedor ter tido a coragem de adotar como axioma básico que “o homem é formado por corpo e alma”, pois a alma teria que ser estudada tanto quanto o corpo. Nossa sociedade e tecnologia seriam completamente diferentes hoje se conhecêssemos nossa alma e tivéssemos desenvolvido uma ciência que a contemplasse com todos os seus atributos. Muitos dos polêmicos dogmas da religião poderiam ter sido esclarecidos, como reencarnação, Carma, vida após a morte, etc., o que poderia ter dirimido, ou pelo menos reduzido, algumas diferenças religiosas. Certamente, nossa sociedade teria uma outra consciência e poderíamos ter melhorado muito nossa condição em termos de qualidade de vida e justiça social. Posso apostar que teríamos evitado as guerras mundiais e o uso da bomba atômica.
Mas não foi assim e o que vemos é uma total inversão de valores, onde o culto à violência, ao dinheiro, ao preconceito moral e religioso, etc. é a tônica da nossa sociedade pobre de espírito, que pinta seu futuro com tintas escuras e tristes.
Nunca é tarde para se arrepender, caros cientistas. Talvez ainda haja tempo de mudar isso tudo e construir uma sociedade de Luz.
Recentemente, estive conversando com um grupo de chineses com profundo conhecimento filosófico acerca da situação de nosso planeta e do nosso processo evolutivo. Segundo a visão deles, houve um desvio nesse processo que causou uma degradação moral muito grande no ser humano. Houve um grande desenvolvimento da tecnologia, mas a parte moral e filosófica não acompanhou paralelamente esse caminho.
Analisando um pouco a história, podemos perceber que essa degradação se acentua no momento em que a ciência passa a olhar apenas para o plano material, esquecendo-se do espiritual. Mais do que isso, deu-se um crédito fora do normal à ciência materialista em detrimento das filosofias e estudos ocultistas ou, para usar um termo menos polêmico, estudos metafísicos. Mesmo a parapsicologia foi tida como uma matéria menos nobre e muito questionável.
Para mim é exatamente aí que está o erro. A nossa ciência ignorou milênios de história da humanidade e postulou um axioma básico de que o homem é formado por corpo, pois corpos podem ser medidos, observados e explicados (pelo menos em parte, visto que até hoje não existe explicação para o fenômeno da vida). Eliphas Levi, ainda no século 18, já dizia que ciência sem filosofia pura e fé (religiosa) era um grande desequilíbrio. Na visão dele, essa trindade formava um triângulo equilátero com a ponta voltada para cima, cujos vértices da base continham de um lado a ciência e do outro a fé, e no vértice superior havia a filosofia, representando que a ciência e a religião nunca poderiam andar separadas, mas deveriam ser integradas pela filosofia. Além disso, ciência e fé eram a base e o objeto de estudo para a filosofia. Muito sábia essa afirmação de Eliphas que era corroborada por muitos outros estudiosos da época.
Na realidade, a ciência foi muito covarde e presunçosa quando assumiu que o homem não tinha alma. Fez isso apenas por não poder explicá-la. Teria sido um desafio maravilhoso e muito mais enriquecedor ter tido a coragem de adotar como axioma básico que “o homem é formado por corpo e alma”, pois a alma teria que ser estudada tanto quanto o corpo. Nossa sociedade e tecnologia seriam completamente diferentes hoje se conhecêssemos nossa alma e tivéssemos desenvolvido uma ciência que a contemplasse com todos os seus atributos. Muitos dos polêmicos dogmas da religião poderiam ter sido esclarecidos, como reencarnação, Carma, vida após a morte, etc., o que poderia ter dirimido, ou pelo menos reduzido, algumas diferenças religiosas. Certamente, nossa sociedade teria uma outra consciência e poderíamos ter melhorado muito nossa condição em termos de qualidade de vida e justiça social. Posso apostar que teríamos evitado as guerras mundiais e o uso da bomba atômica.
Mas não foi assim e o que vemos é uma total inversão de valores, onde o culto à violência, ao dinheiro, ao preconceito moral e religioso, etc. é a tônica da nossa sociedade pobre de espírito, que pinta seu futuro com tintas escuras e tristes.
Nunca é tarde para se arrepender, caros cientistas. Talvez ainda haja tempo de mudar isso tudo e construir uma sociedade de Luz.
sexta-feira, fevereiro 08, 2002
Cuidado com o Vício do Trabalho
Em um artigo recente na Veja, Stephen Kanitz divulgou sua opinião quanto a férias e folgas em finais de semana. Dentre outros absurdos, ele diz que não faz sentido pagar para uma pessoa ficar em casa descansando, ou seja, ele acha que férias deveriam ser uma opção pessoal de cada um e que ninguém deveria receber por isso. Pessoalmente, acho que o intuito dele deve ter sido aparecer na mídia com uma opinião polêmica, ou então não soube se explicar.
De qualquer forma, esse tipo de opinião é bem característico do tipo de vida que estamos vivendo. As pessoas são induzidas a pensar como empresários, dedicando sua vida ao trabalho árduo de gerar dinheiro para alguém, esquecendo-se do bem estar geral de outrem. Em geral, essas pessoas esquecem-se da própria família também, gerando filhos deixados à sorte das drogas e outros vícios. Pior, tem gente que acha isso certo.
Trabalho também pode ser um vício e a maioria das empresas hoje patrocina esse tipo de disfunção social. Muitas tentam impingir aqui a cultura viciosa de outros lugares, onde as pessoas vivem para o trabalho e não trabalham para viver. Para os donos do poder, realmente férias e folgas são perigosas, pois o funcionário pode ter tempo para pensar e ver o quanto está sendo explorado, portanto, é melhor tratá-lo como um traficante trata seus viciados, ou seja, não perdê-lo de vista e alimentá-lo diuturnamente com um pouco da substância maléfica.
Não estou fazendo apologia ao não trabalho, mas apenas colocando as coisas nos devidos lugares. Se houvesse uma distribuição justa de renda e dos benefícios criados por nossa tecnologia, ninguém precisaria trabalhar tanto quanto alguns poucos trabalham, não haveria tanto desemprego e muitos outros benefícios poderiam ser criados, afinal as pessoas teriam tempo para o melhor do ser humano, que é pensar e criar. Muitas das grandes criações do passado nasceram de um pensamento criativo e diletante. Criar é uma arte, qualquer que seja a seu objeto. Arte não se cria sob pressão, mas sob divagações.
O rendimento da maioria dos sistemas criados pelo homem está abaixo dos 50%. Querer que o ser humano trabalhe tanto quanto uma máquina é desperdiçar o que essa máquina faz de melhor.
Em um artigo recente na Veja, Stephen Kanitz divulgou sua opinião quanto a férias e folgas em finais de semana. Dentre outros absurdos, ele diz que não faz sentido pagar para uma pessoa ficar em casa descansando, ou seja, ele acha que férias deveriam ser uma opção pessoal de cada um e que ninguém deveria receber por isso. Pessoalmente, acho que o intuito dele deve ter sido aparecer na mídia com uma opinião polêmica, ou então não soube se explicar.
De qualquer forma, esse tipo de opinião é bem característico do tipo de vida que estamos vivendo. As pessoas são induzidas a pensar como empresários, dedicando sua vida ao trabalho árduo de gerar dinheiro para alguém, esquecendo-se do bem estar geral de outrem. Em geral, essas pessoas esquecem-se da própria família também, gerando filhos deixados à sorte das drogas e outros vícios. Pior, tem gente que acha isso certo.
Trabalho também pode ser um vício e a maioria das empresas hoje patrocina esse tipo de disfunção social. Muitas tentam impingir aqui a cultura viciosa de outros lugares, onde as pessoas vivem para o trabalho e não trabalham para viver. Para os donos do poder, realmente férias e folgas são perigosas, pois o funcionário pode ter tempo para pensar e ver o quanto está sendo explorado, portanto, é melhor tratá-lo como um traficante trata seus viciados, ou seja, não perdê-lo de vista e alimentá-lo diuturnamente com um pouco da substância maléfica.
Não estou fazendo apologia ao não trabalho, mas apenas colocando as coisas nos devidos lugares. Se houvesse uma distribuição justa de renda e dos benefícios criados por nossa tecnologia, ninguém precisaria trabalhar tanto quanto alguns poucos trabalham, não haveria tanto desemprego e muitos outros benefícios poderiam ser criados, afinal as pessoas teriam tempo para o melhor do ser humano, que é pensar e criar. Muitas das grandes criações do passado nasceram de um pensamento criativo e diletante. Criar é uma arte, qualquer que seja a seu objeto. Arte não se cria sob pressão, mas sob divagações.
O rendimento da maioria dos sistemas criados pelo homem está abaixo dos 50%. Querer que o ser humano trabalhe tanto quanto uma máquina é desperdiçar o que essa máquina faz de melhor.
quinta-feira, janeiro 24, 2002
A Ciência Preterida
Recentemente, adquiri um livro de um renomado físico nuclear indiano, Amit Goswami, onde ele relata estudos e experimentos que começam a comprovar cientificamente a existência de Deus na sua acepção mais filosófica, que é aquela que diversas pessoas tidas como mestres ou diversas ordens esotéricas já urgem há tempos. Os estudos estão baseados na atualíssima física quântica e, em termos simples, indicam que as forças universais que compõe a matéria e tudo aquilo que conhecemos têm uma “intenção construtiva”. Essa intenção intervem e afeta o resultado de processos naturais. Sem essa intenção, não é possível explicar diversos desvios de comportamento das partículas subatômicas. O mais interessante é que essa teoria está sendo razoavelmente bem aceita no meio científico por estar suportada com diversas experimentações em laboratório. Mais ainda, ela também fala sobre uma mente comum a todos os seres, como se todos nós fizéssemos parte de uma única mente que reúne todos os seres vivos do universo.
Todos os grandes mestres já falam isso há séculos, mas somente no limiar do terceiro milênio é possível assistir tal façanha da ciência moderna, que certamente no futuro rumará, como no passado distante, lado a lado com as religiões e filosofias. Mas o importante é meditar sobre o impacto disso na humanidade. Pense que se você prejudicar alguém, você apenas estará prejudicando a si mesmo (pois somos todos parte de uma só mente), atrasando o plano de evolução do planeta. Sendo uma célula de um corpo divino, se não formos construtivos, seremos um câncer ou uma bactéria maléfica para esse corpo.
É compreensível que a maioria das pessoas desconheça essas teorias, muito embora Goswami tenha estado recentemente em um programa na TV Cultura. Contudo, é desalentador notar que as pessoas não conhecem (e não se interessam por) teorias em voga há quase um século. Eistein já havia mudado toda a nossa compreensão do mundo quando afirmou que a gravidade é uma distorção do tempo, ou seja, o tempo passa mais lentamente em nossos pés do que em nossa cabeça, mais lentamente ao nível do mar do que no topo de uma montanha. É o arrasto que esse tempo mais lento causa que nos faz sentir o efeito da gravidade, em suma, que nos faz cair. Surpreendente? Não deveria ser, isso já foi postulado há quase 80 anos e provado há quase 50 pela Nasa. Está em livros vendidos em qualquer livraria. Surpreendente é a maioria das pessoas não saber, pior, não acreditar.
Assim como essa, muitas outras teorias que mudam completamente nossa forma de ver o mundo estão por aí esquecidas. Notamos que as pessoas estão mais preocupadas com a vida alheia ou como explorar o seu semelhante, e mantém um nível de consciência mais rarefeito que daqueles que preferiram Barrabás a Jesus. Assim fica difícil fazer um mundo melhor.
Aceite minha modesta sugestão: leia sobre ciência, metafísica, ocultismo, etc. Ao menos, leia mais de um jornal ou revista. Você não precisa acreditar em tudo, mas sim formar alguma opinião própria, pois você pode estar infestado de idéias podres que alguém enfiou em sua cabeça.
Recentemente, adquiri um livro de um renomado físico nuclear indiano, Amit Goswami, onde ele relata estudos e experimentos que começam a comprovar cientificamente a existência de Deus na sua acepção mais filosófica, que é aquela que diversas pessoas tidas como mestres ou diversas ordens esotéricas já urgem há tempos. Os estudos estão baseados na atualíssima física quântica e, em termos simples, indicam que as forças universais que compõe a matéria e tudo aquilo que conhecemos têm uma “intenção construtiva”. Essa intenção intervem e afeta o resultado de processos naturais. Sem essa intenção, não é possível explicar diversos desvios de comportamento das partículas subatômicas. O mais interessante é que essa teoria está sendo razoavelmente bem aceita no meio científico por estar suportada com diversas experimentações em laboratório. Mais ainda, ela também fala sobre uma mente comum a todos os seres, como se todos nós fizéssemos parte de uma única mente que reúne todos os seres vivos do universo.
Todos os grandes mestres já falam isso há séculos, mas somente no limiar do terceiro milênio é possível assistir tal façanha da ciência moderna, que certamente no futuro rumará, como no passado distante, lado a lado com as religiões e filosofias. Mas o importante é meditar sobre o impacto disso na humanidade. Pense que se você prejudicar alguém, você apenas estará prejudicando a si mesmo (pois somos todos parte de uma só mente), atrasando o plano de evolução do planeta. Sendo uma célula de um corpo divino, se não formos construtivos, seremos um câncer ou uma bactéria maléfica para esse corpo.
É compreensível que a maioria das pessoas desconheça essas teorias, muito embora Goswami tenha estado recentemente em um programa na TV Cultura. Contudo, é desalentador notar que as pessoas não conhecem (e não se interessam por) teorias em voga há quase um século. Eistein já havia mudado toda a nossa compreensão do mundo quando afirmou que a gravidade é uma distorção do tempo, ou seja, o tempo passa mais lentamente em nossos pés do que em nossa cabeça, mais lentamente ao nível do mar do que no topo de uma montanha. É o arrasto que esse tempo mais lento causa que nos faz sentir o efeito da gravidade, em suma, que nos faz cair. Surpreendente? Não deveria ser, isso já foi postulado há quase 80 anos e provado há quase 50 pela Nasa. Está em livros vendidos em qualquer livraria. Surpreendente é a maioria das pessoas não saber, pior, não acreditar.
Assim como essa, muitas outras teorias que mudam completamente nossa forma de ver o mundo estão por aí esquecidas. Notamos que as pessoas estão mais preocupadas com a vida alheia ou como explorar o seu semelhante, e mantém um nível de consciência mais rarefeito que daqueles que preferiram Barrabás a Jesus. Assim fica difícil fazer um mundo melhor.
Aceite minha modesta sugestão: leia sobre ciência, metafísica, ocultismo, etc. Ao menos, leia mais de um jornal ou revista. Você não precisa acreditar em tudo, mas sim formar alguma opinião própria, pois você pode estar infestado de idéias podres que alguém enfiou em sua cabeça.
domingo, janeiro 20, 2002
Jeitinho Brasileiro
Em nota publicada hoje, o respeitado jornal Opinião da cidade de Araras afirmou que o presidente “FHC não desistiu do terceiro mandato”. Segundo a reportagem, FHC acha “que ele é o único nome nacional que conseguiria unir, hoje, PFL, PSDB e PMDB e se eleger com muita facilidade”. Além disso, ele “encomendou, de seleto e discreto grupo de renomados juristas, um estudo sobre a hipótese de que, caso ele renunciasse, poderia ou não se candidatar de novo, ou seja, ao terceiro mandato, sonho que jamais tirou de seu travesseiro.” Quem assina a notícia é Gilberto Di Pierro (www.gibaum.com.br).
É impressionante a capacidade de não seguir as regras que nossos políticos têm. Mais assustador ainda é ficarmos em dúvida se eles subestimam a capacidade de compreensão política do povo, ou se o povo realmente não tem essa qualidade. Infelizmente, tendo a acreditar na segunda hipótese.
Como seria um terceiro mandato de FHC? Será que ele conseguiria adiar por mais 4 anos a reforma fiscal? Considerando a política de arrecadação atual, certamente, ao final do próximo mandato, teríamos o governo mais rico e o povo mais pobre do planeta.
Ironias à parte, é difícil avaliar quais os planos dos donos do poder. O fato é que a morte de Mário Covas deve ter sido um duro golpe para o stabilishment, uma vez que ele era o candidato natural e em preparação para o continuísmo político. De qualquer forma, posso dizer que o governo está mal de nomes, pois não haver ninguém capaz de substituir Covas é no mínimo uma falta de planejamento político. Se bem que não dá para atestar a capacidade de planejar em um governo que patrocinou o apagão.
Você vai dizer que tem a Roseana. Entretanto, ela representa uma força política que não é bem aceita na estrutura de poder atual, sem contar o problema do preconceito por ela ser mulher, o que já lhe rendeu piadinhas sujas e sem graça de outros políticos. Os próprios patrocinadores dela já estão afirmando que ela é uma “viagem”, em outras palavras, um acidente de percurso. Infelizmente, nosso povo é tão limitado em termos políticos que acredita em qualquer possibilidade milagrosa de redenção. Foi assim com Collor, está sendo assim com Roseana. Os donos do poder não vão deixar a Roseana chegar lá, só estão pensando como fazer isso sem perder os benefícios que a propaganda dela alcançou.
Na falta de opções, apela-se para o famoso jeitinho brasileiro: FHC 2002! O retorno do retorno! Quem sabe, com Roseana como vice.
Em nota publicada hoje, o respeitado jornal Opinião da cidade de Araras afirmou que o presidente “FHC não desistiu do terceiro mandato”. Segundo a reportagem, FHC acha “que ele é o único nome nacional que conseguiria unir, hoje, PFL, PSDB e PMDB e se eleger com muita facilidade”. Além disso, ele “encomendou, de seleto e discreto grupo de renomados juristas, um estudo sobre a hipótese de que, caso ele renunciasse, poderia ou não se candidatar de novo, ou seja, ao terceiro mandato, sonho que jamais tirou de seu travesseiro.” Quem assina a notícia é Gilberto Di Pierro (www.gibaum.com.br).
É impressionante a capacidade de não seguir as regras que nossos políticos têm. Mais assustador ainda é ficarmos em dúvida se eles subestimam a capacidade de compreensão política do povo, ou se o povo realmente não tem essa qualidade. Infelizmente, tendo a acreditar na segunda hipótese.
Como seria um terceiro mandato de FHC? Será que ele conseguiria adiar por mais 4 anos a reforma fiscal? Considerando a política de arrecadação atual, certamente, ao final do próximo mandato, teríamos o governo mais rico e o povo mais pobre do planeta.
Ironias à parte, é difícil avaliar quais os planos dos donos do poder. O fato é que a morte de Mário Covas deve ter sido um duro golpe para o stabilishment, uma vez que ele era o candidato natural e em preparação para o continuísmo político. De qualquer forma, posso dizer que o governo está mal de nomes, pois não haver ninguém capaz de substituir Covas é no mínimo uma falta de planejamento político. Se bem que não dá para atestar a capacidade de planejar em um governo que patrocinou o apagão.
Você vai dizer que tem a Roseana. Entretanto, ela representa uma força política que não é bem aceita na estrutura de poder atual, sem contar o problema do preconceito por ela ser mulher, o que já lhe rendeu piadinhas sujas e sem graça de outros políticos. Os próprios patrocinadores dela já estão afirmando que ela é uma “viagem”, em outras palavras, um acidente de percurso. Infelizmente, nosso povo é tão limitado em termos políticos que acredita em qualquer possibilidade milagrosa de redenção. Foi assim com Collor, está sendo assim com Roseana. Os donos do poder não vão deixar a Roseana chegar lá, só estão pensando como fazer isso sem perder os benefícios que a propaganda dela alcançou.
Na falta de opções, apela-se para o famoso jeitinho brasileiro: FHC 2002! O retorno do retorno! Quem sabe, com Roseana como vice.
quarta-feira, janeiro 09, 2002
A Saúde Informal
Muito se fala na reforma fiscal, mas pouco se entende quanto sua real necessidade. Muitos até dizem que ela já está sendo feita com todas as modificações tributárias dos últimos tempos, mas isso não é verdade, o que foi feito até o momento é uma reforma da arrecadação.
A diferença é que na reforma fiscal, deveria haver uma modificação na estrutura de impostos de forma a favorecer o crescimento da economia e, conseqüentemente, aumentar a arrecadação. Além disso, deve ser facilitada a redução da informalidade, beneficiando os pequenos, pois são eles que realmente movimentam a economia e geram empregos. O que o governo está fazendo é aumentar a arrecadação através da criação de novos impostos, ou alteração de alíquotas, para compensar as perdas causadas pelo não crescimento real da economia em função de uma política recessiva que ele mesmo criou, o que sõ aumenta essa mesma recessão. Em outras palavras, é a teoria do câncer, que enfraquece o organismo para se alimentar, até o momento em que o organismo morre e aí o câncer morre junto. É estúpido fazer isso, nosso vizinho mostrou o que políticas semelhantes podem causar.
Isso quer dizer que estamos indo para o buraco? Pode ser, mas nós temos um sistema imunológico forte, cujo nome é economia informal. Inclusive, acredito que o governo age constantemente para fortalecê-lo. Quanto mais são aumentados os impostos, mais os pequenos não têm como se defender a não ser aumentar a parcela informal dos seus empreendimentos, alimentando toda uma estrutura de contravenção. Se bem que eu não considero a essência da economia informal como contravenção, mas apenas o meio que a sociedade encontrou para tentar criar uma estrutura tributária mais justa, já que o governo não tem competência para fazer isso sozinho. É patente, basta olhar para o lado para ver que a informalidade é institucionalizada. Se sairmos dos grandes centros, uns 50 ou 100 quilômetros, a coisa é descarada, pois nota fiscal é uma entidade quase espiritual.
Para mim, isso tem um lado positivo, pois a sociedade, a seu modo, está se manifestando. Estamos em um limite tributário, onde o arcaico e o exagero abrem amplas possibilidades de sonegação. Assim como o câncer, uma hora o governo não vai mais conseguir aumentar a arrecadação, mas a economia terá sua saúde informal. Quando isso acontecer, não haverá outra opção a não ser fazer o óbvio.
Muito se fala na reforma fiscal, mas pouco se entende quanto sua real necessidade. Muitos até dizem que ela já está sendo feita com todas as modificações tributárias dos últimos tempos, mas isso não é verdade, o que foi feito até o momento é uma reforma da arrecadação.
A diferença é que na reforma fiscal, deveria haver uma modificação na estrutura de impostos de forma a favorecer o crescimento da economia e, conseqüentemente, aumentar a arrecadação. Além disso, deve ser facilitada a redução da informalidade, beneficiando os pequenos, pois são eles que realmente movimentam a economia e geram empregos. O que o governo está fazendo é aumentar a arrecadação através da criação de novos impostos, ou alteração de alíquotas, para compensar as perdas causadas pelo não crescimento real da economia em função de uma política recessiva que ele mesmo criou, o que sõ aumenta essa mesma recessão. Em outras palavras, é a teoria do câncer, que enfraquece o organismo para se alimentar, até o momento em que o organismo morre e aí o câncer morre junto. É estúpido fazer isso, nosso vizinho mostrou o que políticas semelhantes podem causar.
Isso quer dizer que estamos indo para o buraco? Pode ser, mas nós temos um sistema imunológico forte, cujo nome é economia informal. Inclusive, acredito que o governo age constantemente para fortalecê-lo. Quanto mais são aumentados os impostos, mais os pequenos não têm como se defender a não ser aumentar a parcela informal dos seus empreendimentos, alimentando toda uma estrutura de contravenção. Se bem que eu não considero a essência da economia informal como contravenção, mas apenas o meio que a sociedade encontrou para tentar criar uma estrutura tributária mais justa, já que o governo não tem competência para fazer isso sozinho. É patente, basta olhar para o lado para ver que a informalidade é institucionalizada. Se sairmos dos grandes centros, uns 50 ou 100 quilômetros, a coisa é descarada, pois nota fiscal é uma entidade quase espiritual.
Para mim, isso tem um lado positivo, pois a sociedade, a seu modo, está se manifestando. Estamos em um limite tributário, onde o arcaico e o exagero abrem amplas possibilidades de sonegação. Assim como o câncer, uma hora o governo não vai mais conseguir aumentar a arrecadação, mas a economia terá sua saúde informal. Quando isso acontecer, não haverá outra opção a não ser fazer o óbvio.
terça-feira, janeiro 08, 2002
Efeito Pirotécnico
O governo realmente está fazendo um longo show pirotécnico. Começou antes do final do ano e não parou até agora. Trocando em miúdos, eles fizeram um certo alarde na elaboração do projeto de correção da tabela do IR, mas era tudo fogo de artifício. Ao vetar o projeto, eles deram mais uma lição de como funciona a Demonarquia.
Das duas, duas: ou o governo fez um acordo com o congresso, ou foi malicioso quando não apontou as tais incorreções no texto antes da votação. Aliás, dizer isso é no mínimo atestar a incompetência dos legisladores, que são pagos para fazer as leis, mas que, segundo o governo, não sabem escrever direito. Talvez eles não saibam mesmo, afinal aprenderam com o governo, especialmente nesse caso, onde o texto foi escrito por ambos. Se os congressistas não estão fazendo barulho em serem chamados de incompetentes, é porque eles estão coniventes com isso. Deve ter sido o preço pago para evitar o desgaste do governo com o excesso de votações polêmicas que ocorreram ao mesmo tempo no final do ano passado.
O difícil é acreditar nas explicações, cada dia menos consistentes por causa dos vícios de um sistema que já está muito tempo em voga. É como o caso do marido traidor que sempre dá desculpas para a esposa quando chega tarde. Com o tempo, não há mais boas justificativas e ele não convence mais ninguém. Como tem esposa que aceita passivamente essa situação, então o canalha se torna cara-de-pau, apresentando qualquer desculpa sem-vergonha. Na nossa realidade, a esposa é o povo.
Resta saber se o congresso vai ter a decência de derrubar o veto, coisa que eu duvido. Mesmo que isso aconteça, ainda vai haver a questão da falta de clareza do texto, ou seja, não tem muito o que fazer.
Como diz Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!”.
O governo realmente está fazendo um longo show pirotécnico. Começou antes do final do ano e não parou até agora. Trocando em miúdos, eles fizeram um certo alarde na elaboração do projeto de correção da tabela do IR, mas era tudo fogo de artifício. Ao vetar o projeto, eles deram mais uma lição de como funciona a Demonarquia.
Das duas, duas: ou o governo fez um acordo com o congresso, ou foi malicioso quando não apontou as tais incorreções no texto antes da votação. Aliás, dizer isso é no mínimo atestar a incompetência dos legisladores, que são pagos para fazer as leis, mas que, segundo o governo, não sabem escrever direito. Talvez eles não saibam mesmo, afinal aprenderam com o governo, especialmente nesse caso, onde o texto foi escrito por ambos. Se os congressistas não estão fazendo barulho em serem chamados de incompetentes, é porque eles estão coniventes com isso. Deve ter sido o preço pago para evitar o desgaste do governo com o excesso de votações polêmicas que ocorreram ao mesmo tempo no final do ano passado.
O difícil é acreditar nas explicações, cada dia menos consistentes por causa dos vícios de um sistema que já está muito tempo em voga. É como o caso do marido traidor que sempre dá desculpas para a esposa quando chega tarde. Com o tempo, não há mais boas justificativas e ele não convence mais ninguém. Como tem esposa que aceita passivamente essa situação, então o canalha se torna cara-de-pau, apresentando qualquer desculpa sem-vergonha. Na nossa realidade, a esposa é o povo.
Resta saber se o congresso vai ter a decência de derrubar o veto, coisa que eu duvido. Mesmo que isso aconteça, ainda vai haver a questão da falta de clareza do texto, ou seja, não tem muito o que fazer.
Como diz Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!”.
sexta-feira, janeiro 04, 2002
Democracia – O Regime Utópico
As mudanças das últimas semanas ocorridas na Argentina são o indício mais interessante de que democracia é apenas uma fachada bonita para a mesma estrutura de poder que já conhecemos a séculos. Após muitas idas e vindas, o próprio poder decidiu quem deve ficar no poder. Os analistas vão dizer que essa foi a solução possível e que assim a soberania e a ordem não foram afetadas. Mas o fato é que as regras estabelecidas (constituição) pelos representantes do povo não foram utilizadas nesse momento de crise, usando a própria crise como desculpa.
Na prática, para se fazer uma eleição “legítima”, as estruturas de poder tem que estar bem equilibradas para que o povo possa ser manipulado adequadamente. Como equilíbrio é tudo que a Argentina não tem hoje, fazer uma eleição agora pode ser muito arriscado, pois a democracia verdadeira pode realmente ocorrer e alguém fora do esquema poderia assumir o poder, digo, o cargo, pois para assumir o poder, não basta ganhar a eleição.
A impressão que tenho é que essa confusão que aconteceu foi causada por desentendimentos entre os próprios peronistas, uma vez que eles não estavam encontrando quem eles deveriam “fritar” para que pudessem reassumir o poder. O certo seria “fritar” o causador dessa meleca toda, mas esse cara é um peronista. Por conta disso, se a “fritura” não fosse bem feita, o próprio peronismo sairia chamuscado. Levou um bom tempo para que as negociações fossem concluídas e os “fritantes” fossem identificados, antigos peronistas que já estão meio arranhados e que agora foram para o buraco de vez. Após tudo isso, o discurso óbvio é ululado: a Argentina está quebrada, precisa desvalorizar o Peso e proteger sua indústria nacional, o Mercosul é a tábua de salvação (desde que o Brasil compre produtos argentinos, claro), moratória, etc.
A única coisa que não está fechando para mim é onde ficaram os EUA nessa história. Esse novo discurso é muito mais focado para o mercado europeu do que para o mercado americano. De novo, me vem a mente que pode estar havendo uma mudança importante na estrutura de poder na América Latina, onde a Europa voltaria a ter um papel primordial, até porque, hoje eles estão com toda estrutura necessária para se tornarem mais fortes que os EUA em pouco tempo. Que conseqüências isso vai trazer só o tempo mostrará, mas prefiro ser otimista, afinal o mundo precisa de um pouco de concorrência, mesmo sabendo que a história mostra que esse tipo de briga costuma acabar em guerras devastadoras.
De Nostradamus: “Ah, se Deus não mandar paz à Terra!”.
As mudanças das últimas semanas ocorridas na Argentina são o indício mais interessante de que democracia é apenas uma fachada bonita para a mesma estrutura de poder que já conhecemos a séculos. Após muitas idas e vindas, o próprio poder decidiu quem deve ficar no poder. Os analistas vão dizer que essa foi a solução possível e que assim a soberania e a ordem não foram afetadas. Mas o fato é que as regras estabelecidas (constituição) pelos representantes do povo não foram utilizadas nesse momento de crise, usando a própria crise como desculpa.
Na prática, para se fazer uma eleição “legítima”, as estruturas de poder tem que estar bem equilibradas para que o povo possa ser manipulado adequadamente. Como equilíbrio é tudo que a Argentina não tem hoje, fazer uma eleição agora pode ser muito arriscado, pois a democracia verdadeira pode realmente ocorrer e alguém fora do esquema poderia assumir o poder, digo, o cargo, pois para assumir o poder, não basta ganhar a eleição.
A impressão que tenho é que essa confusão que aconteceu foi causada por desentendimentos entre os próprios peronistas, uma vez que eles não estavam encontrando quem eles deveriam “fritar” para que pudessem reassumir o poder. O certo seria “fritar” o causador dessa meleca toda, mas esse cara é um peronista. Por conta disso, se a “fritura” não fosse bem feita, o próprio peronismo sairia chamuscado. Levou um bom tempo para que as negociações fossem concluídas e os “fritantes” fossem identificados, antigos peronistas que já estão meio arranhados e que agora foram para o buraco de vez. Após tudo isso, o discurso óbvio é ululado: a Argentina está quebrada, precisa desvalorizar o Peso e proteger sua indústria nacional, o Mercosul é a tábua de salvação (desde que o Brasil compre produtos argentinos, claro), moratória, etc.
A única coisa que não está fechando para mim é onde ficaram os EUA nessa história. Esse novo discurso é muito mais focado para o mercado europeu do que para o mercado americano. De novo, me vem a mente que pode estar havendo uma mudança importante na estrutura de poder na América Latina, onde a Europa voltaria a ter um papel primordial, até porque, hoje eles estão com toda estrutura necessária para se tornarem mais fortes que os EUA em pouco tempo. Que conseqüências isso vai trazer só o tempo mostrará, mas prefiro ser otimista, afinal o mundo precisa de um pouco de concorrência, mesmo sabendo que a história mostra que esse tipo de briga costuma acabar em guerras devastadoras.
De Nostradamus: “Ah, se Deus não mandar paz à Terra!”.
quinta-feira, janeiro 03, 2002
Atenção! Você Pode Ser um Ignorante
Talvez você se sinta ofendido com essa matéria, mas não é esse o objetivo. O importante é você se conscientizar e formar uma opinião com relação à questão.
Primeiramente, o termo ignorante deve ser entendido na sua essência, ou seja, alguém que ignora ou desconhece alguma coisa. Não é o mesmo que burro, que é o contrário de inteligente. Nesse aspecto, todos nós temos algum tipo de ignorância, pois desconhecemos muita coisa que acontece em nossa sociedade, muitas vezes por recebermos informações erradas ou ilusórias. Parte dessa ignorância é causada por nós mesmos quando decidimos não procurar saber como as coisas funcionam ou ao menos nos certificar da procedência da informação. Além disso, somos agentes multiplicadores da ignorância quando transmitimos uma informação sem questioná-la ou validá-la. É o que acontece quando acreditamos em apenas uma fonte de informação, como uma agência de notícias, um único noticiário de TV, etc.
Podemos rotular o ignorante típico como sendo aquela pessoa completamente manipulável pelos donos do poder, a chamada “massa de manobra”, que na grande maioria das vezes é o povo. Ainda podemos subdividir o ignorante típico em ignorante feliz, ignorante rebelde, ignorante iludido, etc., mas todos têm características em comum que é não fazer nada de concreto para mudar a sua situação e a do próximo, preferindo deixar que alguém o leve para o destino que bem entender. Além disso, ele tenta obter vantagens em detrimento de outras pessoas em vez de tentar se unir a elas para formar uma massa mais consciente e menos fraca. O fato é que um ignorante típico não acredita que tenha capacidade para deixar sua condição e mudar alguma coisa, então ele tenta se defender como pode. Contudo, qualquer pessoa realmente tem essa capacidade, precisa apenas querer.
Tudo isso faz parte de uma estrutura de poder muito bem montada, onde cada qual tem sua função, em geral ignorada pelos ignorantes. Há, por exemplo, um tipo de pessoa que faz o que for necessário para aparecer. Essa pessoa não sabe fazer nada muito bem a não ser o marketing pessoal. Esse tipo normalmente é bem de vida e está sempre próximo da elite monetária, senão inserido nela. Além disso, ele aparece muito no meio social ao qual pertence, muitas vezes com grande projeção na mídia, mas na verdade nunca mandam em nada, sempre são instrumentos dos donos do poder, até porque, gastam muito tempo tentando se aparecer, de forma que a função do poder precisa ser exercida por outro tipo de pessoa. Muitos políticos de peso, artistas e músicos populares fazem parte da classe dos “aparecidos”. Aliás, muito músico popular sequer compõe sua música, compra de outro tipo de pessoa, aquela que gosta de fazer. Esses são os que fazem alguma coisa muito bem, mas não sabem ou não gostam de fazer marketing pessoal e são explorados por isso. Os “fazedores” são os verdadeiros criadores da nossa sociedade, com seus benefícios ou malefícios. Em geral, não têm muito dinheiro ou poder, gostam do que fazem, mas não conseguem subir de vida, pois algum “aparecido” sempre o descobre e se aproveita das suas qualidades em benefício próprio. Eles sempre fazem a parte mais difícil e pesada do trabalho e quando os frutos começam a brotar, algum oportunista vem e os colhe no seu lugar.
Dentre outros tipos interessantes (que vou deixar para você encontrá-los para não me estender muito mais nesse artigo), há aquele que controla tudo isso, manipulando os “aparecidos”, “fazedores” e ignorantes para atingir seus objetivos megalomaníacos. Esse é o dono do poder, ou o “poderoso”. Ele nunca aparece ou faz, mas comanda e decide o futuro de todos. Não tem nenhum escrúpulo para controlar tudo em sua volta, destruindo aquele que estiver em seu caminho e usando os recursos de todos os outros para alimentar a sua insaciável tirania. Normalmente, é um tipo pernicioso, que prefere usar seu poder para gerar sofrimento e alienação, seja ela social, cultural ou econômica, ao invés de se sujeitar a encontrar alguém que possa ser mais capaz de criar uma sociedade boa para todos.
É uma luta desigual, pois pouquíssimos ignorantes conseguem deixar sua condição, entendendo essa estrutura sórdida e conseguindo fazer algo para transformar isso. Esses tipos deixam a ignorância para se tornarem mártires, dedicando sua vida para mostrar aos ignorantes que ninguém é realmente ignorante e que todos podem fazer a sua parte, mudando sua condição e unindo-se na luta para a realização do ideal humano. Infelizmente, poucas vezes eles conseguem deixar herdeiros. De fato, são pessoas extraordinárias que conseguem perturbar as estruturas do poder. Em geral, conseguem unir muitos ignorantes e alguns idealistas, mas quando começam realmente a mudar algo, são assassinados pelos poderosos e grande parte de sua luta morre junto com eles. Ghandi é um exemplo espetacular de alguém que conseguiu combater a tirania com a paz, mas ele não precisaria ter sofrido tanto se todos nós tivéssemos entendido de início sua mensagem de união e responsabilidade individual.
Mudar alguma coisa está em suas mãos. Faça alguma coisa, procure seu caminho. Participe de sua entidade de classe, seu condomínio, sua associação de bairro, seja um voluntário, manifeste-se de alguma forma. Se você não está satisfeito com o que está aí, FAÇA ALGUMA COISA! Mas faça espelhando-se em um mártir (não precisa ser um deles, basta apenas se espelhar em algumas das qualidades deles). Ou você prefere estar classificado em algum subgrupo de ignorante? Se for isso, agora que você leu esse artigo, você se tornou um ignorante assumido.
P.S.: Esse blog está a disposição para que você se manifeste. Escreva um artigo e envie para cá. Se você não gosta de escrever, mas gosta deste blog, DIVULGUE-O, pois isso já ajudará muito.
Talvez você se sinta ofendido com essa matéria, mas não é esse o objetivo. O importante é você se conscientizar e formar uma opinião com relação à questão.
Primeiramente, o termo ignorante deve ser entendido na sua essência, ou seja, alguém que ignora ou desconhece alguma coisa. Não é o mesmo que burro, que é o contrário de inteligente. Nesse aspecto, todos nós temos algum tipo de ignorância, pois desconhecemos muita coisa que acontece em nossa sociedade, muitas vezes por recebermos informações erradas ou ilusórias. Parte dessa ignorância é causada por nós mesmos quando decidimos não procurar saber como as coisas funcionam ou ao menos nos certificar da procedência da informação. Além disso, somos agentes multiplicadores da ignorância quando transmitimos uma informação sem questioná-la ou validá-la. É o que acontece quando acreditamos em apenas uma fonte de informação, como uma agência de notícias, um único noticiário de TV, etc.
Podemos rotular o ignorante típico como sendo aquela pessoa completamente manipulável pelos donos do poder, a chamada “massa de manobra”, que na grande maioria das vezes é o povo. Ainda podemos subdividir o ignorante típico em ignorante feliz, ignorante rebelde, ignorante iludido, etc., mas todos têm características em comum que é não fazer nada de concreto para mudar a sua situação e a do próximo, preferindo deixar que alguém o leve para o destino que bem entender. Além disso, ele tenta obter vantagens em detrimento de outras pessoas em vez de tentar se unir a elas para formar uma massa mais consciente e menos fraca. O fato é que um ignorante típico não acredita que tenha capacidade para deixar sua condição e mudar alguma coisa, então ele tenta se defender como pode. Contudo, qualquer pessoa realmente tem essa capacidade, precisa apenas querer.
Tudo isso faz parte de uma estrutura de poder muito bem montada, onde cada qual tem sua função, em geral ignorada pelos ignorantes. Há, por exemplo, um tipo de pessoa que faz o que for necessário para aparecer. Essa pessoa não sabe fazer nada muito bem a não ser o marketing pessoal. Esse tipo normalmente é bem de vida e está sempre próximo da elite monetária, senão inserido nela. Além disso, ele aparece muito no meio social ao qual pertence, muitas vezes com grande projeção na mídia, mas na verdade nunca mandam em nada, sempre são instrumentos dos donos do poder, até porque, gastam muito tempo tentando se aparecer, de forma que a função do poder precisa ser exercida por outro tipo de pessoa. Muitos políticos de peso, artistas e músicos populares fazem parte da classe dos “aparecidos”. Aliás, muito músico popular sequer compõe sua música, compra de outro tipo de pessoa, aquela que gosta de fazer. Esses são os que fazem alguma coisa muito bem, mas não sabem ou não gostam de fazer marketing pessoal e são explorados por isso. Os “fazedores” são os verdadeiros criadores da nossa sociedade, com seus benefícios ou malefícios. Em geral, não têm muito dinheiro ou poder, gostam do que fazem, mas não conseguem subir de vida, pois algum “aparecido” sempre o descobre e se aproveita das suas qualidades em benefício próprio. Eles sempre fazem a parte mais difícil e pesada do trabalho e quando os frutos começam a brotar, algum oportunista vem e os colhe no seu lugar.
Dentre outros tipos interessantes (que vou deixar para você encontrá-los para não me estender muito mais nesse artigo), há aquele que controla tudo isso, manipulando os “aparecidos”, “fazedores” e ignorantes para atingir seus objetivos megalomaníacos. Esse é o dono do poder, ou o “poderoso”. Ele nunca aparece ou faz, mas comanda e decide o futuro de todos. Não tem nenhum escrúpulo para controlar tudo em sua volta, destruindo aquele que estiver em seu caminho e usando os recursos de todos os outros para alimentar a sua insaciável tirania. Normalmente, é um tipo pernicioso, que prefere usar seu poder para gerar sofrimento e alienação, seja ela social, cultural ou econômica, ao invés de se sujeitar a encontrar alguém que possa ser mais capaz de criar uma sociedade boa para todos.
É uma luta desigual, pois pouquíssimos ignorantes conseguem deixar sua condição, entendendo essa estrutura sórdida e conseguindo fazer algo para transformar isso. Esses tipos deixam a ignorância para se tornarem mártires, dedicando sua vida para mostrar aos ignorantes que ninguém é realmente ignorante e que todos podem fazer a sua parte, mudando sua condição e unindo-se na luta para a realização do ideal humano. Infelizmente, poucas vezes eles conseguem deixar herdeiros. De fato, são pessoas extraordinárias que conseguem perturbar as estruturas do poder. Em geral, conseguem unir muitos ignorantes e alguns idealistas, mas quando começam realmente a mudar algo, são assassinados pelos poderosos e grande parte de sua luta morre junto com eles. Ghandi é um exemplo espetacular de alguém que conseguiu combater a tirania com a paz, mas ele não precisaria ter sofrido tanto se todos nós tivéssemos entendido de início sua mensagem de união e responsabilidade individual.
Mudar alguma coisa está em suas mãos. Faça alguma coisa, procure seu caminho. Participe de sua entidade de classe, seu condomínio, sua associação de bairro, seja um voluntário, manifeste-se de alguma forma. Se você não está satisfeito com o que está aí, FAÇA ALGUMA COISA! Mas faça espelhando-se em um mártir (não precisa ser um deles, basta apenas se espelhar em algumas das qualidades deles). Ou você prefere estar classificado em algum subgrupo de ignorante? Se for isso, agora que você leu esse artigo, você se tornou um ignorante assumido.
P.S.: Esse blog está a disposição para que você se manifeste. Escreva um artigo e envie para cá. Se você não gosta de escrever, mas gosta deste blog, DIVULGUE-O, pois isso já ajudará muito.
segunda-feira, dezembro 31, 2001
O Futuro dos Profetas
Tudo indica que os profetas estavam certos. Eles previram um futuro brilhante para a humanidade, mas que só viria após muito sofrimento e infortúnio mundial. É o chamado “Dia do Juízo” que alguns cristãos acham que será o fim do mundo, mas que os estudiosos mais isentos chamam apenas de uma grande cisão entre a sociedade da barbárie e a chamada “Nova Era”. Infelizmente, essa cisão não ocorrerá sem uma redução drástica e trágica da população, com muitas mortes, sofrimento e carestia.
De fato, a perspectiva que o início desse século aponta é desalentadora, o que coincide com muitas profecias. Começamos o século com uma guerra covarde, convulsões sociais em várias partes do mundo, fanatismos irracionais diversos, injustiça social de proporções jamais vistas, desequilíbrios ecológicos de toda sorte, incapacidade dos recursos naturais em sustentar o crescimento da população, preconceitos diversos, materialismo exacerbado, etc. É muito difícil acreditar que conseguiremos, enquanto humanidade, manter esse tipo de sociedade por muito tempo antes que entremos em um colapso grave de proporções mundiais, se é que esse colapso ainda não começou.
Um fato muito importante que devemos ter em mente é que apesar de todas as previsões terríveis, os profetas e avatares deixaram claro que nada disso precisaria acontecer e poderia ser evitado se a humanidade entendesse a mensagem que eles estavam enviando. Eles não fizeram suas profecias para determinar a obrigatoriedade de um futuro negro, mas para alertar que nossas atitudes seriam destrutivas se esquecêssemos a fraternidade, o amor e a cooperação.
Para evitar isso tudo, devemos acreditar que apesar de nossos erros, somos dignos sim desse futuro brilhante e que devemos trabalhar todos os dias para criá-lo. Como? Não sei se sou a melhor pessoa para responder isso, mas penso que temos que fazer a nossa parte, procurando desenvolver nossas virtudes, uma a uma todos os dias. Não devemos nos concentrar em nossos defeitos (ou pecados), e sim trabalhar nossos defeitos através das virtudes opostas a eles. Por exemplo, trabalhe o egoísmo desenvolvendo o altruísmo, o orgulho através da humildade, e assim por diante. De manhã, prepare-se para exercitar essas virtudes e de noite, avalie seu dia e veja onde você errou e onde você acertou para no dia seguinte fazer melhor. Acredite em Deus, mas no Deus que existe em seu coração, não aquele que alguém disse para você como é. Peça ajuda diariamente para Ele.
Duplique esse esforço sugerindo para seus amigos essa prática, criando uma corrente de pessoas que buscam a virtude, pois se a maioria das pessoas se tornar melhor a cada dia, o futuro ruim não resistirá. O problema é que hoje a maioria das pessoas se torna pior a cada dia.
O espírito são precisa de um corpo são para sobreviver. Para existir um corpo são, precisamos ter a maioria das células sãs. Você é uma célula do corpo da humanidade, faça a sua parte!
Tudo indica que os profetas estavam certos. Eles previram um futuro brilhante para a humanidade, mas que só viria após muito sofrimento e infortúnio mundial. É o chamado “Dia do Juízo” que alguns cristãos acham que será o fim do mundo, mas que os estudiosos mais isentos chamam apenas de uma grande cisão entre a sociedade da barbárie e a chamada “Nova Era”. Infelizmente, essa cisão não ocorrerá sem uma redução drástica e trágica da população, com muitas mortes, sofrimento e carestia.
De fato, a perspectiva que o início desse século aponta é desalentadora, o que coincide com muitas profecias. Começamos o século com uma guerra covarde, convulsões sociais em várias partes do mundo, fanatismos irracionais diversos, injustiça social de proporções jamais vistas, desequilíbrios ecológicos de toda sorte, incapacidade dos recursos naturais em sustentar o crescimento da população, preconceitos diversos, materialismo exacerbado, etc. É muito difícil acreditar que conseguiremos, enquanto humanidade, manter esse tipo de sociedade por muito tempo antes que entremos em um colapso grave de proporções mundiais, se é que esse colapso ainda não começou.
Um fato muito importante que devemos ter em mente é que apesar de todas as previsões terríveis, os profetas e avatares deixaram claro que nada disso precisaria acontecer e poderia ser evitado se a humanidade entendesse a mensagem que eles estavam enviando. Eles não fizeram suas profecias para determinar a obrigatoriedade de um futuro negro, mas para alertar que nossas atitudes seriam destrutivas se esquecêssemos a fraternidade, o amor e a cooperação.
Para evitar isso tudo, devemos acreditar que apesar de nossos erros, somos dignos sim desse futuro brilhante e que devemos trabalhar todos os dias para criá-lo. Como? Não sei se sou a melhor pessoa para responder isso, mas penso que temos que fazer a nossa parte, procurando desenvolver nossas virtudes, uma a uma todos os dias. Não devemos nos concentrar em nossos defeitos (ou pecados), e sim trabalhar nossos defeitos através das virtudes opostas a eles. Por exemplo, trabalhe o egoísmo desenvolvendo o altruísmo, o orgulho através da humildade, e assim por diante. De manhã, prepare-se para exercitar essas virtudes e de noite, avalie seu dia e veja onde você errou e onde você acertou para no dia seguinte fazer melhor. Acredite em Deus, mas no Deus que existe em seu coração, não aquele que alguém disse para você como é. Peça ajuda diariamente para Ele.
Duplique esse esforço sugerindo para seus amigos essa prática, criando uma corrente de pessoas que buscam a virtude, pois se a maioria das pessoas se tornar melhor a cada dia, o futuro ruim não resistirá. O problema é que hoje a maioria das pessoas se torna pior a cada dia.
O espírito são precisa de um corpo são para sobreviver. Para existir um corpo são, precisamos ter a maioria das células sãs. Você é uma célula do corpo da humanidade, faça a sua parte!
sexta-feira, dezembro 28, 2001
Como Acabar com Duas Moedas ao Mesmo Tempo
Pode parecer estranho, pois as moedas são supostamente fortes, mas o fato é que a Argentina conseguiu acabar com duas delas ao mesmo tempo no seu país. Isso não significa que as moedas perderam seu valor por causa da inflação, que não existiu. Porém, significa que sua existência se tornou inviável na Argentina, pois eles conseguiram provar da pior maneira que não adianta ter duas moedas fortes em um país de economia débil. O maior sinal disso são as dezenas de moedas que já foram criadas pelas províncias desde o aprofundamento da crise por lá. O que as províncias fizeram foi tentar resgatar sua relativa soberania através de um esforço torto de controlar o câmbio, imprimindo um instrumento de troca local para não ficarem mais inadimplentes do que já estavam.
A questão é que não existe mais solução inócua. É como um câncer que quando é extirpado no início, pode ser curado sem muito trauma. Se o deixarmos crescer, só é possível retirá-lo com extensas cirurgias e mesmo assim, muitas vezes não dá mais para curar. A Argentina alimentou seu câncer acabando com sua soberania cambial. Sujeitou-se às decisões cambiais de um país que não está acostumado a solucionar seus problemas de forma parcimoniosa e astuta, mas sim com força bruta e uma montoeira de dinheiro, ou seja, os EUA. Quem trabalha em uma multinacional americana sabe o quanto se gasta de recursos para resolver um problema simples que nós brasileiros resolveríamos com barbante e lata usada (os Russos também, veja o último parágrafo com título “Simples” do Estadão de 3 de dezembro clicando aqui). Não estou dizendo que é certo agirmos assim, mas certamente é mais artístico e econômico. Se usássemos bem nosso dinheiro, teríamos uma tecnologia invejável.
Agora, como toda massa falida, los ermanos estão à mercê dos oportunistas e aproveitadores, sejam eles os próprios políticos locais ou os países interessados em “ajudar” (mui amigos). A coisa é tão absurda, que ninguém quis assumir o governo, só aquele que nunca esperaria ser presidente e que deve estar achando tudo uma brincadeira divertidíssima. Resolveram criar uma moeda populista para levantar o moral do povo e fazê-lo acreditar que ainda é o povo mais europeu da América do Sul, afinal, a única coisa que a Argentina ainda tem é seu status hipócrita. Enquanto isso, as reais forças políticas se organizam e aproveitam o espólio para alavancar seus planos.
Na minha opinião, a solução para a Argentina é deixar de acreditar que é um país europeu e se lembrar que está na parte fraca das Américas. Como todo fraco, tem que encontrar pares em condições parecidas para reivindicar sua posição no mundo. O difícil vai ser superar o tradicional orgulho argentino.
Pode parecer estranho, pois as moedas são supostamente fortes, mas o fato é que a Argentina conseguiu acabar com duas delas ao mesmo tempo no seu país. Isso não significa que as moedas perderam seu valor por causa da inflação, que não existiu. Porém, significa que sua existência se tornou inviável na Argentina, pois eles conseguiram provar da pior maneira que não adianta ter duas moedas fortes em um país de economia débil. O maior sinal disso são as dezenas de moedas que já foram criadas pelas províncias desde o aprofundamento da crise por lá. O que as províncias fizeram foi tentar resgatar sua relativa soberania através de um esforço torto de controlar o câmbio, imprimindo um instrumento de troca local para não ficarem mais inadimplentes do que já estavam.
A questão é que não existe mais solução inócua. É como um câncer que quando é extirpado no início, pode ser curado sem muito trauma. Se o deixarmos crescer, só é possível retirá-lo com extensas cirurgias e mesmo assim, muitas vezes não dá mais para curar. A Argentina alimentou seu câncer acabando com sua soberania cambial. Sujeitou-se às decisões cambiais de um país que não está acostumado a solucionar seus problemas de forma parcimoniosa e astuta, mas sim com força bruta e uma montoeira de dinheiro, ou seja, os EUA. Quem trabalha em uma multinacional americana sabe o quanto se gasta de recursos para resolver um problema simples que nós brasileiros resolveríamos com barbante e lata usada (os Russos também, veja o último parágrafo com título “Simples” do Estadão de 3 de dezembro clicando aqui). Não estou dizendo que é certo agirmos assim, mas certamente é mais artístico e econômico. Se usássemos bem nosso dinheiro, teríamos uma tecnologia invejável.
Agora, como toda massa falida, los ermanos estão à mercê dos oportunistas e aproveitadores, sejam eles os próprios políticos locais ou os países interessados em “ajudar” (mui amigos). A coisa é tão absurda, que ninguém quis assumir o governo, só aquele que nunca esperaria ser presidente e que deve estar achando tudo uma brincadeira divertidíssima. Resolveram criar uma moeda populista para levantar o moral do povo e fazê-lo acreditar que ainda é o povo mais europeu da América do Sul, afinal, a única coisa que a Argentina ainda tem é seu status hipócrita. Enquanto isso, as reais forças políticas se organizam e aproveitam o espólio para alavancar seus planos.
Na minha opinião, a solução para a Argentina é deixar de acreditar que é um país europeu e se lembrar que está na parte fraca das Américas. Como todo fraco, tem que encontrar pares em condições parecidas para reivindicar sua posição no mundo. O difícil vai ser superar o tradicional orgulho argentino.
quarta-feira, dezembro 26, 2001
Não Há Mágicas em Economia
Economia é a arte de saber subtrair para que o resultado seja positivo. O melhor e mais usado exemplo disso é a economia doméstica. Para viver, você precisa fazer com que seus ganhos sejam pelo menos iguais a seus gastos. Se eles forem maiores, você melhora de vida, se forem menores, você vai a bancarrota. Não fosse a especulação, poderíamos relacionar seus ganhos com aquilo que você produz. Quanto mais você produz, maior seu ganho.
É mais ou menos isso que nossos governantes precisariam fazer, gastar menos do que arrecadam e fazer com que o país produza mais. Foi exatamente isso que a Argentina não fez. Não importa o tipo de economia que você tem, com inflação, sem inflação, com moeda forte ou fraca, se você gastar mais do que arrecada, você quebra. Em uma economia com inflação, dentre outros erros, o governo imprime dinheiro para financiar seu déficit. Como o dinheiro representa a quantidade de bens que você possui ou produz, se você imprime mais dinheiro, cada unidade monetária (R$ 1,00 por exemplo) tem um valor relativo menor, fazendo com que os preços aumentem para equilibrar essa diferença. Nesse caso, quem perde é aquele que tem dinheiro em espécie na mão, ou seja, em geral os mais pobres. Sem inflação, como o governo não imprime dinheiro, então ele tem que financiar seu déficit tomando dinheiro de alguém, com impostos ou com juros altos, por exemplo. Nesse caso, precisa-se ter um bom esquema fiscal para que todos paguem, senão alguns serão mais penalizados do que outros, normalmente os mais pobres (isso lembra um país cujo nome começa com B, não é verdade?).
Nós só estamos tendo um superávit porque o governo está sendo recordista em cobrança de impostos, nunca se arrecadou tanto nesse país. Se não fosse isso, estaríamos na mesma situação da Argentina. Isso não significa que não estamos indo na mesma direção, apenas que estamos conseguindo evitar ou talvez adiar nosso infortúnio. 2% de crescimento pode significar que estamos diminuindo nossa economia, pois esse é um número absoluto. Se relacionarmos o crescimento do PIB com o crescimento da população, podemos perceber que a população cresceu mais do que a capacidade do país em gerar riqueza. Nesse caso, estamos empobrecendo.
Não há mágicas em economia. Como disse acima, o erro da Argentina não foi dolarizar ou deixar de desvalorizar o peso, eles não fizeram o básico que era gastar menos do que arrecadavam. E o custo maior não era tentar manter um alto padrão de vida em um país pobre, mas sim financiar a corrupção com dinheiro alheio. Alguém tem dúvidas de que estamos indo pelo mesmo caminho?
Estou tentando imaginar um meio de fazer minha parte para evitar isso, mas está difícil. Aceito sugestões.
Economia é a arte de saber subtrair para que o resultado seja positivo. O melhor e mais usado exemplo disso é a economia doméstica. Para viver, você precisa fazer com que seus ganhos sejam pelo menos iguais a seus gastos. Se eles forem maiores, você melhora de vida, se forem menores, você vai a bancarrota. Não fosse a especulação, poderíamos relacionar seus ganhos com aquilo que você produz. Quanto mais você produz, maior seu ganho.
É mais ou menos isso que nossos governantes precisariam fazer, gastar menos do que arrecadam e fazer com que o país produza mais. Foi exatamente isso que a Argentina não fez. Não importa o tipo de economia que você tem, com inflação, sem inflação, com moeda forte ou fraca, se você gastar mais do que arrecada, você quebra. Em uma economia com inflação, dentre outros erros, o governo imprime dinheiro para financiar seu déficit. Como o dinheiro representa a quantidade de bens que você possui ou produz, se você imprime mais dinheiro, cada unidade monetária (R$ 1,00 por exemplo) tem um valor relativo menor, fazendo com que os preços aumentem para equilibrar essa diferença. Nesse caso, quem perde é aquele que tem dinheiro em espécie na mão, ou seja, em geral os mais pobres. Sem inflação, como o governo não imprime dinheiro, então ele tem que financiar seu déficit tomando dinheiro de alguém, com impostos ou com juros altos, por exemplo. Nesse caso, precisa-se ter um bom esquema fiscal para que todos paguem, senão alguns serão mais penalizados do que outros, normalmente os mais pobres (isso lembra um país cujo nome começa com B, não é verdade?).
Nós só estamos tendo um superávit porque o governo está sendo recordista em cobrança de impostos, nunca se arrecadou tanto nesse país. Se não fosse isso, estaríamos na mesma situação da Argentina. Isso não significa que não estamos indo na mesma direção, apenas que estamos conseguindo evitar ou talvez adiar nosso infortúnio. 2% de crescimento pode significar que estamos diminuindo nossa economia, pois esse é um número absoluto. Se relacionarmos o crescimento do PIB com o crescimento da população, podemos perceber que a população cresceu mais do que a capacidade do país em gerar riqueza. Nesse caso, estamos empobrecendo.
Não há mágicas em economia. Como disse acima, o erro da Argentina não foi dolarizar ou deixar de desvalorizar o peso, eles não fizeram o básico que era gastar menos do que arrecadavam. E o custo maior não era tentar manter um alto padrão de vida em um país pobre, mas sim financiar a corrupção com dinheiro alheio. Alguém tem dúvidas de que estamos indo pelo mesmo caminho?
Estou tentando imaginar um meio de fazer minha parte para evitar isso, mas está difícil. Aceito sugestões.
Agora Estão Dizendo que o Bin Laden Morreu do Pulmão
Conheço uma pessoa que trabalhou intensamente com os Árabes na área de comércio exterior durante alguns anos. Essa pessoa estudou bastante aquela cultura, pois sem esse conhecimento, é muito difícil conseguir êxito mesmo no relacionamento informal. A questão é que os Árabes são um povo muitíssimo emocional e com normas de conduta muito tradicionais e rígidas. A cultura deles é muito diferente e possui detalhes muito particulares. A novelinha da Globo não chega nem perto do que é a realidade deles, é apenas um romance como aqueles do cinema americano de meados do século 20, onde a realidade é distorcida em prol da estória. É a tal da licença poética.
Segundo esse estudioso da cultura Árabe, as relações familiares são muito fortes, mesmo que elas não sejam consangüíneas. No caso do Bin Laden, ele é casado com uma filha de um importante membro do Taleban e quando isso acontece, as famílias selam um pacto de fidelidade mútua, independente do que possa acontecer. Para que esse pacto seja quebrado, deve haver um motivo muito forte de forma que a pessoa seja banida do grupo individualmente, como aconteceu com Bin Laden na Arábia Saudita. Mesmo assim, ainda haverá o respeito à fidelidade familiar para os demais membros. O ponto importante a entender é que essa fidelidade é tão significativa, que se por algum motivo conseguir se consumar um casamento entre filhos de famílias em guerra, essa guerra tem obrigatoriamente que terminar e as famílias têm que se confraternizar, não há alternativa. Além disso, um membro desses grupos nunca poderia trair ao outro, sob pena de morrer ou ser banido.
Estou dizendo tudo isso para que se entenda que nunca um membro do Taleban ou de algum grupo ligado a eles vai entregar o Bin Laden, aconteça o que acontecer. Pode haver uma guerra mundial contra todo o Taleban e todos vão lutar incondicionalmente até a morte para defender seu grupo e não trair seus membros. As facções ligadas ao Teleban também vão dar uma de João-sem-braço e não vão fazer esforço nenhum para entregar o Bin Laden ou membros de sua família. Se observarmos bem, é isso que está acontecendo neste momento. O novo governo do Afeganistão não está interessado em entregar o Bin Laden e todos estão dizendo que ele já morreu.
Na minha opinião, deve estar havendo uma guerra de contra espionagem incrível, onde as informações mais desencontradas de onde está Bin Laden estão sendo difundidas. Ele deve estar vivinho da Silva em algum lugar do mundo, protegido pelos fiéis à família Teleban. E tenham a certeza que essa ofensiva americana e israelense contra o povo daquela região está criando uma bomba relógio que com certeza vai explodir em algum ponto do nosso futuro, quando a terra do Tio Sam se enfraquecer, como todas as grandes potências do mundo que já existiram. A história se repete, junto com seus erros. Não acreditem que os EUA serão eternos, nunca nenhuma potência da história o foi. Eles vão cair sim um dia e todo ódio que eles geraram vai cair sobre eles. O que eles precisam é de vibrações positivas para que seus líderes entendam os erros que estão cometendo.
Conheço uma pessoa que trabalhou intensamente com os Árabes na área de comércio exterior durante alguns anos. Essa pessoa estudou bastante aquela cultura, pois sem esse conhecimento, é muito difícil conseguir êxito mesmo no relacionamento informal. A questão é que os Árabes são um povo muitíssimo emocional e com normas de conduta muito tradicionais e rígidas. A cultura deles é muito diferente e possui detalhes muito particulares. A novelinha da Globo não chega nem perto do que é a realidade deles, é apenas um romance como aqueles do cinema americano de meados do século 20, onde a realidade é distorcida em prol da estória. É a tal da licença poética.
Segundo esse estudioso da cultura Árabe, as relações familiares são muito fortes, mesmo que elas não sejam consangüíneas. No caso do Bin Laden, ele é casado com uma filha de um importante membro do Taleban e quando isso acontece, as famílias selam um pacto de fidelidade mútua, independente do que possa acontecer. Para que esse pacto seja quebrado, deve haver um motivo muito forte de forma que a pessoa seja banida do grupo individualmente, como aconteceu com Bin Laden na Arábia Saudita. Mesmo assim, ainda haverá o respeito à fidelidade familiar para os demais membros. O ponto importante a entender é que essa fidelidade é tão significativa, que se por algum motivo conseguir se consumar um casamento entre filhos de famílias em guerra, essa guerra tem obrigatoriamente que terminar e as famílias têm que se confraternizar, não há alternativa. Além disso, um membro desses grupos nunca poderia trair ao outro, sob pena de morrer ou ser banido.
Estou dizendo tudo isso para que se entenda que nunca um membro do Taleban ou de algum grupo ligado a eles vai entregar o Bin Laden, aconteça o que acontecer. Pode haver uma guerra mundial contra todo o Taleban e todos vão lutar incondicionalmente até a morte para defender seu grupo e não trair seus membros. As facções ligadas ao Teleban também vão dar uma de João-sem-braço e não vão fazer esforço nenhum para entregar o Bin Laden ou membros de sua família. Se observarmos bem, é isso que está acontecendo neste momento. O novo governo do Afeganistão não está interessado em entregar o Bin Laden e todos estão dizendo que ele já morreu.
Na minha opinião, deve estar havendo uma guerra de contra espionagem incrível, onde as informações mais desencontradas de onde está Bin Laden estão sendo difundidas. Ele deve estar vivinho da Silva em algum lugar do mundo, protegido pelos fiéis à família Teleban. E tenham a certeza que essa ofensiva americana e israelense contra o povo daquela região está criando uma bomba relógio que com certeza vai explodir em algum ponto do nosso futuro, quando a terra do Tio Sam se enfraquecer, como todas as grandes potências do mundo que já existiram. A história se repete, junto com seus erros. Não acreditem que os EUA serão eternos, nunca nenhuma potência da história o foi. Eles vão cair sim um dia e todo ódio que eles geraram vai cair sobre eles. O que eles precisam é de vibrações positivas para que seus líderes entendam os erros que estão cometendo.
quinta-feira, dezembro 20, 2001
Fraternidade é Possível
É interessante como as perspectivas mudam no período do Natal. As pessoas ficam mais preocupadas em se mostrar fraternas, fazem planos para o ano novo e rezam por um mundo melhor. Se olharmos o jornal, e tirarmos as perturbações na casa de los ermanos vizinhos, o que vemos são coisas como forças de paz da ONU, redução de preços dos combustíveis, promulgação da emenda da restrição da imunidade parlamentar, superávit da balança comercial, Ronaldinho fazendo gols, Fraga dizendo que as coisas estão melhores, sem contar as bundas, peitos, peladas e etc. (bem... exploração do corpo pode não ser lá muito fraterno, mas algumas são muito bonitas).
Se pensarmos bem, isso é mais um indício da manipulação que ocorre na imprensa, pois não acredito que o mundo tenha ficado diferente. De qualquer forma, é um indício também de que otimismo ou pessimismo é apenas uma questão de ponto de vista. Se os controladores das informações quisessem, poderíamos ser bombardeados com notícias positivas todos os dias e, certamente, isso nos faria mais otimistas e mentalmente mais preparados para sermos construtivos.
Somos o que pensamos que somos. Se pensarmos que podemos ser mais fraternos e cooperativos, certamente nossa sociedade o será. Se pensarmos que nosso país pode ser mais equilibrado, podemos criar as condições para que isso aconteça. Cada célula do seu corpo “pensa” que pode sustentar a sua vida e faz o pequeno esforço otimista individual para que isso aconteça. Você está vivo porque a grande maioria da suas células “acredita” nisso e trabalha por isso.
O triste é ver que o ser humano quer mesmo são as paixões, a adrenalina, pois fraternidade e otimismo parecem coisas sem graça, muito serenas e sem emoção. Além disso, é mais fácil manipular aquele que está sob estresse e com medo, pois quem está calmo, pode estar consciente e pensando (“esperto” no popular).
De qual lado você prefere estar? Apesar de criticar a doidado tudo que eu posso nessa coluna, meu objetivo é conscientizar e tentar ajudar você a acreditar que a fraternidade realmente é possível. Minha crítica é o espelho do meu otimismo, por mais paradoxal que isso possa parecer.
É interessante como as perspectivas mudam no período do Natal. As pessoas ficam mais preocupadas em se mostrar fraternas, fazem planos para o ano novo e rezam por um mundo melhor. Se olharmos o jornal, e tirarmos as perturbações na casa de los ermanos vizinhos, o que vemos são coisas como forças de paz da ONU, redução de preços dos combustíveis, promulgação da emenda da restrição da imunidade parlamentar, superávit da balança comercial, Ronaldinho fazendo gols, Fraga dizendo que as coisas estão melhores, sem contar as bundas, peitos, peladas e etc. (bem... exploração do corpo pode não ser lá muito fraterno, mas algumas são muito bonitas).
Se pensarmos bem, isso é mais um indício da manipulação que ocorre na imprensa, pois não acredito que o mundo tenha ficado diferente. De qualquer forma, é um indício também de que otimismo ou pessimismo é apenas uma questão de ponto de vista. Se os controladores das informações quisessem, poderíamos ser bombardeados com notícias positivas todos os dias e, certamente, isso nos faria mais otimistas e mentalmente mais preparados para sermos construtivos.
Somos o que pensamos que somos. Se pensarmos que podemos ser mais fraternos e cooperativos, certamente nossa sociedade o será. Se pensarmos que nosso país pode ser mais equilibrado, podemos criar as condições para que isso aconteça. Cada célula do seu corpo “pensa” que pode sustentar a sua vida e faz o pequeno esforço otimista individual para que isso aconteça. Você está vivo porque a grande maioria da suas células “acredita” nisso e trabalha por isso.
O triste é ver que o ser humano quer mesmo são as paixões, a adrenalina, pois fraternidade e otimismo parecem coisas sem graça, muito serenas e sem emoção. Além disso, é mais fácil manipular aquele que está sob estresse e com medo, pois quem está calmo, pode estar consciente e pensando (“esperto” no popular).
De qual lado você prefere estar? Apesar de criticar a doidado tudo que eu posso nessa coluna, meu objetivo é conscientizar e tentar ajudar você a acreditar que a fraternidade realmente é possível. Minha crítica é o espelho do meu otimismo, por mais paradoxal que isso possa parecer.
quarta-feira, dezembro 19, 2001
E Agora, Sr. Preconceito?
Vampiro Brasileiro. Esse foi o apelido dado por José Simão ao José Serra no Monkey News. Aliás, Simão e Paulo Henrique Amorim estão impagáveis no último Monkey News do ano. Mais do que uma gozação, isso denota a “simpatia carismática fenomenal” do candidato do governo para presidência. Não adianta, tem gente que não nasceu para brilhar nem com curso de oratória (veja o exemplo do Suplicy). Serra deve fazer parte do espólio de Mário Covas, a maior perda do governo dos últimos tempos. E como a maioria dos herdeiros, não sabe como usar o que recebeu.
Mas isso não é o que acontece com a Roseana Sarney. Mesmo levando em conta o desastroso mandato de José Sarney, ela está se mostrando um fenômeno de mídia comparável ao Collor, se não for melhor. Ela tem preocupado até o Lula, eterno defunto de praia. Roseana foi a grande cartada do PFL sobre o PSDB. Muito embora ambas as forças políticas sejam farinha do mesmo saco, é óbvio que há a fogueira das vaidades entre elas para ver quem é a melhor.
Como Collor, Roseana representa o anseio popular da mudança, encarnada no papel da mãe. Presente até no nosso hino, a imagem da mãe gentil resgata o símbolo de proteção incrustado no inconsciente coletivo de nosso país, o país da Virgem Maria, da Iemanjá, da Mãe Menininha e tantas outras. Como competir com a mãe em um país onde as pessoas não sabem mais a quem recorrer, tamanha a injustiça social?
Não estou dizendo que ela vai ser boa ou má governante. De fato, não sei dizer, pois não conheço verdadeiramente as qualidades profissionais dela. Sou muito simpático a idéia de ter uma “presidenta”, mas para falar a verdade, eu preferiria alguém da região sul-sudeste, pois tenho péssimas lembranças dos últimos presidentes que vieram lá de cima. O pessoal de baixo tem mais experiência em lidar com economia, talvez porque tenha mais a perder. Mas isso pode ser preconceito, o mesmo preconceito que pode impedir Roseana de chegar ao cargo máximo. Como o tradicional machismo latino poderá permitir ser liderado por uma mulher? Será que o anseio de não perder o poder fará com que a situação supere seus limites? É uma escolha difícil para os donos do poder, suportar o barbudo que aprendeu a falar a pouco tempo ou se sujeitar a ser governado por uma mulher.
Duvido que eles suportem qualquer dos dois, é muita hipocrisia mesmo para um orgulho tão egoísta. Mais provável que eles dêem um jeito de aproveitar o fenômeno Roseana para eleger outra pessoa, colocando ela como vice-presidente, por exemplo. E então, o país continuará órfão de pai e mãe.
Vampiro Brasileiro. Esse foi o apelido dado por José Simão ao José Serra no Monkey News. Aliás, Simão e Paulo Henrique Amorim estão impagáveis no último Monkey News do ano. Mais do que uma gozação, isso denota a “simpatia carismática fenomenal” do candidato do governo para presidência. Não adianta, tem gente que não nasceu para brilhar nem com curso de oratória (veja o exemplo do Suplicy). Serra deve fazer parte do espólio de Mário Covas, a maior perda do governo dos últimos tempos. E como a maioria dos herdeiros, não sabe como usar o que recebeu.
Mas isso não é o que acontece com a Roseana Sarney. Mesmo levando em conta o desastroso mandato de José Sarney, ela está se mostrando um fenômeno de mídia comparável ao Collor, se não for melhor. Ela tem preocupado até o Lula, eterno defunto de praia. Roseana foi a grande cartada do PFL sobre o PSDB. Muito embora ambas as forças políticas sejam farinha do mesmo saco, é óbvio que há a fogueira das vaidades entre elas para ver quem é a melhor.
Como Collor, Roseana representa o anseio popular da mudança, encarnada no papel da mãe. Presente até no nosso hino, a imagem da mãe gentil resgata o símbolo de proteção incrustado no inconsciente coletivo de nosso país, o país da Virgem Maria, da Iemanjá, da Mãe Menininha e tantas outras. Como competir com a mãe em um país onde as pessoas não sabem mais a quem recorrer, tamanha a injustiça social?
Não estou dizendo que ela vai ser boa ou má governante. De fato, não sei dizer, pois não conheço verdadeiramente as qualidades profissionais dela. Sou muito simpático a idéia de ter uma “presidenta”, mas para falar a verdade, eu preferiria alguém da região sul-sudeste, pois tenho péssimas lembranças dos últimos presidentes que vieram lá de cima. O pessoal de baixo tem mais experiência em lidar com economia, talvez porque tenha mais a perder. Mas isso pode ser preconceito, o mesmo preconceito que pode impedir Roseana de chegar ao cargo máximo. Como o tradicional machismo latino poderá permitir ser liderado por uma mulher? Será que o anseio de não perder o poder fará com que a situação supere seus limites? É uma escolha difícil para os donos do poder, suportar o barbudo que aprendeu a falar a pouco tempo ou se sujeitar a ser governado por uma mulher.
Duvido que eles suportem qualquer dos dois, é muita hipocrisia mesmo para um orgulho tão egoísta. Mais provável que eles dêem um jeito de aproveitar o fenômeno Roseana para eleger outra pessoa, colocando ela como vice-presidente, por exemplo. E então, o país continuará órfão de pai e mãe.
segunda-feira, dezembro 17, 2001
O Que É Ruim Não Dura Muito, Repete-se Muito
Graças ao bom Deus, mais um dos espetáculos do mau gosto e da ridicularia acabou. Mas não fique tão contente, pois vem aí o Big Brother, Casa dos Artistas 2, No Limite 15 e outras barbaridades que vêm coroar a busca inescrupulosa de audiência da TV mundial e, por reflexo, da TV brasileira. Parabéns para os organizadores, pois eles se superaram. Para que aquilo que eles chamam de programação chegue a ficar completamente deplorável, o nível ainda tem que melhorar muito.
Temos que concordar que houve uma evolução. Desde a época dos gladiadores e da cova dos leões, a noção de divertimento pelo menos começou a respeitar um pouco (bem pouquinho) os direitos humanos. Bem... pelo menos em algumas partes do mundo, especialmente naquelas onde não há fundamentalistas, palestinos, afegãos ou povos parecidos. Nesses lugares, o povo faz parte de um reality show que bem poderia ter o nome de “Além do Limite”, “Casa dos Masoquistas” ou “Big Target”. Os patrocinadores desses eventos deleitam-se, deliram, ficam extasiados em mostrar para o mundo todo como estão fazendo um bem para a humanidade, interferindo na cultura e nos costumes de outros povos, destruindo o pouco que têm e tentando mostrar como a raça deles é inferior à do mundo supostamente civilizado.
Como nos programas ruins, a barbárie é recorrente. Roma, cruzadas, primeira guerra, segunda guerra, Vietnam, Bósnia, Iraque, Palestina, etc., etc., etc. Estamos à beira de uma terceira guerra e os erros continuam os mesmos. Aliás, estão melhores, são erros mais profissionais e aperfeiçoados, erros com qualidade total. Tudo isso regado ao fabuloso controle da imprensa, que hoje esqueceu de tudo o mais, apenas para retumbar quem ganhou na Casa dos Artistas e no futebol. Afinal, isso é muito mais importante do que mostrar quantas pessoas estão morrendo por causa de interesses particulares relacionados com o poder e o ódio.
A pior censura é aquela travestida de liberalismo e controlada por quem sempre ganha. Assim parece nossa mídia.
Graças ao bom Deus, mais um dos espetáculos do mau gosto e da ridicularia acabou. Mas não fique tão contente, pois vem aí o Big Brother, Casa dos Artistas 2, No Limite 15 e outras barbaridades que vêm coroar a busca inescrupulosa de audiência da TV mundial e, por reflexo, da TV brasileira. Parabéns para os organizadores, pois eles se superaram. Para que aquilo que eles chamam de programação chegue a ficar completamente deplorável, o nível ainda tem que melhorar muito.
Temos que concordar que houve uma evolução. Desde a época dos gladiadores e da cova dos leões, a noção de divertimento pelo menos começou a respeitar um pouco (bem pouquinho) os direitos humanos. Bem... pelo menos em algumas partes do mundo, especialmente naquelas onde não há fundamentalistas, palestinos, afegãos ou povos parecidos. Nesses lugares, o povo faz parte de um reality show que bem poderia ter o nome de “Além do Limite”, “Casa dos Masoquistas” ou “Big Target”. Os patrocinadores desses eventos deleitam-se, deliram, ficam extasiados em mostrar para o mundo todo como estão fazendo um bem para a humanidade, interferindo na cultura e nos costumes de outros povos, destruindo o pouco que têm e tentando mostrar como a raça deles é inferior à do mundo supostamente civilizado.
Como nos programas ruins, a barbárie é recorrente. Roma, cruzadas, primeira guerra, segunda guerra, Vietnam, Bósnia, Iraque, Palestina, etc., etc., etc. Estamos à beira de uma terceira guerra e os erros continuam os mesmos. Aliás, estão melhores, são erros mais profissionais e aperfeiçoados, erros com qualidade total. Tudo isso regado ao fabuloso controle da imprensa, que hoje esqueceu de tudo o mais, apenas para retumbar quem ganhou na Casa dos Artistas e no futebol. Afinal, isso é muito mais importante do que mostrar quantas pessoas estão morrendo por causa de interesses particulares relacionados com o poder e o ódio.
A pior censura é aquela travestida de liberalismo e controlada por quem sempre ganha. Assim parece nossa mídia.
sexta-feira, dezembro 14, 2001
Tom & Jerry – A Vida Imitando a Arte
Tenho certeza que a imensa maioria de vocês conhecem o desenho Tom & Jerry, aquele do gato cinza que persegue o ratinho marrom. Nele, Tom faz de tudo, mas não consegue pegar Jerry e, muitas vezes, até terminam o episódio como amiguinhos. Isso acontece, pois se os produtores fizessem com que Tom finalmente deglutisse o Jerry, o desenho não teria mais motivo de existir, o que seria comercialmente desastroso.
É muito difícil não comparar o desenho com a vida real, onde Tom seria George Bush e Jerry seria Bin Landen. O ratinho Bin fez uma tragédia bárbara no queijo do gato Bush, apenas para alimentar sua satânica fome ideológica ou lunática. Bush, por sua vez, aplicou uma descomunal injustiça, apenas para manter o egoístico controle de um mundo que ele acha que é dele. Assim como no desenho, os produtores dessa degradante história da nossa humanidade parecem não ter interesse em achar o tio Bin, que também já foi amiguinho do tio Sam em um dos episódios do passado.
A quem interessa achar Bin Laden? À indústria bélica que financiou a campanha de Bush? Aos chefões da economia mundial, que sempre se beneficiam das guerras? Aos terroristas fanáticos que usarão isso como motivo para destilar seu veneno contra o Ocidente? A Israel que já está usando isso para justificar seus atos bárbaros contra a Palestina? Aos países historicamente antiamericanos como Irã, Iraque e que tais? Ao Paquistão que deve estar levando algum nessa brincadeira? À Rússia que tomou uma piaba no Afeganistão? Ao Taliban que se beneficiou da sua relação com a Al-Qaeda? Aos EUA que criariam um mártir com a morte dele? À OPEP que deve estar vendendo petróleo a rodo?
A triste conclusão é que ninguém que de alguma forma tem influência na estrutura de poder mundial tem interesse que isso acabe antes que seus objetivos tiranos sejam satisfeitos. Para eles, essa guerra veio convenientemente em um bom momento, se é que não patrocinaram-na de alguma forma.
É como diz a música que Lulu Santos canta: “E assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade”.
Tenho certeza que a imensa maioria de vocês conhecem o desenho Tom & Jerry, aquele do gato cinza que persegue o ratinho marrom. Nele, Tom faz de tudo, mas não consegue pegar Jerry e, muitas vezes, até terminam o episódio como amiguinhos. Isso acontece, pois se os produtores fizessem com que Tom finalmente deglutisse o Jerry, o desenho não teria mais motivo de existir, o que seria comercialmente desastroso.
É muito difícil não comparar o desenho com a vida real, onde Tom seria George Bush e Jerry seria Bin Landen. O ratinho Bin fez uma tragédia bárbara no queijo do gato Bush, apenas para alimentar sua satânica fome ideológica ou lunática. Bush, por sua vez, aplicou uma descomunal injustiça, apenas para manter o egoístico controle de um mundo que ele acha que é dele. Assim como no desenho, os produtores dessa degradante história da nossa humanidade parecem não ter interesse em achar o tio Bin, que também já foi amiguinho do tio Sam em um dos episódios do passado.
A quem interessa achar Bin Laden? À indústria bélica que financiou a campanha de Bush? Aos chefões da economia mundial, que sempre se beneficiam das guerras? Aos terroristas fanáticos que usarão isso como motivo para destilar seu veneno contra o Ocidente? A Israel que já está usando isso para justificar seus atos bárbaros contra a Palestina? Aos países historicamente antiamericanos como Irã, Iraque e que tais? Ao Paquistão que deve estar levando algum nessa brincadeira? À Rússia que tomou uma piaba no Afeganistão? Ao Taliban que se beneficiou da sua relação com a Al-Qaeda? Aos EUA que criariam um mártir com a morte dele? À OPEP que deve estar vendendo petróleo a rodo?
A triste conclusão é que ninguém que de alguma forma tem influência na estrutura de poder mundial tem interesse que isso acabe antes que seus objetivos tiranos sejam satisfeitos. Para eles, essa guerra veio convenientemente em um bom momento, se é que não patrocinaram-na de alguma forma.
É como diz a música que Lulu Santos canta: “E assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade”.
quinta-feira, dezembro 13, 2001
ALCA - Área de Livre Comércio para os Americanos
O tal do Fast Track dos americanos está causando uma certa reação em nossos líderes políticos. Pelas notícias que chegaram por aqui, parece mesmo uma manobra para a criação de uma área de livre comércio que só atende aos interesses americanos. Pode-se dizer que a história mais uma vez se repete, pois no passado, as antigas potências também faziam manobras antiéticas ou ilícitas para se manter no poder. Isso também acontece em menor escala nas classes sociais mais abastadas ou empresas poderosas. É a velha história do microcosmo e macrocosmo. Cada célula do todo é um exemplo em miniatura do todo.
O que tem sido uma grata surpresa é o comportamento dos nossos líderes da área de comércio exterior. Mesmo antes da maravilhosa (e óbvia também) conclusão do governo de “exportar ou morrer”, nossa postura no comércio externo tem sido razoavelmente agressiva, de forma a exigir um espaço no mundo. Da história que eu conheço, nunca tinha visto esse tipo de atuação antes. Mesmo na época do “Exportar é o que Importa”, nossa política não era tão brigadora.
Isso pode ser conseqüência da alteração na estrutura de poder que parece estar acontecendo meio que veladamente em nosso país. Hoje, a bolsa de valores parece estar atrelada ao movimento das empresas de telecomunicações, cujo controle atual é eminentemente europeu. Além disso, nosso setor bancário também parece invadido pelo velho mundo. Se isso vai ser bom ou ruim, só o futuro poderá mostrar, mas se remontarmos o passado, a Europa não pode ser considerada um exemplo de bons samaritanos e também tem muitas reservas contra produtos estrangeiros, especialmente os do terceiro mundo.
De qualquer forma, o Brasil é a pérola da América do Sul e qualquer negociação comercial nesta região só interessa se incluir o Brasil. O que temos que conseguir é que esses exploradores deixem de pensar que nós continuamos sendo uma colônia disfarçada. Se nossos líderes forem espertos, poderemos nos aproveitar desse embate de interesses entre União Européia e Estados Unidos.
Nosso problema é que ano que vem é ano de eleição. O passado mostra que o superávit prévio às eleições tem sido consumido para garantir a permanência no poder. Como não temos muito mais o que privatizar, esse ímpeto às exportações pode ter sido uma das alternativas para reforçar o caixa que conduzirá o pleito. Depois de conquistados os objetivos, voltaremos a ser uma colônia regida pelas vontades dos colonizadores.
Tudo bem, tudo bem. Desta vez vou fazer um esforço para acreditar na boa intenção do governo. Afinal, nossa política comercial externa parece ser a única que faz sentido nesse mundo de aparências, ou seja, nesse caso o governo parece estar trabalhando direitinho.
O tal do Fast Track dos americanos está causando uma certa reação em nossos líderes políticos. Pelas notícias que chegaram por aqui, parece mesmo uma manobra para a criação de uma área de livre comércio que só atende aos interesses americanos. Pode-se dizer que a história mais uma vez se repete, pois no passado, as antigas potências também faziam manobras antiéticas ou ilícitas para se manter no poder. Isso também acontece em menor escala nas classes sociais mais abastadas ou empresas poderosas. É a velha história do microcosmo e macrocosmo. Cada célula do todo é um exemplo em miniatura do todo.
O que tem sido uma grata surpresa é o comportamento dos nossos líderes da área de comércio exterior. Mesmo antes da maravilhosa (e óbvia também) conclusão do governo de “exportar ou morrer”, nossa postura no comércio externo tem sido razoavelmente agressiva, de forma a exigir um espaço no mundo. Da história que eu conheço, nunca tinha visto esse tipo de atuação antes. Mesmo na época do “Exportar é o que Importa”, nossa política não era tão brigadora.
Isso pode ser conseqüência da alteração na estrutura de poder que parece estar acontecendo meio que veladamente em nosso país. Hoje, a bolsa de valores parece estar atrelada ao movimento das empresas de telecomunicações, cujo controle atual é eminentemente europeu. Além disso, nosso setor bancário também parece invadido pelo velho mundo. Se isso vai ser bom ou ruim, só o futuro poderá mostrar, mas se remontarmos o passado, a Europa não pode ser considerada um exemplo de bons samaritanos e também tem muitas reservas contra produtos estrangeiros, especialmente os do terceiro mundo.
De qualquer forma, o Brasil é a pérola da América do Sul e qualquer negociação comercial nesta região só interessa se incluir o Brasil. O que temos que conseguir é que esses exploradores deixem de pensar que nós continuamos sendo uma colônia disfarçada. Se nossos líderes forem espertos, poderemos nos aproveitar desse embate de interesses entre União Européia e Estados Unidos.
Nosso problema é que ano que vem é ano de eleição. O passado mostra que o superávit prévio às eleições tem sido consumido para garantir a permanência no poder. Como não temos muito mais o que privatizar, esse ímpeto às exportações pode ter sido uma das alternativas para reforçar o caixa que conduzirá o pleito. Depois de conquistados os objetivos, voltaremos a ser uma colônia regida pelas vontades dos colonizadores.
Tudo bem, tudo bem. Desta vez vou fazer um esforço para acreditar na boa intenção do governo. Afinal, nossa política comercial externa parece ser a única que faz sentido nesse mundo de aparências, ou seja, nesse caso o governo parece estar trabalhando direitinho.
quarta-feira, dezembro 12, 2001
Demonarquia
Estou tentando me lembrar quanto tempo faz desde a última derrota importante de uma proposta do governo no Congresso Nacional. Honestamente, não me lembro. O máximo que consigo lembrar são situações onde o governo estava em desvantagem, mas logo em seguida, fez alguma manobra para atrasar as votações e, como que por encanto, na segunda tentativa a proposta do governo foi aprovada. Isso sem considerar a “ajuda divina” que provoca falhas nos painéis de votação, catástrofes naturais, ou mesmo acidentes que provocam comoção nacional e desviam a atenção do público para assuntos editorial e comercialmente mais interessantes.
Democracia interessante essa a nossa, não é verdade? Vota-se para representantes que usualmente acatam as decisões do governo, com alguma discussão, é fato, mas com uma boa dose de complacência. Esse deve ser o estilo brasileiro de democracia, que poderíamos chamar também de demonarquia, sem nenhuma perda de significado.
Mas talvez eu esteja sendo injusto, afinal, nossos governantes podem ser excelentes administradores e/ou estadistas. Devemos mesmo acreditar que uma pessoa pode viver com R$ 200,00 por mês, ou mesmo que houve apenas 17,5% de inflação nos últimos 6 anos. Aliás, deve ter sido menos, pois o governo vai ter prejuízo atualizando a tabela do IR. José Simão pode ter exagerado quando disse que a nova lei trabalhista seria a revogação da Lei Áurea.
O que mais me intriga é quanto o governo gasta com a manutenção dessa demonarquia. Quanto será que custa para o país todo esse jogo de influências. Jogo talvez não seja a melhor palavra. Que tal tráfico? Muito forte, pode ser taxado de acusação sem provas. Pior, acusação sem inquérito, que dificilmente acontecerá para os casos em que o governo esteja vencendo e o Congresso ganhando.
Estou tentando me lembrar quanto tempo faz desde a última derrota importante de uma proposta do governo no Congresso Nacional. Honestamente, não me lembro. O máximo que consigo lembrar são situações onde o governo estava em desvantagem, mas logo em seguida, fez alguma manobra para atrasar as votações e, como que por encanto, na segunda tentativa a proposta do governo foi aprovada. Isso sem considerar a “ajuda divina” que provoca falhas nos painéis de votação, catástrofes naturais, ou mesmo acidentes que provocam comoção nacional e desviam a atenção do público para assuntos editorial e comercialmente mais interessantes.
Democracia interessante essa a nossa, não é verdade? Vota-se para representantes que usualmente acatam as decisões do governo, com alguma discussão, é fato, mas com uma boa dose de complacência. Esse deve ser o estilo brasileiro de democracia, que poderíamos chamar também de demonarquia, sem nenhuma perda de significado.
Mas talvez eu esteja sendo injusto, afinal, nossos governantes podem ser excelentes administradores e/ou estadistas. Devemos mesmo acreditar que uma pessoa pode viver com R$ 200,00 por mês, ou mesmo que houve apenas 17,5% de inflação nos últimos 6 anos. Aliás, deve ter sido menos, pois o governo vai ter prejuízo atualizando a tabela do IR. José Simão pode ter exagerado quando disse que a nova lei trabalhista seria a revogação da Lei Áurea.
O que mais me intriga é quanto o governo gasta com a manutenção dessa demonarquia. Quanto será que custa para o país todo esse jogo de influências. Jogo talvez não seja a melhor palavra. Que tal tráfico? Muito forte, pode ser taxado de acusação sem provas. Pior, acusação sem inquérito, que dificilmente acontecerá para os casos em que o governo esteja vencendo e o Congresso ganhando.
terça-feira, dezembro 11, 2001
O Engodo da Qualidade Total
A pouco mais de uma década, a febre da qualidade total invadia nosso país. Com ela, uma série de empresas despendeu uma boa quantidade de dinheiro para se adequar a padrões de qualidade. Outras tantas criaram um teatrinho para conseguir seus certificados, convertendo apenas parte das operações para o padrão ISO. Não posso afirmar, mas não me surpreenderia se houvesse muitas que compraram o tal certificado.
Em contrapartida, era esperado que a qualidade dos produtos subisse. De fato, alguns melhoraram, mas o senso comum continua sendo que produtos antigos eram muito melhores, mais robustos e que os atuais são descartáveis.
Minha opinião é que os produtos e serviços em geral se moldaram a um esquema de qualidade de fachada extremamente pernicioso. Deixe-me explicar o que quero dizer com isso. Vamos começar por um dos conceitos básicos da qualidade total: “exceder as expectativas do cliente”. Para conseguirmos satisfazer as expectativas do cliente, precisamos conhecer essas expectativas, sendo que muitas vezes nem mesmo o cliente sabe quais são elas. Quando o cliente sabe, a maior parte das vezes o fornecedor não consegue satisfazê-las a um custo competitivo. Aí entra a armação para “exceder as expectativas”, ou seja, deve-se “ajustar as expectativas do cliente”. Em tese, se não é viável atender ao cliente, deve-se mostrar o que é possível fazer e dizer para o cliente que se ele quiser o que é possível, então ele será atendido. Normalmente, as empresas apresentam ao cliente um possível menor do que elas podem entregar, então, como o cliente passou a esperar menos, é possível exceder as novas expectativas do cliente e, conseqüentemente, atingir a qualidade total. Resumindo, qualidade total é convencer o cliente de que ele não precisa do que ele quer, mas sim, do que o fornecedor pode oferecer a um custo vantajoso para si mesmo.
É mais fácil ainda no caso dos produtos, pois como o cliente não sabe como eles funcionam, ele espera apenas coisas palpáveis ao seu restrito conhecimento, que normalmente são apenas recursos aparentes e de preço baixo. Com isso, os produtos são maquiados como uma isca que espera o peixe. São construídos de forma a durarem um tempo determinado e após esse período, é melhor jogar fora e comprar outro, pois quando quebram, não há conserto que valha a pena, e quando ficam obsoletos, muitas vezes deixam de funcionar da mesma forma como funcionavam antes. Isso sem considerar que muitos dos itens responsáveis pela quebra ou obsolescência são dispensáveis. Tudo isso apoiado por uma boa estratégia de marketing, a droga mais viciante do processo, pois faz com que você tenha a necessidade quase irresistível de trocar um produto por outro mais moderno em um tempo muito curto.
Com isso, nossa sociedade continua se comportando de forma menos evoluída que a dos índios, pois eles têm uma cultura conservacionista, e nós, uma cultura extrativista, que exauri os recursos de nosso planeta, além de forçar as pessoas a trabalharem de forma absolutamente controlada e inconscientemente subjugada.
Pode-se dizer que a economia é movida por esse tipo de cultura e quando essa mesma economia demonstra algum desequilíbrio nessa estrutura, alguns optam pela guerra, que é a melhor fonte de consumo e pesquisa que existe para o estabilishment, pois armas custam caro e podem ser consumidas aos montes, e novas tecnologias para o consumo podem ser criadas sem regras éticas que atrasem seu desenvolvimento.
Sem querer pintar um futuro mais negro do que já é, daqui a pouco, vamos ver órgãos humanos com esse conceito de qualidade sendo vendidos em alguma lojinha na esquina de casa.
A pouco mais de uma década, a febre da qualidade total invadia nosso país. Com ela, uma série de empresas despendeu uma boa quantidade de dinheiro para se adequar a padrões de qualidade. Outras tantas criaram um teatrinho para conseguir seus certificados, convertendo apenas parte das operações para o padrão ISO. Não posso afirmar, mas não me surpreenderia se houvesse muitas que compraram o tal certificado.
Em contrapartida, era esperado que a qualidade dos produtos subisse. De fato, alguns melhoraram, mas o senso comum continua sendo que produtos antigos eram muito melhores, mais robustos e que os atuais são descartáveis.
Minha opinião é que os produtos e serviços em geral se moldaram a um esquema de qualidade de fachada extremamente pernicioso. Deixe-me explicar o que quero dizer com isso. Vamos começar por um dos conceitos básicos da qualidade total: “exceder as expectativas do cliente”. Para conseguirmos satisfazer as expectativas do cliente, precisamos conhecer essas expectativas, sendo que muitas vezes nem mesmo o cliente sabe quais são elas. Quando o cliente sabe, a maior parte das vezes o fornecedor não consegue satisfazê-las a um custo competitivo. Aí entra a armação para “exceder as expectativas”, ou seja, deve-se “ajustar as expectativas do cliente”. Em tese, se não é viável atender ao cliente, deve-se mostrar o que é possível fazer e dizer para o cliente que se ele quiser o que é possível, então ele será atendido. Normalmente, as empresas apresentam ao cliente um possível menor do que elas podem entregar, então, como o cliente passou a esperar menos, é possível exceder as novas expectativas do cliente e, conseqüentemente, atingir a qualidade total. Resumindo, qualidade total é convencer o cliente de que ele não precisa do que ele quer, mas sim, do que o fornecedor pode oferecer a um custo vantajoso para si mesmo.
É mais fácil ainda no caso dos produtos, pois como o cliente não sabe como eles funcionam, ele espera apenas coisas palpáveis ao seu restrito conhecimento, que normalmente são apenas recursos aparentes e de preço baixo. Com isso, os produtos são maquiados como uma isca que espera o peixe. São construídos de forma a durarem um tempo determinado e após esse período, é melhor jogar fora e comprar outro, pois quando quebram, não há conserto que valha a pena, e quando ficam obsoletos, muitas vezes deixam de funcionar da mesma forma como funcionavam antes. Isso sem considerar que muitos dos itens responsáveis pela quebra ou obsolescência são dispensáveis. Tudo isso apoiado por uma boa estratégia de marketing, a droga mais viciante do processo, pois faz com que você tenha a necessidade quase irresistível de trocar um produto por outro mais moderno em um tempo muito curto.
Com isso, nossa sociedade continua se comportando de forma menos evoluída que a dos índios, pois eles têm uma cultura conservacionista, e nós, uma cultura extrativista, que exauri os recursos de nosso planeta, além de forçar as pessoas a trabalharem de forma absolutamente controlada e inconscientemente subjugada.
Pode-se dizer que a economia é movida por esse tipo de cultura e quando essa mesma economia demonstra algum desequilíbrio nessa estrutura, alguns optam pela guerra, que é a melhor fonte de consumo e pesquisa que existe para o estabilishment, pois armas custam caro e podem ser consumidas aos montes, e novas tecnologias para o consumo podem ser criadas sem regras éticas que atrasem seu desenvolvimento.
Sem querer pintar um futuro mais negro do que já é, daqui a pouco, vamos ver órgãos humanos com esse conceito de qualidade sendo vendidos em alguma lojinha na esquina de casa.
quinta-feira, dezembro 06, 2001
E eles ainda dizem que eles que vão ter prejuízo...
Ontem, nosso valoroso presidente afirmou que aceita discutir a correção da tabela do IR, mas desde que o governo não tenha prejuízo. Ele veio com uma proposta absurda de reajustar somente metade dos 35,3% e ainda de parcelar a restituição.
Comentar esse tema chega a ser dispensável, tamanha a falta de sensibilidade, mas o desrespeito vem mesmo com a palavra “prejuízo”, normalmente utilizada para empresas com fins lucrativos. Por acaso o governo é uma empresa com fins lucrativos? Para mim, isso foi uma traição do subconsciente do presidente, que entre os seus acessores deve tratar o governo como tal.
Se pensarmos assim, não somos contribuintes e sim clientes, no nosso caso, clientes compulsórios. Clientes do que? Antes do governo vender seu patrimônio, éramos clientes das empresas de telecomunicações, energia elétrica, estradas, serviços sociais, etc. Mas éramos clientes burros, pois além de pagarmos uma fábula em impostos, ainda pagávamos tarifas de luz, pedágios, comprávamos linha telefônica (o bem mais estranho e esotérico que eu já vi), planos de saúde, etc. Pensando bem, devia ser verdade, pois agora que tudo foi vendido, pagamos muito mais por tudo isso. Talvez pagamos menos na telefonia. Será? Quanto você gasta com celulares hoje, mesmo em sua conta de telefone fixo? Qual o país que teve o maior crescimento no parque de celulares? De qualquer forma, a antiga Telebrás era tão lucrativa, que mesmo depois das suas componentes baixarem as tarifas, ainda pagamos quase o dobro que nos países desenvolvidos.
Bem... tem os serviços sociais, como saúde, previdência, segurança e educação. Deixe-me pensar... Saúde: acho melhor não comentar sobre isso. Previdência: não é importante, nem penso em me aposentar. Segurança: não tem problema, é só não andar com cheques, carros novos ou cartões de banco. Educação: só porque fomos um dos últimos colocados no teste internacional, isso não quer dizer que a coisa está tão ruim. Basta conseguirmos acabar com a repetência, segundo nosso inteligentíssimo ministro da educação.
Pensando bem, continuo sendo um cliente burro. Acho que vou mudar de fornecedor. Alguém conhece algum governo bom para que eu possa contratar?
Ontem, nosso valoroso presidente afirmou que aceita discutir a correção da tabela do IR, mas desde que o governo não tenha prejuízo. Ele veio com uma proposta absurda de reajustar somente metade dos 35,3% e ainda de parcelar a restituição.
Comentar esse tema chega a ser dispensável, tamanha a falta de sensibilidade, mas o desrespeito vem mesmo com a palavra “prejuízo”, normalmente utilizada para empresas com fins lucrativos. Por acaso o governo é uma empresa com fins lucrativos? Para mim, isso foi uma traição do subconsciente do presidente, que entre os seus acessores deve tratar o governo como tal.
Se pensarmos assim, não somos contribuintes e sim clientes, no nosso caso, clientes compulsórios. Clientes do que? Antes do governo vender seu patrimônio, éramos clientes das empresas de telecomunicações, energia elétrica, estradas, serviços sociais, etc. Mas éramos clientes burros, pois além de pagarmos uma fábula em impostos, ainda pagávamos tarifas de luz, pedágios, comprávamos linha telefônica (o bem mais estranho e esotérico que eu já vi), planos de saúde, etc. Pensando bem, devia ser verdade, pois agora que tudo foi vendido, pagamos muito mais por tudo isso. Talvez pagamos menos na telefonia. Será? Quanto você gasta com celulares hoje, mesmo em sua conta de telefone fixo? Qual o país que teve o maior crescimento no parque de celulares? De qualquer forma, a antiga Telebrás era tão lucrativa, que mesmo depois das suas componentes baixarem as tarifas, ainda pagamos quase o dobro que nos países desenvolvidos.
Bem... tem os serviços sociais, como saúde, previdência, segurança e educação. Deixe-me pensar... Saúde: acho melhor não comentar sobre isso. Previdência: não é importante, nem penso em me aposentar. Segurança: não tem problema, é só não andar com cheques, carros novos ou cartões de banco. Educação: só porque fomos um dos últimos colocados no teste internacional, isso não quer dizer que a coisa está tão ruim. Basta conseguirmos acabar com a repetência, segundo nosso inteligentíssimo ministro da educação.
Pensando bem, continuo sendo um cliente burro. Acho que vou mudar de fornecedor. Alguém conhece algum governo bom para que eu possa contratar?
Espero que seja verdade
Ontem, nossos governantes aparentemente tiveram um lampejo impetuoso em promover a justiça. Aprovaram no congresso quase que por unanimidade a lei que limita a imunidade parlamentar. Pelo que vi, não deverá haver rejeições no Senado e a lei deve ser aprovada definitivamente sem problemas.
O que surpreende é a unanimidade, mas não posso me furtar a questionar se as intenções dos nossos governantes são realmente as melhores, mas, de qualquer forma, será lei e poderá ser utilizada para coibir a bandidagem no congresso.
A questão é saber se a justiça vai realmente fazer cumprir a lei para todos ou somente para aqueles que não estiverem no “esquema”. Talvez aí esteja o pulo do gato dos parlamentares. Afinal, com uma justiça cega, surda, lerda e venal, tanto faz ter ou não imunidade.
Ontem, nossos governantes aparentemente tiveram um lampejo impetuoso em promover a justiça. Aprovaram no congresso quase que por unanimidade a lei que limita a imunidade parlamentar. Pelo que vi, não deverá haver rejeições no Senado e a lei deve ser aprovada definitivamente sem problemas.
O que surpreende é a unanimidade, mas não posso me furtar a questionar se as intenções dos nossos governantes são realmente as melhores, mas, de qualquer forma, será lei e poderá ser utilizada para coibir a bandidagem no congresso.
A questão é saber se a justiça vai realmente fazer cumprir a lei para todos ou somente para aqueles que não estiverem no “esquema”. Talvez aí esteja o pulo do gato dos parlamentares. Afinal, com uma justiça cega, surda, lerda e venal, tanto faz ter ou não imunidade.
terça-feira, dezembro 04, 2001
Você Entendeu Bem a Nova Lei Trabalhista? ...Nem Eu
Após muita controvérsia, hoje foi aprovada na Câmara dos deputados a nova lei trabalhista. Isso ainda não representa uma decisão definitiva, pois a lei terá que passar pelo crivo do Senado. De qualquer forma, mais uma vez, nossa vida está sendo alterada e nós não temos muita consciência do que está realmente acontecendo. Essa questão da flexibilização da CLT é muito controversa e, mesmo após ter lido sobre o assunto e visto diversas entrevistas na televisão, não ficou claro para mim se vai ser bom ou não para o trabalhador. A confusão é tamanha que pessoas da mesma área de atuação não conseguem chegar a um consenso, veja o exemplo de alguns líderes sindicais, uns a favor, outros contra. Já o governo tratou de fazer uma pressão forte para que tudo fosse decidido às pressas e pudesse entrar em vigor ainda no ano que vem, que é ano de eleição.
Essa postura do governo depõe negativamente para a imagem da lei, pois dá a entender que ela vai ser boa para o governo nas próximas eleições, ou seja, os políticos da situação devem auferir votos com os resultados desse novo cenário. Podemos encarar isso de duas formas, ou a lei vai aumentar o nível de emprego, ou vai apenas melhorar os números relacionados com o emprego, o que não é necessariamente o mesmo que aumentar o nível de emprego, mas apenas mexer um pouco na economia informal, aumentando o número de trabalhadores com carteira assinada. Outra possibilidade é haver algum efeito do tipo “bomba-relógio”, ou seja, teríamos um benefício aparente no início do ano que vem, mas que se mostraria ruim para a população no futuro.
Difícil de saber, pois não temos a informação preciosa do que está acontecendo nos bastidores. O fato é que essa pressa toda fez com que um assunto crítico e importante não pudesse ser discutido largamente, até que todos pudessem entender bem do que se trata. Vi várias entrevistas onde pessoas de boa retórica estavam vendendo muito bem a idéia de que não se mudou nada, apenas se deu a opção de negociar os direitos da CLT, mas que eles não estariam perdidos, pois estão na constituição. O que poderia ser negociado é a forma como esses direitos são concedidos. Já outros disseram que essa mudança promoveria distorções que poderiam ser utilizadas para prejudicar o trabalhador, além do que não temos uma tradição sindical forte o suficiente para garantir que não haveria prejuízo para quem não quiser aceitar os supostos acordos (que poderiam ser impostos pelos patrões). Além disso, há diversos direitos que não são garantidos pela constituição, mas sim pela própria CLT, sendo que eles estariam sujeitos aos tais acordos.
Eu tendo a concordar com essa versão da franqueza de nossos sindicatos. Acho que o único sindicato realmente forte que tivemos foi o dos metalúrgicos, mas que hoje já não é mais o mesmo. Aliás, se vocês notarem nos últimos 20 anos, muitas das empresas que antes ficavam no ABC mudaram para outros locais, supostamente por causa da guerra fiscal. Digo supostamente, pois parece que foi muito conveniente para as empresas essa descentralização, pois enfraqueceu os sindicatos da região. Minha opinião é que o governo está se preparando para as eleições e que essa lei não vai ser boa para os trabalhadores no futuro, mas só perceberemos isso depois das eleições. Além disso, acho que vai ser uma brecha para que no futuro sejam revogados direitos trabalhistas conquistados a duras penas ao longo do tempo. O que precisamos é de reforma fiscal, e isso ninguém vota, pois não há interesse nem do governo, nem da oposição, pois esta segunda vê nas pesquisas a possibilidade de ganhar as próximas eleições. Nesse caso, por que votar a reforma fiscal se isso pode diminuir o caixa do governo quando a oposição vier a ser situação?
Após muita controvérsia, hoje foi aprovada na Câmara dos deputados a nova lei trabalhista. Isso ainda não representa uma decisão definitiva, pois a lei terá que passar pelo crivo do Senado. De qualquer forma, mais uma vez, nossa vida está sendo alterada e nós não temos muita consciência do que está realmente acontecendo. Essa questão da flexibilização da CLT é muito controversa e, mesmo após ter lido sobre o assunto e visto diversas entrevistas na televisão, não ficou claro para mim se vai ser bom ou não para o trabalhador. A confusão é tamanha que pessoas da mesma área de atuação não conseguem chegar a um consenso, veja o exemplo de alguns líderes sindicais, uns a favor, outros contra. Já o governo tratou de fazer uma pressão forte para que tudo fosse decidido às pressas e pudesse entrar em vigor ainda no ano que vem, que é ano de eleição.
Essa postura do governo depõe negativamente para a imagem da lei, pois dá a entender que ela vai ser boa para o governo nas próximas eleições, ou seja, os políticos da situação devem auferir votos com os resultados desse novo cenário. Podemos encarar isso de duas formas, ou a lei vai aumentar o nível de emprego, ou vai apenas melhorar os números relacionados com o emprego, o que não é necessariamente o mesmo que aumentar o nível de emprego, mas apenas mexer um pouco na economia informal, aumentando o número de trabalhadores com carteira assinada. Outra possibilidade é haver algum efeito do tipo “bomba-relógio”, ou seja, teríamos um benefício aparente no início do ano que vem, mas que se mostraria ruim para a população no futuro.
Difícil de saber, pois não temos a informação preciosa do que está acontecendo nos bastidores. O fato é que essa pressa toda fez com que um assunto crítico e importante não pudesse ser discutido largamente, até que todos pudessem entender bem do que se trata. Vi várias entrevistas onde pessoas de boa retórica estavam vendendo muito bem a idéia de que não se mudou nada, apenas se deu a opção de negociar os direitos da CLT, mas que eles não estariam perdidos, pois estão na constituição. O que poderia ser negociado é a forma como esses direitos são concedidos. Já outros disseram que essa mudança promoveria distorções que poderiam ser utilizadas para prejudicar o trabalhador, além do que não temos uma tradição sindical forte o suficiente para garantir que não haveria prejuízo para quem não quiser aceitar os supostos acordos (que poderiam ser impostos pelos patrões). Além disso, há diversos direitos que não são garantidos pela constituição, mas sim pela própria CLT, sendo que eles estariam sujeitos aos tais acordos.
Eu tendo a concordar com essa versão da franqueza de nossos sindicatos. Acho que o único sindicato realmente forte que tivemos foi o dos metalúrgicos, mas que hoje já não é mais o mesmo. Aliás, se vocês notarem nos últimos 20 anos, muitas das empresas que antes ficavam no ABC mudaram para outros locais, supostamente por causa da guerra fiscal. Digo supostamente, pois parece que foi muito conveniente para as empresas essa descentralização, pois enfraqueceu os sindicatos da região. Minha opinião é que o governo está se preparando para as eleições e que essa lei não vai ser boa para os trabalhadores no futuro, mas só perceberemos isso depois das eleições. Além disso, acho que vai ser uma brecha para que no futuro sejam revogados direitos trabalhistas conquistados a duras penas ao longo do tempo. O que precisamos é de reforma fiscal, e isso ninguém vota, pois não há interesse nem do governo, nem da oposição, pois esta segunda vê nas pesquisas a possibilidade de ganhar as próximas eleições. Nesse caso, por que votar a reforma fiscal se isso pode diminuir o caixa do governo quando a oposição vier a ser situação?
sexta-feira, novembro 30, 2001
Adiamento da Abertura das Teles para 2006 – Protecionismo ou Casuísmo?
Ontem a Anatel divulgou as normas para o que deveria ser a abertura do mercado de Telecomunicações. Surpreendentemente, ela adiou a abertura da concorrência para 2006, permitindo que apenas as empresas já instaladas no Brasil e que já tivessem cumprido as metas fixadas para 2003 poderão competir entre si até 2006. Além disso, a Anatel afrouxou as regras para essa competição, reduzindo em 60% as cidades que seriam atendidas e em 30% a população atendida. O presidente da Anatel disse que a pouca competição das empresas espelho e as dificuldades financeiras enfrentadas pelas operadoras fez com que eles repensassem o modelo. Veja algumas matérias que encontrei na internet sobre isso:
Valor Econômico:
- Anatel atenua regras de abertura de mercado
- Anatel reduz custo da competição
Estadão:
- Liberdade total da telefonia é adiada para 2006
- Embratel comemora regras de abertura do mercado
GloboNews:
- Anatel facilita operação na telefonia local. Mas isso vai trazer competição?
A questão aqui é que a justificativa não faz o menor sentido. Se a competição está ruim, por que adiar a entrada de empresas novas no mercado? A primeira vista, isso pode ser um salutar ato de protecionismo da empresa nacional, visando fortalecer a empresa local antes da entrada de empresas internacionais. Mas aí vem a segunda pergunta: quantas das empresas que estão competindo no mercado brasileiro de telecomunicações tem capital eminentemente nacional?
O fato é que as empresas desse mercado não estão apresentando os resultados que esperavam, parte porque não foram hábeis o suficiente para se organizar e implementar as mudanças necessárias para sua eficiência operacional, a outra parte por incompetência na abordagem do mercado. Somados a isso a conveniente desculpa da crise mundial, agravada pelos atentados.
Não houve muito alarde da imprensa sobre isso. Aliás, a Globo até distorceu o sentido da notícia no Jornal da Globo de 29/11/2001, afirmando que isso seria uma boa notícia e que a Anatel teria divulgado as regras para o que seria a “abertura geral do mercado de telecomunicações”. Na minha opinião, isso é mais um indício de que tem alguma coisa errada por aí.
Em nota divulgada para a imprensa, a Embratel comemorou as mudanças e segundo o jornal Valor Econômico, “A medida atende especialmente a Embratel”. Pior ainda, como sempre acontece nesse país, a mudança das regras ocorreu aos 45 minutos do segundo tempo, pois elas estarão em vigor em janeiro de 2001, ou seja, daqui a 1 mês. Isso é que soa estranho. Algo aconteceu nos bastidores que não estamos sabendo, mas que, certamente, beneficia as empresas e prejudica o consumidor.
Para nós consumidores, isso só pode representar um retrocesso, pois o ritmo de evolução do mercado e a competição andará mais devagar, o que significa que a pressão para redução de tarifas e aumento da qualidade vai diminuir. Muitas cidades nem sequer são consideradas para fins de empresa espelho, e provavelmente continuarão assim. Empresas que estariam bem preparadas para o embate do mercado terão que recolher suas armas. Entrementes, o número de reclamações no Procon continua subindo.
Não temos protecionismo nesse país, apenas proteção àquele que tem mais poder de fogo, além do nosso usual casuísmo político. Enquanto isso não mudar, não seremos um país forte.
Ontem a Anatel divulgou as normas para o que deveria ser a abertura do mercado de Telecomunicações. Surpreendentemente, ela adiou a abertura da concorrência para 2006, permitindo que apenas as empresas já instaladas no Brasil e que já tivessem cumprido as metas fixadas para 2003 poderão competir entre si até 2006. Além disso, a Anatel afrouxou as regras para essa competição, reduzindo em 60% as cidades que seriam atendidas e em 30% a população atendida. O presidente da Anatel disse que a pouca competição das empresas espelho e as dificuldades financeiras enfrentadas pelas operadoras fez com que eles repensassem o modelo. Veja algumas matérias que encontrei na internet sobre isso:
Valor Econômico:
- Anatel atenua regras de abertura de mercado
- Anatel reduz custo da competição
Estadão:
- Liberdade total da telefonia é adiada para 2006
- Embratel comemora regras de abertura do mercado
GloboNews:
- Anatel facilita operação na telefonia local. Mas isso vai trazer competição?
A questão aqui é que a justificativa não faz o menor sentido. Se a competição está ruim, por que adiar a entrada de empresas novas no mercado? A primeira vista, isso pode ser um salutar ato de protecionismo da empresa nacional, visando fortalecer a empresa local antes da entrada de empresas internacionais. Mas aí vem a segunda pergunta: quantas das empresas que estão competindo no mercado brasileiro de telecomunicações tem capital eminentemente nacional?
O fato é que as empresas desse mercado não estão apresentando os resultados que esperavam, parte porque não foram hábeis o suficiente para se organizar e implementar as mudanças necessárias para sua eficiência operacional, a outra parte por incompetência na abordagem do mercado. Somados a isso a conveniente desculpa da crise mundial, agravada pelos atentados.
Não houve muito alarde da imprensa sobre isso. Aliás, a Globo até distorceu o sentido da notícia no Jornal da Globo de 29/11/2001, afirmando que isso seria uma boa notícia e que a Anatel teria divulgado as regras para o que seria a “abertura geral do mercado de telecomunicações”. Na minha opinião, isso é mais um indício de que tem alguma coisa errada por aí.
Em nota divulgada para a imprensa, a Embratel comemorou as mudanças e segundo o jornal Valor Econômico, “A medida atende especialmente a Embratel”. Pior ainda, como sempre acontece nesse país, a mudança das regras ocorreu aos 45 minutos do segundo tempo, pois elas estarão em vigor em janeiro de 2001, ou seja, daqui a 1 mês. Isso é que soa estranho. Algo aconteceu nos bastidores que não estamos sabendo, mas que, certamente, beneficia as empresas e prejudica o consumidor.
Para nós consumidores, isso só pode representar um retrocesso, pois o ritmo de evolução do mercado e a competição andará mais devagar, o que significa que a pressão para redução de tarifas e aumento da qualidade vai diminuir. Muitas cidades nem sequer são consideradas para fins de empresa espelho, e provavelmente continuarão assim. Empresas que estariam bem preparadas para o embate do mercado terão que recolher suas armas. Entrementes, o número de reclamações no Procon continua subindo.
Não temos protecionismo nesse país, apenas proteção àquele que tem mais poder de fogo, além do nosso usual casuísmo político. Enquanto isso não mudar, não seremos um país forte.
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